Entenda o que os especialistas sabem até agora sobre ele
Não é uma surpresa que, mesmo no século 21, novas doenças ou evoluções de uma condição já existente ainda possam ser descobertas. Foi nesse contexto que uma infecção fúngica, registrada a primeira vez em 2009, chamou a atenção novamente em 2015 e hoje está entre os tópicos mais discutidos pelo mundo. No Brasil, felizmente ainda não houve casos registrados.
O fungo chamado de Candida auris é do mesmo gênero que o causador da candidíase, o Candida albicans. Porém, os dois tratam de espécies bem distintas.
Veja mais: O que é a Candidíase e como ela deve ser tratada?
Enquanto o C. albicans é facilmente tratado, o C. auris pode ser resistente aos medicamentos utilizados para combater a infecção. Além disso, o segundo possui o grande risco de contaminar a corrente sanguínea. Por isso, essa é uma infecção que pode levar o paciente a óbito.
Como ocorre a contaminação do Candida auris?
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, ainda são necessários mais estudos para entender e confirmar as especificações desse fungo. Mas o que se sabe é que a contaminação é mais frequente em pacientes que estão na UTI – Unidade de Terapia Intensiva.
Isso porque é preciso que a pessoa tenha passado recentemente por algum procedimento invasivo, como uma cirurgia, ou então esteja com o sistema imunológico enfraquecido – como acontece diante de uso contínuo de antibióticos – para estar suscetível à infecção. Pacientes com diabetes também estão no grupo de risco.
Os procedimentos que envolvem que o paciente ainda fique com tubos no corpo (como os de alimentação, respiração ou cateteres) são os que mais aumentam a chance de contaminação.
Em entrevista concedida para a BBC, a especialista em doenças infecciosas, Johanna Rhodes, do Imperial College London, afirmou que outro problema é que o fungo também sobrevive fora do corpo humano. No hospital ao qual ela foi chamada, estava espalhado até pelas paredes e móveis. Assim, desconfia-se que ele seja transmitido pelos equipamentos médicos utilizados.
O que acontece após a contaminação por Candida auris?
Nos casos avaliados até agora, encontrou-se infecções nas feridas dos procedimentos, na corrente sanguínea e no ouvido dos pacientes. Pesquisas mostram que, até agora, os índices de mortalidade devido à infecção por Candida auris chegam a 59%.
Por enquanto, até entender-se mais sobre o fungo, a prevenção cabe apenas aos hospitais e aos profissionais de saúde do local. No Brasil, a ANVISA está monitorando casos suspeitos e já elaborou orientações de prevenção, que envolvem a higienização de ambientes e para os profissionais diante de procedimentos invasivos.
FONTES:
Centro de Controle e Prevenção de Doenças
https://www.cdc.gov/fungal/candida-auris/candida-auris-qanda.html
Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica
https://sbppc.org.br/anvisa-orienta-servicos-de-saude-sobre-fungo-resistente-rss/
BBC