O autismo é um transtorno do desenvolvimento que compromete as capacidades da criança de interagir com o mundo, tendo reflexos na sua capacidade de comunicação e socialização.
Pode levar a problemas de fala, bloqueios para expressar sentimentos, dificuldades para compreender as emoções dos outros, entre outras características psicológicas, afetivas e motoras.
Há diferentes graus de autismo. Nas formas mais leves, é possível que, na adolescência e vida adulta, a pessoa seja independente, encontre seu espaço na sociedade e no mercado de trabalho.
Nas formas severas, porém, ela pode precisar de cuidadores para ajudá-la nas tarefas cotidianas ao longo da vida.
É muito importante que o diagnóstico de autismo seja feito precocemente, para que a criança possa se beneficiar ao máximo dos tratamentos e terapias de estímulo. Pensando nisso, listamos as principais características do autismo em crianças, além de informações sobre como tratar o transtorno. Acompanhe!
Quais são os tipos de autismo?
O autismo pode aparecer de diversas formas e com diferentes graus de comprometimento. Hoje em dia fala-se nos TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA (TEA), que engloba o autismo, a doença de asperger, entre outros.
Os TEA têm em comum o comprometimento do neurodesenvolvimento com alterações cerebrais que comprometem as funções de interação com o mundo externo.
Em casos moderados, a criança estabelece alguma interação com o mundo, ainda que de forma passiva.Já o Asperger é a forma mais leve. Ele tem características semelhantes ao tipo clássico, como a obsessão por objetos e atividades específicas. No entanto, é comum que a criança apresente inteligência e memória fora do comum.
Como identificar sinais de autismo na criança?
O diagnóstico de autismo, geralmente, é feito entre 2 e 3 anos. No entanto, em alguns casos, é possível perceber sinais de alerta já nos bebês, entre os 6 e 8 meses.
Apenas o pediatra ou o psiquiatra poderão fazer o diagnóstico correto, após uma avaliação completa. Mas você pode ficar atento a alguns sinais, lembrando sempre que, isoladamente, eles não são suficientes para determinar se uma criança é ou não autista. Veja:
1. Dificuldades de interação social:
- a criança não olha nos olhos de quem fala com ela;
- não brinca com outras crianças e prefere ficar sozinha;
- não se sente confortável com carinho ou afeto.
2. Dificuldades de comunicação:
- a criança não responde quando é chamada ou interage quando se fala com ela;
- age como se não ouvisse, mesmo não tendo problemas auditivos;
- usa o pronome “você” para se referir a si mesma;
- repete várias vezes a mesma pergunta, sem se importar se está chateando o outro;
- fala pouco e, quando fala, a comunicação é monótona e em tom pedante.
3. Alterações de comportamento:
- olha sempre na mesma direção, sem interesse pelo que acontece ao redor;
- usa o braço de outra pessoa para pegar o que quer;
- desenvolve movimentos corporais de pêndulo repetitivos, como balançar o corpo para frente e para trás;
- demonstra agressividade e ansiedade;
- tem dificuldade para se adaptar a mudanças na rotina, podendo machucar a si mesma e aos outros;
- fica excessivamente agitada em ambientes públicos ou barulhentos.
4. Alterações no bebê:
- a criança se sente igualmente confortável no colo dos pais ou de estranhos — aos 8 meses, os bebês estranham as pessoas que não são do seu convívio;
- falta de contato visual com a mãe durante as mamadas;
- choro praticamente ininterrupto, com muita agitação;
- apatia acentuada;
- incômodo com texturas diferentes, causando dificuldade extrema para fazer a transição da alimentação líquida para a sólida.
Como tratar o autismo?
O tratamento é multiprofissional e individualizado. A abordagem é definida de acordo com o grau do transtorno e com as outras doenças relacionadas, se houver. Uma parcela considerável das crianças autistas apresenta retardo mental e/ou outras condições neurológicas, como epilepsia e convulsões, além de desordens gastrointestinais.
As terapias são, geralmente, feitas em grupo, para estimular a socialização e a interação. Nos casos em que há doenças neurológicas relacionadas ou transtornos de ansiedade, podem ser prescritos medicamentos para ajudar a controlá-los.
É muito importante que os pais incentivem a criança a conquistar a autonomia, como se vestir e comer sozinha, escovar os dentes e falar o que deseja. Os estímulos da terapia devem ser mantidos em casa, sempre que possível.
Seu filho tem sinais de autismo ou já foi diagnosticado e precisa de acompanhamento? Agende uma consulta com nossos médicos e especialistas!