Bula do Dilacoron
- Falta de oxigênio (isquemia) para o músculo do coração: sem angina (dor no peito); com angina após esforço; angina em repouso;
- Hipertensão arterial (pressão alta) leve e moderada: Dilacoron tem a vantagem de poder ser usado em pacientes com pressão alta e que também tenham asma (bronquite), diabetes, depressão, impotência sexual, doença em vasos cerebrais, varizes, doenças coronárias, colesterol alto, ácido úrico alto e também pode ser usado por idosos. Diminui a pressão nas crises de pressão alta;
- Previne as arritmias com batimento cardíaco rápido (taquicardias supraventriculares; flutter ou fibrilação atrial).
Como o Dilacoron funciona?
Dilacoron contém como substância ativa o cloridrato de verapamil, que bloqueia o fluxo de cálcio para dentro da célula do músculo do coração e das artérias (bloqueador do canal lento ou antagonista de íons cálcio).
O bloqueio dos canais de cálcio para as células musculares cardíacas e vasculares melhora a quantidade de oxigênio oferecida ao músculo do coração. Com mais oxigênio, o músculo do coração consegue relaxar mais e trabalhar melhor. Esse relaxamento muscular também acontece nos músculos das paredes dos vasos sanguíneos, onde o sangue vai poder circular mais facilmente (diminui a resistência vascular), diminuindo, assim, a pressão alta.
Dilacoron também atua na normalização da frequência cardíaca (número de vezes que o coração bate por minuto).
O tempo médio estimado para o início da ação farmacológica no organismo é de uma a duas horas após a administração oral.
Contraindicação do Dilacoron
Dilacoron é contraindicado para o uso por pessoas com hipersensibilidade ao cloridrato de verapamil ou a outros componentes da fórmula do medicamento.
Dilacoron é também contraindicado em casos de:
- Choque cardiogênico;
- Bloqueio atrioventricular de segundo ou terceiro grau (exceto em pacientes com marcapasso artificial em funcionamento);
- Síndrome do nódulo sinusal (exceto em pacientes com marca-passo artificial em funcionamento);
- Insuficiência cardíaca congestiva;
- Flutter ou fibrilação atrial na presença de feixe de condução acessório (por exemplo: síndrome de Wolff-Parkinson-White e Lown-Ganong-Levine). Estes pacientes correm risco de desenvolver taquicardia, incluindo fibrilação ventricular se cloridrato de verapamil for administrado;
- Combinação com medicamentos contendo ivabradina.
Como usar o Dilacoron
As doses de Dilacoron devem ser estudadas caso a caso pelo médico de acordo com a gravidade da doença, e tomadas, de preferência, com a alimentação ou logo após.
Os comprimidos devem ser engolidos com um pouco de água, e não devem ser mastigados nem chupados.
A experiência clínica mostra que a dose média do medicamento varia de 240 mg a 360 mg por dia, conforme orientação médica.
A dose máxima diária não deve passar de 480 mg para tratamentos longos, apesar de que uma dose maior que esta pode ser usada para tratamentos curtos. Não existe limitação para a duração do tratamento.
Dilacoron não deve ser interrompido subitamente após tratamentos longos, sendo recomendada uma diminuição gradual de dose.
Este comprimido não deve ser mastigado.
Posologia do Dilacoron
Dilacoron 80 mg
Adultos e adolescentes com peso maior que 50 kg
Isquemia miocárdica, taquicardias supraventriculares paroxísticas, flutter e fibrilação atrial
120 mg a 480 mg divididos em 3 ou 4 vezes ao dia (a cada 8 ou 6 horas) de acordo com a prescrição médica.
Hipertensão
120 mg a 480 mg divididos em 3 vezes ao dia (a cada 8 horas) de acordo com a prescrição médica.
Crianças (somente para distúrbios do ritmo cardíaco)
Até 6 anos
80 mg a 120 mg divididos em 2 a 3 vezes ao dia (a cada 12 ou 8 horas) de acordo com a prescrição médica.
De 6 a 14 anos
80 mg a 360 mg divididos em 2 a 4 vezes ao dia (a cada 12 ou 6 horas) de acordo com a prescrição médica.
Dilacoron 120 mg
Adultos e adolescentes com peso maior que 50 kg
Isquemia miocárdica, taquicardias supraventriculares paroxísticas, flutter e fibrilação atrial
120 mg a 480 mg divididos em 1 ou 2 vezes ao dia (a cada 24 ou 12 horas) de acordo com a prescrição médica.
Hipertensão
120 mg a 480 mg divididos em 1 ou 2 vezes ao dia (a cada 24 ou 12 horas) de acordo com a prescrição médica.
O cloridrato de verapamil alcança o pico de concentração plasmática após 4 a 5 horas da administração do medicamento.
A estimativa da dose liberada do medicamento, Dilacoron 120 mg comprimido revestido retard, no organismo por unidade de tempo segue na tabela abaixo:
Tempo de liberação do medicamento | Dose liberada do medicamento (%) após administração |
1 hora | 7,5% a 20% |
2 horas | 21% a 35% |
4 horas | 36% a 56% |
8 horas | Mínimo 70% |
10 horas | Mínimo 80% |
Pacientes com problemas no fígado
O médico deverá fazer um ajuste da dose, com doses menores no início do tratamento.
Pacientes com problemas nos rins
Dilacoron deve ser usado com cuidado e com acompanhamento cuidadoso dos pacientes.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando eu me esquecer de usar Dilacoron?
Se você se esqueceu de tomar o medicamento, tome uma dose assim que se lembrar. Se estiver perto da hora de tomar a próxima dose, você deve simplesmente tomar o próximo comprimido no horário usual. Não dobre a próxima dose para repor o comprimido que se esqueceu de tomar no horário certo.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Precauções do Dilacoron
Infarto Agudo do Miocárdio
Usar com cautela nos casos de infarto agudo do miocárdio complicados por bradicardia (batimentos cardíacos lentos), hipotensão acentuada (pressão baixa) ou disfunção ventricular esquerda.
Bloqueio cardíaco/ Bloqueio AV de primeiro grau/ Bradicardia/ Assistolia
Dilacoron age sobre os nódulos de AV (atrioventricular) e SA (sino atrial) e prolonga o tempo de condução atrioventricular. Utilizar com cautela no desenvolvimento de bloqueio AV de segundo ou terceiro grau. Nos casos de bloqueio do ramo unifascicular, bifascicular ou trifascicular há a necessidade de descontinuação do tratamento com cloridrato de verapamil e, se necessário, implementar um tratamento adequado.
Dilacoron age sobre os nódulos AV e SA e raramente permite evoluir para bloqueio AV de segundo ou terceiro grau, bradicardia e em casos extremos, assistolia. Isso é mais provável de ocorrer em pacientes com doença do nó sinusal, que é mais comum em pacientes idosos. Em pacientes que não possuem essa doença, assistolia, é geralmente de curta duração (alguns segundos ou menos) com retorno espontâneo do ritmo normal. Se o retorno não ocorrer rapidamente, deve ser iniciado tratamento adequado imediatamente.
Antiarrítmicos, betabloqueadores
Potencialização mútua de efeitos cardiovasculares (grau superior bloqueio AV, grau superior de frequência cardíaca, indução de insuficiência cardíaca e hipotensão potencializada).
Bradicardia assintomática (36 batidas/minuto) com uso de marcapasso atrial foram observados em um paciente recebendo concomitantemente colírio de timolol (bloqueador beta adrenérgico) e cloridrato de verapamil oral.
Digoxina
Se verapamil for administrado concomitantemente com digoxina, a dose de digoxina deve ser reduzida.
Insuficiência cardíaca
Pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção maior que 35% devem ser compensados antes do início do tratamento com cloridrato de verapamil.
Doença nas quais a transmissão neuromuscular é afetada
Dilacoron deve ser utilizado com cautela em pacientes com doenças nas quais a transmissão neuromuscular é afetada (miastenia grave, Síndrome de Eaton-Lambert, distrofia muscular de Duchenne avançada).
Inibidores da HMG-CoA Redutase (estatinas)
Ver item ‘Interações Medicamentosas’.
Uso em pacientes com insuficiência hepática (fígado)
O verapamil deve ser usado com cuidado em pacientes com função do fígado alterada. Nestes casos, a dose deve ser cuidadosamente ajustada.
Uso em pacientes com comprometimento da função renal (dos rins)
Estudos robustos comparativos demonstraram que o comprometimento da função renal não tem efeito sobre a farmacocinética do cloridrato de verapamil em pacientes no estágio final da insuficiência renal. Entretanto, alguns casos reportados sugerem que o cloridrato de verapamil deve ser usado com cautela e com acompanhamento cuidadoso em pacientes com comprometimento da função renal. O cloridrato de verapamil não pode ser removido por hemodiálise.
Flecainida
Um estudo com voluntários saudáveis mostrou que a administração concomitante de flecainida e cloridrato de verapamil pode apresentar efeitos aditivos na redução da contratilidade do miocárdio, prolongamento na condução atrioventricular e prolongamento da repolarização.
Disopiramida
Até o momento, as possíveis interações entre cloridrato de verapamil e disopiramida obtidas demonstram que disopiramida não deve ser administrada 48 horas antes ou 24 horas após a administração de cloridrato de verapamil.
Interações medicamentosas e testes laboratoriais
Caso você esteja usando alguma das substâncias a seguir, informe seu médico antes de iniciar o tratamento com Dilacoron. Ele lhe dará a melhor orientação sobre como proceder.
As substâncias que interagem potencialmente com o cloridrato de verapamil são:
Prazosina, terazosina, flecainida, quinidina, teofilina, carbamazepina, fenitoína, imipramina, glibenclamida, colchicina, claritromicina, eritromicina, rifampicina, telitromicina, doxorrubicina, fenobarbital, buspirona, midazolam, metoprolol, propanolol, digitoxina, digoxina, cimetidina, ciclosporina, everolimus, sirolimus, tacrolimus, atorvastatina, lovastatina, sinvastatina, almotriptana, sulfinpirazona, dabigatrana, ivabradina, suco de grapefruit (toranja e pomelo), erva de São João (Hypericum perforatum).
Informe seu médico quanto ao uso de:
Antiarrítmicos (procainamida), agentes antivirais anti-HIV (ritonavir, lopinavir), lítio, bloqueadores neuromusculares (gentamicina, tobramicina), ácido acetilsalicílico, álcool, estatinas, fluvastatina, pravastatina, rosuvastatina, anti-hipertensivos (furosemida, hidroclorotiazida, nifedipino), diuréticos, vasodilatadores (hidralazina, cinarizina, flunarizina). Estas substâncias, quando utilizadas com Dilacoron podem causar algumas alterações.
Foram observados nos testes laboratoriais:
Elevação das enzimas hepáticas (enzimas que demonstram a função do fígado) e elevação dos níveis de prolactina (hormônio que estimula produção de leite e aumento das mamas).
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Reações Adversas do Dilacoron
Reações adversas foram relatadas espontaneamente durante o período de pós-comercialização e durante estudos clínicos do produto.
As frequências de reações adversas são definidas como:
- Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento);
- Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento);
- Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento).
1Houve um único relato pós-comercialização de paralisia (tetraparesia) associada ao uso concomitante de verapamil e colchicina. O uso concomitante de verapamil e colchicina não é recomendado.
Informe ao seu médico, cirurgião dentista, ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também a empresa através do seu serviço de atendimento.
População Especial do Dilacoron
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas
Devido ao seu efeito anti-hipertensivo e dependendo da resposta individual, o cloridrato do verapamil pode afetar a habilidade de reação a ponto de prejudicar a habilidade de dirigir um veículo, de operar máquinas ou de trabalhar sob circunstâncias perigosas. Isso se aplica, principalmente, quando se inicia o tratamento, quando a dose é aumentada, quando há migração de outra terapia medicamentosa ou quando álcool é consumido concomitantemente. Verapamil pode aumentar o nível de álcool no sangue e retardar sua eliminação, com isso, os efeitos do álcool podem ser exacerbados.
Uso em idosos
As doses de Dilacoron devem ser estudadas caso a caso pelo médico, pois pacientes idosos apresentam uma resposta maior ao verapamil.
Uso pediátrico
Deve-se ter bastante cautela ao administrar cloridrato de verapamil a este grupo de pacientes.
Uso na gravidez (efeitos teratogênicos)
Não há dados adequados do uso de cloridrato de verapamil em mulheres durante a gravidez. Estudos em animais não indicaram efeitos danosos direta ou indiretamente com respeito à toxicidade reprodutiva. Como estudos de reprodução feitos com animais não preveem sempre a resposta em humanos, só se deve usar cloridrato de verapamil na gravidez quando for absolutamente necessário e se indicado pelo médico.
Lactante:
O cloridrato de verapamil pode atravessar a placenta, desta forma pode ser medido no cordão umbilical. O cloridrato de verapamil/metabólito são excretados no leite humano. Dados limitados para administração oral têm mostrado que a dose relativa do verapamil no lactante é baixa (0,1 – 1% da dose oral da mãe) e que o uso de verapamil pode ser compatível com a amamentação.
O risco para recém-nascido não pode ser excluído. Devido ao potencial de sérias reações adversas em lactentes, o verapamil deve ser usado durante a lactação somente se for essencial para o bemestar da mãe e se indicado pelo médico.
Informe ao seu médico ou cirurgião dentista se ocorrer gravidez ou iniciar amamentação durante o uso deste medicamento.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Composição do Dilacoron
Apresentações
Comprimido revestido de 80 mg:
Embalagem com 30 comprimidos.
Via oral.
Uso adulto e pediátrico.
Composição
Cada comprimido revestido de Dilacoron 80 mg contém:
80 mg de cloridrato de verapamil.
Excipientes:
Celulose microcristalina, croscarmelose sódica, dióxido de silício, estearato de magnésio, fosfato de cálcio dibásico di-hidratado, hipromelose, laurilsulfato de sódio, macrogol, talco, dióxido de titânio.
Cada comprimido revestido de Dilacoron 120 mg contém:
120 mg de cloridrato de verapamil.
Excipientes:
Alginato de sódio, povidona, celulose microcristalina, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, talco, dióxido de titânio e cera (E Hoechst).
Superdosagem do Dilacoron
Sintomas
A superdosagem de Dilacoron pode causar hipotensão (pressão baixa), bradicardia (coração bate muito devagar) até bloqueio atrioventricular, hiperglicemia (aumento na quantidade de açúcar disponível para o corpo), estupor (diminuição ou paralisação das reações intelectuais, sensitivas ou motoras, devidas a causa psíquica ou patológica) e acidose metabólica (excesso de acidez no sangue). Casos fatais ocorreram em consequência de superdosagem.
Tratamento
Todos os casos de superdosagem devem ser tratados como se fossem graves, e os pacientes devem ser mantidos em observação por até 48 horas, sob cuidados médicos em hospital. Em caso de superdosagem deve-se procurar um hospital imediatamente. O cloridrato de verapamil não pode ser removido por hemodiálise.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação Medicamentosa do Dilacoron
Estudos metabólicos in vitro indicam que o verapamil é metabolizado pelo citocromo P450, CYP3A4, CYP1A2, CYP2C8, CYP2C9 e CYP2C18.
Verapamil mostrou ser um inibidor das enzimas CYP3A4 e P-glicoproteínas (P-gp). Interações clinicamente significantes foram relatadas com os inibidores de CYP3A4, com elevação de níveis plasmáticos do verapamil, enquanto os indutores de CYP3A4 causaram redução dos níveis plasmáticos do verapamil. Portanto, os pacientes devem ser monitorados quanto às interações medicamentosas.
A tabela a seguir fornece uma lista de possíveis interações medicamentosas por motivos farmacocinéticos:
Potenciais interações medicamentosas
Fármaco concomitante | Efeito potencial | Comentário |
Alfa Bloqueadores | ||
Prazosina | Aumenta a Cmax da prazosina (~40%), sem efeito na meia-vida | Efeito aditivo hipotensivo |
Terazosina | Aumenta ASC (~24%) e Cmax(~25%) da terazosina | |
Antiarrítmicos | ||
Flecainida | Efeito mínimo sobre a depuração plasmática da flecainida (lt;~10%); nenhum efeito sobre a depuração plasmática do verapamil | Ver item Advertências e Precauções. |
Quinidina | Diminui depuração da quinidina oral (~35%) | Hipotensão. Edema pulmonar pode ocorrer em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva. |
Antiasmáticos | ||
Teofilina | Diminui clearence oral e sistêmico em cerca de 20% | A redução doclearencefoi menor nos tabagistas (~11%) |
Anticonvulsivantes/ Antiepiléticos | ||
Carbamazepina | Aumenta ASC da carbamazepina (~46%) em pacientes com epilepsia parcial refratária | Aumento nos níveis de carbamazepina. Podem ocorrer efeitos colaterais relativos a carbamazepina, como diplopia, cefaleia, ataxia ou tontura. |
Fenitoína | Diminui concentração de verapamil no plasma | — |
Antidepressivo | ||
Imipramina | Aumenta ASC da imipramina (~15%) | Nenhum efeito no nível do metabólito ativo, desipramina |
Antidiabéticos | ||
Glibenclamida | Aumenta Cmax (~28%), ASC (~26%) da glibenclamida | — |
Antigotosos | ||
Colchicina | Aumenta ASC (~2 vezes) e Cmax(~1,3 vezes) | Reduz a dose de colchicina. Ver bula de colchicina. |
Antibacterianos | ||
Claritromicina | Possível aumento nos níveis de verapamil | — |
Eritromicina | Possível aumento dos níveis de verapamil | — |
Rifampicina | Diminui ASC (~97%), Cmax (~94%) e biodisponibilidade oral (~92%) do verapamil. | O efeito hipotensor do verapamil pode ser reduzido. |
Telitromicina | Possível aumento dos níveis de verapamil | — |
Antineoplásicos | ||
Doxorrubicina | Aumenta ASC (104%) e Cmax(61%) da doxorrubicina com a administração oral de verapamil. | Em pacientes com carcinoma pulmonar de células pequenas. |
Barbitúricos | ||
Fenobarbital | Aumenta a depuração do verapamil oral (~5 vezes) | — |
Benzodiazepínicos e outros ansiolíticos | ||
Buspirona | Aumenta ASC e Cmax da buspirona em 3-4 vezes | — |
Midazolam | Aumenta ASC (~3 vezes) e Cmax(~2 vezes) do midazolam | — |
Betabloqueadores | ||
Metoprolol | Aumenta ASC (~32.5%) e Cmax(~41%) do metoprolol em pacientes com angina. | Ver item Advertências e Precauções |
Propranolol | Aumenta ASC (65%) e Cmax. (94%) de propranolol em pacientes com angina. | |
Glicosídeos Cardíacos | ||
Digitoxina | Diminui depuração total (~27%) e depuração extra renal (~29%) da digitoxina | — |
Digoxina | Indivíduos saudáveis: aumenta Cmax da digoxina em ~ 44%, aumenta C12h da digoxina (~53%), Css da digoxina em ~44%, e aumenta ASC da digoxina em ~50% | Reduzir a dose de digoxina. Ver item Advertências e Precauções. |
Antagonista de Receptor H2 | ||
Cimetidina | Aumenta ASC de R-(25%) e S-(40%) verapamil, com correspondente diminuição da depuração de R- e S- verapamil | — |
Imunológicos | ||
Ciclosporina | Aumenta ASC, Css, Cmax de ciclosporina em ~45% | — |
Everolimus | Everolimus: Aumento ASC (~3,5 vezes) e Cmax(~2,3 vezes) Verapamil: Aumento Cresidual(~2,3 vezes) | Determinação da concentração e ajuste da dose de everolimus pode ser necessária |
Sirolimus | Aumenta ASC (~2,2 vezes; S – verapamil aumenta ASC (~1,5 vezes) | Determinação da concentração e ajuste da dose de everolimus pode ser necessária |
Tacrolimus | Possível aumento do nível de tacrolimus | — |
Agentes redutores de lípides | ||
Atorvastatina | Possível aumento dos níveis de atorvastatina Aumenta ASC -(~43%) de verapamil | Segue adiante informação adicional |
Lovastatina | Possível aumento dos níveis de lovastatina Aumenta ASC (~ 63%) e Cmax (~32%) de verapamil | |
Sinvastatina | Aumenta ASC (~2,6 vezes), Cmax(~4,6 vezes) de sinvastatina | |
Agonistas do receptor de serotonina | ||
Almotriptana | Aumenta ASC (~20%) e Cmax(~24%) de almotriptana | — |
Uricosúricos | ||
Sulfinpirazona | Aumenta a depuração do verapamil oral (~3 vezes) e diminui biodisponibilidade (~60%) | O efeito hipotensor do verapamil pode ser reduzido |
Anticoagulantes | ||
Dabigatrana | Aumento de dabigratana (Cmax até 180%) e ASC (até 150%) | O risco de sangramento pode aumentar. Pode ser necessário reduzir a dose de dabigatana quando administrada concomitantemente com cloridrato de verapamil de uso oral. V er a bula de dabigratana. |
Outros terapias cardíacas | ||
Ivabradina | O uso concomitante de ivabradina e verapamil é contraindicado pelo risco de acentuação da bradicardia | Ver o campo ‘Contraindicações’ |
Outros | ||
Suco de grapefruit (toranja e pomelo) | Aumenta ASC de R-(~49%) e S- (~37%) verapamil Aumenta Cmax de R-(~75%) e S- (~51%) verapamil | Meia vida de eliminação e depuração renal não afetadas. Suco degrapefruitnão deve ser ingerido junto com verapamil. |
Erva de São João (Hypericum perforatum) | Diminui ASC de R-(~78%) e S- (~80%) verapamil, com correspondente redução da Cmax | — |
Outras interações medicamentosas e informações adicionais
Agentes antivirais anti-HIV
Devido ao potencial inibitório metabólico de alguns dos agentes antivirais anti-HIV, tais como o ritonavir, as concentrações plasmáticas do verapamil podem aumentar.
Deve-se ter cuidado ou a dose do verapamil deve ser diminuída.
Lítio
Foi relatado aumento da neurotoxicidade durante uso concomitante de cloridrato de verapamil e lítio, com e sem aumentos nas concentrações séricas de lítio. Entretanto, o uso de cloridrato de verapamil em pacientes em tratamento crônico com lítio estável, resultou na redução dos níveis séricos de lítio. Pacientes recebendo as duas drogas devem ser acompanhados com cuidado.
Bloqueadores neuromusculares
Dados clínicos e estudos em animais são sugestivos que cloridrato de verapamil pode potencializar a atividade de bloqueadores neuromusculares. Pode ser necessário reduzir a dose de cloridrato de verapamil e/ou do agente bloqueador quando utilizados concomitantemente.
Ácido acetilsalicílico
Tendência de sangramento aumentada.
Etanol (álcool)
Elevação dos níveis plasmáticos do etanol.
Inibidores da HMG Co-A Redutase (“estatinas”)
O tratamento com inibidores da HMG Co-A redutase (por exemplo, sinvastatina, atorvastatina ou lovastatina) em pacientes que estão fazendo uso de verapamil deve ser iniciado na menor dose possível e ser aumentada gradualmente. Se o verapamil for administrado a pacientes que já fazem uso de um inibidor de HMG Co-A redutase (por exemplo, sinvastatina, atorvastatina ou lovastatina), deve-se considerar uma redução na dose da estatina e reajustar a dose de acordo com as concentrações de colesterol no sangue.
Fluvastatina, pravastatina e rosuvastatina
Esses medicamentos não são metabolizados pelo CYP3A4; portanto, a probabilidade de interagirem com o verapamil é menor.
Anti-hipertensivos, diuréticos, vasodilatadores
Potencialização do efeito hipotensor.
Ação da Substância Dilacoron
Resultados da eficácia
Um estudo clínico fase IV que envolveu 4247 pacientes com hipertensão leve, moderada ou grave, teve como objetivo estudar a eficácia anti-hipertensiva e a tolerabilidade do cloridrato de verapamil.
De acordo com o estudo, a monoterapia com cloridrato de verapamil normalizou a pressão arterial diastólica (? 90mm Hg) em 90% dos pacientes com hipertensão leve, 70% com hipertensão moderada e 61% com hipertensão grave. A tolerabilidade cardíaca e extracardíaca com o cloridrato de verapamil foi boa e a média da frequência cardíaca foi levemente reduzida e nenhum dos pacientes desenvolveu bloqueio atrioventricular de 2° ou 3° grau.
Estudo duplo-cego de 6 semanas, 28 pacientes hipertensos estágios I-II foram randomizados para verapamil 160mg 3x/dia ou nifedipina 20mg 2x/dia.
O verapamil reduziu PAD media significativamente mais que nifedipina, com efeitos colaterais mais incidentes no grupo nifedipina que no grupo verapamil. Em conclusão, verapamil tem uma eficácia anti-hipertensiva superior à nifedipina.
Evidências de vários estudos suportam que verapamil é um anti-hipertensivo eficaz e bem tolerado para o tratamento de hipertensão leve a moderada e equivalente a outros agentes como betabloqueadores, diuréticos e inibidores da enzima de conversão (iECA), sem apresentar os efeitos colaterais mais incidentes destas medicações.
O efeito antianginoso de verapamil 120mg 3x/dia ao longo de 1 ano de tratamento foi avaliado em 11 pacientes com angina de esforço induzida.
A tolerância do teste de esforço em bicicleta foi de 531,8 +/- 123.0kg/min no grupo placebo e 763,6 +/- 124,7kg/min no grupo verapamil (plt; 0,001), demonstrando a eficácia antianginosa do medicamento. Os benefícios no tratamento a curto prazo são sustentados mesmo após 1 ano de tratamento.
Outro estudo duplo-cego, randomizado, placebo controlado avaliou a redução da frequência de episódios anginosos, o consumo de nitroglicerina e a tolerância ao esforço em 26 pacientes com angina estável em uso de verapamil 480mg/dia. Houve redução de 5,6 +/? 7,3 para 2,2 +/? 3,9 episódios de angina por semana (p lt; 0,001) e redução no consumo de nitroglicerina de 3,4 +/? 4,9 para 1,2 +/? 2,5 comprimidos por semana (p lt; 0,05) no grupo verapamil comparado com placebo.
O tempo de esforço aumentou de 6,4 +/? 2,1 minutos e foram observados menos episódios de infradesnivelamento de segmento ST no pico do esforço (p lt; 0,05), sugerindo uma favorável redistribuição do fluxo sanguíneo coronário para zona isquêmica.
Um estudo randomizado, duplo-cego, placebo controlado avaliou durante 4 meses a efetividade e segurança de verapamil em 11 pacientes com episódios frequentes de taquicardia paroxística supraventricular (TPSV). Os episódios de TPSV diminuíram significativamente no grupo verapamil em relação ao placebo (p lt; 0,05), demonstrando que verapamil oral é seguro e efetivo no tratamento à longo prazo de pacientes com taquicardia paroxística supraventricular.
Estudos pré-clínicos
Estudos de reprodução foram conduzidos em coelhos e ratos através de administração oral de doses até 1,5 (15mg/Kg/dia) e 6 (60mg/Kg/dia) vezes a dose oral diária em humanos, respectivamente, e não foi evidenciada teratogenicidade. Nos ratos, entretanto, o múltiplo da dose humana foi embriocida, e retardou o desenvolvimento e crescimento fetal.
Provavelmente por causa dos efeitos adversos maternos refletidos em perda de ganho de peso pelas ratas prenhas. Entretanto não foram realizados estudos em mulheres grávidas.
Características Farmacológicas
Este medicamento contém como princípio ativo o cloridrato de verapamil, que é um inibidor do influxo de íons cálcio (bloqueador de canais lentos ou antagonista do íon cálcio).
Farmacodinâmica
Mecanismo de ação e efeitos farmacodinâmicos:
O cloridrato de verapamil bloqueia o influxo de íons de cálcio (e possivelmente de sódio) através do canal lento no interior das células cardíacas de contração e condução e células musculares vasculares. O efeito antiarrítmico de cloridrato de verapamil deve-se ao seu efeito no canal lento das células do sistema cardíaco de condução.
Reduz a exigência de oxigênio do miocárdio diretamente através da intervenção em processos metabólicos consumidores de energia no músculo cardíaco, e indiretamente por redução da pós-carga.
O bloqueio dos canais de cálcio do músculo liso das artérias coronarianas aumenta a perfusão miocárdica, mesmo em tecidos pós-estenose, e relaxa espasmos coronarianos.
A ação anti-hipertensiva do cloridrato de verapamil está baseada na redução da resistência periférica, sem efeito rebote na frequência cardíaca. A pressão arterial normal não é afetada de modo considerável.
A atividade elétrica através dos nodos sinoatrial e atrioventricular depende em grande parte do influxo de cálcio do canal lento.
Através da inibição deste influxo, o verapamil reduz a condução atrioventricular prolongando assim o período refratário. Esse efeito resulta na redução da transmissão elétrica ventricular nos pacientes com flutter atrial e/ou fibrilação atrial com rápida resposta ventricular. Interrompendo a reentrada no nó atrioventricular, verapamil pode reestabelecer o ritmo sinusal normal em pacientes com taquicardia supraventricular paroxistica, incluindo síndrome de Wolf-Parkinson-White.
Verapamil não produz efeito na condução do estímulo elétrico através dos feixes de condução acessórios.
Segurança e eficácia clínica:
O cloridrato de verapamil não altera a possível ação atrial normal nem o tempo de condução intraventricular, mas a amplitude depressiva, velocidade da despolarização e condução em fibras atriais deprimidas. Em casos isolados em corações de coelhos, concentrações de verapamil que afetam significativamente as fibras do nodo sinoatrial e as fibras nas regiões medianas e altas do nodo atrioventricular tem efeito muito pequeno nas fibras baixas do nodo atrioventricular (região NH) e não tem efeito nos potenciais de ação atrial ou nas fibras do feixe de His. O cloridrato de verapamil não induz espasmos arteriais periféricos ou altera o nível sérico de cálcio total.
O cloridrato de verapamil reduz a contratilidade do miocárdio e pós-carga. Em muitos pacientes, incluindo pacientes com doença cardíaca orgânica, a ação inotrópica negativa se contrapõe pela redução do débito cardíaco e pós-carga que geralmente não é reduzido.
Porém em pacientes com disfunção cardíaca moderada a severa e severa (pressão pulmonar arterial acima de 20 mm Hg, fração de ejeção menor que 30%), um agravamento agudo da falência cardíaca pode ser observado.
O cloridrato de verapamil possui efeito antiarrítmico bem definido, particularmente na presença de arritmias supraventriculares. O cloridrato de verapamil atrasa a condução no nó atrioventricular. O resultado, dependendo do tipo de arritmia, é a restauração do ritmo sinusal e/ou normalização da frequência ventricular. Frequências cardíacas normais não são afetadas ou sofrem pequena redução.
Farmacocinética
O cloridrato de verapamil é uma mistura racêmica que contém porções iguais de R-enantiômeros e S-enantiômeros. O cloridrato de verapamil é extensivamente metabolizado.
O norverapamil é um dos 12 metabólitos identificados na urina que possui 10% a 20% da ação farmacológica e faz parte de 6% da droga excretada na urina.
As concentrações de norverapamil e verapamil no estado estacionário após múltiplas doses diárias alcançadas após 3 a 4 dias no plasma são similares.
Absorção:
Mais de 90% da dose de cloridrato de verapamil é rapidamente absorvida pelo intestino delgado após a administração oral. A disponibilidade sistêmica média do composto inalterado depois de uma única dose oral é de aproximadamente 23%, devido a uma extensa metabolização hepática de primeira passagem. A biodisponibilidade é aproximadamente duas vezes mais alta com administrações repetidas. Os níveis plasmáticos de pico do cloridrato do verapamil são alcançados uma a duas horas após a administração do comprimido revestido. O pico plasmático de norverapamil é alcançado aproximadamente 1 hora após administração da dose. A presença de alimentos não afeta a biodisponibilidade de verapamil.
Distribuição:
O verapamil é altamente distribuído através dos tecidos do corpo, o volume de distribuição varia de 1,8 – 6,8L/Kg em pacientes saudáveis. A ligação de verapamil com proteínas plasmáticas é de aproximadamente 90 %.
Metabolização:
Verapamil é altamente metabolizado. Estudos in vitro indicaram que o fármaco é metabolizado pelo citocromo P 450 CYP3A4, CYP1A2, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C18.
Em homens saudáveis, o cloridrato de verapamil administrado por via oral, sofre extenso metabolismo no fígado, sendo identificados 12 metabólicos, a maior parte deles só vestígios.
Os principais metabólitos foram identificados como diferentes produtos N e O-dealquilados do verapamil.
Desses metabólitos, apenas norverapamil possui algum efeito farmacológico, aproximadamente 20 % do componente principal foi observado em estudos com cachorros.
Eliminação:
A meia-vida de eliminação é de 3 a 7 horas. O cloridrato de verapamil e seus metabólitos são eliminados principalmente por via renal. Somente 3 a 4% são eliminados sob a forma inalterada. Cerca de 50% da dose é eliminada via renal em 24 horas e 70% em cinco dias.
Até 16% da dose é eliminada nas fezes. O clearence total de verapamil é tão alto quanto o fluxo sanguíneo hepático, aproximadamente 1L/h/Kg (variação: 0,7 – 1,3L/h/Kg).
Populações Especiais
Pediátrico:
Informação limitada de pacientes pediátricos está disponível, a concentração plasmática estacionária parece ser menor na população pediátrica após ingestão oral da dose, quando comparado com a população adulta.
Idosos:
A idade pode afetar a farmacocinética do verapamil dados a pacientes hipertensivos. A meia-vida de eliminação pode ser prolongada em pacientes idosos. O efeito anti-hipertensivo do verapamil não tem relação com a idade.
Insuficiência Renal:
A função renal não tem efeito sobre a farmacocinética de verapamil conforme demonstrado em estudos comparativos em pacientes com insuficiência renal avançada e pacientes saudáveis. Apesar disso, recomenda-se administração cautelosa de verapamil em pacientes com insuficiência renal. O verapamil e norverapamil não são significativamente removidos por hemodiálise.
Insuficiência hepática:
A meia-vida de verapamil é prolongada em pacientes com alteração da função hepatica com menor clearance e maior volume de distribuição. O verapamil nessa população deve ser usada com cuidado.
Cuidados de Armazenamento do Dilacoron
Este medicamento deve ser mantido em sua embalagem original. Conservar em temperatura ambiente (15-30ºC). Proteger da luz e umidade.
Se armazenado nas condições indicadas, o medicamento se manterá próprio para consumo pelo prazo de validade impresso na embalagem externa.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Características organolépticas
Dilacoron 80 mg
Comprimido branco, com faces biconvexas, sulcado, gravado com inscrição 80 mg em uma das faces e a outra face lisa.
Dilacoron 120 mg
Comprimido branco com faces biconvexas lisas.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Dizeres Legais do Dilacoron
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