Bula do Cloridrato de Metformina Glibenclamida Nova Química
Em substituição ao tratamento anterior com metformina e glibenclamida em adultos cuja glicemia é estável e bem controlada.
Contraindicação do Cloridrato de Metformina + Glibenclamida – Nova Química
O cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) é contraindicado em pacientes hipersensíveis ao cloridrato de metformina, à glibenclamida ou à outra sulfonilureia e sulfonamidas, ou ainda a qualquer outro componente de sua formulação; em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (insulino-dependentes), ou se ocorrer perda grave do controle do diabetes chegando ao pré-coma ou cetose; em pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina lt; 60 mL/min) ou hepática; em pacientes com condições agudas com potencial para alterar a função renal, tais como: desidratação, febre, infecção grave, choque; em pacientes com doenças agudas ou crônicas susceptíveis de causar hipóxia tissular, como insuficiência cardíaca ou respiratória, infarto do miocárdio recente e choque.
É contraindicado também na porfiria; em cirurgia eletiva de grande porte; exames radiológicos envolvendo o uso de contrastes iodados intravasculares; em caso de uso de miconazol (inclusive por via tópica); caso haja ingestão excessiva de álcool (diária ou eventual) e durante a lactação.
Como usar o Cloridrato de Metformina + Glibenclamida – Nova Química
O cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) deve ser administrado junto às refeições e iniciado com uma dose baixa, que deve ser aumentada gradualmente, objetivando-se evitar a ocorrência de hipoglicemia (principalmente devido à glibenclamida), reduzir os efeitos colaterais gastrointestinais (principalmente devidos à metformina) e permitir a determinação da dose mínima efetiva para o controle adequado da glicemia, considerando-se a individualidade de cada paciente.
Ao início do tratamento e durante o ajuste da dose, recomenda-se monitoramento apropriado da glicemia com vistas à determinação da resposta terapêutica a cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) e identificação da dose mínima eficaz para o paciente. Em seguida, para acessar a efetividade do tratamento, a HbA1c (hemoglobina glicada) deve ser medida a intervalos de 3 meses, aproximadamente (este parâmetro é um melhor indicador do controle glicêmico a longo prazo que a glicemia).
O objetivo terapêutico em todos os pacientes com diabetes tipo 2 é reduzir a FPG (glicemia plasmática de jejum), PPG (glicemia plasmática pósprandial) e a HbA1c a níveis normais ou tão próximos do normal quanto possível.
Uso em pacientes previamente tratados (terapia de segunda linha)
Em pacientes não adequadamente controlados com glibenclamida (ou outra sulfonilureia) ou metformina, administradas isoladamente, a dose inicial recomendada é de um comprimido de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) 500 mg + 2,5 mg ou de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) 500 mg + 5 mg uma vez ao dia, junto ao café da manhã. Para evitar hipoglicemia, deve-se observar que a dose inicial de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) não contenha quantidade superior de glibenclamida (ou dose equivalente de outra sulfonilureia) ou metformina àquela previamente em uso pelo paciente.
Os aumentos da dose diária não devem exceder ao equivalente a 500 mg de cloridrato de metformina e 5 mg de glibenclamida por dia a cada 2 semanas, até o alcance da dose mínima efetiva para um controle adequado da glicemia, ou até a dose máxima diária de 2.000 mg de cloridrato de metformina/20 mg de glibenclamida.
Nos pacientes previamente tratados com terapia combinada de glibenclamida (ou outra sulfonilureia) e metformina, se trocada para cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) a dose inicial não deve exceder a dose diária de glibenclamida (ou a dose equivalente de outra sulfonilureia) e de metformina previamente em uso pelo paciente. Em seguida a esta troca, os pacientes devem ser monitorados cuidadosamente para sinais e sintomas de hipoglicemia e, para os aumentos de dose com vistas ao alcance do controle adequado da glicemia, deve-se proceder como descrito imediatamente acima.
O aumento da dosagem não deve exceder ao equivalente a 500 mg de cloridrato de metformina e 5 mg de glibenclamida por dia a cada 2 semanas até o alcance da dose mínima efetiva para um controle adequado da glicemia. Pacientes devem ser monitorados cuidadosamente para sinais e sintomas de hipoglicemia.
Dose Máxima
A dose máxima é de 2.000 mg de cloridrato de metformina/20 mg de glibenclamida por dia.
Posologia
Os comprimidos devem ser administrados com uma refeição. O regime de dosagem deve ser ajustado de acordo com os hábitos alimentares de cada indivíduo. No entanto, qualquer administração deverá ser seguida por uma refeição com níveis de carboidratos suficientes para prevenir a hipoglicemia.
Pacientes devem evitar álcool quando fizerem uso de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa).
Ingestão de comprimidos
- Uma vez ao dia, pela manhã (café da manhã) se for administrado 1 comprimido por dia;
- Duas vezes ao dia, pela manhã (café da manhã) e à noite (jantar) se forem administrados 2 ou 4 comprimidos por dia;
- Três vezes ao dia, pela manhã (café da manhã), tarde (almoço) e noite (jantar), se forem administrados 3 comprimidos ao dia.
Quando cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) tiver que ser coadministrado com colesevelam, recomenda-se que a tomada de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) seja feita pelo menos 4 horas antes do colesevelam, a fim de minimizar o risco de redução da absorção.
Doses perdidas
Não se deve dobrar a dose seguinte caso haja esquecimento de uma das doses. Deve-se tomar a próxima dose normalmente.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Precauções do Cloridrato de Metformina + Glibenclamida – Nova Química
Acidose láctica
A acidose láctica é uma complicação metabólica rara, porém grave (com elevada mortalidade caso não se proceda a um tratamento imediato), que pode ocorrer devido à acumulação de metformina.
Foram descritos casos de acidose láctica em pacientes submetidos a tratamento com metformina, principalmente em diabéticos com insuficiência renal significativa. A incidência de acidose láctica pode e deve ser reduzida, determinando-se outros fatores de risco associados, tais como diabetes mal controlada, cetose, jejum prolongado, consumo excessivo de álcool, insuficiência hepática e qualquer condição associada com hipóxia.
Diagnóstico:
O risco de acidose láctica deve ser considerado no caso de aparecimento de sinais inespecíficos como cãibras musculares com perturbações digestivas, tais como dores abdominais e astenia grave. A acidose láctica é caracterizada por dispneia acidótica, dor abdominal e hipotermia, seguida de coma.
Os resultados das análises laboratoriais revelam uma queda no pH sanguíneo, níveis de lactato no plasma acima de 5 mmol/L, e um aumento do gap aniônico e da relação lactato/piruvato. Caso se suspeite de acidose metabólica, a administração do metformina deverá ser suspensa e o paciente imediatamente hospitalizado.
Hipoglicemia
Por conter uma sulfonilureia, cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) pode expor o paciente ao risco de hipoglicemia. Após o início do tratamento, uma titulação progressiva das doses pode prevenir o aparecimento de hipoglicemia.
Este tratamento deve somente ser prescrito se o paciente cumprir um horário regular das refeições (incluindo desjejum). É importante que a ingestão de carboidratos seja regular, uma vez que o risco de hipoglicemia é aumentado por atraso nos horários das refeições e ingestão insuficiente ou desequilibrada de carboidratos. Hipoglicemia é mais provável de ocorrer em dietas com restrição calórica, após exercícios físicos intensos ou prolongados, ingestão de álcool ou durante administração de agentes hipoglicêmicos associados.
Diagnóstico:
O cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) é capaz de produzir hipoglicemia ou sintomas hipoglicêmicos como cefaleia, fome, náuseas, vômitos, cansaço extremo, distúrbios do sono, inquietação, agressividade, falta de concentração e de reação, depressão, confusão, dificuldade de discurso, distúrbios visuais, tremores, paralisia e parestesia, tonturas, delírios, convulsões, sonolência, perda da consciência, respiração superficial e bradicardia.
Devido à contrarregulação causada pela hipoglicemia, podem ocorrer sudorese, medo, taquicardia, hipertensão, palpitações, angina e arritmia. Esses últimos sintomas podem estar ausentes quando a hipoglicemia se desenvolver lentamente, em caso de neuropatia autonômica ou quando os pacientes fazem uso de betabloqueadores, clonidina, reserpina, guanetidina ou outros simpaticomiméticos.
O risco de hipoglicemia apresenta-se aumentado quando a ingestão calórica é deficiente, quando exercícios intensos não são compensados com adequada suplementação calórica, ou durante uso concomitante com outros agentes hipoglicemiantes ou álcool. Insuficiência renal ou hepática podem causar elevação dos níveis dos fármacos, tanto da glibenclamida quanto do cloridrato de metformina e a insuficiência hepática pode também diminuir a capacidade gliconeogênica, fatos que aumentam o risco de reações hipoglicêmicas.
Pacientes idosos, debilitados ou mal-nutridos e aqueles com insuficiência suprarrenal ou hipofisária, ou intoxicação alcoólica, são particularmente suscetíveis a efeitos hipoglicêmicos.
Pode-se ter dificuldade de reconhecer a hipoglicemia no paciente idoso e naqueles que estejam usando bloqueadores beta-adrenérgicos. A seleção adequada de pacientes e dosagem e instruções adequadas ao paciente são importantes para reduzir o risco de episódios hipoglicêmicos. Caso o paciente vivencie repetidos episódios de hipoglicemia, que sejam severos ou associados à situação, tratamentos antidiabéticos opcionais diferentes de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) devem ser levados em consideração.
Controle da hipoglicemia:
Sintomas moderados de hipoglicemia sem perda de consciência ou manifestações neurológicas devem ser corrigidos com a ingestão imediata de açúcar. Deve-se assegurar um ajuste da dose e/ou alterações no padrão das refeições. Reações graves de hipoglicemia com coma, convulsões ou outros sinais neurológicos são também possíveis e constituem uma emergência médica que exige tratamento imediato com administração de glicose intravenosa, quando a causa é diagnosticada ou suspeita, antes da hospitalização do paciente.
A cuidadosa seleção dos pacientes e das doses, bem como instruções adequadas para o paciente são importantes para reduzir o risco de episódios de hipoglicemia. Se o paciente apresentar episódios repetidos de hipoglicemia, que podem ser graves ou associados ao desconhecimento da situação, outras opções de tratamento antidiabético que não o cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) devem ser levados em consideração.
Fatores que favorecem a hipoglicemia:
- Administração concomitante de álcool, especialmente em jejum;
- Recusa ou incapacidade (mais particularmente em idosos) do paciente em cooperar;
- Desnutrição, refeições irregulares, falta de refeições, jejum ou alterações da dieta;
- Equilíbrio inadequado entre exercício físico e ingestão de carboidratos;
- Insuficiência renal, insuficiência hepática grave; Superdose com cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa);
- Alguns distúrbios endócrinos: insuficiência da tireoide, da hipófise e das glândulas suprarrenais;
- Administração concomitante de certos medicamentos.
Insuficiência renal e hepática
A farmacocinética e/ou farmacodinâmica de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) pode ser modificada em pacientes com insuficiência hepática ou renal grave. Caso hipoglicemia ocorra nesses pacientes, ela pode ser prolongada, devendo ser iniciado tratamento adequado.
Função renal:
Uma vez que a metformina é excretada pelo rim, recomenda-se que sejam determinados os níveis de creatinina sérica e a depuração de creatinina antes de se dar início ao tratamento e, posteriormente, de forma regular (pelo menos anualmente, em pacientes com função renal normal; pelo menos duas a quatro vezes por ano, em pacientes com níveis de creatinina sérica no limite superior da normalidade e em idosos).
Diminuição da função renal em idosos é frequente e assintomática. Deve-se ter especial cuidado em situações nas quais a função renal possa ser afetada, tais como início de tratamento com anti-hipertensivos, diuréticos ou anti-inflamatórios não esteroidais.
Desequilíbrio da glicemia
Em caso de cirurgia ou qualquer outra causa de descompensação do diabetes, deve ser instaurada terapia temporária com insulina em substituição ao tratamento com cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa). Os sintomas de hiperglicemia são aumento da frequência urinária, sede excessiva e pele seca.
Administração de contrastes iodados
A administração intravascular de meios de contraste iodados pode conduzir à insuficiência renal, induzindo acúmulo de metformina e risco de acidose lática. Desta forma, dependendo da função renal, o uso de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) tem que ser interrompido 48 horas antes do exame, ou na sua ocasião, não devendo serreiniciado senão 48 horas após a realização do mesmo, e apenas quando a função renal tiver sido reavaliada e considerada normal.
Cirurgia
O uso de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) terá que ser interrompido 48 horas antes de cirurgias eletivas maiores, podendo ser reiniciado não antes de 48 horas após a cirurgia, e somente após a função renal ter sido reavaliada como normal.
Ingestão de álcool
Álcool é conhecido por potencializar o efeito da metformina sobre o metabolismo dos lactatos. Os pacientes, portanto, devem ser prevenidos contra o consumo de álcool, agudo ou crônico, enquanto tratados com cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa). O álcool pode também aumentar o risco de hipoglicemia, devido a seu efeito sobre a atividade gliconeogênica do fígado.
Testes laboratoriais
Determinações periódicas da glicemia em jejum e da hemoglobina glicada (HbA1c) devem ser realizadas para monitorar a resposta terapêutica. Deve-se realizar o monitoramento inicial e periódico (pelo menos uma vez ao ano) dos parâmetros hematológicos (hemoglobina/hematócrito e contagem de células) e da função renal (creatinina sérica). Ainda que anemia megaloblástica seja observada raramente nos pacientes tratados com metformina, em caso de ser suspeitada deve-se excluir deficiência de vit. B12.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e utilizar máquina
Os pacientes devem ser alertados para os sintomas de hipoglicemia e aconselhados a ter cuidado ao dirigir ou utilizar máquinas.
Outras precauções
Em pacientes com deficiência da G6PD (Glicose-6-Fosfato-Desidrogenase) o tratamento com sulfonilureias pode levar a ocorrência de anemia hemolítica.
Por conter glibenclamida, que pertence à classe das sulfonilureias, o cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) deve ser utilizado com cautela nestes pacientes e uma alternativa sem sulfonilureia deve ser considerada.
Gravidez
Os estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas. Uma vez que estudos de reprodução em animais não são sempre preditivos da resposta humana, o cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) não deve ser utilizado durante a gravidez, a menos que seja absolutamente necessário.
Categoria de risco na gravidez: B.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Efeitos teratogênicos
Informações recentes sugerem fortemente que níveis de glicemia anormais durante a gravidez estão associados com uma alta incidência de anormalidades congênitas. Os especialistas recomendam que, durante a gravidez, deve ser usada a insulina para manter a glicemia tão próxima do normal quanto possível. Não existem estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas com cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) ou com seus constituintes (metformina e glibenclamida), considerados isoladamente. Igualmente, não foram realizados estudos em animais com cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa). Os dados referidos em seguida são baseados em estudos realizados com a metformina e a glibenclamida isoladamente.
Glibenclamida:
Foram realizados estudos sobre a reprodução em ratos e coelhos com doses até quinhentas vezes a dose humana diária máxima recomendada de 20 mg de glibenclamida, com base em comparações das áreas das superfícies corporais, que não revelaram evidências de prejuízos à fertilidade ou danos ao feto devidos à glibenclamida.
Cloridrato de metformina:
A metformina não foi teratogênica em ratos ou coelhos em doses até 600 mg/kg/dia. Esta dose corresponde a uma exposição de cerca de seis e duas vezes a dose humana diária máxima recomendada de 2.550 mg de metformina, respectivamente, com base em comparações das áreas das superfícies corporais. A determinação das concentrações fetais demonstrou que a placenta se constituiu numa barreira parcial à metformina.
Efeitos não-teratogênicos
Têm sido observados casos de hipoglicemia severa prolongada (4 a 10 dias) em recémnascidos de mães em tratamento com sulfonilureias. Este fato tem ocorrido mais frequentemente com o uso de agentes com meias-vidas prolongadas. Conforme dito anteriormente, não se recomenda o uso de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) durante a gravidez. Entretanto, se usado, deve ser descontinuado pelo menos duas semanas antes da data provável do parto.
Lactação
Embora não se conheça se a glibenclamida é excretada no leite humano, algumas sulfonilureias são conhecidas por serem excretadas por esta via. Estudos em ratas lactantes mostraram que a metformina é excretada no leite e alcança níveis comparados àqueles do plasma. Estudos similares não foram conduzidos em mulheres lactantes.
Uma vez que existe o risco potencial de hipoglicemia no lactente, uma decisão deve ser tomada, de descontinuação da amamentação ou da administração de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) levando em consideração a importância do medicamento para a mãe. Caso cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) seja descontinuado e somente dieta seja insuficiente para controlar a glicose sanguínea, deve ser considerada a terapia insulínica.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco
Uso pediátrico:
Não foi estabelecida a segurança e eficácia de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) em pacientes pediátricos.
Pacientes idosos:
Nos estudos clínicos realizados não se observaram diferenças, considerando-se eficácia e segurança, entre pacientes idosos e jovens, mas não se deve descartar uma possível maior sensibilidade de alguns pacientes idosos.
O cloridrato de metformina é conhecido por ser substancialmente excretado pelo rim e como o risco de reações adversas sérias ao fármaco é maior em pacientes com insuficiência da função renal, o cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) somente deve ser usado em pacientes com função renal normal.
Uma vez que o envelhecimento associa-se à redução da função renal, o cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) deve ser usado com cautela em pacientes idosos. Deve-se ter cuidado na determinação da dose, o que deve ser feito com base em monitoramento cuidadoso e regular da função renal. De uma maneira geral, os pacientes idosos não devem ser tratados com a dose máxima recomendada de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa).
Reações Adversas do Cloridrato de Metformina + Glibenclamida – Nova Química
Podem ocorrer as reações indesejáveis descritas a seguir. As frequências são definidas em:
- Muito comuns (gt; 1/10);
- Comuns (1/100 e lt; 1/10);
- Incomuns (gt; 1/1.000 e lt; 1/100);
- Raras (gt; 1/10.000 e lt; 1/1.000);
- Muito raras (lt; 1/10.000).
Sistema sanguíneo e linfático (reversíveis com a descontinuação do tratamento)
Raras:
Leucopenia, trombocitopenia.
Muito raras:
Agranulocitose, anemia hemolítica, aplasia da medula óssea e pancitopenia.
Metabolismo e nutrição
Hipoglicemia.
Incomuns:
Crises de porfiria hepática e porfiria cutânea.
Muito raras:
Acidose lática. Diminuição da absorção de vitamina B12, com redução dos níveis séricos durante tratamento a longo prazo com metformina. Recomenda-se consideração da etiologia se o paciente apresentar anemia megaloblástica. Reações do tipo dissulfiram com a ingestão de bebidas alcoólicas.
Sistema nervoso central
Comuns:
Distúrbios do paladar.
Visão
Distúrbios visuais transitórios podem ocorrer no início do tratamento em função da redução da glicemia.
Distúrbios gastrointestinais
Muito comuns:
Náusea, vômito, diarreia, dor abdominal e perda do apetite.
Estas reações ocorrem mais frequentemente durante o início do tratamento e regridem espontaneamente na maioria das vezes. Para preveni-las, recomenda-se que o produto seja administrado em 2 ou 3 tomadas diárias. Um lento aumento da dose também pode melhorar a tolerabilidade gastrointestinal.
Distúrbios hepatobiliares
Muito raras:
Anormalidades em testes da função hepática ou hepatite requerendo descontinuação do tratamento.
Pele e tecido subcutâneo
Raras:
Reações cutâneas como prurido, urticária, erupção máculopapular. Muito raras: angiíte alérgica cutânea ou visceral, eritema multiforme, dermatite exfoliativa, fotossensibilização, urticária evoluindo para choque. Pode ocorrer reação cruzada com sulfonamidas e seus derivados.
Exames laboratoriais
Incomuns:
Elevações medianas a moderadas nas concentrações séricas de uréia e creatinina.
Muito raras:
Hiponatremia.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Interação Medicamentosa do Cloridrato de Metformina + Glibenclamida – Nova Química
Associações contraindicadas
Relacionadas com a glibenclamida
Miconazol (via sistêmica ou tópica):
Aumento do efeito hipoglicemiante com possível aparecimento de manifestações hipoglicêmicas, ou mesmo coma.
Relacionadas com a metformina
Meios de contraste iodados:
Dependendo da função renal, cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) tem que ser interrompido 48 horas antes do exame, ou na ocasião do exame, senão 48 horas após a realização do mesmo, e apenas quando a função renal tiver sido reavaliada e considerada normal.
Associações não recomendadas
Relacionadas com sulfonilureias
Álcool
Síndrome antabuse (intolerância ao álcool) tem ocorrido muito raramente após o uso concomitante de álcool e glibenclamida. A ingestão de álcool pode aumentar a ação hipoglicemiante (via inibição de reações de compensação ou retardando sua inativação metabólica), o que pode facilitar o aparecimento de um coma hipoglicêmico e evitar o consumo de álcool e medicamentos contendo álcool.
Fenilbutazona (via sistêmica)
Aumento do efeito hipoglicemiante das sulfonilureias (deslocamento da sulfonilureias dos locais de ligação às proteínas e/ou diminuição da sua eliminação). Recomenda-se o uso de outro agente anti-inflamatório com menos interações, ou então advertir o paciente e aumentar o automonitoramento; se necessário, a dose poderá ser ajustada durante o tratamento com o anti-inflamatório e após sua interrupção.
Relacionadas com a glibenclamida
Bosentana
Risco aumentado de hepatotoxicidade caso a bosentana seja administrada com a glibenclamida, recomendando-se que seu uso seja evitado; o efeito hipoglicêmico da glibenclamida também pode ser reduzido.
Relacionadas com a metformina
Álcool
Aumento do risco de acidose lática no caso de intoxicação alcoólica aguda, especialmente em situações de jejum ou má nutrição e falência hepatocelular.
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de medicamentos contendo álcool.
Associações a serem empregadas com cautela
Relacionadas com todos os agentes antidiabéticos
Medicamentos com atividade hiperglicêmica intrínseca, como glicocorticoides, tetracosactida (vias sistêmica e local), agonistas beta-2, danazol, clorpromazina em altas doses de 100 mg ao dia, diuréticos: pode ser necessário um controle mais frequente da glicose sanguínea, notadamente no início do tratamento.
Caso necessário, ajustar a dose de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) durante tratamento com o outro medicamento e após sua interrupção.
Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (como captopril e enalapril): inibidores da ECA podem reduzir os níveis de glicose sanguínea.
Caso necessário, ajustar a dose de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) durante tratamento com inibidor da ECA e após sua interrupção.
Relacionadas com a metformina
Diuréticos, especialmente os de alça, podem aumentar o risco de: acidose láctica devido ao seu potencial para diminuir a função renal (além do seu efeito hiperglicêmico intrínseco, conforme descrito acima).
Relacionadas com a glibenclamida
Betabloqueadores
Todos os betabloqueadores mascaram alguns dos sintomas da hipoglicemia: palpitações e taquicardia. A maioria dos betabloqueadores não cardiosseletivos aumenta a incidência e gravidade da hipoglicemia. Advertir o paciente e aumentar o automonitoramento da glicemia, principalmente no início do tratamento.
Clonidina, reserpina, guanetidina ou agentes simpaticomiméticos
Podem mascarar os sintomas de advertência de uma crise hipoglicêmica. Advertir o paciente e aumentar o automonitoramento da glicemia, principalmente no início do tratamento.
Fluconazol
Aumento do tempo de meia-vida da sulfonilureia com possível início de manifestações hipoglicêmicas. Advertir o paciente e aumentar o automonitoramento da glicemia, e se necessário ajustar a dose do antidiabético durante o tratamento com fluconazol e após sua interrupção.
Desmopressina
Redução da atividade antidiurética.
Colesevelam
Quando coadministrado simultaneamente, a concentração plasmática de glibenclamida é reduzida, o que pode levar a uma diminuição do efeito hipoglicemiante. Este efeito não foi observado quando a administração da glibenclamida respeitar certo intervalo de tempo.
É recomendado que cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) seja administrado pelo menos 4 horas antes de colesevelam, a fim de minimizar o risco de absorção reduzida.
Outras interações que devem ser levadas em consideração
Ciprofloxacino
Uma possível interação entre glibenclamida e ciprofloxacino, um antibiótico do grupo das fluoroquinolonas, tem sido reportada, resultando em uma potencialização da ação hipoglicêmica da glibenclamida. O mecanismo desta interação não é conhecido.
Ação da Substância Cloridrato de Metformina + Glibenclamida – Nova Química
Resultados de Eficácia
A eficácia, segurança e tolerabilidade da associação fixa de glibenclamida e metformina foi comparada ao tratamento com glibenclamida ou metformina em monoterapia durante 16 semanas, demonstrando redução dos níveis de HbA1c 1,7% superior no grupo em uso da associação fixa versus o grupo em uso de glibenclamida em monoterapia e 1,9% superior no grupo em uso da associação fixa versus o grupo em uso de metformina em monoterapia.
Um estudo multicêntrico, duplo-cego analisou pacientes com diabetes tipo 2 com controle glicêmico inadequado (HbA1cgt;7% e lt;12%) com apenas dieta e exercício e comparou os benefícios de uma terapia inicial com associação fixa de glibenclamida e metformina versus monoterapia de glibenclamida e metformina durante 16 semanas. A associação fixa de glibenclamida e metformina ocasionou uma redução da HbA1c na linha de base (-2,27%) versus metformina (-1,53%) e glibenclamida (-1,90%). A associação fixa reduziu significativamente a glicemia de jejum e pós-prandial de 2 horas comparado com a monoterapia.
Um estudo retrospectivo que comparou as alterações na HbA1c de pacientes diabéticos tipo 2 novos à associação fixa de metformina e glibenclamida versus glibenclamida coadministrada com metformina (associação livre), demonstrou que o grupo tratado com associação fixa de metformina e glibenclamida obteve uma redução média na HbA1c 0,5% superior ao grupo em uso da metformina e glibenclamida em associação livre. A associação fixa de glibenclamida e metformina melhora significativamente o controle glicêmico em comparação à associação livre da glibenclamida e metformina em pacientes diabéticostipo 2 novos à terapia combinada.
Um estudo avaliou a eficácia e segurança de duas dosagens da associação fixa de glibenclamida e metformina, comparada às suas respectivas monoterapias em pacientes com diabetes tipo 2 inadequadamente controlados com o tratamento com metformina em monoterapia. O estudo demonstrou maiores reduções da HbA1c e da glicemia de jejum em pacientes que fizeram uso da associação fixa em comparação à monoterapia.
Características Farmacológicas
O cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) contém em sua formulação glibenclamida e cloridrato de metformina, dois agentes com mecanismos de ação diferentes e complementares, usados no controle glicêmico em pacientes com diabetes do tipo 2.
Mecanismo de ação
A metformina é uma biguanida com efeito anti-hiperglicêmico que permite reduzir a glicose plasmática basal e pós-prandial. Não estimula a secreção de insulina e, por isso, não produz hipoglicemia.
A metformina pode atuar através de 3 mecanismos:
- Redução da produção de glicose hepática, por inibição da gliconeogênese e da glicogenólise;
- No músculo, aumentando a sensibilidade à insulina, melhorando a captação e utilização de glicose periférica;
- E retardando a absorção de glicose no intestino.
A metformina estimula a síntese de glicogênio intracelular atuando ao nível da glicogêniosintetase. A metformina aumenta a capacidade de transporte de todos os tipos de transportadores de glicose de membrana (GLUT).
No ser humano, independentemente da sua ação sobre a glicemia, a metformina exerce efeitos favoráveis sobre o metabolismo lipídico. Tal efeito foi demonstrado com doses terapêuticas em ensaios clínicos controlados, a médio e a longo prazo: a metformina reduz o colesterol total, o colesterol LDL e os níveis de triglicerídeos. Até o momento, estes efeitos favoráveis no metabolismo lipídico ainda não foram demonstrados em ensaios clínicos conduzidos com a associação da metformina e glibenclamida.
A glibenclamida é uma sulfonilureia de segunda geração com uma meia-vida mediana: causa uma queda acentuada da glicemia por estimulação da liberação de insulina pelo pâncreas, sendo este efeito dependente da presença de células beta funcionais nas ilhotas de Langerhans. A estimulação da secreção de insulina pela glibenclamida, em resposta à ingestão de uma refeição, tem grande importância.
A administração de glibenclamida em diabéticos induz um aumento da resposta pós-prandial estimulada pela insulina. Este aumento das respostas pós-prandiais à secreção de insulina e de peptídeo-C persistem após pelo menos 6 meses de tratamento.
A metformina e a glibenclamida têm mecanismos e locais de atuação diferentes, porém suas ações são complementares. A glibenclamida estimula o pâncreas a secretar insulina, enquanto que a metformina reduz a resistência das células à insulina atuando a nível periférico (músculo esquelético) e na sensibilidade hepática à insulina.
De acordo com o “United Kingdom Prospective Diabetes Study” (UKPDS), estudo multicêntrico randomizado que acompanhou por cerca de 10 anos mais de 7.000 pacientes submetidos a diversos tratamentos para controle do diabetes Tipo 2, a metformina reduziu, de maneira significativa, as complicações e mortalidade associadas com a doença.
Estudos clínicos duplo-cegos e randomizados com cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa), envolvendo pacientes portadores de diabetes tipo 2 [(a) não satisfatoriamente controlados somente com dieta e exercícios, (b) não satisfatoriamente controlados com dieta, exercícios e dose máxima de uma sulfonilureia, e (c) não satisfatoriamente controlados com dieta, exercícios e dose próxima da máxima de metformina], evidenciaram o efeito aditivo sinérgico da glibenclamida e da metformina quando administradas conjuntamente, numa formulação em dose-fixa como cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) este tratamento proporcionou maiores reduções na HbA1c (hemoglobina glicosilada) FPG (glicemia de jejum) e PPG (glicemia pós-prandial), quando comparado com a administração isolada de glibenclamida e metformina.
Farmacocinética
A glibenclamida é rapidamente absorvida do trato gastrointestinal, com concentrações plasmáticas de pico sendo alcançadas dentro de 2 a 4 horas e observando-se níveis baixos, porém detectáveis, em 24 horas. Liga-se extensivamente às proteínas plasmáticas. A absorção pode ser mais lenta em pacientes hiperglicêmicos. É metabolizada, quase que completamente, no fígado e seu principal metabólito é muito pouco ativo. Aproximadamente 50% de uma dose oral são excretados na urina e 50%, por via biliar, nas fezes.
O cloridrato de metformina é lento e incompletamente absorvido no trato gastrointestinal; a biodisponibilidade de uma dose única de 500 mg é reportada como sendo de 50 a 60%, observando-se alguma redução se ingerida com alimentos. Liga-se pouco às proteínas plasmáticas, sendo excretado na urina, de forma inalterada. Sua meia-vida de eliminação plasmática é de 2 a 6 horas, após administração oral.
Em estudos de biodisponibilidade de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa), as AUCs (curvas de concentração plasmática versus tempo) médias da glibenclamida foram 18% e 7%, respectivamente, maiores que aquela da glibenclamida coadministrada com metformina em formulações isoladas. Considerando-se o mesmo parâmetro farmacocinético (AUC), a metformina do cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) foi bioequivalente à metformina coadministrada com glibenclamida em formulações isoladas. Após administração de um único comprimido de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) 500 mg/5 mg com uma solução de glicose a 20%, ou com uma de solução de glicose a 20% e alimento, não se observou efeito do alimento sobre a Cmáx (nível plasmático máximo alcançado) mas sim um efeito relativamente pequeno, para maior, do alimento sobre a AUC da glibenclamida.
O Tmáx (tempo para o pico de concentração plasmática) para a glibenclamida foi reduzido de 7,5 horas para 2,75 horas, com alimento, quando comparado aquele, do mesmo componente, quando o comprimido de cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa) foi administrado em jejum com uma solução de glicose a 20%. Não se observou efeito do alimento sobre a farmacocinética da metformina do cloridrato de metformina + glibenclamida (substância ativa).