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Bula do Betaferon

Esclerose Múltipla Recorrente-Remitente (EMRR), aquela em que há surtos e depois diminuição da intensidade da doença (remissões).

Redução da frequência e gravidade das exacerbações clínicas em pacientes ambulatoriais (p. ex., pacientes que podem andar por seus próprios meios) portadores de Esclerose Múltipla por surtos de exacerbação-remissão, caracterizada pela ocorrência de, pelo menos, dois episódios de disfunção neurológica durante o período precedente de 2 anos, seguidos de recuperação completa ou incompleta.

Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP) Redução da frequência e gravidade das exacerbações clínicas e diminuição da progressão da doença.


Como o Betaferon funciona?

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença do Sistema Nervoso Central (SNC) (i.e. cérebro e medula espinhal) e a sua causa exata é desconhecida. É suposto que uma resposta anormal do sistema imune desempenha um importante papel no processo que danifica o SNC.

Foi demonstrado que a betainterferona 1b modifica a resposta do sistema imune.

O tratamento com Betaferon deve ser realizado com a supervisão de um médico experiente no tratamento da Esclerose Múltipla. Siga cuidadosamente as orientações do seu médico. Qualquer reação inesperada deve ser comunicada imediatamente ao médico.

Contraindicação do Betaferon

Betaferon é contraindicado em pacientes com história de hipersensibilidade (alergia) à betainterferona natural ou recombinante ou a qualquer excipiente do produto.

Como usar o Betaferon

A aplicação do produto pode ser feita pelo médico, por um assistente, ou pelo próprio paciente, desde que este tenha sido cuidadosa e suficientemente orientado e treinado.

Para a autoadministração de Betaferon, siga as instruções detalhadas, em anexo, para a preparação da solução e para a autoinjeção subcutânea.

Incompatibilidade

Na ausência de estudos de incompatibilidade, a solução de Betaferon não deve ser misturada com outros medicamentos.

Reconstituição

Para reconstituição do liofilizado, injetar 1,2 mL do diluente fornecido (cloreto de sódio 0,54%) no frasco-ampola de Betaferon. Dissolver completamente o liofilizado sem agitar.

Inspeção antes do uso

Não utilize frascos-ampola que apresentarem rachaduras. Inspecionar visualmente a solução antes do uso. Se apresentar material particulado ou alteração de cor, a solução deve ser descartada.

Posologia

O tratamento com Betaferon deve ser iniciado com a supervisão de um médico experiente no tratamento da Esclerose Múltipla.

A dose recomendada de Betaferon é de 0,25 mg (8 milhões de UI), contida em 1 mL da solução reconstituída (ver, em anexo, instruções detalhadas para preparação e administração), devendo ser injetada por via subcutânea, em dias alternados.

Geralmente, recomenda-se ajuste da dose no início do tratamento.

Deve-se iniciar o tratamento com 0,0625 mg (0,25 mL), por via subcutânea, em dias alternados, e aumentar a dose gradualmente para 0,25 mg (1,0 mL), em dias alternados. O período de ajuste tem duração de acordo com a tolerabilidade individual.

No estudo em pacientes com um único evento clínico, a dose foi aumentada como mostra a Tabela A.

Tabela A: Esquema posológico de ajuste da dose *

Dia de TratamentoDoseVolume
1, 3, 50,0625 mg0,25 mL
7, 9, 110,125 mg0,5 mL
13, 15, 170,1875 mg0,75 mL
? 190,25 mg1,0 mL

*Esquema de ajuste da dose como usado no estudo em pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla. O período de ajuste pode ser modificado de acordo com a tolerabilidade de cada paciente.

Dose máxima diária recomendada: 0,25 mg.

Duração do Tratamento

Até o momento, não se sabe por quanto tempo o tratamento com Betaferon deve durar. A eficácia do tratamento para períodos de até 3 anos foi demonstrada em um ensaio clínico controlado. Existem dados de acompanhamento de estudos clínicos realizados sob condições controladas em pacientes com Esclerose Múltipla recorrente-remitente de até 5 anos e em pacientes com Esclerose Múltipla secundária progressiva de até 3 anos. Existem dados de acompanhamento não-controlado de pacientes com Esclerose Múltipla secundária progressiva de até 4,5 anos.

Para Esclerose Múltipla recorrente-remitente, os dados disponíveis de até 5 anos sugerem que a eficácia é mantida durante todo o período de tratamento com Betaferon.

Para Esclerose Múltipla secundária progressiva, a eficácia do tratamento durante um período de 2 anos, com dados limitados para um período de até 3 anos de tratamento, foi demonstrada em estudos clínicos sob condições controladas.

Em pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla, a eficácia foi demonstrada por um período de 5 anos.

A duração do tratamento será decidida por seu médico.

Crianças e adolescentes

A eficácia e a segurança de Betaferon não foram investigadas sistematicamente em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos. Portanto, Betaferon não deve ser administrado a este grupo etário.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.


O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o Betaferon?

Se ocorrer esquecimento da aplicação de uma injeção, deve-se aplicá-la tão logo o fato seja lembrado. A injeção seguinte deve ser administrada 48 horas mais tarde.

Não administre uma dose dobrada para compensar doses individuais esquecidas.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Precauções do Betaferon

Distúrbios psiquiátricos

Podem ocorrer distúrbios depressivos e ideias suicidas como efeitos secundários do tratamento, devendo-se comunicar imediatamente ao médico a ocorrência desses sintomas. Em casos raros, esses sintomas podem resultar em tentativa de suicídio.

Como não se pode excluir, mesmo através de estudos clínicos, que o tratamento com Betaferon possa estar associado à ocorrência de depressão e ideias suicidas em determinados pacientes, o medicamento deve ser administrado com cuidado caso você possua histórico ou diagnóstico de distúrbios depressivos ou com ideias suicidas. Deve-se considerar a interrupção do tratamento com Betaferon se esses eventos se desenvolverem durante a terapia.

Este produto contém albumina humana (derivado do sangue humano) e, portanto, existe um risco extremamente remoto de transmissão de doenças virais. O risco teórico para a transmissão da doença de Creutzfeld-Jacob (demência rapidamente progressiva e fatal) é considerado também extremamente remoto. Nenhum caso de transmissão de doença viral ou doença de Creutzfeld-Jacob foi identificado para a albumina.

Betaferon deve ser administrado com cautela se você possui histórico de convulsões.

Testes laboratoriais

Seu médico pode solicitar, além dos exames de laboratório requeridos normalmente para o monitoramento da Esclerose Múltipla, a realização dos seguintes exames antes do início do tratamento, no período durante o tratamento em intervalos regulares e depois periodicamente na ausência de sintoma: hemograma completo e leucograma diferencial, contagem de plaquetas e bioquímica do sangue, incluindo testes de função hepática (para mais informações, consulte seu médico).

Caso você possua histórico de disfunção da tireoide ou com indicação clínica, seu médico pode solicitar testes periódicos da função tireoidiana. Se você está com anemia, trombocitopenia (diminuição das plaquetas no sangue), leucopenia (diminuição dos glóbulos brancos no sangue) isolada ou em conjunto com outras alterações, seu médico pode requerer monitoramento mais intenso da contagem diferencial de células sanguíneas e da contagem de plaquetas.

Distúrbios hepatobiliares

Existem casos muito frequentes de elevações assintomáticas de transaminases no sangue, na maior parte das vezes leve e transitória, em pacientes tratados com Betaferon.

Assim como para outras betainterferonas, foram relatados casos de lesão hepática grave, incluindo falência hepática. Os eventos mais graves frequentemente ocorreram em pacientes que utilizavam outros medicamentos ou substâncias que comprometem as funções do fígado ou na presença de doenças clínicas graves simultâneas (p. ex.: doença maligna com metástase, abuso de bebidas alcoólicas, infecção grave e septicemia).

O seu médico deve monitorá-lo quanto aos sinais de lesão no fígado. A ocorrência de elevação dos níveis de transaminases no sangue deve ser investigada e monitorada minuciosamente pelo seu médico. Se os níveis se tornarem significativamente elevados ou se existirem sintomas clínicos associados, como desenvolvimento de icterícia, o seu médico deve considerar a interrupção do tratamento com Betaferon. Na ausência de evidência clínica de lesão no fígado e após a normalização das enzimas do fígado, seu médico pode considerar a reintrodução do tratamento com acompanhamento apropriado da função do fígado.

Distúrbios cardíacos

Este medicamento deve ser utilizado com cuidado se você possui doenças do coração preexistentes, como insuficiência cardíaca congestiva, doença coronária arterial ou arritmias. Enquanto não há evidência de que Betaferon compromete diretamente o coração, seu médico deve monitorá-lo em relação ao agravamento de suas condições cardíacas. Isso se aplica no início do tratamento com Betaferon, quando sintomas parecidos com os da gripe, geralmente associados às betainterferonas, demandam maior esforço do coração por meio de febre, calafrios e aceleração da frequência cardíaca. Isto pode agravar os sintomas cardíacos em pacientes que possuem doenças do coração preexistentes.

Durante o período de pós-comercialização, foram recebidos relatos muito raros sobre o agravamento das condições cardíacas em pacientes com doenças cardíacas significativas preexistentes, temporariamente associados ao início da terapia com Betaferon.

Foram relatados casos de cardiomiopatia (doença do músculo cardíaco): caso isto ocorra e haja suspeita de que esteja relacionado com o uso de Betaferon, o tratamento deve ser interrompido.

Distúrbios gastrintestinais

Foram relatados casos de inflamação do pâncreas, frequentemente associada ao aumento de triglicerídeos no sangue, com o uso de Betaferon.

Investigações / Imunogenicidade

Consulte seu médico para mais esclarecimentos.

Distúrbios no sistema imunológico

A administração de citocinas aos pacientes com gamopatia monoclonal (doença do grupo do mieloma múltiplo, um câncer que se desenvolve na medula óssea) preexistente associou-se ao desenvolvimento de síndrome de extravasamento capilar sistêmico, com sintomas que se assemelham ao choque (colapso cardiovascular) e desfecho fatal.

Distúrbios gerais e reações no local de aplicação

Podem ocorrer reações graves de alergia (reações agudas e graves tais como fechamento dos brônquios, reação anafilática e urticária).

Foi observada necrose (morte de tecido) no local da injeção em pacientes tratados com Betaferon. Esta necrose pode ser extensa e pode envolver a capa dos músculos, assim como tecido gorduroso e, portanto, pode resultar em formação de cicatriz. Ocasionalmente, é necessária limpeza cirúrgica do local e, menos frequentemente, enxerto de pele; o restabelecimento pode levar até 6 meses.

Consulte seu médico antes de continuar com as injeções de Betaferon se apresentar qualquer ruptura na pele que possa estar associada com inchaço ou drenagem do líquido no local da injeção.

Caso haja lesões múltiplas, o seu médico deve orientá-lo a interromper o tratamento com Betaferon até que o restabelecimento tenha ocorrido. Consulte seu médico para mais esclarecimentos.

Para minimizar o risco de necrose no local da injeção orienta-se a:

O procedimento de autoadministração deve ser revisto periodicamente pelo seu médico, especialmente se houver ocorrido reações no local da injeção.

Este medicamento contém menos que 1 mmol de sódio (23 mg) por mL, ou seja, é essencialmente livre de sódio.

Microangiopatia Trombótica

Durante o tratamento pode ocorrer formação de coágulos em pequenos vasos sanguíneos. Estes coágulos podem afetar seus rins. Isto pode ocorrer depois de semanas a anos após iniciar o uso de Betaferon. Se necessário, o médico poderá solicitar exames de sangue (contagem de plaquetas), da função dos seus rins e verificar sua pressão sanguínea. Caso você note sangramentos ou hematomas (manchas roxas), diminuição na quantidade de urina, inchaço nas pernas, ou desenvolvimento de pressão sanguínea alta, reporte imediatamente estes sintomas ao seu médico.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Reações Adversas do Betaferon

Frequentemente foram observados sintomas semelhantes aos gripais (febre, calafrios, dores nas articulações, indisposição, suor excessivo, dor de cabeça ou dores musculares). A incidência destes sintomas diminuiu com o passar do tempo.

É recomendado, de modo geral, um ajuste gradual da dose a ser tomada no início do tratamento, a fim de que o Betaferon seja mais bem tolerado. Sintomas semelhantes aos gripais também podem ser reduzidos com a administração de um anti-inflamatório que não seja da classe dos corticosteroides.

Reações no local de injeção (p. ex.: vermelhidão, inchaço, alteração de cor, inflamação, dor, alergia, necrose e reações não específicas) ocorreram frequentemente após a administração de Betaferon.

De modo geral, a incidência de reações no local de injeção diminuiu com o passar do tempo. A incidência de reações no local de injeção pode ser reduzida com o uso de um autoinjetor.

As frequências das reações adversas ao medicamento (RAMs)* reportadas com Betaferon estão resumidas abaixo.

As frequências são classificadas como muito comum (gt; 10%) e comum (gt; 1% a lt; 10%).

As reações adversas identificadas somente durante a vigilância na pós-comercialização, e para as quais uma frequência não pode ser estimada, estão listadas a seguir em “frequência desconhecida”.

Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Contagem diminuída de linfócitos (um tipo de glóbulo branco) (lt; 1500/mm3 )x, contagem diminuída de células brancas (lt; 3000/mm3 )x, contagem absoluta diminuída de neutrófilos (um tipo de glóbulo branco) (lt; 1500/mm3 ) x, dor de cabeça, insônia, falta de coordenação, dor abdominal, aumento de alanina aminotransferase (enzima relacionada com a função do fígado – ALAT (TGP) gt; 5 vezes o valor basal)x, erupção cutânea, distúrbio na pele, dores musculares, contração muscular, perda involuntária de urina, reações no local de injeção (vários tiposo ), sintomas semelhantes aos gripais (complexo§), dor, febre, calafrios, inchaço das extremidades, falta de ânimo.

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Aumento dos linfonodos (antigamente chamados gânglios), que também podem ser dolorosos, hipertensão, falta de ar, aumento de aspartato aminotransferase (enzima relacionada com a função do fígado – ASAT (TGO) gt; 5 vezes o valor basal)x, impotênciab, metrorragiaa (sangramento menstrual prolongado), necrose no local de injeção, dor no peito, indisposição.

Reação de frequência desconhecida:

Anemia, diminuição das plaquetas, diminuição dos glóbulos brancos, microangiopatia trombótica (coágulos nos pequenos vasos sanguíneos, os quais podem afetar os seus rins), reações alérgicas (anafiláticas), síndrome do extravasamento capilar sistêmico em gamopatia monoclonal preexistente, distúrbios na tireoide, hipertireoidismo (excesso de funcionamento da tireoide), hipotireoidismo (diminuição da função da tireoide), aumento de triglicérides no sangue, perda grave de apetite levando a perda de peso (anorexia), redução de peso, aumento de peso, depressão, tentativa de suicídio, confusão, ansiedade, instabilidade emocional, convulsão, tontura, cardiomiopatia (doença do músculo cardíaco), aumento da frequência cardíaca, palpitação, dilatação dos vasos, broncoespasmo (fechamento dos brônquios), náusea, vômito, pancreatite, diarreia, aumento de bilirrubina no sangue, aumento da gamaglutamiltransferase, lesão no fígado (incluindo hepatite), falência do fígado, urticária, queda de cabelos, coceira, alteração de cor na pele, dor nas articulações, lúpus eritematoso induzido pelo medicamento, distúrbio menstrual, menstruação longa e intensa, suor excessivo.

* “Reações adversas ao medicamento” foram definidas baseadas em incidências comparativas: qualquer evento adverso que ocorreu em pacientes tratados com Betaferon com uma frequência de pelo menos 2% acima do observado em pacientes tratados com placebo foi considerado possivelmente relacionado à Betaferon, independente da causalidade originalmente associada nos relatórios de caso individuais.

x Anormalidade laboratorial.

a Mulheres na pré-menopausa.

b Homens.

o “Reação no local de injeção (vários tipos)” compreende todos os eventos adversos que ocorrem no local de injeção (exceto necrose no local de injeção), p. ex. os seguintes termos: reação no local de injeção, hemorragia no local de injeção, reação alérgica no local de injeção, inflamação no local de injeção, intumescimento no local de injeção, dor no local de injeção, edema no local de injeção e atrofia no local de injeção.

§ “Complexo de sintomas semelhantes aos gripais” denota a síndrome gripal e/ou uma combinação de pelo menos duas reações adversas de febre, calafrios, dores musculares, indisposição e transpiração excessiva.

Investigações / Imunogenicidade

Como ocorre com todas as proteínas com finalidade terapêutica, o seu corpo pode produzir anticorpos neutralizantes contra o princípio ativo de Betaferon. Em estudos clínicos controlados, foram coletadas amostras de soro a cada 3 meses (no estudo com pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla, a cada 6 meses) para monitorar o desenvolvimento de anticorpos contra o Betaferon, e isto precisa ser monitorado pelo seu médico.

Em diferentes estudos clínicos controlados, observou-se que entre 23% e 41% dos pacientes desenvolveram atividade neutralizante à betainterferona 1b do soro, confirmada ao menos por dois títulos positivos consecutivos; destes pacientes, entre 43% e 55% foram convertidos, de maneira estável, ao status negativo para anticorpo (baseado em dois títulos negativos consecutivos) durante o período de observação subsequente do respectivo estudo.

Em estudo com pacientes com um único evento clínico sugestivo de Esclerose Múltipla, a atividade neutralizante medida a cada 6 meses foi observada pelo menos uma vez em 32% (89 pacientes) dos pacientes imediatamente tratados com Betaferon; destes, 60% (53 pacientes) retornaram ao status negativo baseado na última análise disponível dentro do período de 5 anos. Dentro do período de estudo de 5 anos, o desenvolvimento da atividade neutralizante não foi associado com redução da eficácia clínica (no que diz respeito ao tempo para chegar a Esclerose Múltipla clinicamente definida – EMCD, tempo para a progressão confirmada da escala expandida do grau de incapacidade – EDSS e índice de remissão).

Não foi demonstrado qualquer efeito atenuador consistente nos resultados clínicos, relacionado à presença de anticorpos neutralizantes no decorrer dos estudos, parâmetros de eficácia, diferentes abordagens estatísticas e diversas definições de status positivo para o anticorpo neutralizante. Os eventos adversos não foram associados com o desenvolvimento da atividade neutralizante.

A decisão de continuar ou interromper o tratamento deve ser tomada pelo seu médico.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também a empresa através do seu serviço de atendimento.

População Especial do Betaferon

Efeitos na capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas

Os efeitos na capacidade de dirigir e operar máquinas não foram investigados.

Em pacientes suscetíveis, os efeitos adversos relacionados ao SNC (Sistema Nervoso Central) associados com o uso de Betaferon podem influenciar a capacidade de dirigir e utilizar máquinas.

Gravidez 

Não é conhecido se Betaferon pode causar lesão fetal quando administrado às mulheres grávidas ou se pode afetar a capacidade reprodutiva humana. Em estudos clínicos controlados, foram observados abortamentos espontâneos em pacientes com Esclerose Múltipla. Mulheres em idade fértil devem adotar medidas contraceptivas apropriadas. Caso ocorra a gravidez ou planeja-se engravidar durante a administração de Betaferon,, deve-se consultar um médico sobre os riscos potenciais e o mesmo deve recomendar a suspensão do tratamento.

Lactação

Não se sabe se a betainterferona 1b é excretada com o leite materno humano. Devido à ocorrência potencial de reações adversas graves nos lactentes (crianças sendo amamentadas), seu médico vai decidir entre a interrupção da amamentação ou do tratamento com Betaferon.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. (Categoria C).

Composição do Betaferon

Cada frasco-ampola com o liofilizado é formulado de maneira a conter:

0,3 mg (9,6 milhões de UI) de betainterferona 1b recombinante mais os excipientes albumina humana e manitol.

Excipientes:

albumina humana e manitol.

Diluente:

solução de cloreto de sódio 0,54%.

Após a reconstituição, cada mL da solução contém 0,25 mg (8 milhões de UI) de betainterferona 1b recombinante.

Cada seringa preenchida com diluente contém 1,2 mL de solução de cloreto de sódio 0,54% para a reconstituição de Betaferon.

Superdosagem do Betaferon

A betainterferona 1b foi administrada em pacientes adultos com câncer, em doses individuais de até 5,5 mg (176 milhões de UI), por via IV, 3 vezes por semana, sem que fossem observados eventos adversos graves que comprometessem as funções vitais.

Caso ocorra superdose acidental, deve-se consultar o médico.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação Medicamentosa do Betaferon

Não foram realizados estudos sistematizados de interação de Betainterferona 1b (substância ativa) com outros medicamentos.

Não se conhece o efeito de Betainterferona 1b (substância ativa) no metabolismo de medicamentos em pacientes com Esclerose Múltipla. A terapêutica das recidivas com corticosteroides ou ACTH, por períodos de até 28 dias, tem sido bem tolerada nos pacientes em tratamento com Betainterferona 1b (substância ativa).

Não foi estudada a administração concomitante de Betainterferona 1b (substância ativa) com outros imunomoduladores além dos corticosteroides ou ACTH.

Foi relatado que as interferonas reduzem a atividade de enzimas hepáticas dependentes do citocromo P450 em seres humanos e nos animais. Deve-se ter cautela quando Betainterferona 1b (substância ativa) é administrado em combinação com medicamentos que apresentam estreita margem terapêutica e são largamente dependentes do sistema hepático citocromo P450 para a sua depuração. Deve-se ter cuidado na administração concomitante de medicamentos que tenham efeito sobre o sistema hematopoiético.

Ação da Substância Betaferon

Resultados de eficácia

Pacientes portadores da forma secundária progressiva tratados com Betainterferona 1b (substância ativa) apresentaram retardamento de até 12 meses na progressão da incapacidade, mesmo considerando o período para atingir estágios altamente incapacitantes, ou seja, aqueles onde o paciente depende de cadeira de rodas para qualquer locomoção. Este retardamento no avanço da incapacidade foi observado em pacientes com ou sem exacerbações e em todos os níveis de incapacidade investigados (EDSS – escala expandida do grau de incapacidade – 3 a 6,5).

Tanto os pacientes portadores de Esclerose Múltipla recorrente-remitente quanto os portadores de Esclerose Múltipla secundária progressiva que receberam Betainterferona 1b (substância ativa) apresentaram redução na frequência (30%) e na gravidade das exacerbações clínicas, bem como um prolongamento do intervalo sem surtos. O número de hospitalizações e a utilização de esteroides devido à doença foram reduzidos.

Adicionalmente, tanto na Esclerose Múltipla recorrente-remitente, quanto na forma secundária progressiva, Betainterferona 1b (substância ativa) demonstrou efeito benéfico significativo sobre a extensão das lesões (avaliado por Imagem por Ressonância Magnética – IRM, ponderada em T2) e novas lesões ativas tanto em pacientes que apresentam EMRR (avaliado a cada 6 semanas por IRM) quanto em pacientes que apresentam EMSP (avaliado mensalmente por IRM ponderada em T1, realçada por gadolínio, do 1o ao 6o mês e do 19o ao 24o mês de tratamento). Sabe-se que existe correlação entre o aumento da extensão das lesões avaliadas por IRM e o aumento da incapacidade avaliada pela escala expandida do grau de incapacidade (EDSS).

Características Farmacológicas

Grupo Farmacoterapêutico:

citocinas, interferonas.

Código ATC:

L03AB08.

Farmacodinâmica

As interferonas pertencem à família das citocinas (proteínas naturais) e possuem pesos moleculares em torno de 15.000 a 21.000 daltons. Os três grupos principais de interferonas foram classificados em alfa, beta e gama. Alfainterferona, betainterferona e gamainterferona apresentam atividades biológicas que se sobrepõem, apesar de serem, também, distintas. As atividades biológicas da Betainterferona 1b (substância ativa) são restritas à espécie e, portanto, as informações farmacológicas mais pertinentes baseiam-se em estudos efetuados em culturas de células humanas ou em estudos in vivo em seres humanos.

Foi demonstrado que a Betainterferona 1b (substância ativa) possui atividade antiviral e imunorreguladora. Os mecanismos pelos quais a Betainterferona 1b (substância ativa) exerce sua ação na Esclerose Múltipla não estão totalmente esclarecidos. Entretanto, sabe-se que as propriedades da Betainterferona 1b (substância ativa), como modificador de resposta biológica, são mediadas pela sua interação com receptores celulares específicos encontrados na superfície de células humanas. A ligação da Betainterferona 1b (substância ativa) a estes receptores induz a expressão de certo número de produtos de genes, os quais se acredita serem os mediadores das ações biológicas da Betainterferona 1b (substância ativa). Alguns destes produtos foram avaliados no soro e em frações celulares de sangue colhido de pacientes tratados com Betainterferona 1b (substância ativa). A Betainterferona 1b (substância ativa) diminui a afinidade de ligação e aumenta a interiorização e degradação do receptor de gamainterferona. A Betainterferona 1b (substância ativa) também aumenta a atividade supressora das células mononucleares do sangue periférico.

Não foram realizadas investigações isoladas com referência à influência de Betainterferona 1b (substância ativa) sobre o sistema cardiovascular, respiratório e sobre a função de órgãos endócrinos.

Farmacocinética

Os níveis séricos de Betainterferona 1b (substância ativa) foram avaliados em pacientes e em voluntários por meio de ensaio biológico não completamente específico. Após a administração subcutânea da dose recomendada de 0,25 mg, as concentrações séricas de Betainterferona 1b (substância ativa) são baixas ou não detectáveis. Portanto, não há informações disponíveis sobre a farmacocinética de Betainterferona 1b (substância ativa) em pacientes que apresentam EM (Esclerose Múltipla) tratados com a dose recomendada.

Níveis séricos máximos de aproximadamente 40 UI/mL foram encontrados após 1 a 8 horas de injeção subcutânea de 0,5 mg de Betainterferona 1b (substância ativa) em voluntários sadios. Pelos resultados de vários ensaios efetuados com administração intravenosa de Betainterferona 1b (substância ativa), estimou-se que a média da taxa de depuração e da meia-vida da fase de eliminação do soro seriam de, no máximo, 30 mL/min/kg e de 5 horas, respectivamente.

As injeções de Betainterferona 1b (substância ativa) em dias alternados não promovem aumento no nível sérico e a farmacocinética não parece ser alterada durante a terapia. 

Após administração subcutânea em voluntários sadios de 0,25 mg de Betainterferona 1b (substância ativa), em dias alternados, os níveis de marcadores de resposta biológica (neopterina, microglobulina beta-2 e a citocina imunossupressora IL-10) aumentaram significativamente acima dos níveis da linha de base dentro de 6 a 12 horas após a primeira dose de Betainterferona 1b (substância ativa). Os níveis de marcadores de resposta biológica alcançaram pico entre 40 e 124 horas e permaneceram elevados acima da linha de base durante os 7 dias (168 horas) do período de estudo. A relação entre os níveis séricos de Betainterferona 1b (substância ativa) ou os níveis de marcadores de resposta biológica induzida e o mecanismo pelo qual Betainterferona 1b (substância ativa) exerce seus efeitos na Esclerose Múltipla é desconhecido.

Dados de segurança pré-clínica

Não foram realizados estudos de toxicidade aguda. Uma vez que roedores não reagem à betainterferona humana, a avaliação do risco foi baseada em estudos de doses repetidas realizados em macacos Rhesus. Foi observada hipertermia transitória, assim como elevação transitória significativa nos linfócitos e diminuição transitória significativa em trombócitos e neutrófilos segmentados. Não foram conduzidos estudos de longa duração.

Os estudos reprodutivos em macacos Rhesus mostraram toxicidade materna e aumento na taxa de abortamento. Não ocorreu malformação nos animais sobreviventes. Não foram conduzidas investigações sobre a fertilidade. Não foi observada influência no ciclo estral em macacos. Em um único estudo de genotoxicidade (teste de Ames) não foram observados efeitos mutagênicos. Não foram realizados estudos de carcinogenicidade. Em um teste de transformação celular in vitro não houve indicação de potencial tumorigênico.

Cuidados de Armazenamento do Betaferon

O medicamento, antes de ser reconstituído, deve ser guardado em sua embalagem original e mantido sob refrigeração (temperatura entre 2°C e 8°C). Não congelar. Variações na temperatura de armazenagem, que estejam dentro do intervalo de 2°C a 25°C também são permitidas, o que pode facilitar a utilização pelo paciente quando for necessário, como por exemplo, para transportar o medicamento, pois o produto é estável em temperatura de até 25°C durante seu prazo de validade (24 meses).

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Se após a reconstituição Betaferon não for injetado imediatamente, a solução reconstituída pode ser guardada em refrigerador (não congelar) por até 3 horas.

Características

Betaferon é formulado como um liofilizado, branco a quase branco, estéril. O diluente é composto por um líquido límpido e incolor.

Não utilize Betaferon se houver presença de material particulado ou alteração de cor após reconstituição.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Betaferon

Venda sob prescrição médica.

MS-1.7056.0053

Farm. Resp.:

Dra. Dirce Eiko Mimura
CRF-SP nº 16532

Fabricado por:

Boehringer Ingelheim RCV GmbH amp; Co. KG
Viena – Áustria e
Boehringer Ingelheim Pharma GmbH amp; Co. KG
Biberach An Der Riss – Alemanha

Embalado por:

Embalagem primária:
Boehringer Ingelheim Pharma GmbH amp; Co. KG
Biberach An Der Riss – Alemanha
Embalagem secundária:
Bayer Pharma AG Berlim – Alemanha

Diluente fabricado por:

Bayer Pharma AG
Berlim – Alemanha

Importado por:

Bayer S.A.
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