Desde o momento em que é colocado, o aparelho ortodôntico exige um cuidado específico que não está relacionado apenas à garantia do resultado esperado, mas também a evitar uma série de prejuízos na saúde bucal e previne qualquer dano à estrutura do recurso utilizado no alinhamento do sorriso.
Tal tipo de atenção deve ser redobrado levando em conta o tempo necessário para finalizar o tratamento, seja qual for o motivo pelo qual ele foi indicado pelo ortodontista, o especialista nessa área dentro da Odontologia.
Como um aparelho ortodôntico funciona
De forma resumida, o dispositivo corretivo mais utilizado é formado por componentes como braquetes, elásticos e fios metálicos com o objetivo de aplicar a pressão necessária sobre os dentes e suas estruturas de sustentação. Essa força controlada consegue colocar a dentição na posição desejada, corrigindo o desalinhamento identificado.
São considerados vários fatores na identificação dessa necessidade, incluindo:
- dentes tortos ou apinhados (quando não há espaço para a dentição dentro da boca);
- grandes espaçamentos entre um dente e outro;
- posicionamento que dificulta o uso do fio dental ou a escovação adequada;
- a chamada má oclusão dentária, em que a parte de cima e de baixo da mordida não se encaixam perfeitamente;
- falta de dentes ou presença de dentes extras na cavidade oral;
- desconfortos na mandíbula (como dores e estalos, sobretudo ao acordar);
- dificuldades para mastigar, o que prejudica a ingestão de certos alimentos.
De acordo com dados publicados na Revista Paulista de Pediatria, pouco mais da metade dos adolescentes costumam necessita do tratamento com o tipo fixo metálico.
Isso, claro, não significa que o uso do recurso em adultos seja dispensável. No entanto, a intervenção ainda na infância/adolescência pode oferecer melhores resultados e encurtar a permanência com o item fixo.
Aparelho não é tudo igual
Foi-se a época em que estruturas com braquetes e fios aparentes eram a única opção disponível para a correção.
Embora esses aparelhos fixos metálicos ainda sejam utilizados (com algumas vantagens, como a eficiência no ajuste e o preço menor), é possível contar com alternativas com outras funcionalidades ou melhor apelo estético. Entre as mais comuns estão:
- fixo estético, que tem braquetes transparentes, feitos de porcelana, safira ou policarbonato;
- autoligado, que não exige aquelas borrachinhas coloridas e permite a ligação do fio direto no braquete, tornando o resultado mais discreto;
- lingual, que é colado na parte interna dos dentes, fazendo com que se torne quase imperceptível;
- alinhadores transparentes, que são moldados em uma resina praticamente invisível e são removidos facilmente;
- expansores, colocados no céu da boca (palato) para ampliar seu tamanho e ajudar no ajuste da mordida;
- extrabucais, que ficam na parte de fora da boca e conseguem aplicar mais pressão nos dentes e na mandíbula.
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O passo a passo nos cuidados com aparelho ortodôntico durante o tratamento
Todo o processo de colocação do mecanismo de correção pode demandar algumas consultas até ser concluído. O dentista pode solicitar uma consulta inicial de avaliação, solicitar radiografias específicas (como a famosa panorâmica, por exemplo) e confeccionar modelos de gesso da dentição. Esses materiais compõem a chamada documentação ortodôntica.
Esse período pode ser aproveitado ainda para corrigir outros aspectos da saúde bucal, como cáries e alterações na gengiva. Superadas essas etapas, o aparelho pode ser colocado, o que exige, normalmente, mais uma visita ao consultório.
Em média, o intervalo necessário de uso do recurso varia entre 12 e 36 meses, conforme a gravidade do desalinhamento identificado. Durante todo esse período, é necessário obedecer a orientações específicas para que tudo saia conforme esperado.
Seguir as visitas periódicas ao dentista
Lentamente, a pressão vai exercer o seu papel e modificar a posição dos dentes. Isso significa que os dispositivos instalados devem ser ajustados para ir, pouco a pouco, “moldando” a nova aparência do sorriso.
Esse é o primeiro aspecto que faz dos retornos constantes ao consultório tão importantes ao longo do tratamento ortodôntico. É nessa hora que tais ajustes finos são feitos. Durante essas consultas, o profissional pode ainda observar outros aspectos e garantir uma limpeza mais aprofundada de áreas de difícil acesso por conta de braquetes e fios.
Reforçar a higiene bucal
O aparelho ortodôntico exige uma escovação um pouco mais cuidadosa, variando conforme o modelo utilizado.
Portanto, uma escova ultramacia, com mais cerdas e que apresenta uma pequena lacuna no centro é mais útil em alguns casos.
O uso de um creme dental com flúor é indispensável, mas geralmente não há exigência de nenhum produto específico. A limpeza detalhada deve acontecer pelo menos três vezes ao dia, sempre depois das principais refeições.
Em paralelo, passar o fio dental de maneira correta também pode ser um desafio. Isso, claro, não significa que ele deve ser ignorado. Para isso, o chamado “passa-fio”, que pode ser encontrado em farmácias, e de fitas dentais, que são achatadas e mais finas, podem facilitar a missão.
Por fim, eventualmente há a recomendação do uso de antissépticos específicos, para o bochecho depois da escovação. Tudo isso tem um único objetivo: impedir o acúmulo de resíduos das refeições e, assim, prevenir o acúmulo de placa bacteriana. Esse material composto pelas bactérias presentes na boca é o principal responsável por cáries, gengivites e outras complicações.
Evitar determinados alimentos
A higienização se torna mais fácil se determinadas comidas forem deixadas de lado no dia a dia. De modo geral, o ideal é se abster de tudo aquilo que for pegajoso ou duro demais.
Qualquer guloseima grudenta, como chicletes e balas moles, pode se impregnar e ficar lá por um bom tempo. Já os alimentos rígidos, como sementes, castanhas e pipocas costumam deixar resíduos na região ou mesmo quebrar algum componente.
Não usar os dentes como ferramentas
Também com o objetivo de preservar a integridade do aparelho ortodôntico, não se deve abrir garrafas ou segurar objetos com a mandíbula ou qualquer outra aplicação de força exagerada com a dentição.
Tais atitudes têm o potencial de destruir algum bráquete, fio ou elástico. Roer unhas e mastigar pontas de caneta são outros hábitos que devem ser evitados ao máximo.
Considerar o uso de um protetor bucal em determinadas situações
Várias situações exigem uma proteção adicional para evitar danos ao aparelho e lesões potencialmente graves não apenas nos dentes, como também nas gengivas e nos lábios.
Logo, o indivíduo pode receber a recomendação do uso de protetores bucais (uma espécie de revestimento de borracha no molde da parte interna da boca) durante a prática de esportes com contato físico.
Na dúvida, o dentista responsável pelo acompanhamento deve orientar sobre qual o modelo de protetor adequado e o momento certo de utilizá-lo.
Procurar o profissional o quanto antes em casos de problemas
Entre uma visita e outra de manutenção, várias coisas podem acontecer com cada um dos pontos do aparelho. Um exemplo bem comum disso são braquetes e bandas que se soltam da fixação.
Não se deve jamais tentar corrigir tais alterações em casa. Cabe ter em mente ainda que deslocamentos frequentes atrasam o tratamento e aumentam seu custo.
Outros incômodos comuns são os machucados nas mucosas orais e a presença de aftas. Muito disso acontece pelo atrito do material com a boca, principalmente nas primeiras semanas ou meses após a colocação.
O uso das ceras ortodônticas previne essa complicação e ajudar na recuperação, protegendo o local atingido. Contudo, se as lesões não melhorarem, vale procurar um dentista.
Seguir a orientação adequada para o uso das contenções
A retirada do dispositivo fixo não significa que o tratamento ortodôntico está totalmente finalizado. É claro que isso pode ser um alívio, mas etapas adicionais costumam ser necessárias.
A utilização das contenções é uma das principais delas. Esses itens, móveis ou fixos, ficam geralmente posicionados na parte de trás dos dentes. O objetivo é estabilizar a movimentação de dentes e ossos, evitando que eles retomem o posicionamento anterior ao tratamento.
A contenção também exige cuidados específicos com a manutenção e a higiene, mas elas tendem a ser mais simples, uma vez que a estrutura é reduzida (e em muitos casos, removível).
Fontes: