Como o Elidel funciona?
Elidel® apresenta como componente ativo uma substância chamada pimecrolimo.
Elidel® é uma medicação não corticoide que trata especificamente de inflamações da pele e pertence à classe dos medicamentos conhecidos como inibidores de calcineurina tópicos. Ele atua nas células da pele que causam a inflamação, a vermelhidão e a coceira, características do eczema. A absorção através da pele é muito baixa e a maior fração da dose tópica absorvida é completamente metabolizada e eliminada lentamente pela bile nas fezes.
A eficácia de Elidel® é mantida ao longo do tempo e, quando usado precocemente no tratamento dos primeiros sinais e sintomas, tem a capacidade de prevenir a progressão da doença para crises graves, resultando em períodos mais prolongados sem crises.
Contraindicação do Elidel
Você não deve usar este medicamento se tiver alergia à substância ativa pimecrolimo ou a qualquer um dos outros componentes de Elidel®.
Como usar o Elidel
Aplique o creme conforme descrito a seguir:
- Lave e seque as mãos.
- Abra o tubo (na primeira vez que usá-lo você precisará quebrar o selo usando a ponta da tampa para furar).
- Espremendo o tubo, coloque uma pequena quantidade do creme no seu dedo.
- Aplique uma fina camada de Elidel® e cubra completamente a pele afetada.
- Esfregue suavemente e completamente.
- Feche o tubo com a tampa.
O creme deve ser aplicado duas vezes ao dia, por exemplo, uma vez pela manhã e uma vez à noite.
Os hidratantes devem ser aplicados imediatamente após o uso de Elidel®. No entanto, após o banho, os hidratantes devem ser aplicados antes do uso de Elidel®.
Caso você não observe nenhum sinal de melhora após 6 semanas de tratamento, consulte seu médico. Às vezes, outras doenças de pele podem parecer dermatite.
Pelo fato de Elidel® ser muito pouco absorvido através da pele, não há restrição na dose diária total aplicada, na extensão da superfície corpórea tratada ou na duração do tratamento.
Posologia do Elidel
Sempre use Elidel® exatamente como seu médico o instruiu. Por favor, procure seu médico em caso de dúvidas.
Elidel® pode ser usado em todas as áreas da pele, incluindo cabeça, rosto, pescoço e dobras da pele. Aplique o medicamento apenas nas áreas da pele com eczema.
Siga as instruções do seu médico caso os sintomas de eczema retornem após o tratamento com Elidel®.
Por quanto tempo aplicar Elidel®
Use o creme durante o tempo que seu médico lhe indicou.
No tratamento a longo prazo para eczema comece usando Elidel® assim que você perceber sinais e sintomas. Isso ajuda a prevenir os sintomas da progressão da doença para crises graves.
Use Elidel® enquanto os sinais e sintomas persistirem. Se os sinais e sintomas voltarem a ocorrer, você deve iniciar o tratamento novamente.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o Elidel?
Se você se esquecer de aplicar Elidel®, aplique assim que possível e continue sua aplicação diária normalmente.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Precauções do Elidel
É preciso cuidado especial nos seguintes casos:
- Se você tiver qualquer infecção na pele;
- Se você tiver uma doença de pele conhecida como síndrome de Netherton ou eritrodermia generalizada (avermelhamento inflamatório de toda a pele) – seu médico o informará se você tiver esta doença;
- Se você tiver sido informado que tem um sistema imune enfraquecido;
- Se seus gânglios incharem durante o tratamento com Elidel®, informe seu médico.
Informe seu médico se alguma dessas situações se aplica a você antes de usar Elidel®.
Não utilize Elidel® continuamente por um longo período de tempo, pois a segurança do uso deste medicamento por um longo período de tempo não é conhecida.
Em casos raros, pacientes tiveram câncer (por ex. câncer de pele ou linfoma) durante o tratamento com inibidores de calcineurina tópicos, incluindo Elidel®. Entretanto, a relação causal com o uso desses inibidores não foi demonstrada.
Não aplique Elidel® em áreas com lesões de pele potencialmente malignas ou pré-malignas. Consulte seu médico em caso de dúvidas.
Não aplique o creme em áreas da pele afetadas por infecção viral ativa, tal como herpes. Caso sua pele seja infectada, consulte seu médico. A infecção deve ser previamente tratada.
Evite a exposição da pele à luz solar natural ou artificial, inclusive lâmpadas, câmaras de bronzeamento ou terapia com ultravioleta. Se você passar muito tempo nas ruas após aplicar Elidel®, utilize filtro solar e roupas que protejam a pele do sol. Limite a exposição ao sol durante o tratamento com Elidel® mesmo quando o creme não estiver na sua pele. Adicionalmente, pergunte ao seu médico sobre outros métodos apropriados para se proteger do sol.
Elidel® é indicado somente para uso externo. Não o utilize dentro do seu nariz, olhos ou boca. Se for aplicado acidentalmente nestas áreas remova o creme completamente e lave bem com água limpa. Você deve ter cuidado para não engolir ou transferir acidentalmente para sua boca, por exemplo, quando aplicar o creme nas mãos.
Elidel® contém alguns ingredientes (ex.: álcool cetílico, propilenoglicol, álcool estearílico) que podem causar reações ou irritações locais na pele. O uso de Elidel® pode causar reações leves e temporárias no local de aplicação, tais como sensação de calor ou queimação ou irritações da pele, como coceira e vermelhidão. Se tais sintomas forem graves, fale com seu médico.
Por conter álcool em sua formulação, Elidel® pode causar irritações nas feridas.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos ou de operar máquinas
Elidel® não possui nenhum efeito conhecido na habilidade de dirigir ou de operar máquinas.
Reações Adversas do Elidel
Como todos os medicamentos, Elidel® pode ter alguns efeitos indesejáveis.
Alguns efeitos adversos podem ser sérios
- Inchaço e dor, rash (erupção cutânea) ou urticária (sinais de uma reação alérgica, podem afetar entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento);
- Dificuldade de respirar repentina acompanhada de chiado e dor ou aperto no peito, inchaço da pálpebra, rosto e lábios (sinais de uma reação alérgica séria chamada “Reação Anafilática”, podem afetar menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento).
Caso você tenha qualquer um desses sintomas logo após o uso de Elidel®, interrompa o uso deste medicamento e avise seu médico imediatamente.
Outros efeitos adversos possíveis
Reações adversas muito comuns (podem afetar mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
Sensação de calor ou queimação no local de aplicação.
Reações adversas comuns (podem afetar entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Irritação, coceira, avermelhamento da pele no local de aplicação;
- Infecção cutânea como inflamação dos folículos pilares.
Reações adversas incomuns (podem afetar entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Agravamento da condição em tratamento;
- Infecções cutâneas por bactéria (impetigo) e viral (herpes simples, molusco contagioso);
- Dermatite de herpes simples (eczema herpético);
- Erupção cutânea (rash), dor, sensação de formigamento, leve descamação da pele, ressecamento e inchaço no local de aplicação;
- Verrugas;
- Infecções dos folículos pilares e tecidos ao redor.
Reações adversas raras (podem ocorrer entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
- Rubor facial ou irritações da pele (ex.: vermelhidão, queimação, coceira ou inchaço) após ingestão de álcool;
- Alterações na cor da pele (torna-se mais escura ou mais clara que a pele ao redor).
Em casos raros, pacientes tiveram câncer (por ex. câncer de pele ou linfoma) durante o tratamento com Elidel®. Entretanto, a relação causal com o uso de Elidel® não foi demonstrada.
Se qualquer um desses efeitos persistirem ou forem incômodos, diga ao seu médico.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento.
Informe também à empresa através de seu serviço de atendimento.
População Especial do Elidel
Gravidez e lactação
Informe seu médico se você está ou pensa que está grávida ou se está amamentando antes de iniciar o tratamento com Elidel®.
Avise seu médico se você engravidar durante o tratamento com Elidel®.
Não aplique Elidel® sobre os seios enquanto estiver amamentando. Não se sabe se a substância ativa de Elidel® passa para o leite após sua aplicação na pele.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Pacientes idosos
Dermatite atópica (eczema) é raramente observada em pacientes com 65 anos de idade ou mais.
Não há dados suficientes para saber se estes pacientes respondem de forma diferente dos pacientes mais jovens.
Composição do Elidel
Cada grama de creme contém
10mg de pimecrolimo (substância ativa).
Excipientes:
triglicérides, álcool oleílico, propilenoglicol, álcool estearílico, álcool cetílico, monoestearato de glicerila, sulfato de sódio cetoestearílico, álcool benzílico, ácido cítrico, hidróxido de sódio e água purificada.
Apresentação do Elidel
Creme dermatológico
Bisnagas com 15g e 30g.
Via tópica.
Uso adulto e pediátrico (acima de 3 meses).
Superdosagem do Elidel
Se acidentalmente for aplicado mais creme do que o recomendado, apenas remova-o de sua pele. Não será prejudicial.
Se você engolir acidentalmente Elidel®, informe o seu médico.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível.
Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação Medicamentosa do Elidel
Se você vacinou-se recentemente, não aplique Elidel® no local de vacinação até que a cor vermelha da pele e o inchaço desapareçam.
Devido à sua atuação seletiva na pele, uma quantidade muito pequena da substância ativa de Elidel® entra na corrente sanguínea (onde interações com outros medicamentos geralmente ocorrem), assim é improvável que ocorram interações entre o uso de Elidel® e outros medicamentos que você possa tomar por via oral.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use este medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Ação da Substância Elidel
Resultados de eficácia
Tratamento a curto prazo (agudo) em pacientes pediátricos
Crianças e adolescentes:
Dois ensaios de 6 semanas, veículo controlados, foram conduzidos incluindo um total de 403 pacientes pediátricos com idade de 2 a 17 anos. Pacientes foram tratados duas vezes por dia com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento). Os dados dos dois estudos foram reunidos.
Bebês:
Um estudo similar de 6 semanas foi conduzido em 186 pacientes com idade de 3-23 meses.
Nestes três estudos de 6 semanas, os resultados de eficácia foram os seguintes:
* Avaliação Global dos Investigadores.
° Índice de Severidade da Área de Eczema (EASI): % média de mudança em sinais clínicos (eritema, infiltração, escoriação, liquenificação) e área do corpo envolvida.
1 : Valor de p baseado no teste CMH estratificado por centro.
2 : Melhora = IGA mais baixo que o início do estudo.
3 : Valor de p baseado no modelo ANCOVA de EASI no resultado do Dia 43, com centro e tratamento como fatores e início do estudo (Dia 1) EASI um covariante.
Uma melhora significativa no prurido foi observada na primeira semana de tratamento em 44% das crianças e adolescentes e em 70% dos bebês.
Tratamento a longo prazo em pacientes pediátricos
Em dois estudos duplo-cego de longo prazo sobre o gerenciamento da dermatite atópica em 713 crianças e adolescentes (2-17 anos) e 251 bebês (3-23 meses), Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) foi avaliado como terapia de primeira linha.
Combinado com emolientes, o grupo ELIDEL recebeu Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) usado nos primeiros sinais de prurido e vermelhidão para prevenir a progressão para crises de dermatite atópica. Somente no caso de crise não controlada por Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), o tratamento com corticosteroides tópicos de potência média era iniciado.
O grupo controle recebeu um tratamento padrão consistindo de emoliente mais corticosteroides tópicos de potência média para tratar crises. Foi utilizado veículo de Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), ao invés de Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), a fim de manter os estudos cegos.
Ambos os estudos mostraram uma redução na incidência de crises (p lt; 0,001) em favor do tratamento de primeira linha com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento); o tratamento de primeira linha com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) mostrou melhor eficácia em todas as avaliações secundárias (Índice de Gravidade da Área de Eczema, IGA, avaliação dos pacientes); o prurido foi controlado com o uso de Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) dentro de uma semana. Significativamente mais pacientes em uso de Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) completaram 6 meses (crianças – 61% com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) versus 34% do controle); bebês (70% com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) versus 33% com controle) e 12 meses (crianças – 51% com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) versus 28% do controle) com nenhuma crise.
Significativamente mais pacientes tratados com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) não usaram corticosteroides nos primeiros 6 meses (crianças: 65% com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) versus 37% do controle; bebês: 70% com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) versus 39% com controle) ou 12 meses (crianças: 57% com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) versus 32% com controle). A eficácia de Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) foi mantida ao longo do tempo com a capacidade de prevenir a progressão da doença para crises graves.
Estudos Especiais
Estudos de tolerabilidade demonstraram que Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) é desprovido de qualquer irritação, sensibilidade de contato ou potencial fototóxico ou de fotossensibilidade.
O potencial atrofogênico de Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) em humanos foi testado em comparação a esteroides tópicos de potência média e alta (creme 0,1% de 17-valerato de betametasona, creme 0,1% de acetonídeo de triamcinolona) e veículo em dezesseis voluntários sadios tratados por 4 semanas. Ambos os corticosteroides tópicos induziram uma redução significante na espessura da pele medida por ecografia quando comparado com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) e veículo, os quais não induziram a nenhuma redução da espessura da pele.
Características farmacológicas
Farmacodinâmica
Classe terapêutica:
anti-inflamatório.
Código ATC:
D11AX15.
O pimecrolimo é um anti-inflamatório derivado macrolactâmico da ascomicina e um inibidor seletivo da produção e liberação das citocinas pró-inflamatórias e mediadores em células T e mastócitos.
O pimecrolimo liga-se com alta afinidade à macrofilina-12 e inibe a fosfatase-calcineurina dependente de cálcio. Como consequência, ocorre a inibição da proliferação das células T e previne a transcrição e liberação das citocinas inflamatórias de ambas as células T auxiliares tipo 1 (TH1) e células T auxiliares do tipo 2 (TH2) como por exemplo interleucina-2, interferon-gama, interleucina-4, interleucina-5, interleucina-10, necrose tumoral fator alfa, macrófago granulócito fator colônia-estimulante. O pimecrolimo e o tacrolimo têm potências similares para inibir o chamado das respostas antigênicas em clones de células T auxiliares humanas, isoladas da pele de um paciente com dermatite atópica. Além disso, pimecrolimo previne a liberação de citocinas e mediadores pró-inflamatórios pelos mastócitos in vitro após estimulação por antígeno/IgE. O pimecrolimo não afeta o crescimento de queratinócitos, fibroblastos ou de linhagens de células endoteliais e, diferente dos corticosteroides, não danifica a diferenciação, maturação, função e viabilidade das células de Langerhans de camundongos e células humanas dendríticas monócitos derivadas, assim, comprovando sua seletividade celular no modo de ação.
Em estudos usando formulações tópicas variadas, incluindo o pimecrolimo creme e tacrolimo pomada, pimecrolimo penetra de forma similar, mas permeia menos através da pele in vitro do que corticosteroides ou tacrolimo, sugerindo uma exposição sistêmica menor para pimecrolimo após aplicação tópica quando comparado com tacrolimo e corticosteroides.
O pimecrolimo apresenta uma alta atividade anti-inflamatória em modelos de inflamação cutânea em animais após aplicação tópica e sistêmica.
O pimecrolimo é tão efetivo quanto os corticosteroides de potência elevada, 17-propionato de clobetasol e fluticasona, após aplicação tópica no modelo de dermatite de contato alérgica (ACD) em porcos. O pimecrolimo tópico também inibe a resposta inflamatória a irritantes, como mostrado em modelo de dermatite de contato irritante em caomundongos. Além disso, pimecrolimo tópico ou oral reduz efetivamente a inflamação cutânea e pruridos e normaliza as mudanças histopatológicas em ratos glabros com hipomagnesemia, um modelo que imita acuradamente os aspectos da dermatite atópica. O pimecrolimo oral é superior à ciclosporina A por um fator de 4 e superior ao tacrolimo por um fator maior que 2 na inibição inflamatória da pele em ACD de ratos.
Ao contrário do 17-propionato de clobetasol, pimecrolimo tópico não causa atrofia cutânea em porcos. Além disso, ao contrário do 17-propionato de clobetasol e da fluticasona, o pimecrolimo não causa clareamento e alterações na textura da pele em porcos. O pimecrolimo tópico não afeta as células de Langerhans da epiderme em camundongos. Diferentemente, tratamento com corticosteroides tópicos padrão, incluindo hidrocortisona, resulta em uma redução de 96 – 100% das células de Langerhans. Uma análise recente de biópsias da pele de pacientes com dermatite atópica confirmou que o tratamento com corticosteroides betametasona 0,1% por três semanas resultou na depleção das células de Langerhans, mas não com o uso de Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), porém houve redução significativa das células T com ambos os medicamentos. Logo, os resultados deste estudo, assim como in vitro, indicam que é provável que pimecrolimo tópico não interfira nas funções das células de Langerhans/dendríticas na diferenciação das células T naïve em células T efetivas, na qual é a chave para o desenvolvimento do sistema imune e manutenção da imunocompetência específica. Em contraste com a sua eficácia nos modelos de inflamação da pele, o potencial de interferência do pimecrolimo na resposta imune sistêmica é mais baixo que o do tacrolimo e da ciclosporina A, como mostrado em modelos de imunossupressão sistêmica e baseado em comparações de dose. Em ratos, após administração subcutânea, a potência do pimecrolimo na inibição da formação de anticorpos é 48 vezes menor do que com tacrolimo. Injeções subcutâneas de ciclosporina A e tacrolimo suprimem a reação localizada enxerto vs hospedeiro em ratos em 8 vezes e 66 vezes mais potentemente do que pimecrolimo.
Em contraste à ciclosporina A e ao tacrolimo, o tratamento oral de camundongos com pimecrolimo não prejudica a resposta imunológica primária nem reduz o peso dos linfonodos ou a celularidade na dermatite de contato alérgica.
Os dados mostram que Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) tem uma atividade anti-inflamatória alta e seletiva na pele e mínima reabsorção percutânea. Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) difere dos corticosteroides por sua ação seletiva nas células T e mastócitos, por não indução de insuficiência das células de Langerhans/dendríticas, de não indução de atrofia cutânea e pela menor permeação cutânea.
Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) se diferencia do tacrolimo por menor permeação cutânea e por menor potencial em afetar as respostas imunes sistêmicas.
Em estudos de segurança farmacológica com animais, a dose oral única de pimecrolimo não tem efeito sobre as funções basais cardiovasculares e pulmonares. Parâmetros do SNC e endócrinos (por exemplo, GH, prolactina, LH, testosterona, corticosterona) tampouco foram afetados. Com base no seu mecanismo de ação como um inibidor seletivo da produção e liberação de citocinas pró-inflamatórias e mediadores em células T e mastócitos, não é esperado que pimecrolimo tenha efeito no eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal.
Farmacocinética
Dados em animais
O pimecrolimo é lipofílico. Quando aplicado topicamente, sua permeação através da pele é muito baixa. Em miniporcos, o total de material relacionado à droga absorvido sistemicamente após uma única aplicação de Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) por 22 horas sob semi-oclusão, foi de no máximo 1% da dose. A biodisponibilidade do pimecrolimo inalterado foi calculada em aproximadamente 0,03%. A quantidade de material radiomarcado relacionado à droga na pele no local da aplicação permaneceu essencialmente constante no intervalo de tempo de 0-10 dias após uma aplicação por 22 horas. Cinco dias após a dose, esta representou quase exclusivamente pimecrolimo inalterado. A maior fração da dose tópica absorvida foi completamente metabolizada e excretada lentamente pela bile nas fezes.
Dados em humanos
Absorção em adultos
A exposição sistêmica ao pimecrolimo foi estudada em 12 pacientes adultos tratados com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), duas vezes ao dia por 3 semanas. Estes pacientes sofriam de dermatite atópica (eczema), com lesões afetando 15-59% da área da superfície corpórea (BSA). 77,5% das concentrações sanguíneas de pimecrolimo estavam abaixo de 0,5 ng/mL, o limite do ensaio de quantificação (LoQ), e 99,8% do total das amostras estavam abaixo de 1 ng/mL. A mais alta concentração sangüínea de pimecrolimo medida em um paciente foi 1,4 ng/mL.
Em 40 pacientes adultos tratados por um ano com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), que apresentavam 14-62% de sua BSA afetada antes do início do estudo, 98% das concentrações sanguíneas de pimecrolimo estavam consistentemente baixas, a maioria abaixo do LoQ. Uma concentração máxima de 0,8 ng/mL foi medida em apenas 2 pacientes na semana 6 do tratamento. Não houve aumento da concentração sanguínea em nenhum paciente ao longo dos 12 meses de tratamento. Em 13 pacientes adultos com dermatite na mão tratados com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), duas vezes ao dia por 3 semanas (superfícies da palma e dorso das mãos tratadas, oclusão noturna), a concentração sanguínea máxima de pimecrolimo medida foi 0,91 ng/mL.
Dada a alta proporção dos níveis sanguíneos de pimecrolimo abaixo do LoQ após aplicação tópica, a AUC pode ser calculada em apenas alguns indivíduos. Em 8 pacientes adultos com dermatite atópica com pelo menos três níveis sanguíneos quantificáveis por dia de visita, os valores da AUC(0-12h) foram de 2,5 a 11,4 ng.h/mL.
Absorção em crianças
A exposição sistêmica ao pimecrolimo foi estudada em 58 pacientes pediátricos de 3 meses a 14 anos de idade com lesões de dermatite atópica (eczema) envolvendo 10-92% da área da superfície corpórea total. Essas crianças foram tratadas com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), duas vezes ao dia por 3 semanas, e além destes, cinco pacientes foram tratados por mais de um ano quando necessário.
As concentrações sanguíneas medidas nesses pacientes pediátricos foram consistentemente baixas não obstante a extensão das lesões tratadas ou a duração da terapia. As concentrações apresentaram variação similar àquelas medidas em adultos tratados sob o mesmo regime de dose. 60% das concentrações sanguíneas de pimecrolimo estiveram abaixo de 0,5 ng/mL (LoQ) e 97% de todas as amostras estiveram abaixo de 2 ng/mL. A maior concentração sanguínea medida em 2 pacientes pediátricos de 8 meses e 14 anos de idade foi 2,0 ng/mL.
Nos pacientes mais jovens (de 3 a 23 meses), a maior concentração sanguínea medida em um paciente foi 2,6 ng/mL. Nas 5 crianças tratadas por 1 ano, as concentrações sanguíneas foram consistentemente baixas, e a concentração sanguínea máxima medida foi 1,94 ng/mL (1 paciente). Não houve aumentos excessivos na concentração sanguínea em nenhum dos cinco pacientes durante os 12 meses de tratamento.
Em 8 pacientes pediátricos de 2 a 14 anos de idade apresentando pelo menos três concentrações sanguíneas mensuráveis por dia de visita, a AUC(0-12h) atingiu de 5,4 a 18,8 ng.h/mL. As variações de AUC observadas em pacientes com BSA afetada lt; 40% na linha de base foram comparáveis àquelas observadas em pacientes com BSA afetada ? 40%.
Comparação com dados de farmacocinética oral
Em pacientes com psoríase tratados com pimecrolimo oral com doses variando de 5 mg uma vez ao dia a 30 mg duas vezes ao dia por quatro semanas, o fármaco foi bem tolerado em todas as doses incluindo a dose mais elevada. Nenhum evento adverso significante foi relatado e nenhuma alteração significante foi observada no exame físico, sinais vitais, e parâmetros laboratoriais de segurança (incluindo renais). A dose mais elevada foi associada com uma AUC(0-12h) de 294,9 ng.h/mL. Esta exposição é aproximadamente 26 a 16 vezes maior, respectivamente, do que a maior exposição sistêmica observada em pacientes adultos e pediátricos com dermatite atópica (eczema) tratados topicamente com Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento) duas vezes ao dia por três semanas [AUC(0-12h) de 11,4 ng.h/mL e 18,8 ng.h/mL, respectivamente].
Distribuição
Devido a sua seletividade dérmica, os níveis sanguíneos de pimecrolimo são muito baixos após a aplicação tópica. Portanto, o metabolismo do pimecrolimo não pode ser determinado após administração tópica.
Estudos in vitro das proteínas ligantes plasmáticas mostraram que 99,6% de pimecrolimo no plasma se liga às proteínas. A maior parte do pimecrolimo no plasma está ligada a diferentes lipoproteínas.
Metabolismo
Após administração oral única de pimecrolimo radiomarcado em indivíduos sadios, pimecrolimo não alterado foi o principal componente relacionado à droga no sangue, e houve numerosos metabólitos secundários de polaridade moderada que pareceram ser produtos de O-desmetilações e oxigenação.
Não foi observado nenhum metabolismo da droga em pele humana in vitro.
Eliminação
A radioatividade relacionada à droga foi excretada principalmente pelas fezes (78,4%) e apenas uma pequena fração (2,5%) foi recuperada na urina. A recuperação média total de radioatividade foi de 80,9%. Compostos relacionados não foram detectados na urina e nas fezes, foi calculado menos de 1% de radioatividade de pimecrolimo não alterado.
Dados de segurança pré-clínicos
Estudos de toxicologia após aplicação dérmica
Uma variedade de estudos pré-clínicos de segurança foram realizados com formulações creme de pimecrolimo em diversas espécies de animais.
Não houve evidências de irritação, sensibilização (fotossensibilização), toxicidade local ou sistêmica.
Em um estudo de carcinogenicidade dérmica de dois anos em ratos usando Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), nenhum efeito carcinogênico cutâneo ou sistêmico foi observado até a dose mais alta praticável de 10 mg/kg/dia ou 110 mg/m2/dia, representado por uma AUC(0-24h) média de 125 ng.h/mL (equivalente a 3,3 vezes a exposição máxima observada em pacientes pediátricos em estudos clínicos). Em um estudo de carcinogenicidade dérmica em camundongos utilizando pimecrolimo em uma solução etanólica, não foi evidenciado aumento na incidência de neoplasias na pele ou em outros órgãos até a dose mais alta de 4 mg/kg/dia ou 12 mg/m2/dia, correspondendo a um valor médio de AUC(0-24h) de 1040 ng.h/mL (equivalente a 27 vezes a exposição máxima observada em pacientes pediátricos em estudos clínicos).
Em um estudo de fotocarcinogenicidade dérmica em camundongos glabros utilizando Pimecrolimus (substância ativa deste medicamento), não foram observados efeitos fotocarcinogênicos em comparação a animais tratados com o veículo até a dose mais alta de 10 mg/kg/dia ou 30 mg/m2/dia, correspondendo a um valor médio de AUC(0-24h) de 2100 ng.h/mL (equivalente a 55 vezes a exposição máxima observada em pacientes pediátricos em estudos clínicos).
Em estudos dérmicos de reprodução, não foi observado toxicidade materna ou fetal até a dose mais alta viável testada, de 10 mg/kg/dia ou 110 mg/m2/dia em ratos e 10 mg/kg/dia ou 36 mg/m2/dia em coelhos. Em coelhos, o valor médio de AUC(0-24h) correspondente foi de 24,8 ng.h/mL.
A AUC não pôde ser calculada em ratos.
Estudos de toxicologia após administração oral
As reações adversas não observadas em estudos clínicos, mas observadas em animais em exposições consideradas suficientemente excedentes à exposição máxima humana (indicando pequena relevância no uso clínico), foram as seguintes: estudos reprodutivos em ratos recebendo dose oral até 45 mg/kg/dia ou 490 mg/m2/dia, correspondendo a uma AUC(0-24h) média extrapolada de 1.448 ng.h/mL (equivalente a pelo menos 63 vezes a exposição máxima observada em pacientes adultos), causaram discreta toxicidade materna, distúrbios do ciclo menstrual, perdas pós-implantação e redução do tamanho da ninhada.
Um estudo oral de fertilidade e desenvolvimento embro-fetal em ratos revelou distúrbio do ciclo do estrógeno, perda da pós-implantação e redução no tamanho da ninhada com doses de 45 mg/kg/dia [38 vezes maior que a Dose Humana Máxima Recomendada (MRHD) baseado em comparações de AUC]. Nenhum efeito na fertilidade em ratas foi notado com doses de 10 mg/kg/dia (12 x MRHD baseado em comparações de AUC). Nenhum efeito na fertilidade de ratos foi notado com doses de 45 mg/kg/dia (23 x MRHD baseado em comparações de AUC), que foi a dose mais alta testada neste estudo.
Um segundo estudo oral de fertilidade e desenvolvimento embro-fetal em ratos, mostrou redução do peso testicular e do epidídimo, redução do número de espermas testicular e mobilidade do esperma em machos e distúrbios do ciclo estral, diminuição do corpo lúteo, diminuição da implantação e fetos viáveis em fêmeas com doses de 45 mg/kg/dia (123 x MRHD para machos e 192 x MRHD para fêmeas baseados em comparações de AUC). Nenhum efeito na fertilidade de ratas foi notado com doses de 10 mg/kg/dia (5 x MRHD baseados em comparações de AUC). Nenhum efeito na fertilidade em ratos foi notado com doses de 2 mg/kg/dia (0,7 x MRHD baseado em comparações de AUC).
Em um estudo oral reprodutivo em coelhos, foi observada toxicidade materna, porém não foi observada embriotoxicidade ou teratogenicidade até a dose mais alta de 20 mg/kg/dia ou 72 mg/m2/dia, correspondendo a um valor médio extrapolado de AUC(0-24h) de 147 ng.h/mL (equivalente a pelo menos 6 vezes a exposição máxima observada em pacientes adultos).
Em um estudo de carcinogenicidade oral em camundongos, uma incidência maior de 13% de linfomas associados a sinais de imunossupressão versus controle foi observada a 45 mg/kg/dia ou 135 mg/m2/dia, correspondendo a um valor médio de AUC(0-24h) de 9.821 ng.h/mL (equivalente a pelo menos 258 vezes a exposição máxima observada em pacientes pediátricos em estudos clínicos). Uma dose de 15 mg/kg/dia ou 45 mg/m2/dia, correspondendo a um valor médio de AUC(0-24h) de 5.059 ng.h/mL, não causou linfomas ou efeitos perceptíveis no sistema imunológico (equivalente a 133 vezes a exposição máxima observada em pacientes pediátricos em estudos clínicos). Em um estudo oral de carcinogenicidade em ratos, não foi observado potencial carcinogênico até a dose de 10 mg/kg/dia ou 110 mg/m2/dia, excedendo a dose máxima tolerada, representada por um valor médio de AUC(0-24h) de 1.550 ng.h/mL (equivalente a 41 vezes a exposição máxima observada em pacientes pediátricos em estudos clínicos).
Em um estudo de toxicidade oral de 39 semanas com macacos, foi observada uma DLIR (desordem linfoproliferativa imunossupressivo-relacionada) relacionada a dose, associada ao linfocriptovirus (LCV) e outras infecções oportunistas, iniciando com 15 mg/kg/dia, correspondendo a uma AUC(0-24h) média de 1.193 ng.h/mL (31 vezes a exposição máxima observada em pacientes pediátricos em estudos clínicos). Com 45 mg/kg/dia, correspondendo a uma AUC(0-24h) média de 3.945 ng.h/mL (104 vezes a exposição máxima observada em pacientes pediátricos em estudos clínicos) a DLIR foi acompanhada por mortalidade/morbidade, consumo de alimentos e reduções de peso corpóreo, e alterações patológicas secundárias à imunossupressão relacionada ao composto. Com interrupção da administração foi observada recuperação e/ou pelo menos reversão parcial dos efeitos.
Uma série de testes de genotoxicidade in vitro e in vivo, incluindo ensaio de Ames, ensaio de linfoma de camundongo L5178Y, teste de aberração cromossômica em células de hamster chinês V79, e teste de micronúcleos de camundongo, não evidenciaram potencial mutagênico ou clastogênico da droga.
Cuidados de Armazenamento do Elidel
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Após aberto, este medicamento deve ser utilizado em até 12 meses.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características do medicamento
Elidel® é um creme esbranquiçado, sem odor, fácil de espalhar e que não mancha.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Dizeres Legais do Elidel
Reg. MS: 1.8830.0030
Farm. Resp.:
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CRF-RJ: 13.349
Fabricado por:
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