O sono é essencial para a saúde, mas quando dormir muito se torna uma rotina, pode ser um sinal de que algo não está certo. Afinal, o sono excessivo pode ser causado por várias condições médicas.
De acordo com a Cartilha do Sono 2024, da Associação Brasileira do Sono (ABS), a quantidade de sono necessária varia conforme a idade. Por exemplo, recém-nascidos podem precisar dormir até 19 horas por dia. Enquanto adultos necessitam, em média, de 8 horas de sono por noite.
Então, continue neste conteúdo para entender as causas do sono excessivo e como lidar com a situação de maneira eficaz.
7 causas de sono em excesso
1. Hipersonia
Esta é uma desordem caracterizada por sonolência excessiva em horários inapropriados, por exemplo, durante o dia, no trabalho ou escola, e até no meio de uma conversa social.
Diferente da insônia, em que a pessoa tem dificuldade para pegar no sono, quem sofre dessa condição dorme muito, mas ainda sente cansaço.
A hipersonia pode ser primária, ou seja, sem uma causa aparente, ou secundária, estando associada a outras questões de saúde, como apneia obstrutiva do sono ou transtornos psiquiátricos.
2. Narcolepsia
A condição é um distúrbio neurológico que afeta a capacidade do cérebro de regular ciclos de sono e vigília. Portanto, pessoas com narcolepsia podem sentir uma sonolência incontrolável durante o dia e, muitas vezes, têm episódios repentinos de sono, mesmo em situações inadequadas.
Ainda segundo a ABS, estima-se que a condição afete três milhões de pessoas no mundo e muitos nem chegam a receber diagnóstico, sofrendo os prejuízos na qualidade de vida por muitos anos.
3. Apneia do sono
Este é um distúrbio que afeta 33% da população, no qual a respiração para e recomeça repetidamente enquanto a pessoa dorme. Isso pode resultar em uma noite de descanso de má qualidade, levando à sonolência excessiva durante o dia.
Além disso, pessoas com apneia do sono muitas vezes roncam alto e podem sentir-se cansadas mesmo após dormir uma noite inteira.
4. Síndrome de Kleine-Levin
A síndrome de Kleine-Levin, também conhecida como a síndrome da Bela Adormecida, é uma condição neurológica rara que provoca episódios recorrentes de sonolência excessiva.
Durante esses períodos, que podem durar dias, semanas ou até meses, a pessoa pode dormir por 20 horas ou mais por dia e incluem outros sintomas como:
- comportamentos incomuns como hiperfagia (ou seja, comer compulsivamente), hipersexualidade e mudanças de personalidade;
- desorientação e confusão mental, bem como dificuldades de comunicação;
- alucinações, desrealização ou sentimento dissociativo;
- tendência à irritabilidade, depressão ou euforia (alegria ou otimismo desproporcional à situação vivida).
A síndrome afeta principalmente adolescentes, sendo quatro vezes mais comum entre os meninos e a causa exata ainda é desconhecida. Os episódios podem ocorrer de forma esporádica e são seguidos por períodos de funcionamento normal.
Além disso, a falta de um tratamento específico torna a gestão dos sintomas a principal abordagem para os pacientes.
5. Depressão e ansiedade
Condições de saúde mental podem afetar significativamente os padrões de sono, pois, algumas pessoas com depressão podem dormir muito mais do que o normal, como uma forma de escapar de sentimentos difíceis.
6. Distúrbios hormonais
Distúrbios hormonais, como hipotireoidismo, podem causar cansaço extremo e sono excessivo. A tireoide é responsável por regular o metabolismo do corpo, mas quando não está funcionando corretamente, pode levar a uma sensação constante de cansaço.
7. Uso de medicamentos e de outras drogas
Alguns medicamentos, principalmente sedativos e antidepressivos, podem causar sonolência como efeito colateral. Por isso, é importante conversar com um médico sobre qualquer medicação que possa estar contribuindo para o sono excessivo.
Fatores de risco
Existem vários fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver hipersonia ou outros distúrbios do sono.
- insônia e síndrome das pernas inquietas contribuem para o sono excessivo;
- condições médicas como obesidade, diabetes e doenças neurológicas;
- estilo de vida, incluindo consumo de álcool, uso de drogas e hábitos alimentares inadequados podem afetar negativamente a qualidade do sono.
Consequências do sono excessivo
Dormir muito pode ter vários efeitos negativos para a saúde, por exemplo:
- maior risco de acidentes de carro e no trabalho;
- menor produtividade no trabalho e desempenho acadêmico;
- aumento no risco de desenvolver doenças cardíacas, dor de cabeça, obesidade, diabetes tipo 2 e depressão;
- dificuldades para regular as emoções, bem como nas atividades diárias e nos relacionamentos sociais.
Como ter uma boa noite de sono e descansar
Identificar e tratar as causas do sono excessivo é essencial para melhorar a qualidade de vida. Afinal, ignorar esses sintomas pode levar a complicações mais graves, tanto físicas quanto mentais.
Portanto, é crucial procurar ajuda médica para quem estiver enfrentando sonolência excessiva. O médico especialista em distúrbios do sono é a pessoa mais indicada para avaliar, identificar possíveis causas e recomendar tratamentos eficazes para garantir noites de sono reparadoras e uma vida mais saudável.
Quando a causa é neurológica, o médico neurologista é o melhor profissional para avaliar a condição, fornecer recomendações e tratamento adequado, bem como fazer o acompanhamento do paciente.
Mas, além de se consultar, adotar hábitos saudáveis pode ajudar a prevenir o sono excessivo e melhorar a qualidade das suas noites:
- tentar dormir e acordar nos mesmos horários todos os dias;
- criar um ambiente tranquilo, escuro e confortável para dormir;
- evitar o consumo excessivo de cafeína e de álcool, pratique exercícios regularmente e adote uma dieta equilibrada.
Diagnóstico e tratamento
Diagnosticar a causa do sono excessivo geralmente envolve uma avaliação médica completa, incluindo histórico de saúde, exames físicos e, possivelmente, estudos específicos, como a polissonografia.
O tratamento então, pode incluir:
- medicação estimulante ou outros medicamentos para promover a vigília durante o dia;
- Terapia Cognitivo Comportamental para melhorar os hábitos de sono e gerenciar a sonolência;
- antidepressivos e medicamentos específicos para cada condição;
- mudanças no estilo de vida, assim como as citadas anteriormente.
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Fontes: