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As causas do aumento da demanda dos atendimentos na psiquiatria neste momento da pandemia

Psychological therapy. Depressed woman talking to her psychologist, doctor making notes in notepad, closeup

Em meio a este momento de pandemia de Coronavírus, precisamos tomar muito cuidado com a nossa saúde mental. Com muita gente em casa, em isolamento social, com preocupações com o futuro, entre outros fatores, houve um aumento nas demandas dos atendimentos na psiquiatria e o Dr. Felipe Tápias, psiquiatra no dr.consulta, escreveu sobre o tema. Veja só!

Acredito que existem alguns aspectos importantes que levaram ao aumento da procura dos atendimentos por profissionais de saúde mental neste momento em que estamos vivendo com a pandemia, e com a orientação de que devemos ficar em isolamento social.

O primeiro aspecto importante está na relação da preocupação com a própria doença. Dentro da realidade atual com um número de informações correndo em velocidade muito rápida, em inúmeras ferramentas como jornais, rádio, e as redes sociais em que grande parte da população gasta importante parte do tempo interagindo e consumindo informações, estamos expostos as notícias com vídeos e imagens boa parte com tendência negativista e uma outra parte expressiva de fontes duvidosas que fazem com que aumente nossa preocupação em relação a letalidade da doença. O quanto tempo teremos que permanecer em casa, entre outras dúvidas que estão sendo esclarecidas com o passar dos dias. O ser humano tende a consumir notícias negativas, um fator importante para que estejamos atentos com o que pode vir a acontecer, e assim possamos nos antecipar para uma catástrofe ainda pior. Além de preocupar-se com nós mesmos, ainda temos nossos familiares e amigos.

Outro aspecto importante que está relacionado com as dúvidas do tempo que irá durar até que normalize nossa rotina, é que a economia e o emprego de milhões de pessoas está sendo impactada por essa importante medida do isolamento social, indústrias, escritórios, empresas e trabalhadores informais estão sendo afetados com a diminuição da renda ou incerteza do retorno as suas práticas de trabalho.

O ser humano apresenta como uma necessidade primária biológica a interação social, desde que nascemos, a primeira necessidade é de outro para nos alimentar, proteger, aquecer. O ser humano nos primórdios do seu surgimento teve sucesso na manutenção da sua vida e do seu desenvolvimento porque tinha exatamente a capacidade de se organizar e através da cooperação, conseguia se proteger e caçar predadores maiores que ele. Porém se estivesse sozinho era pouco capaz. Criamos sociedades complexas baseadas a partir da confiança, e da troca de atributos técnicos de cada um. Então essa falta de interação social, ou seja a falta dessa necessidade biológica, que podemos dar o nome de solidão, gera sensações de sofrimento. Assim como outras necessidades biológicas como a fome, sede.

Acredito ainda que outro possível aspecto é de que inúmeras pessoas tenham dificuldade em lidar com os próprios conflitos de casa, e neste momento convivendo com esposa ou esposo, filhos ou outros familiares que moram junto precise enfrentar aquilo que já lhe perturbava, e antes utilizava sua rotina e seu trabalho como fuga para o sofrimento. São muitas pessoas que não tem uma boa relação com seus cônjuges e filhos, então sofrem diante do convívio diário.

Esse conjunto de hipótese citado acima, é o que acredito que está fazendo com que pessoas que nunca buscaram tratamento, ou outras que já faziam tratamento, estão sofrendo com sensações e sintomas como tristeza, diminuição do prazer em fazer as atividades do dia-a-dia, cansaço, preocupação excessiva e antecipatória frente a situações de catástrofes, insônia falta de energia entre outros sintomas depressivos e ansiosos. Levando ao aumento da busca pelos atendimentos.

 

Por Dr. Felipe Saia Tápias

Médico CRM-SP 162.953

 

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