Realizada por milhões de brasileiros, a cirurgia nas amígdalas é mais comum do que imaginamos. No entanto, é preciso entender que há alguns anos a intervenção cirúrgica já não é tão comumente solicitada pelos médicos — que acreditam que nem sempre a melhor opção para o paciente é passar por um procedimento cirúrgico.
Se você não sabe quando é necessário realizar a cirurgia, nós vamos explicar o que são as amígdalas, quais as doenças mais comuns e os incômodos que fazem a intervenção necessária. Continue a leitura do post para saber mais!
O que são as amígdalas?
As amígdalas são estruturas localizadas na garganta, constituídas por tecido linfoide. Elas são ricas em glóbulos brancos e têm papel importante na imunidade e defesa de todo o organismo.
Durante a infância, o papel das amígdalas é essencial no combate a agentes nocivos, como vírus e bactérias. Esses microrganismos são inalados quando a pessoa tem contato com vírus de alguém já infectado, iniciando o processo de produção de anticorpos.
Na fase adulta, a função de proteção já não é tão importante quanto na infância. Assim, é errada a ideia de que a retirada das amígdalas pode causar uma queda na imunidade. Pelo contrário, mesmo que elas ainda sejam importantes, a retirada pode evitar que surjam algumas doenças e faz melhorar os quadros de amigdalite.
Quando a imunidade da criança está baixa ou, por causa de uma infecção mais grave, as amígdalas ficam inflamadas, o quadro é conhecido como amigdalite. Se os casos forem recorrentes, o médico pode recomendar a cirurgia para a retirada — é a amigdalectomia.
No entanto, a remoção das amígdalas não garante que a pessoa não tenha outras infecções na garganta, como laringite e faringite. Apenas é uma forma de evitar que elas ocorram com tanta frequência.
Quais os sintomas da amigdalite?
Muito além do desconforto causado pelas dores de garganta, algumas situações causam mal-estar, febre, falta de ar e até mesmo dificuldade para se alimentar.
Dessa maneira, a pessoa passa a não dormir bem, não se alimentar direito ou não apresenta melhoras com a tomada de medicamentos orais, como antibióticos e anti-inflamatórios.
Dessa forma, o incômodo causado pelo problema impossibilita que o paciente tenha uma vida normal, com sucessivos casos de infecção. Por isso, é importante buscar a ajuda de um profissional da saúde o quanto antes.
Quando fazer cirurgia nas amígdalas?
Desde o início dos anos 1970, muitos pediatras e pais acreditavam que a retirada do órgão fosse a única maneira de curar as inúmeras dores de garganta que as crianças apresentavam.
Nos últimos anos, com o avanço da medicina e o conhecimento mais amplo acerca dos antibióticos e outros medicamentos, a cirurgia nas amígdalas só é indicada em situações bem específicas, como:
Pacientes que sofrem de apneia obstrutiva
Durante o sono, a pessoa tem um estreitamento da faringe, o que pode resultar em paradas da respiração à noite.
Infecções recorrentes
Dores de garganta, em especial as amigdalites, podem ser tratadas com medicamentos específicos. No entanto, se os episódios forem muito frequentes, como mais de sete vezes ao ano, a cirurgia pode ser recomendada pelo otorrinolaringologista.
Tumores nas amídalas
A retirada do órgão faz parte do tratamento contra os tumores malignos e é, muitas vezes, a melhor escolha para frear a doença.
Crescimento exagerado das amígdalas (hiperplasia)
Nesse caso, o crescimento é tão anormal que o paciente tem dificuldades para engolir e também para respirar (mais comum em crianças com baixo ganho de peso).
Nos casos de dores de garganta constantes ou quando a pessoa tem alguns desses sintomas, deve-se procurar um otorrinolaringologista para descobrir o que pode ser feito a fim de voltar a ter uma vida saudável e livre dos desconfortos causados por problemas nas amígdalas.
Como funciona a cirurgia nas amígdalas?
A amigdalectomia é uma cirurgia relativamente rápida e simples. Demora cerca de meia hora, mas necessita de anestesia geral e internação. O cirurgião retira as amígdalas pela boca, sem precisar fazer incisões na pele do lado exterior.
Não é preciso retirar os pontos depois do procedimento — a cicatrização ocorre de forma natural. No entanto, é necessário ficar atento ao período pós-operatório, com alguns cuidados específicos.
Esses cuidados são importantes, pois são formadas pequenas placas brancas, que costumam ser confundidas com infecções. Apesar de normais, elas não devem se desprender de forma brusca, podendo causar sangramentos. Assim, depois da cirurgia o paciente deve:
- fazer repouso total por cerca de uma semana ou pelo tempo que o médico determinar;
- fazer repouso relativo, evitando apenas atividades que exijam muito esforço por cerca de 30 dias ou até quando o cirurgião recomendar;
- evitar movimentos que possam provocar o desprendimento das placas;
- não usar medicamentos que prejudiquem a coagulação, como a aspirina;
- alimentar-se apenas de líquidos (chás, leite, sucos não ácidos e sorvetes) em temperatura ambiente ou gelados no primeiro dia de recuperação;
- ingerir líquidos e alimentos pastosos no segundo e terceiro dias (incluir sopas e caldos, por exemplo);
- começar a comer alimentos moles, como purê de batata e arroz bem cozido, a partir do quarto dia;
- escovar apenas os dentes da frente nos primeiros dias;
- não gargarejar ou bochechar.
O pós-operatório como um todo dura cerca de 30 dias. Nesse período, é comum haver febre de até 38°C (acima disso é necessário procurar um serviço de saúde). Também é normal salivar pouco e eliminar uma secreção ou coágulos de sangue nas primeiras 24 horas. Em alguns casos, o paciente chega a vomitar.
Caso aconteça perda de sangue vermelho-vivo, é preciso buscar ajuda de um profissional. Já a dor de garganta e nos ouvidos (parecida com a amigdalite), que também é recorrente, pode ser combatida com o uso de analgésicos, conforme orientação do médico.
Hoje em dia, a cirurgia nas amígdalas continua sendo uma importante aliada no tratamento de muitos pacientes, oferecendo o alívio necessário em casos mais graves.
O procedimento é realizado com técnicas modernas, que ajudam na recuperação pós-operatória. No entanto, é preciso sempre procurar um médico.
Não espere mais para consultar um otorrinolaringologista. Marque uma consulta com um otorrinolaringologista perto de você.