A maioria das pessoas ainda acha que um relacionamento abusivo precisa ter brigas e agressão física. Certamente, esses são marcadores claros de que aquela relação não é saudável. Mas há outros comportamentos que também significam que um dos lados está abusando de seu poder no relacionamento.
No post de hoje, vamos entender melhor o que é um relacionamento abusivo, quais ações são sinais de que a relação está desequilibrada e de que forma a pessoa pode buscar auxílio com um profissional para sair dessa situação. Conhece alguém que está em uma relação tóxica? Leia este post e veja como ajudar!
O que é um relacionamento abusivo
A principal característica de uma relação abusiva é o jogo de controle a que um parceiro submete o outro. Em uma tentativa — quase sempre beirando o desespero — de não perder a outra pessoa, o abusador tenta controlar o máximo de aspectos da vida do parceiro.
O agressor costuma ser uma pessoa extremamente insegura e imatura, que não sabe lidar com a possibilidade da perda da pessoa amada. Por isso, ele tenta segurar seu parceiro ou sua parceira de qualquer jeito, e usa ferramentas violentas para isso.
Normalmente, essas relações são marcadas por um ciúme excessivo, frieza, chantagens emocionais e manipulação. Em casos extremos, podem resultar em agressões.
De acordo com dados do Ligue 180 (serviço para denúncias de violência contra a mulher), a maioria das vítimas são mulheres. Mas também é possível que o homem seja a vítima, e o relacionamento abusivo também acontece em relações homoafetivas.
Que problemas que ele traz para a vida
O relacionamento abusivo já seria uma situação inaceitável em si mesma. Mas é ainda mais grave, pois influencia praticamente todos os aspectos da vida da vítima.
O abuso emocional causa um trauma tão severo quanto uma agressão. A manipulação por que passam as vítimas de uma relação abusiva faz com que elas desenvolvam problemas de autoestima, e muitas chegam a ter depressão.
Uma das principais consequências desse sistema perverso é o isolamento da pessoa. A vítima, dominada pela visão do agressor, se afasta de amigos, colegas de trabalho e de sua própria família, o que torna o combate ao abuso ainda mais difícil.
Algumas pessoas são obrigadas a sair de seus empregos e parar de participar de eventos sociais, como cultos e prática de atividades físicas.
Como identificar um relacionamento abusivo
Identificar um abusador pode ser difícil, pois eles costumam ser bons manipuladores e se passam por ótimos companheiros. Mas listamos alguns comportamentos que indicam que aquela relação está desequilibrada:
- ter acesso a informações do celular ou e-mail sem permissão do outro;
- menosprezar a pessoa e suas realizações;
- ciúme exacerbado e insegurança;
- temperamento explosivo e possessividade;
- impedir que a pessoa encontre amigos e familiares e converse com eles (ou estimular que não o faça);
- fazer falsas acusações;
- chamar a pessoa de louca e desacreditar o que ela fala;
- proibir ou controlar coisas de cunho muito pessoal, como a roupa que o outro usa, a cor do batom e aonde ela pode ou não ir;
- pressionar a pessoa para que tenha relações sexuais.
Qual o papel de um psicólogo na superação
O relacionamento abusivo é um cenário complicado, pois é frequente o indivíduo não reconhecer que está em um. Manipulada pelo agressor, a vítima muitas vezes se sente culpada por tudo que está passando. Tendo isso em vista, livrar-se da relação tóxica é algo totalmente fora do horizonte dessa pessoa.
O papel do psicólogo, nesses casos, é fundamental. Em primeiro lugar, ele ajudará a vítima a perceber que está em um relacionamento abusivo. Depois, o profissional conduzirá a pessoa no caminho de restaurar sua autoestima.
Dessa forma, ela poderá quebrar o ciclo do relacionamento abusivo e, por fim, livrar-se dele sem cair nas chantagens do parceiro agressor. Esse processo possibilitará que a pessoa retome o curso normal de sua vida, volte a ter relações familiares e com amigos e retome seu desempenho normal no trabalho.
O relacionamento abusivo é um quadro complexo, mas que pode ser superado. Se reconheceu que alguém do seu círculo de convivência está passando por esse problema, ajude-a, convencendo-a a marcar uma consulta com um psicólogo.