Bula do Cordil
Como Cordil funciona?
Cordil é um antianginoso (reduz as dores fortes no peito), anti-hipertensivo (dilata os vasos sanguíneos reduzindo a pressão arterial) e antiarrítmico (estabiliza o ritmo do coração). A vantagem de Cordil em relação aos medicamentos semelhantes é que seu efeito ocorre de forma gradual, e isso o torna mais bem tolerado. O efeito se inicia cerca de 3 horas após ser tomado.
Contraindicação do Cordil
Você não deve usar Cordil se tiver problema no sistema que controla o ritmo do coração (nó sinoatrial) e/ou bloqueio atrioventricular de 2º ou 3º grau (problema que altera o ritmo do coração), a não ser que esteja usando marca-passo; pressão baixa; diminuição acentuada das batidas coração; mau funcionamento do coração; alergia a substância ativa ou a qualquer componente da fórmula; infarto agudo do miocárdio com problema na circulação de sangue para os pulmões (insuficiência cardíaca).
Este medicamento é contraindicado na gravidez.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Como usar o Cordil
Cordil deve ser tomado por via oral, com água, nos horários indicados.
A dose prescrita pelo seu médico pode variar de acordo com a sua idade e sintomas.
O tratamento deve ser iniciado com 30mg, 4 vezes ao dia, antes das 3 principais refeições do dia e ao deitar.
A dose deve ser aumentada aos poucos, de um em um, ou de dois em dois dias, se for preciso, até chegar a dose certa, que pode variar de 180mg a 240mg ao dia (60mg, 3 a 4 vezes ao dia), conforme recomendado pelo seu médico.
Pacientes idosos devem iniciar o tratamento com baixas doses, sob monitoramento médico.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e duração do tratamento.?
Não interrompa o tratamento sem conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando eu me esquecer de usar Cordil?
Continue tomando as próximas doses regularmente no horário habitual. Não duplique a dose na próxima tomada.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou de cirurgião-dentista.
Precauções do Cordil
Cordil não age rapidamente, porque a sua substância ativa se encontra na matriz do comprimido e é liberada aos poucos. Em alguns casos, essa matriz que não é absorvida no intestino e pode ser encontrada nas fezes. Isso não prejudica o funcionamento do medicamento, uma vez que a substância ativa já foi liberada e absorvida.
Você deve usar Cordil com cuidado se tiver bloqueio atrioventricular de 1° grau (problema que altera o ritmo do coração); mau funcionamento do coração, com diminuição dos batimentos do coração e pressão arterial excessivamente baixa. Nesses casos, será necessário o controle constante pelo seu médico.
Recomendam-se cuidados especiais nos casos de mau funcionamento do fígado ou dos rins e com pacientes que usam betabloqueadores (como propranolol, atenolol) ou digitálicos (como digoxina).
Não interrompa o uso de Cordil sem antes consultar seu médico. Você não deve interromper o tratamento de forma abrupta: deve se reduzir a dose gradualmente sob acompanhamento médico.
Dependendo da dose usada, podem ocorrer sintomas de pressão baixa. Em casos raros, pode ocorrer aumento das enzimas do fígado.
Reações Adversas do Cordil
Reações comuns
- Hipersensibilidade (alergia);
- Anorexia (falta de apetite);
- Dor de cabeça profunda;
- Queimação no peito.
Reações incomuns
- Tontura;
- Dor de cabeça;
- Bradicardia (batimento lento do coração);
- Bloqueio AV (problema com o ritmo do coração);
- Rubor (vermelhidão na face);
- Constipação (prisão de ventre);
- Enjoo;
- Dor abdominal;
- Desconforto estomacal;
- Erupção cutânea (rash – vermelhidão, descamação e coceira na pele);
- Mal-estar.
Reações raras
- Palpitação;
- Dispepsia (indigestão);
- Boca seca;
- Prurido (coceira);
- Urticária (placas elevadas na pele, geralmente com coceira);
- Sede;
- Edema periférico (inchaço nas pernas e pés);
- Hipotensão (queda da pressão);
- Sonolência;
- Insônia;
- Parada sinusal (parada no estimulo do coração);
- Dor no peito;
- Câimbras na batata da perna;
- Astenia (sensação de fraqueza);
- Icterícia (coloração amarelada dos olhos e da pele);
- Erupção eritematosa multiforme (erupções bolhosas da pele e mucosa);
- Fezes amolecidas e diarreia.
Reações com frequência desconhecida
- Sintomas do tipo Parkinson (como rigidez muscular, tremor no repouso, diminuição da mobilidade e instabilidade postural);
- Alterações no ritmo e mau funcionamento do coração, hipertrofia gengival (crescimento excessivo da gengiva);
- Mau funcionamento do fígado;
- Síndrome de Stevens-Johnson;
- Necrólise epidermal;
- Eritema multiforme (manifestação grave na pele, com surgimento de bolhas);
- Dermatite esfoliativa (pele avermelhada, escamativa, espessa);
- Pústulas (lesões na pele ou mucosa com pus);
- Exantematosa generalizada aguda (vermelhidão, descamação e coceira na pele causados por vírus ou bactérias);
- Fotossensibilidade (sensibilidade à luz);
- Ginecomastia (crescimento das mamas em homens);
- Aumento das enzimas do fígado;
- Mau funcionamento dos rins;
- Assistolia (interrupção do estimulo elétrico ao coração);
- Parestesia (sensações estranhas na pele de frio, calor e formigamento);
- Tremor;
- Poliúria e/ou nictúria (aumento da urina durante o dia e/ou noite);
- Vômitos;
- Aumento de peso;
- Petéquias (pintas de sangue na pele);
- Aumento do fígado;
- Diminuição da contagem de plaquetas e leucócitos (células brancas);
- Dormência.
Você deve interromper o tratamento com Cordil se ocorrerem alguns desses sintomas:
- Tontura;
- Sensação de cabeça leve;
- Mau funcionamento do coração;
- Reações graves da pele;
- Inflamação da pele com esfoliação;
- Pele avermelhada;
- Bolhas;
- Lesões na pele ou mucosa com pus;
- Coceira;
- Febre;
- Erupção da pele;
- Alteração no funcionamento do fígado ou coloração amarelada de pele.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
População Especial do Cordil
Você não deve dirigir, operar máquinas ou desempenhar atividades perigosas, como trabalhar em lugares altos, durante o tratamento com Cordil, pois podem ocorrer tonturas.
Idosos devem usar Cordil com cautela, pois podem ter a duração do seu efeito aumentado.
Gravidez e Amamentação
O uso de cloridrato de diltiazem não é recomendado durante a gravidez ou caso você possa engravidar, e amamentação, por não haver estudos suficientes com essa população. Estudos em animais demonstraram malformações e toxicidade para a prole.
Se o tratamento com Cordil for considerado essencial, a amamentação deve ser interrompida durante o tratamento. Cordil é excretado no leite materno.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Composição do Cordil
Cada comprimido contém:
Cloridrato de diltiazem (equivalente a 55,15mg de diltiazem) | 60mg |
Excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes:
lactose, celulose microcristalina, dióxido de silício, estearato de magnésio e povidona.
Superdosagem do Cordil
Em caso de dose excessiva de Cordil, os sintomas variam conforme a quantidade ingerida. Pode ocorrer queda da pressão, batimentos cardíacos muito lentos, alteração no ritmo do coração, mau funcionamento do coração.
Antes mesmo de obter socorro médico, se o paciente estiver consciente, uma primeira medida que pode ser tomada é provocar o vômito.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação Medicamentosa do Cordil
O diltiazem é metabolizado principalmente pela enzima 3A4 (CYP3A4) do citocromo P450 e é um potencial inibidor competitivo da oxidação hepática pelo sistema do citocromo P450. O diltiazem aumenta a concentração sanguínea desses fármacos que são metabolizados pelo P450.
Portanto, o Cloridrato de Diltiazem (substância ativa) deve ser administrado com cautela quando coadministrado com fármacos que podem ser metabolizadas por esta enzima ou com fármacos que podem afetar a atividade desta enzima, como os descritos a seguir:
Anti-hipertensivos (como derivados do nitrato)
Os efeitos anti-hipertensivos podem ser intensificados. A pressão arterial deve ser aferida periodicamente para ajuste da dose.
Beta-bloqueadores (como bisoprolol, propranolol, atenolol)
Efeitos inotrópicos negativos e efeitos anti-hipertensivos intensificados, causando depressão da estimulação cardíaca e da condução cardíaca resultando em bradicardia, insuficiência cardíaca, hipotensão severa, bloqueio atrioventricular significativo, bloqueio sinoatrial, principalmente em pacientes com baixo desempenho cardíaco.
A monitoração de frequência cardíaca, pressão arterial e atenção aos sinais clínicos de insuficiência cardíaca são fundamentais, principalmente em pacientes com comprometimento da função ventricular esquerda clinicamente importante.
A frequência cardíaca deve ser monitorada periodicamente, e realizado eletrocardiograma conforme necessário. Caso alguma anomalia seja observada, a dose deve ser reduzida ou o uso interrompido.
Foram relatados prolongamento do segmento QT e arritmia ventricular na coadministração de terfenadina com outros agentes antiarrítmicos (fosfato de disopiramida).
Deve se ter um cuidado maior na tríplice administração de diltiazem, digitálicos e beta-bloqueadores.
Digitálicos (digoxina, metildigoxina)
Pode ocorrer aumento das concentrações plasmáticas dos digitálicos, intensificando a depressão da estimulação cardíaca e condução cardíaca. O risco de bradicardia pode aumentar.
Pode ocorre bloqueio atrioventricular, além de sintomas tóxicos (como náuseas, vômitos, cefaleia, tontura, visão anormal).
A presença ou ausência de toxicidade digitálica deve ser observada periodicamente e acompanhado de monitoramento cuidadoso, incluindo eletrocardiograma. As concentrações sanguíneas dos digitálicos devem ser medidas conforme necessário.
Caso alguma anomalia seja observada, a dose deve ser reduzida ou o uso interrompido. Deve ser dada particular atenção à terapia tríplice de diltiazem, digitálicos e beta-bloqueadores.
Agentes antiarrítmicos (amiodarona, mexiletina)
A amiodarona aumenta de forma significante as concentrações plasmáticas de diltiazem, intensificando assim a depressão da estimulação cardíaca e condução cardíaca, podendo ocorrer bradicardia, bloqueio atrioventricular, parada sinusal e redução do débito cardíaco com risco à vida.
A frequência cardíaca deve ser monitorada periodicamente, e realizado eletrocardiograma conforme necessário. Caso alguma anomalia seja observada, a dose deve ser reduzida ou o uso interrompido.
Antagonistas do cálcio diidropiridínicos (nifedipino, anlodipino)
Aumento da concentração sanguínea do antagonista do cálcio diidropiridínico, podendo ocorrer efeito anti-hipertensivo intensificado. Os sintomas clínicos devem ser periodicamente observados.
Midazolam (sedativo hipnótico)
Aumento das concentrações sanguíneas de midazolam, podendo ocorrer aumento dos efeitos sedativos e hipnóticos.
Carbamazepina (antiepiléptico, antimaníaco)
Pode ocorrer aumento das concentrações sanguíneas de carbamazepina, devido à inibição da enzima metabolizadora da carbamazepina pelo Cloridrato de Diltiazem (substância ativa), podendo causar sonolência, náusea, vômitos e tonturas.
Os sintomas clínicos devem ser observados periodicamente e se necessário, a dose deve ser reduzida ou o ou o uso interrompido.
Selegilina (antiparkinsoniano)
Pode ter seus efeitos tóxicos intensificados.
Teofilina (broncodilatador)
Pode ocorrer aumento das concentrações sanguíneas de teofilina, devido à inibição da enzima metabolizadora da teofilina pelo Cloridrato de Diltiazem (substância ativa), podendo causar náusea, vômitos, cefaleia e insônia.
Os sintomas clínicos devem ser observados periodicamente e se necessário, a dose deve ser reduzida ou o ou o uso interrompido.
Cilostazol (antiplaquetário)
Pode ter seus efeitos intensificados.
Vinorelbina (usado no câncer)
Pode ter seus efeitos intensificados.
Ciclosporina (imunossupressor)
Pode ocorrer aumento das concentrações sanguíneas de ciclosporina cerca de 25 a 100%, devido à inibição da enzima metabolizadora da ciclosporina pelo Cloridrato de Diltiazem (substância ativa), podendo causar problemas renais como nefrotoxicidade, sendo necessária a redução da dose.
Os sintomas clínicos devem ser observados periodicamente e a concentração plasmática da ciclosporina deve ser mensurada. Caso alguma anomalia seja observada, a dose deve ser reduzida ou o uso interrompido.
Tacrolimo (imunossupressor)
Aumento das concentrações sanguíneas de tacrolimo, podendo ocorrer distúrbios renais.
Fenitoína (antiepiléptico)
Aumento das concentrações sanguíneas de fenitoína, podendo ocorrer ataxia, tonturas, nistagmo. A fenitoína pode estimular o metabolismo de diltiazem, diminuindo assim sua concentração sanguínea e consequentemente seu efeito.
Estatinas (usadas para tratamento das dislipidemias)
Aumento das concentrações plasmáticas das estatinas, que por sua vez leva a ocorrências de eventos adversos do tipo mialgia, miopatia e raros casos de rabdomiólise.
Cimetidina (antagonista do receptor H2) e antirretrovirais inibidores da protease (ritonavir, saquinavir)
Inibem a enzima metabolizadora de Cloridrato de Diltiazem (substância ativa), podendo aumentar as concentrações sanguíneas de Cloridrato de Diltiazem (substância ativa). Pode ocorrer aumento do efeito anti-hipertensivo e bradicardia.
Os sintomas clínicos devem ser observados periodicamente e se necessário, a dose deve ser reduzida ou o ou o uso interrompido.
Drogas anestésicas (isofluorano, enflurano, halotano)
A depressão da estimulação cardíaca e condução cardíaca e vasodilatação podem ser intensificadas, podendo ocorrer bradicardia, bloqueio atrioventricular, parada sinusal.
Recomenda-se dosagem cuidadosa quando administradas concomitantemente e seu eletrocardiograma deve ser monitorado.
Relaxantes musculares (pancurônio)
Diltiazem pode inibir a liberação de acetilcolina das terminações pré-sinápticas da junção neuromuscular, intensificando os efeitos dos relaxantes musculares. Deve se ter cautela na administração concomitante.
Imipramina
O diltiazem aumenta em 30% a biodisponibilidade da imipramina, portanto pacientes em uso concomitante desta medicação devem ser monitorados de perto quanto a sinais e sintomas de toxicidade da imipramina.
Rifampicina (medicamento antituberculose)
Pode diminuir as concentrações sanguíneas de Cloridrato de Diltiazem (substância ativa), devido a indução da enzima metabolizadora de Cloridrato de Diltiazem (substância ativa) pela rifampicina.
Portanto, os efeitos do Cloridrato de Diltiazem (substância ativa) podem estar diminuídos. Os sintomas clínicos devem ser periodicamente observados e se necessário, devem ser tomadas medidas terapêuticas apropriadas.
Se forem observadas anormalidades, pode ser necessário aumentar a dose do diltiazem ou trocar para outros fármacos.
Anti-inflamatórios, não hormonais
Anti-inflamatórios, não hormonais, especialmente a indometacina, pode antagonizar o efeito do diltiazem.
Para todas as interações medicamentosas apresentadas anteriormente neste tópico recomenda-se que os sintomas clínicos sejam periodicamente observados e em casos de anormalidades a dose deve ser reduzida ou o uso interrompido.
Ação da Substância Cordil
Resultados da eficácia
Eficácia na Angina Pectoris crônica estável
Na avaliação da redução de episódios de angina estável, diversos estudos relatam a redução variando entre 50% a 88,5% por semana. Para a angina de esforço, a redução de episódios por semana, variou entre 42% a 73,6%.
A eficácia de diltiazida no tratamento de angina pectoris crônica estável foi avaliada por Glasser et al em um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, em grupos paralelos, controlado com placebo, com controle ativo (para um dos braços do estudo).
Foram admitidos pacientes adultos se cumprissem as condições a seguir:
- Tivessem angina crônica estável desencadeada por esforço físico e aliviada por repouso e uso de nitroglicerina sublingual;
- Tivessem doença arterial coronária documentada;
- Em duas visitas do período introdutório (run-in) fossem capazes de fazer esforço em esteira por 3-7 min;
- Desenvolvessem angina pectoris mais depressão do segmento ST do ECG em ?1mm (acrescentada a qualquer pequena depressão do ST preexistente), com persistência por ? 0,08 s além do ponto J.
A duração do exercício na esteira variou lt; 15% entre as visitas de qualificação.
Após o período introdutório de 2-3 semanas com placebo, os pacientes foram randomizados para grupos de tratamento com 180, 360 e 420mg ao deitar-se, 360mg pela manhã, e placebo.
Os designados para os grupos com 360 e 420mg iniciaram com uma dose de 240mg por 1 semana antes de aumentar para sua dose designada.
O período de tratamento com a dose designada foi de 2 semanas para todos os participantes.
Os participantes foram submetidos a um teste em esteira basal e final no período entre 18-20 horas (nível vale para os pacientes com administração noturna) e das 7-11 horas (nível vale para os pacientes com administração matinal). Um total de 311 pacientes concluiu o estudo.
Todas as doses com administração ao deitar-se mostraram um aumento significante (plt;0,03) na duração total do exercício no nível vale em comparação com o placebo; com a dose de 360mg ao deitar-se mostrando o maior aumento.
Entretanto, a dose matinal de 360mg mostrou um aumento não significante (p=0,06) no nível vale em comparação ao placebo. Todas as doses com administração ao deitar-se também mostraram um aumento significante (p?0,0002) na duração do exercício entre 7-11 horas em comparação ao placebo; a dose de 360mg ao deitar-se mostrou uma melhora de quatro vezes em comparação ao placebo, comparativamente à dose matinal.
O tempo para início da angina aumentou de forma significante para todas as doses ao deitar-se em comparação ao placebo tanto para o teste de esforço das 18-20 horas (plt;0,02) quanto para o teste das 7-11 horas (plt;0,03).
Apenas a dose de 360mg ao deitar- se mostrou um aumento significante (plt;0,03) no tempo para início da isquemia miocárdica para o teste de esforço entre 18-20 horas, mas para o teste entre 7-11 horas, todas as doses com administração ao deitar-se mostraram um aumento significante (plt;0,03) em relação ao placebo.
Eficácia no tratamento da Hipertensão
Em estudo da eficácia terapêutica de diltiazem como monoterapia para hipertensão 52% dos indivíduos foram considerados respondedores conforme pressão sistólica lt;140mm Hg; e 75%, conforme pressão diastólica lt;90mm Hg, após 4 a 8 semanas.
A eficácia de diltiazem foi avaliada em um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, em grupos paralelos de resposta à dose, e controlado com placebo realizado por Glasser et al. Doses de diltiazem 120, 240, 360 e 540mg/dia foram avaliadas comparativamente a 360mg/dia pela manhã e placebo.
Os adultos participantes foram admitidos ao estudo se cumprissem as condições a seguir:
- Sua PA média sistólica na posição sentada (sePAS) fosse lt;200mm Hg;
- Sua PA diastólica média na posição sentada (sePAD) fosse 100-114mm Hg (inclusive) em duas semanas consecutivas durante o período introdutório (run-in);
- Se suas duas medidas qualificatórias de sePAD não diferissem em gt;7mm Hg;
- Sua PAD ambulatória média diurna (amPAD) fosse 90-114mm Hg (inclusive) na avaliação basal.
Após um período inicial introdutório de 3-4 semanas com placebo, 429 homens e mulheres adultos (89,1% dos recrutados) realizaram um tratamento por 7 semanas.
As doses noturnas ? 240mg mostraram reduções da amPAD significantes, relacionadas à dose, entre o basal e a avaliação final (média dos quadrados mínimos para mudança entre basal e final na amPAD para as doses de 120, 240, 360 e 540mg foram respectivamente de -1,92, -4,26, -4,38 e -8,02mm Hg).
Além disto, a dose noturna de 360mg se associou com uma redução significantemente maior na amPAD entre as 6-12 horas do que a dose matinal de 360mg (média dos quadrados mínimos para a diferença entre os tratamentos foi de -3,3mm Hg; p=0,0004).
Foram obtidos resultados similares para a amPAS (média dos quadrados mínimos para a diferença entre os tratamentos foi de -5,32mm Hg; p=0,0004).
Ocorreram também reduções médias relacionadas à dose na frequência cardíaca (FC) desde o basal até a avaliação final, com reduções maiores no período entre as 6-12 horas. Em comparação ao placebo, apenas doses ?360mg mostraram reduções médias significantes (plt;0,05) da FC em 24 horas.
Estudo comparativo com anlodipino
Wright et al. comparou a eficácia da administração noturna de diltiazem com a administração matinal de anlodipino em um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, em grupos paralelos, com controle ativo, para avaliar a dose-para-efeito.
Os participantes foram admitidos se cumprissem as condições a seguir:
- Fossem adultos de etnia afro-americana;
- Sua sePAD em duas visitas consecutivas introdutórias fosse entre 90-109mm Hg (inclusive);
- Suas duas leituras de sePAD de qualificação não diferissem em mais de 8mm Hg;
- A média das duas sePAS medidas no mesmo dia fosse lt;180mm Hg;
- Sua amPAD fosse 85-109mm Hg (inclusive);
- Tivessem um intervalo PR no ECG lt;220 ms na avaliação basal;
- Se fossem diabéticos, seu diabetes deveria estar controlado; eles deveriam ter um esquema de trabalho diurno.
Após 3-4 semanas do período introdutório (run-in) com placebo, os pacientes foram randomizados para receber diltiazem 360mg à noite, ou anlodipino 5mg como dose diurna, e tratados por 6 semanas. Após 6 semanas, se a sePAS/sePAD do paciente fosse ?130/85, as doses eram aumentadas para diltiazem 540mg ou anlodipino 10mg nas 6 semanas seguintes; os pacientes com PA abaixo deste limite continuaram com a sua dose inicial nas 6 semanas seguintes.
Um total de 262 participantes concluiu as 12 semanas do estudo (97,8% dos recrutados).
O diltiazem mostrou reduções significantemente maiores da amPAD do que anlodipino para as primeiras 4 horas após o despertar (média dos quadrados mínimos para a diferença entre os tratamentos foi de 3,5mm Hg; plt;0,0049) e também entre as 6-12 horas (média dos quadrados mínimos para a diferença entre os tratamentos de 3,2mm Hg; plt;0,0019).
Não houve diferença significante na modificação desde o basal na amPAD média de 24 horas entre os tratamentos. Durante os três intervalos de tempo monitorados, diltiazem reduziu a FC, enquanto anlodipino aumentou a FC.
As reduções no produto frequência-pressão (RPP) foram significantemente maiores (p?0,0008) com o tratamento com diltiazem do que com anlodipino.
Estudo comparativo com ramipril
A eficácia de diltiazem foi comparada com ramipril por White et al em um estudo multicêntrico, duplo-cego, randomizado, em grupos paralelos de titulação até o efeito.
Os pacientes adultos foram admitidos ao estudo se cumprissem as condições a seguir:
- Sua sePAD fosse ?90 mas lt;100mm Hg durante duas semanas consecutivas do período introdutório de 3-4 semanas com placebo;
- Ao final do período introdutório sua amPAD fosse ?85 mas lt;109mm Hg.
Os pacientes que estavam recebendo terapia anti-hipertensiva foram submetidos a um período de depuração de 2 semanas antes do período introdutório. Após o período introdutório com placebo, os pacientes foram randomizados para 10 semanas de tratamento com diltiazem ou ramipril.
Durante as semanas 3 e 6 de tratamento, os pacientes foram titulados para doses mais altas (primeiro para 360 e então para 540mg para diltiazem; primeiro para 10 e depois para 20mg para ramipril) se a sua sePA fosse gt;130/85. Um total de 348 pacientes (91,2% dos recrutados) concluiu o estudo.
O diltiazem mostrou reduções significantemente maiores da amPA do que ramipril nas primeiras 4 horas após o despertar (média dos quadrados mínimos para a diferença entre os tratamentos foi 4,4mm Hg; plt;0,0023 para amPAS; 6,7mm Hg; plt;0,0001 para amPAD), e também para o período entre 6-12 horas (média dos quadrados mínimos para a diferença entre os tratamentos de 3,8mm Hg; plt;0,0045 para amPAS; 6,3mm Hg, plt;0,0001 para amPAD).
Os pacientes tratados com diltiazem também obtiveram maiores reduções na amPAD média de 24 horas, frequência cardíaca matinal e RPP, do que os tratados com ramipril.
Características Farmacológicas
Farmacodinâmica:
O diltiazem é um bloqueador dos canais de cálcio, que age inibindo a entrada do íon cálcio nas células ou a sua mobilização dos estoques intracelulares.
No tecido vascular, o diltiazem relaxa a musculatura lisa arterial. Entretanto, diltiazem não tem efeito no leito venoso.
No coração, o bloqueio dos canais de cálcio pode resultar num efeito inotrópico negativo, uma vez que, dentro do miócito, o íon cálcio é necessário para liberar o aparelho contrátil, permitindo que a interação actina-miosina cause a contração.
O diltiazem também possui efeito cronotrópico negativo, na medida em que diminui a condução atrioventricular e a frequência do marcapasso sinusal.
O diltiazem diminui a resistência vascular coronariana e aumenta o fluxo sanguíneo coronariano.
Causa diminuição da resistência vascular periférica e da pressão arterial sistólica e diastólica.
Em pacientes com doença isquêmica coronariana, diltiazem reduz o produto frequência cardíaca x pressão arterial durante o exercício, aumentando a tolerância ao exercício sem deprimir o desempenho cardíaco.
Na angina do peito por espasmos coronarianos, o efeito antianginoso do diltiazem deve-se à dilatação das coronárias epicárdicas e subendocárdicas.
Na angina de esforço, o diltiazem proporciona aumento da tolerância ao exercício físico, devido à redução do consumo de oxigênio do miocárdio: o diltiazem promove a redução da frequência cardíaca e da tensão arterial sistêmica, face à sobrecarga física submáxima e máxima, comparado com outros antagonistas do cálcio.
Os efeitos sobre o coração são acompanhados por diminuição da tensão arterial e da resistência periférica.
Farmacocinética:
Absorção
O diltiazem é quase completamente absorvido pelo trato gastrintestinal.
A concentração plasmática após administração oral de comprimidos de 60mg de diltiazem a adultos saudáveis do sexo masculino, alcançou o nível máximo após 3 a 5 horas da administração, e a partir de então diminuíram com em meia-vida de eliminação de 4,5 horas.
Com a admistração oral repetida, a concentração plasmática atingiu um estado de equilíbrio no segundo dia ou após.
A concentração plasmática foi de cerca de 40 ng/ml cerca de 2 a 4 horas após a administração em pacientes tratados em longo prazo com administração de 90mg/dia divididos em 3 doses.
Após dose oral única de 120mg da formulação SR obtêm-se níveis plasmáticos detectáveis após duas a três horas, e níveis plasmáticos de pico após 6 a 11 horas.
Metabolismo
O diltiazem sofre um extenso efeito de metabolismo de primeira passagem, resultando numa biodisponibilidade absoluta (em comparação à administração endovenosa) de cerca de 40%. A ligação de diltiazem com proteína é cerca de 80%. O diltiazem é submetido a extenso metabolismo, principalmente pela isoenzima CYP3A4 do citocromo P450.
Quando diltiazem foi administrado oralmente em adultos saudáveis do sexo masculino, as principais vias metabólicas foram desaminação oxidativa, desmetilação oxidativa, desacetilação, e conjugação.
Eliminação
Cerca de 2 a 4% da dose é excretada na urina como diltiazem inalterado e restante excretado como metabólitos na bile e urina. O diltiazem e seus metabolitos são pouco dialisáveis.
A meia-vida de diltiazem é relatada a ser cerca de 3 a 8 horas.
Cuidados de Armazenamento do Cordil
Durante o consumo este produto deve ser mantido no cartucho de cartolina, conservado em temperatura ambiente (15 a 30º). Proteger da luz e umidade.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico
O comprimido de Cordil 60mg é:
- Circular;
- De cor branca.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Dizeres Legais do Cordil
M.S. nº 1.0370. 0254
Farm. Resp.: Andreia Cavalcante Silva
CRF-GO nº 2.659
Laboratório Teuto Brasileiro S/A.
CNPJ – 17.159.229/0001 -76
VP 7-D Módulo 11 Qd. 13 – DAIA
CEP 75132-140 – Anápolis – GO
Indústria Brasileira
Venda sob prescrição médica.