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Causas da colite e da inflamação no intestino grosso

dr.consulta - homem em consultório médico sendo orientado por uma profissional de saúde sobre os cuidados e prevenção com a colite

As chamadas Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) acometem mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. 

A colite, em seus diferentes tipos, se destaca por ser uma das DII mais comuns. Só no Brasil, foram diagnosticados mais de 92 mil casos de retocolite ulcerativa entre 2012 e 2020, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

Diante do cenário apresentado, é fundamental entender o que é essa doença, quais são os seus diferentes tipos, causas, sintomas, tratamento e formas de prevenção.

5 principais causas

Conhecida por ser um quadro que gera desconforto e pode impactar negativamente a qualidade de vida do paciente, a colite é uma inflamação do intestino grosso que pode ser aguda ou crônica, afetando tanto o cólon quanto o reto. 

Normalmente, ela ocorre como consequência de:

  1. infecções;
  2. doenças autoimunes;
  3. isquemias (diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo);
  4. uso de determinados tipos de medicamentos;
  5. radiação.

Os diferentes tipos de colite

Imagem ilustrativa (GettyImages)

O termo colite é usado para diferentes condições que podem afetar tanto o cólon quanto o reto, duas estruturas que fazem parte do intestino. Por isso, existem diferentes tipos, que estão, normalmente, relacionados ao local onde a inflamação é identificada no intestino ou à sua origem. Entenda cada um:

Colite infecciosa

Ocorre quando bactérias, vírus ou parasitas se instalam no intestino. Normalmente, as Escherichia coli, Salmonella, Campylobacter jejuni, Mycobacterium tuberculosis e Clostridium difficile são algumas das responsáveis por causar infecções que resultam em colite.

No caso da colite por Mycobacterium tuberculosis, ou tuberculose intestinal, a doença fica mais restrita a países tropicais ou subdesenvolvidos. Pacientes que desenvolvem esse quadro costumam apresentar febre, dor no abdômen e diarreias intensas.

Retocolite ulcerativa

Assim definida quando a colite ocorre no reto, parte final do intestino grosso. No caso da retocolite ulcerativa, uma doença inflamatória intestinal crônica e autoimune, o quadro é caracterizado por episódios recorrentes de inflamação do reto e do cólon, que levam à formação de úlceras. Diarreia com sangue, febre e cólicas são bem típicas nessa variação.

A condição pode avançar para todo o intestino, sendo chamada também de colite ulcerativa. O quadro pode aparecer em qualquer idade, mas é mais comum que ela se desenvolva em pessoas de 20 e 40 anos. Uma das preocupações dessa enfermidade é o possível desenvolvimento de câncer de cólon

Colite pseudomembranosa

O uso de antibióticos pode levar a um desequilíbrio da microbiota intestinal. Quando isso ocorre, bactérias como a Clostridium difficile proliferam na região abdominal, essa bactéria é encontrada frequentemente no organismo, principalmente em recém-nascidos e adultos, e não gera complicações quando seus níveis são baixos no corpo.

Quando em excesso, porém, a bactéria libera toxinas que provocam inflamação no cólon e que resultam em quadros de diarreia intensa.

Colite isquêmica

Ocorre quando o fluxo sanguíneo necessário para as atividades do cólon está abaixo do ideal ou é interrompido. Pacientes com a colite isquêmica apresentam diarreia com sangue e dor abdominal, normalmente.

Colite por radiação

Acontece em pacientes submetidos à radioterapia pélvica, tratamento usado para câncer ginecológico, urológico e retal. Embora seja uma técnica importante para o tratamento desses cânceres, a radiação pode levar à destruição da mucosa na região, provocando inflamações e sangramentos.

Diverticulite

Identificada quando os chamados divertículos, uma estrutura semelhante a bolsas do intestino, inflamam. Seus sintomas são: febre, dor e sensibilidade na parte inferior do abdômen e pode ser acompanhada de infecções.

Colite nervosa

A também chamada Síndrome do Intestino Irritável (SII) não tem causa definida, mas é frequente em pacientes com histórico de crises de depressão, ansiedade, distúrbios do sono e outros quadros de saúde mental relatem sintomas associados à doença.

Os sintomas da colite nervosa são: desconforto e/ou dor abdominal recorrente, alteração na frequência e na consistência das evacuações.

Colite alérgica

A alergia alimentar acontece quando o corpo aciona mecanismos de defesa contra determinados tipos de alimento – em especial o leite. É importante lembrar, no entanto, que o alimento desencadeador da alergia pode variar de pessoa para pessoa. 

O quadro é conhecido também como proctocolite, com sintomas como cólicas intensas no abdômen e sangramento ao evacuar.

Saiba como é feito o diagnóstico

Para a conclusão de um caso de colite, é necessário a análise dos sintomas do paciente, além da realização de exames laboratoriais e de imagem. A necessidade de biópsia também pode surgir.

Entre os exames realizados para o diagnóstico estão:

É importante lembrar que o diagnóstico de qualquer doença deve ser realizado sempre por um profissional de saúde, que tem habilidades e conhecimentos técnicos para orientar sobre as melhores formas de tratamento.

Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso a diferentes especialidades médicas, inclusive a um gastroenterologista, que pode ajudar no diagnóstico de colite ou outras doenças e condições. 

Tratamento e prevenção

Para aliviar os sintomas da colite, algumas estratégias podem ser adotadas. Nem todo quadro necessita de uso de antibióticos. É o caso da colite infecciosa causada pela salmonella e pela bactéria Campylobacter jejuni, que costumam ser autolimitados – o que significa que a infecção se resolve após um tempo, sem intervenção medicamentosa.

O tratamento com medicamentos é usado, geralmente, em pacientes que apresentam disenteria (diarreia mais intensa) e febre alta, sugerindo ser bacteremia (presença de bactérias na corrente sanguínea). 

Pessoas com Aids, transplantadas, com doenças cardiovasculares ou crônicas, além das que usam qualquer tipo de prótese também podem precisar de antibióticos.

Certos tipos de colite não são preveníveis, como os autoimunes e de origem genética. No entanto, é possível adotar práticas que ajudam a evitar crises. Ter uma alimentação saudável, fazer o uso de medicamentos somente sob orientação médica, cuidar da redução do estresse, entre outras ações, contribuem para o bem-estar do intestino.

     Fontes:

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