Bula do Anforicin B
Aspergilose; blastomicose; candidíase disseminada; coccidiodomicose; criptococose; endocardite fúngica; endoftalmite candidiásica; infecções intra-abdominais, incluindo peritonites relacionadas e não relacionadas com o processo de diálise; leishmaniose mucocutânea (embora não seja um fármaco de tratamento primário); meningite criptocócica; meningite fúngica de outras origens; mucormicose (ficomicose); septicemia fúngica; esporotricose disseminada; infecções fúngicas das vias urinárias; meningoencefalite amebiana primária; paracoccidioidomicose. Este fármaco não deve ser usado no tratamento de infecções fúngicas não invasivas. O Anforicin B não tem efeito contra bactérias, inclusive do gênero Rickettsias e vírus.
O produto pode ser administrado em pacientes imunocomprometidos com febre persistente e que não tiveram sucesso na resposta à terapia antibacteriana apropriada.
Como o Anforicin B funciona?
O Anforicin B contém anforicina B, um antibiótico antifúngico derivado do Streptomyces nodosus.
A anfotericina B inibe o crescimento e elimina os fungos, dependendo da concentração obtida nos fluidos corporais e da sensibilidade dos fungos. A anfotericina B age ligando-se à membrana celular do fungo sensível e altera a permeabilidade da membrana provocando extravasamento dos componentes intracelulares.
A anfotericina B é excretada de forma lenta pelos rins, sendo que 2 a 5% de uma dose administrada é eliminada sob a forma biologicamente ativa. Após a suspensão do tratamento, o fármaco pode ser detectado na urina durante um período de 3 a 4 semanas, devido à sua eliminação lenta. A excreção biliar pode representar uma importante via de eliminação. Detalhes de outras vias metabólicas não são conhecidos. Os níveis sanguíneos não são afetados por problemas renais ou hepáticos.
Contraindicação do Anforicin B
Este medicamento é contraindicado em pacientes com insuficiência renal e em pacientes que tenham demonstrado hipersensibilidade à anfotericina B ou a algum outro componente da formulação, a menos que, na opinião do médico, a condição que requer o tratamento envolva risco de vida e seja sensível somente à terapia com anfotericina B.
Gravidez
Categoria de Risco B.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Como usar o Anforicin B
Devido ao fato deste produto ser de uso restrito a hospitais ou ambulatórios especializados, de emprego específico e ser manipulado apenas por pessoal treinado, somente podendo ser admistrado pelos mesmos.
Posologia
Anforicin B deve ser administrado por infusão intravenosa lenta, aplicando durante um período de aproximadamente 2 a 6 horas, observando-se as precauções usuais para a terapêutica intravenosa. A concentração recomendada para infusão é de 0,1 mg/mL (1 mg/10 mL).
A tolerância dos pacientes ao Anforicin B é muito variada e a dose deve ser ajustada às necessidades individuais de cada paciente (p. ex.: local e intensidade da infecção, agente etiológico, etc.). Normalmente, a terapia é iniciada com uma dose diária de 0,25 mg/kg de peso corpóreo administrada por um período entre 2 a 6 horas em pacientes com boa função cardiorrenal e dose teste inicial bem-tolerada. Apesar de não estar comprovado o prognóstico de intolerância, pode ser preferível aplicar uma dose-teste inicial (1 mg em 20 mL de solução glicosada a 5%), administrada intravenosamente por 20 a 30 minutos. A temperatura do paciente, pulso, respiração e pressão arterial devem ser anotados a cada 30 minutos durante 2 a 4 horas. Um paciente com uma infecção fúngica severa rapidamente progressiva, com boa função cardiopulmonar e que tolere a dose-teste sem uma reação grave, pode receber 0,3 mg/kg de anfotericina B intravenosamente por um período de 2 a 6 horas. Uma segunda dose menor, i.e., 5 a 10 mg, é recomendada para os pacientes com disfunção cardiopulmonar ou para os que apresentaram reação grave à dose-teste. As doses podem ser gradualmente aumentadas em 5 a 10 mg/dia para uma dose diária final de 0,5 a 1,0 mg/kg.
Atualmente os dados disponíveis são insuficientes para definir a dose total e a duração do tratamento necessárias para a erradicação de micoses específicas (p.ex.: mucormicose). A dose ideal é desconhecida. A dose diária total pode chegar até 1,0 mg/kg de peso corpóreo ou até 1,5 mg/kg quando administrada em dias alternados, em infecções causadas por patógenos menos sensíveis.
Cuidado:
em nenhuma circunstância a dose total diária deverá exceder a 1,5 mg/kg. Uma superdose de anfotericina B pode resultar em parada cardio-respiratória.
Uso Adulto
Candidíase
Em infecções disseminadas e/ou graves por Candida, as doses usuais de Anforicin B variam de 0,4 a 0,6 mg/kg/dia por 4 semanas ou mais. Doses de até 1 mg/kg/dia podem ser necessárias dependendo da gravidade da infecção. O tratamento persiste até que se observe claramente uma melhora clínica, podendo haver necessidade de se administrar doses cumulativas totais de até 2 a 4 g em adultos. Doses menores (0,3 mg/kg/dia) podem ser empregadas em circunstâncias especiais, por exemplo, em casos de esofagite (causada por Candida) resistente à terapia local, ou quando a anfotericina B é usada em associação comoutros agentes antifúngicos.
Criptococose
A terapia da criptococose com Anforicin B em pacientes não-imunodeprimidos normalmente requer doses de 0,3 mg/kg/dia por períodos de aproximadamente 4-6 semanas ou até que as culturas semanais dêem resultados negativo durante 1 mês. Em pacientes imunodeprimidos e/ou naqueles com meningite, a anfotericina B pode ser administrada em associação com outros agentes antifúngicos por 6 semanas. Doses diárias maiores de anfotericina B podem ser necessárias empacientes gravemente enfermos ou empacientes em tratamento com anfotericina B isolada.
Em pacientes com meningite criptococócica e com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), podem ser necessárias doses maiores (0,7 – 0,8 mg/kg/dia) e o tratamento pode se estender por 12 semanas.
Em pacientes que desenvolveram a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), cujas culturas dão resultado negativo após um ciclo padrão de tratamento, pode-se considerar uma terapia crônica supressora, por exemplo, de 1 mg/kg/semana.
Coccidioidomicose
Em coccidioidomicose primária que requer tratamento, administra-se Anforicin B em doses de 1,0 até um máximo de 1,5 mg/kg/dia, com doses acumuladas de 0,5 a 2,5 g em adultos, dependendo da gravidade e do local da infecção. Na meningite coccidioidal, podem ser necessárias administrações sistêmica e intratecal, de acordo com as referências padrões.
Blastomicose
Em pacientes gravemente enfermos devido à blastomicose, recomenda-se doses de 0,3 a 1 mg/kg/dia do fármaco, com dose acumulada de 1,5 a 2,5 g em adultos.
Histoplasmose
Em casos de histoplasmose pulmonar crônica ou disseminada, recomenda-se geralmente doses aproximadas de 0,5 a 1 mg/kg/dia, com dose acumulada de 2 a 2,5 g em adultos.
Esporotricose
A terapêutica com anfotericina B intravenosa para esporotricose varia até nove meses com uma dose total de até 2,5 g.
Aspergilose
A aspergilose tem sido tratada com anfotericina via I.V. por um período de até 11 meses. Doses de 0,5 a 1 mg/kg/dia ou mais e doses acumuladas de 2 a 4 g em adultos podem ser necessárias em casos de infecções graves (por exemplo, pneumonia ou fungemia).
A duração do tratamento para micoses graves pode ser de 6 a 12 semanas ou mais.
Mucormicose rinocerebral
Esta doença fulminante, geralmente ocorre em associação com cetoacidose diabética. É imperativo que a rápida recuperação do controle diabético seja realizado para que o tratamento com anfotericina B seja bem sucedido. Uma vez que a mucormicose rinocerebral geralmente segue um curso rapidamente fatal, a conduta terapêutica deve ser necessariamente mais agressiva do que aquela usada em micoses mais indolentes e as doses de anfotericina B tipicamente variam de 0,7 a 1,5 mg/kg por dia.
Uso pediátrico
Utilizar a menor dose efetiva de Anforicin B. A dose para o tratamento de infecções fúngicas invasivas pode variar de 0,5 a 1 mg/kg uma vez ao dia, de acordo com a condição clínica do paciente, considerando se este é imunodeprimido ou não. Em alguns casos, a terapia pode ser consolidada com o uso de um antifúngico oral (ex: fluconazol, itraconazol). A duração do tratamento irá depender da resposta clínica do paciente.
Não ultrapassar a dose de 1,5 mg/kg/dia.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento semo conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o Anforicin B?
Uma vez que este medicamento é administrado por um profissional da saúde em ambiente hospitalar não deverá ocorrer esquecimento do seu uso.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Precauções do Anforicin B
A anfotericina B pode ser o único tratamento eficaz disponível para as moléstias provocadas por fungos potencialmente fatais. Em cada caso, os prováveis benefícios em termos de sobrevida devem ser pesados contra os possíveis riscos e efeitos adversos perigosos.
Deve-se ter precaução para prevenir uma superdose inadvertida de anfotericina B, que pode resultar em parada cardíaca ou cardiopulmonar potencialmente fatal. A dose deve ser verificada, especialmente se exceder 1,5 mg / kg.
A anfotericina B deve ser administrada somente por via intravenosa e para pacientes sob supervisão clínica rigorosa e por pessoas devidamente treinadas.
Durante o emprego intravenoso da anfotericina B, comumente, você poderá apresentar reações agudas tais como: calafrio, febre, falta de apetite, náuseas, vômitos, cefaleias, dor muscular, dor na articulação e diminuição da pressão arterial 1 a 3 horas após o início da infusão intravenosa. Estas reações são usualmente mais graves com as primeiras doses de anfotericina B e usualmente diminuem com doses subsequentes.
A infusão intravenosa rápida, em menos de 1 hora, particularmente em pacientes com insuficiência renal, deve ser evitada, pois poderá ocorrer aumento de potássio, hipotensão, choque e arritmias (alteração da frequência cardíaca). Em alguns pacientes, a hidratação e a repleção de sódio antes da administração de anfotericina B podem reduzir o risco de desenvolver nefrotoxicidade. A medicação alcalina suplementar pode diminuir as complicações da acidose tubular renal.
Uma vez que foram relatadas reações pulmonares agudas em doentes tratados com anfotericina B durante ou pouco tempo após a transfusão de leucócitos, é aconselhável separar temporariamente estas infusões na medida do possível e monitorar a função pulmonar.
Pacientes submetidos à irradiação total do corpo poderão apresentar leucoencefalopatia após a administração de anfotericina B.
Durante a terapia com anfotericina B, seu médico poderá solicitar monitorização da função renal, do fígado, eletrólitos séricos e dos componentes sanguíneos.
Testes laboratoriais
Os pacientes devem ser monitorizados quanto à concentração de:
- Nitrogênio uréico no sangue (BUN);
- Concentração sérica de creatinina.
Caso a dose esteja sendo aumentada, deve-se realizar estes testes em dias alternados e, posteriormente, uma vez por semana, durante o tratamento. Caso o BUN e a creatinina aumentem a concentrações clinicamente significativas, poderá ser necessário suspender a medicação até que a função renal melhore.
Carcinogênese, Mutagênese e Comprometimento da Fertilidade
Não foram realizados estudos para se avaliar o potencial do produto em provocar câncer, mutação ou se esta medicação afeta a fertilidade em machos e fêmeas.
Interações medicamentosas
O Anforicin B possui interações com medicações tóxicas aos rins, corticosteroides, corticotrofina, agentes cujos efeitos ou toxicidades possam ser aumentados pela hipocalemia, flucitosina e embora não observada em todos os estudos, pacientes que receberam anfotericina B durante ou logo após transfusão de leucócitos podem apresentar reações pulmonares, fármacos depressores da medula óssea, radioterapia, fármacos eliminadores de potássio, imidazólicos (ex: cetoconazol, miconazol) e medicações nefrotóxicas (ex: cisplatina, pentamidina).
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algumoutro medicamento.
Não use medicamento semo conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Reações Adversas do Anforicin B
Reações comuns (gt;1/100 e lt;1/10)
Hipotensão, tromboflebite, dor no local da aplicação, diarreia, indigestão, dispepsia, perda de apetite, anorexia, náuseas, vômitos, anemia normocrômica e normocítica, artralgia e mialgia (eventos relativos à infusão e que diminuem com as doses subsequentes), cefaleia, taquipneia, febre às vezes com calafrios (não depende da taxa de infusão), mal estar, tremores.
Reações muito raras (lt;1/10.000)
Radiarritmia, Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), Fenômeno de Raynaud, eritema (de mãos, solas, face e pescoço), extravasamento no local da aplicação, hipotermia (em paciente com HIV), aumento de enzimas hepáticas, anafilaxia, déficit neurológico (em dois pacientes com meningite logo após administração intratecal), Parkinsonismo, visão anormal (em paciente com Lupus Eritematoso Sistêmico e Meningite), cisto subconjuntival.
Reações com frequência desconhecida
Assistolia, parada cardíaca, arritmia cardíaca (incluindo bradicardia, taquicardia sinusal, taquicardia atrial multifocal, contrações ventriculares prematuras, fibrilação ventricular, assistolia e parada cardíaca, sendo que essas ocorrências podem estar associadas à hiperpotassemia), cardiomiopatia, hipertensão, fibrilação ventricular, erupção maculopapular, rash, rash maculopapular, prurido, Síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica, hiperpotassemia, distúrbios eletrolíticos como hipocalcemia, hipopotassemia particularmente em administração rápida, hipomagnesemia, Diabetes insipidus nefrogênica, eritropoiese anormal (atraso na recuperação celular hematopoiética normal em pacientes recebendo terapia antifúngica com anfotericina B associada à Flucitosina), agranulocitose, trombocitopenia, hepatite, hepatotoxicidade, falência hepática aguda, hepatite, icterícia, reações anafilactoides, reações de hipersensibilidade, encefalopatia, neuropatia periférica, convulsões, diplopia, perda auditiva, zumbido, delírio tóxico agudo, função renal anormal – comprometimento da função renal (os efeitos na função renal geralmente melhoram com a interrupção da terapia, podem ocorrer danos permanentes, os efeitos são dose dependente), anúria, nefrotoxicidade incluindo falência renal aguda (os efeitos são dose dependente), oligúria, acidose tubular renal (melhoria com a interrupção da terapia), broncoespasmo, chiado, dispneia, falência respiratória, hemoptise, doença bilateral de vias respiratórias.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações inadequadas pelo uso do medicamento . Informe tambémà empresa através do seu serviço de atendimento.
População Especial do Anforicin B
Gravidez
A anfotericina B atravessa a barreira placentária. Estudos de reprodução em animais não evidenciaram danos para o feto atribuídos à infusão intravenosa de anfotericina B.
Este medicamento deverá ser empregado durante a gravidez com cuidado e somente se os prováveis benefícios a serem obtidos coma medicação prevaleceremsobre os potenciais riscos envolvidos ao feto.
Este medicamento não ser utilizada por mulheres grávidas sem orientação médica.
Gravidez – Categoria de Risco B.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Lactação
Devido ao fato de que muitos fármacos são excretados no leite humano e considerando-se a toxicidade potencial da anfotericina B, é prudente que os médicos aconselhem as mães para suspenderem a lactação.
Uso Geriátrico
A tolerância dos pacientes ao Anforicin B é muito variada e a dose deve ser ajustada às necessidades individuais de cada paciente (p. ex.: local e intensidade da infecção, agente etiológico, etc.).
Uso em crianças
A segurança e eficácia do uso em pacientes pediátricos não foram estabelecidas por estudos adequados e bem controlados. Pacientes pediátricos com infecções fúngicas sistêmicas foram tratados sem relato de efeitos adversos incomuns.
Para o controle de infecções fúngicas é importante a prevenção da transmissão cruzada. As principais medidas que devemser enfatizadas são: higiene das mãos, precauções de contato e limpeza do ambiente.
Composição do Anforicin B
Cada frasco-ampola contém:
Anfotericina B: 50mg.
Excipientes:
desoxicolato de sódio, fosfato de sódio dibásico, fosfato de sódio monobásico, hidróxido de sódio e ácido clorídrico.
Diluente:
Cada ampola de 10 mL contém:
Água para injetáveis q.s.p: 10,0 mL.
Superdosagem do Anforicin B
A superdose do Anforicin B pode provocar problemas renais e distúrbios eletrolíticos, podendo resultar em parada cardio-respiratória. Se houver suspeita de superdose, descontinuar a terapia e monitorizar o estado clínico do paciente (funções cardio-respiratória, renal e hepática, condição hematológica, eletrólitos séricos) e administrar terapia de suporte conforme necessário. A anfotericina B não é hemodialisável. Antes da reinstituição da terapia, o estado do paciente deve estar estabilizado (incluindo-se correção das deficiências eletrolíticas, etc.).
Para evitar a superdose, não exceder a dose diária de 1,5 mg/kg.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagemou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação Medicamentosa do Anforicin B
A Anfotericina B (substância ativa) pode apresentar interações quanto utilizada concomitantemente com:
- Fármacos depressores da medula óssea;
- Radioterapia;
- Fármacos eliminadores de potássio.
Agentes antineoplásicos:
Podem aumentar o potencial de toxicidade renal, broncoespasmo e hipotensão.
Imidazólicos (ex: cetoconazol, miconazol, clotrimazol, fluconazol, etc.):
Estudos in vitro e em animais com a associação de Anfotericina B (substância ativa) e imidazóis sugerem que os imidazóis podem induzir resistência fúngica à Anfotericina B (substância ativa). A terapêutica combinada deve ser administrada com precaução, especialmente em pacientes imunocomprometidos.
Medicações nefrotóxicas:
Cisplatina, pentamidina, aminoglicosídeos e ciclosporina podem potencializar a toxicidade renal e portanto o uso concomitante com Anfotericina B (substância ativa) deve ser feito com grande cautela. É recomendado um monitoramento intensivo da função renal em pacientes que necessitam de uma combinação de medicações nefrotóxicas.
Corticosteroides e A.C.T.H. (corticotrofina):
Podem potencializar a hipocalemia induzida pela Anfotericina B (substância ativa). Evitar o uso concomitante, a menos que seja necessário para controlar os efeitos adversos da Anfotericina B (substância ativa). Se usado concomitantemente, monitorar os eletrólitos séricos e a função cardíaca.
Agentes cujos efeitos ou toxicidades possam ser aumentados pela hipocalemia:
Glicosídeos digitálicos, relaxantes da musculatura esquelética e agentes anti-arrítmicos. A função cardíaca e os níveis séricos de potássio devem ser monitorados.
Flucitosina:
O uso concomitante pode aumentar a toxicidade da flucitosina, possivelmente pelo aumento da sua captação celular e/ou prejudicando sua excreção renal.
Transfusão de leucócitos:
Embora não observada em todos os estudos, reações pulmonares agudas foram observadas em pacientes que receberam Anfotericina B (substância ativa) durante ou logo após transfusões de leucócitos; portanto, recomenda-se distanciar estas infusões o maior tempo possível e monitorizar as funções pulmonares.
Ação da Substância Anforicin B
Resultados de Eficácia
A Anfotericina B (substância ativa) apresenta in vitro uma atividade elevada contra numerosas espécies de fungos. Concentrações de Anfotericina B (substância ativa) variando de 0,03 a 1,0 mcg/mL inibem, in vitro, espécies tais como: Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, espécies de Candida spp, Blastomyces dermatitidis, Rhodotorula, Cryptococcus neoformans, Sporothrix schenckii, Mucor mucedo e Aspergillus fumigatus. Foram relatados outros organismos sensíveis a Anfotericina B (substância ativa) tais como Prototheca ssp, Leishmania e Naegleria. Algumas cepas resistentes de Cândida foram isoladas em pacientes imunocomprometidos recebendo tratamentos longos com Anfotericina B (substância ativa). Técnicas padrões para a determinação da concentração mínima inibitória (CMI) não foram estabelecidas para os agentes antifúngicos, e valores são variáveis dependendo dos métodos empregados. A Anfotericina B (substância ativa) não é eficaz sobre bactérias, inclusive do gênero Rickettsia e vírus.
A Anfotericina B (substância ativa) é considerado o fármaco de escolha para o tratamento da maioria das infecções fúngicas invasivas, incluindo candidíase hematogênica. Trata-se de antifúngico de amplo espectro, fungicida e com bons resultados no tratamento de fungemias.
A Anfotericina B (substância ativa) mostrou ser mais eficaz do que o voriconazol e atualmente é o fármaco de escolha para tratamento de aspergilose invasiva
A Anfotericina B (substância ativa) é o tratamento de escolha para os pacientes com infecções fúngicas progressivas potencialmente graves como: blastomicose, coccidiodomicose; criptococose; meningite criptocócica, endocardite fúngica; endoftalmite candidiásica; infecções intra-abdominais, incluindo peritonites relacionadas e não relacionadas com o processo de diálise; infecções fúngicas das vias urinárias; meningite fúngica de outras origens, paracoccidioidomicose e meningo encefalite amebiana primária.
Um estudo duplo-cego comparou a caspofungina com Anfotericina B (substância ativa) para o tratamento primário de candidíase invasiva. Ambos os fármacos apresentaram-se eficazes para o tratamento de candidíase invasiva, mais especificamente, candidemia.
Um estudo comparou a eficácia e segurança de Anfotericina B (substância ativa) versus fluconazol para a erradicação da candidúria em pacientes gravemente enfermos. Ambos os fármacos apresentaram-se eficazes e seguros para o tratamento e nenhum dos grupos apresentou efeitos colaterais.
Um estudo envolveu doze pacientes com leishmaniose mucocutânea que foram tratados com Anfotericina B (substância ativa). As lesões responderam rapidamente ao tratamento. A dose relativamente baixa total de Anfotericina B (substância ativa) induziu cicatrização das lesões ativas.
Características Farmacológicas
Anfotericina B (substância ativa) é um antibiótico antifúngico poliênico derivado do Streptomyces nodosus.
Mecanismo de ação
A Anfotericina B (substância ativa) é fungistática ou fungicida dependendo da concentração obtida nos fluidos corporais e da sensibilidade dos fungos. A Anfotericina B (substância ativa) age ligando-se aos esterois da membrana celular do fungo sensível, alterando a permeabilidade da membrana e provocando extravasamento dos componentes intracelulares. As membranas dos animais superiores também contém esterois e isto sugere que o dano às células humanas e às de fungos podem ter mecanismos comuns.
Farmacocinética
Uma infusão intravenosa inicial de 1 a 5 mg de anfotericin B por dia, aumentando de 0,4 para 0,6 mg/kg diariamente, produz picos médios de concentração plasmática variando de 0,5 a 2 mcg/mL que são encontrados em adultos recebendo doses repetidas de aproximadamente 0,5 mg/kg/dia. Após uma queda inicial rápida, o platô de concentração plasmática é de aproximadamente 0,5 mcg/mL. Uma meia-vida de eliminação de aproximadamente 15 dias segue-se após uma meia-vida plasmática de eliminação inicial de cerca de 24 horas. São poucos os dados farmacocinéticos da Anfotericina B (substância ativa) em crianças.
A Anfotericina B (substância ativa) circulante está altamente ligada (90%) às proteínas plasmáticas e é pouco dialisável. Aproximadamente dois terços da concentração plasmática obtida têm sido detectadas nos fluidos da pleura inflamada, peritôneo, sinóvia e do humor aquoso.
As concentrações no líquido cefalorraquidiano raramente excedem a 2,5% daquelas encontradas no plasma ou não são detectáveis. Pequena quantidade de Anfotericina B (substância ativa) penetra no humor vítreo ou no fluido amniótico normal. Detalhes completos sobre a distribuição tecidual não são conhecidos, entretanto, o fígado parece ser o maior local de armazenagem tecidual.
A Anfotericina B (substância ativa) é excretada de forma lenta pelos rins, sendo que 2 a 5% de uma dose administrada é eliminada sob a forma biologicamente ativa. Após a suspensão do tratamento o fármaco pode ser detectado na urina durante um período de 3 a 4 semanas, devido à sua eliminação lenta. A excreção biliar pode representar uma importante via de eliminação. Detalhes de outras vias metabólicas não são conhecidos. Os níveis sanguíneos não são afetados por problemas renais ou hepáticos.
Cuidados de Armazenamento do Anforicin B
Antes da reconstituição, Anforicin B deve ser mantido sob refrigeração (temperatura entre 2ºC e 8ºC) e protegido da luz.
Após a reconstituição, as soluções concentradas (5 mg/mL) em água para injetáveis, mantém sua potência durante 24 horas em temperatura ambiente e protegidas da luz, ou por uma semana em refrigerador.
As soluções diluídas para infusão intravenosa (0,1 mg/mL ou menos) em glicose a 5% injetável devem ser utilizadas imediatamente após efetuada a diluição.
O prazo de validade é de 36 meses a partir da data de fabricação impressa na embalagem.
Não use o medicamento comprazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspectos físicos e organolépticos
Anforicin B é um pó liofilizado amarelo, uniforme e isento de partículas estranhas.
Após a reconstituição com 10 mL de água para injetáveis, apresenta-se como uma solução límpida, amarela e praticamente isenta de partículas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utiliza-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance de crianças.
Dizeres Legais do Anforicin B
Nº do lote, data de fabricação e prazo de validade:
Vide rótulo/caixa
Registro M.S.: 1.0298.0229
Farm. Resp.:
Dr. José CarlosMódolo
CRF-SP N.º 10.446
Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda.
Rodovia Itapira-Lindóia, km 14 – Itapira-SP
CNPJ N.º 44.734.671/0001-51
Indústria Brasileira
Uso sob prescrição médica.
Uso restrito a hospitais.