Você já escutou histórias de pessoas que tiveram fortes dores de barriga e acabaram tendo que realizar uma cirurgia de emergência? Saiba que, provavelmente, o diagnóstico foi de apendicite.
Essa condição é grave e requer um diagnóstico rápido e cuidados desde os primeiros sinais para evitar complicações.
Acompanhe o conteúdo e descubra o que é esse quadro, quais os sintomas e quando aquela dor na barriga pode indicar a necessidade de auxílio urgente.
Afinal, o que é a apendicite?
O apêndice é uma estrutura de 8 a 10 centímetros, semelhante a um dedo de luva, localizada na primeira parte do intestino grosso. Apesar de rico em glóbulos brancos (células de defesa), a função do apêndice ainda é desconhecida e existem muitas discussões a respeito.
O que se sabe é que o órgão armazena bactérias que auxiliam na digestão dos alimentos que ingerimos, além de ajudar a produzir defesas naturais para o organismo.
Ainda há a hipótese de que o apêndice seja apenas um órgão que perdeu sua função, sendo um resquício da evolução humana.
A apendicite é, então, a inflamação do apêndice, que pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade. No entanto, os indivíduos mais jovens, entre 10 a 30 anos, são os mais acometidos.
Casos em crianças menores são mais raros, mas podem acontecer.
O que leva uma pessoa a ter uma apendicite?
O principal motivo da inflamação é uma obstrução no apêndice que pode ser causada por:
- pedaços de fezes que passam pelo órgão e não conseguem sair;
- parasitas e vermes;
- bactéria proveniente de uma infecção gastrointestinal;
- tumores ou pólipos;
- infecção viral.
É grave?
É uma patologia considerada grave, pois tem início repentino e evolução rápida. Assim, um diagnóstico preciso é primordial.
Clínicos gerais ou plantonistas de serviços de emergência são os profissionais que devem ser consultados imediatamente, diante de qualquer um dos sintomas.
Como identificar a apendicite em 6 passos?
Os sintomas iniciais da inflamação podem, em primeiro momento, parecer com os de outras patologias:
- dor abdominal;
- perda de apetite;
- febre;
- enjoos e vômitos;
- inchaço no abdômem;
- Mal-estar geral.
Diante de um ou mais deles associados, procure ajuda emergencial o mais rapidamente possível. Confira os detalhes de cada um deles.
1. Dor abdominal do lado direito
A dor da apendicite geralmente se localiza do lado direito e na parte baixa do abdômen. Inicialmente, é de baixa intensidade como uma cólica e pode ser sentida na região da boca do estômago, na região do umbigo ou na parte baixa da coluna.
Depois, essa dor se torna mais intensa e contínua, podendo ser acompanhada de náuseas e vômitos. Qualquer movimento, como mexer as pernas ou o abdômen para tossir ou espirrar, costuma agravar a dor.
A dor abdominal do lado direito é o sinal mais característico. Por isso, fique atento se esse incômodo aparecer.
2. Perda de apetite
Além da dor abdominal, a falta de apetite é outro sintoma comum para esse quadro. No entanto, por estar presente em outras doenças, não é possível fechar um diagnóstico levando apenas esse sinal em consideração.
3. Febre
A febre costuma ser baixa, entre 37,5°C e 38°C, podendo causar calafrios. Com o agravamento da situação a febre pode ultrapassar 38,5°C.
4. Enjoos e vômitos
Enjoos e vômitos podem acompanhar a apendicite e ocorrem na maioria dos casos. Porém, assim como outros sintomas, não podem ser considerados sozinhos no diagnóstico.
5. Inchaço no abdômen
O inchaço no abdômen, conhecido como distensão abdominal, pode ocorrer devido ao acúmulo excessivo de gases, uma vez que o trato intestinal está obstruído.
6. Mal-estar geral
Mal-estar geral é um desconforto normal em apendicites. Ele se dá pela soma dos demais sintomas. Dessa forma, todo o organismo fica comprometido, causando a sensação de cansaço.
Diagnóstico e tratamentos
Existe um passo a passo para fechar o diagnóstico:
- Anamnese: para saber o histórico de saúde geral do paciente e conhecer suas queixas.
- Exame físico: verificação dos sinais vitais e checagem de alguns sintomas.
- Hemograma completo e exame de urina: para descartar a possibilidade de outras patologias com sintomas semelhantes.
- Exames de imagem como ultrassonografia abdominal e tomografia computadorizada do abdômen: para auxiliar o profissional da saúde na avaliação do espessamento do apêndice e na identificação de pus em sua volta, por exemplo.
Quanto ao tratamento, a cirurgia para remoção do órgão é a melhor opção. Ela pode ser a convencional, com um corte maior no abdômen, ou por videolaparoscopia, com três cortes pequenos (de milímetros).
Atualmente, o segundo método é mais utilizado por ser menos invasivo e com recuperação mais rápida.
E se eu não tratar?
Pessoas que não tratam da apendicite com rapidez podem piorar o estado, causando o rompimento do apêndice inflamado (chamada de apendicite supurada).
Nesses casos, o órgão estoura e o líquido do seu interior se espalha pela cavidade abdominal, podendo gerar peritonite – infecção no abdômen -, que pode evoluir para uma infecção generalizada e levar à morte.
Métodos de prevenção
Como a obstrução no apêndice que ocasiona a apendicite é um evento imprevisível, não existem formas de impedir o aparecimento dessa condição. Porém, o bom funcionamento do intestino pode diminuir os riscos de inflamação.
Algumas dicas para isso são:
- Aposte em uma dieta rica em fibras e tome bastante água: tanto as fibras quanto a água previnem a prisão de ventre e melhoram o trânsito intestinal.
- Mantenha uma boa digestão: coma devagar e a cada 3 horas e evite dormir depois do almoço. Procure comer diariamente alimentos ricos em zinco, como frango, feijão, leite, iogurte e semente de linhaça.
Lembre-se: se você está sentindo dois ou mais sintomas ou conhece alguém próximo que esteja, procure auxílio. Na dúvida sobre os sintomas, faça uma consulta online para outras recomendações mais imediatas. A apendicite é uma doença grave que deve ser levada a sério!
Fontes: