Muitos fatores podem interferir na fertilidade de uma mulher, doenças, drogas e até alguns hábitos de vida que as vezes passam despercebidos. Nossa ginecologista Vivian Lemos nos conta mais sobre esses hábitos que podem comprometer a fertilidade.
10 hábitos que podem comprometer a fertilidade feminina
1 – Obesidade
A associação entre obesidade e infertilidade parece estar relacionada, ao menos parcialmente, com a redução da frequência das ovulações. Mesmo uma perda modesta no peso (de 5 a 10% do peso corporal total) pode reduzir 30% da gordura visceral, com uma melhora na sensibilidade à insulina e restauração da ovulação.
Além de o organismo recuperar seu equilíbrio endócrino, outros pontos positivos são observados em um processo de reeducação alimentar, incluindo a melhora do controle da pressão arterial, da glicemia e da adequação dos estoques de nutrientes que colaboram para a função reprodutiva, tanto feminina quanto masculina.
2 – Desnutrição
O mesmo acontece com indivíduos desnutridos após o ganho de peso. A correção do peso, quando feita de forma saudável, pode melhorar tanto a frequência ovulatória quanto a qualidade do sêmen e aumentar a chance de se alcançar a fertilização.
Assim, é importante para o sucesso da fertilidade do casal que ambos possuam uma condição física ideal e tenham como hábito uma dieta alimentar variada e adequada em qualidade e quantidade, com a priorização de alimentos importantes para a saúde reprodutiva.
A seguir estão apresentados os principais alimentos a serem priorizados e evitados em um processo de reeducação, com o intuito de contribuir com a saúde reprodutiva do casal que pretende engravidar. Vale ressaltar que nenhum alimento está proibido e, quando consumido com moderação, pode trazer alguns benefícios, provenientes do prazer em comê-los.
Alimentos recomendados
- verduras: brócolis, rúcula, couve, agrião, espinafre, escarola, alface, entre outras;
- legumes: cenoura, abóbora, chuchu, beterraba, abobrinha, berinjela, tomate e cebola;
- cereais integrais: arroz, aveia, linhaça, gergelim, centeio, cevada, trigo e massas à base de farinhas integrais;
- oleaginosas: nozes, castanhas, amêndoas, pistache e avelãs;
- óleos vegetais: oliva, canola, girassol, algodão, milho, gergelim;
- leguminosas: feijões, grão-de-bico, ervilhas, lentilhas e soja em grãos.
Alimentos a serem evitados
- laticínios: queijos amarelos, leites e iogurtes com alto teor de gordura;
- gorduras saturadas: banhas, manteigas e gorduras provenientes de produtos animais;
- carboidratos refinados: pães, biscoitos doces ou salgados, macarrão, massas e cereais preparados com farinha refinada (branca);
- doces industrializados, biscoitos recheados e produtos à base de açúcar refinado;
- alimentos industrializados, enlatados e processados congelados.
Conheça alguns outros hábitos presentes no dia a dia que também pode interferir na fertilidade:
3 – Cafeína
Algumas mulheres que consomem uma quantidade excessiva de cafeína. O equivalente a cinco xícaras de café por dia pode causar uma demora maior para engravidar.
4 – Álcool
Diminui as taxas de concepção e aumenta o risco de aborto.
5 – Fumar
As mulheres que fumam também podem ter dificuldade em engravidar e experimentar taxas mais elevadas de aborto em comparação com as mulheres que não fumam.
6 – Drogas
Maconha e cocaína podem reduzir a contagem de esperma e movimento, e aumentar a percentagem de esperma defeituoso.
7 – Estresse
É capaz de interferir na função reprodutiva em diversos aspectos. A função cíclica ovariana pode ser facilmente perturbada por um estresse emocional, levando à interrupção temporária das menstruações.
Sabe-se, por exemplo, que o desejo obsessivo de engravidar pode desencadear amenorreia temporária, dificultando, ainda mais, a concepção.
8 – Endometriose
Afeta a cavidade pélvica da mulher, onde os fragmentos de tecido do revestimento interno do útero (o endométrio) crescem e funcionam fora do útero.
Estes pedaços de tecido deslocados, se acumulam dentro da pelve na superfície de outros órgãos pélvicos e podem impedir que o óvulo e o espermatozoide se encontrem para a fertilização.
9 – Infecções do aparelho reprodutor
Uma das principais causas de infertilidade em homens e mulheres é doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) – particularmente clamídia e gonorreia. Se não tratadas podem causar infertilidade.
Um único episódio de DIPA (Doença Inflamatória Pélvica Aguda) está associado com aproximadamente um risco de 15% de infertilidade. Um segundo episódio duplica o risco de infertilidade para cerca de 30%. Para três ou mais episódios, o risco sobe para mais de 50%. 1
10 – Desequilíbrios hormonais femininos
Se seus hormônios femininos não conseguem transmitir seus sinais químicos exatamente no momento certo, a ovulação pode ser irregular, não frequente ou não ocorrer. Esses desequilíbrios hormonais femininos podem muitas vezes ser tratados com medicação.
Um bom lugar para começar é com o seu próprio médico de família ou ginecologista; e para os homens, o seu urologista.
Eles vão encorajar ambos os parceiros a serem avaliados para causas comuns de infertilidade e pode organizar testes iniciais e intervenção. Se necessário, irão encaminhar para os especialistas de Reprodução, bem como endocrinologistas ou até mesmo um cirurgião.