Bula do Haemocomplettan P
- Hipofibrinogenemia, disfibrinogenemia ou afibrinogenemia congênitas;
- Hipofibrinogenemia adquirida resultante de distúrbios da síntese em casos de dano grave do parênquima hepático, consumo intravascular aumentado (por exemplo, como resultado de coagulação intravascular disseminada, hiperfibrinólise);
- Perda aumentada.
Os quadros clínicos mais importantes associados com a coagulação intravascular disseminada são:
Complicações obstétricas, leucemia aguda, especialmente leucemia promielocítica, cirrose hepática, intoxicação, traumatismos extensos, hemólise após erros de transfusão, procedimentos cirúrgicos, infecções, septicemia, todas as formas de choque, assim como de tumores, especialmente do pulmão, pâncreas, útero e próstata.
Contraindicação do Haemocomplettan P
Hipersensibilidade ao Fibrinogênio (substância ativa) ou a qualquer excipiente listado.
Trombose manifesta ou infarto do miocárdio, exceto na presença hemorragias que levem a risco de vida.
Como usar o Haemocomplettan P
Fibrinogênio (substância ativa) deve ser reconstituído com água para injeção (50 mL para Fibrinogênio (substância ativa) 1g) e administrado por via intravenosa lenta ou por infusão, na velocidade que o paciente julgar confortável (não exceder 5 mL/min). A solução deve estar à temperatura ambiente antes da administração.
Fibrinogênio (substância ativa) não deve ser misturado com outros medicamentos, diluentes ou solventes e deve ser administrado em linha de infusão separada.
Se durante a administração, o paciente apresentar qualquer reação adversa, a velocidade da infusão deve ser reduzida ou a infusão deve ser interrompida, de acordo com a condição clínica do paciente.
Reconstituição
O pó liofilizado e a solução para injeção devem estar à temperatura ambiente (não exceder 37°C).
Remover o lacre do frasco de Fibrinogênio (substância ativa), passar solução antisséptica na tampa e transferir 50 mL (Fibrinogênio (substância ativa) 1 g) de água para injeção para o frasco. Girar o frasco gentilmente até a completa reconstituição do pó liofilizado. Não agitar o frasco. O pó deverá estar completamente reconstituído dentro de 5 a 10 minutos. A solução que se forma é incolor a amarelada, límpida a ligeiramente opalescente e tem pH neutro.
Após a reconstituição, Fibrinogênio (substância ativa) deve ser administrado imediatamente e não deve ser guardado na geladeira.
Evite a entrada de sangue na seringa contendo o produto.
Posologia do Fibrinogênio
Antes da administração de Fibrinogênio (substância ativa), o nível de Fibrinogênio (substância ativa) deve ser determinado usando o método de Clauss.
A quantidade a ser administrada e a frequência de aplicação de Fibrinogênio (substância ativa) devem ser sempre orientadas pelo grau de sangramento e pela eficácia clínica no caso individual.
Em geral, a dose inicial de Fibrinogênio (substância ativa) a ser administrada é de 1g a 2g, com infusões subsequentes de acordo com a necessidade.
O nível crítico de Fibrinogênio (substância ativa) plasmático abaixo do qual podem ocorrer hemorragias é 100 mg/dL. Os valores normais estão na faixa de 200 a 450 mg/dL. O nível de Fibrinogênio (substância ativa) circulante não deve ser elevado acima do limite inferior da faixa normal para minimizar o risco de complicações tromboembólicas.
Em casos de hemorragias graves como, por exemplo, após descolamento prematuro da placenta, uma dose de 4g a 8g de Fibrinogênio (substância ativa) pode ser necessária imediatamente.
Em crianças, a dose deve ser selecionada de acordo com o peso corporal e a necessidade clínica.
Especialmente para evitar uma dose excessiva, o monitoramento preciso da terapia de substituição através de exames laboratoriais é indispensável (usando métodos apropriados para determinar a atividade do Fibrinogênio (substância ativa), como o método de Clauss).
Precauções do Haemocomplettan P
Há risco de trombose quando pacientes com deficiência congênita são tratados com Fibrinogênio (substância ativa), particularmente com doses altas ou doses repetidas. Pacientes que recebem Fibrinogênio (substância ativa) devem ser observados quanto a sinais e sintomas de trombose.
Em pacientes com histórico de doença coronariana ou infarto do miocárdio, com doença hepática, em peri ou pós-operatório, em neonatos ou em pacientes com alto risco de eventos tromboembólicos ou coagulação intravascular disseminada, o benefício potencial do tratamento com Fibrinogênio (substância ativa) deve ser ponderado em relação ao risco de complicações tromboembólicas. Deve-se realizar também um acompanhamento cauteloso do paciente.
A hipofibrinogenemia adquirida está associada a baixas concentrações plasmáticas de todos os fatores de coagulação (não somente do Fibrinogênio (substância ativa)) e de inibidores. Desta forma, o tratamento com hemoderivados contendo fatores de coagulação deve ser considerado (com ou sem a administração do Fibrinogênio (substância ativa)). É necessária monitoração cuidadosa do sistema de coagulação.
Se reações alérgicas ou anafiláticas ocorrerem, a infusão/injeção deve ser interrompida imediatamente. Em casos de choque anafilático, deve ser realizado o tratamento médico padrão para choque.
Em casos de terapia de reposição com fatores de coagulação em outras deficiências congênitas foram observadas reações com anticorpos, porém não há dados desse tipo para o Fibrinogênio (substância ativa).
Informações importantes sobre os excipientes
Fibrinogênio (substância ativa) contém cerca de 164mg (7,1 mmol) de sódio para cada 1g de Fibrinogênio (substância ativa). Isso corresponde a 11,5 mg (0,5 mmol) de sódio por kg de peso do paciente se a dose inicial for de 70 mg/kg. Isso deve ser considerado para pacientes que necessitem de dieta com controle de sódio.
Segurança viral
Medidas padrão para prevenir infecções resultantes do uso de medicamentos preparados a partir de sangue ou plasma humano incluem a seleção dos doadores, triagem das doações individuais e pools de plasma para marcadores específicos de infecção e a inclusão de etapas de fabricação efetivas para a inativação/remoção de vírus.
Apesar disso, quando medicamentos preparados a partir de sangue ou de plasma são administrados, não é possível excluir totalmente a possibilidade de transmissão de agentes infecciosos. Isso se aplica, também, aos vírus e outros agentes patogênicos desconhecidos ou emergentes.
As medidas adotadas são consideradas eficazes para vírus envelopados, tais como o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus da hepatite B (HBV) e o vírus da hepatite C (HCV) e para o vírus não envelopado da hepatite A (HAV).
Essas medidas podem ser de valor limitado contra os vírus não envelopado do parvovírus B19.
A infecção por parvovírus B19 pode ser grave em gestantes (infecção fetal) e para indivíduos com imunodeficiência ou eritropoiese aumentada (como por exemplo, na anemia hemolítica).
Vacinação apropriada (hepatite A e hepatite B) deve ser considerada para pacientes com prescrição regular/repetida de produtos com Fibrinogênio (substância ativa).
Recomenda-se fortemente que toda vez que Fibrinogênio (substância ativa) for administrado em um paciente, o nome e o número do lote do produto sejam anotados a fim de manter uma ligação entre o paciente e o lote do produto.
Gravidez
Não foram conduzidos estudos de reprodução em animais com o Fibrinogênio (substância ativa). Já que a substância ativa é de origem humana, ela é metabolizada da mesma maneira que as proteínas da própria paciente. Não se espera que esses constituintes fisiológicos do sangue humano induza qualquer efeito adverso na reprodução ou no feto.
A segurança do uso de produtos com Fibrinogênio (substância ativa) na gravidez não foi estabelecida em ensaios clínicos controlados.
A experiência clínica com o uso de produtos contendo Fibrinogênio (substância ativa) no tratamento de complicações obstétricas indica que não devem ser esperados efeitos prejudiciais no curso da gestação, na saúde do feto ou do recém-nascido.
Categoria B – este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas, sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Lactação
Não se sabe se Fibrinogênio (substância ativa) é excretado no leite humano. A segurança de produtos com Fibrinogênio (substância ativa) para uso durante a lactação não foi estabelecida em ensaios clínicos controlados.
Não se pode excluir o risco para o lactente. Deve-se decidir se haverá descontinuação da amamentação ou da terapia com Fibrinogênio (substância ativa), levando-se em consideração o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapia para a mulher.
Fertilidade
Não há nenhum dado a respeito do efeito do Fibrinogênio (substância ativa) na fertilidade
Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e utilizar máquinas
Fibrinogênio (substância ativa) não tem influência na capacidade de dirigir ou utilizar máquinas.
Atenção atletas:
este medicamento contém albumina humana, que é considerada um agente mascarante do doping, conforme lista de referência do Comitê Olímpico Internacional.
Reações Adversas do Haemocomplettan P
As reações alérgicas a seguir têm sido relatadas a partir da experiência de comercialização e da literatura cientifica.
As seguintes categorias padrão de frequência são utilizadas:
- Muito comum -?1/10;
- Comum – ? 1/100 e 1/10;
- Incomum – ? 1/1.000 e 1/100;
- Rara – ? 1/10.000 e 1/1.000;
- Muito rara – lt; 1/10.000 (incluindo casos unitários declarados).
Em caso de eventos adversos, notifique o Sistema de Notificação em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Estadual ou Municipal.
Interação Medicamentosa do Haemocomplettan P
Não são conhecidas interações entre produtos com Fibrinogênio (substância ativa) e outros medicamentos.
Incompatibilidades
Este medicamento não deve ser misturado com outros medicamentos, diluentes ou solventes, exceto o diluente. É recomendado que se utilize um conjunto padrão de infusão para a aplicação do produto reconstituído a temperatura ambiente.
Ação da Substância Haemocomplettan P
Resultados de Eficácia
A terapia de substituição com produtos contendo Fibrinogênio (substância ativa) tem sido recomendada para o tratamento ou prevenção do sangramento em pacientes com afibrinogenemia, hipofibrinogenemia e disfibrinogenemia com tendência para sangramento (nível de Fibrinogênio (substância ativa) lt;1g/L). Em um paciente médio, um aumento efetivo do nível plasmático de Fibrinogênio (substância ativa) (de cerca de 0,6-0,8 g/L) pode ser alcançado pela substituição de 2-3 g de Fibrinogênio (substância ativa).
As condições clínicas mais importantes associadas com a síndrome de desfibrinação são:
Complicações obstétricas, hemólise após erros de transfusão e intoxicação;
Todas as formas de choque, traumatismos, intervenções cirúrgicas e tumores no pulmão, pâncreas, útero e próstata, cirrose hepática e leucemia aguda.
Características Farmacológicas
Propriedades Farmacodinâmicas
O Fibrinogênio (substância ativa) (fator I de coagulação), na presença de trombina, fator XIII de coagulação ativado (FXIIIa) e íons cálcio, é convertido em um coágulo hemostático de fibrina, tridimensional, elástico e estável.
A administração de Fibrinogênio (substância ativa) proporciona um aumento no nível de Fibrinogênio (substância ativa) plasmático e pode corrigir temporariamente o defeito da coagulação em pacientes com deficiência de Fibrinogênio (substância ativa).
Propriedades Farmacocinéticas
O Fibrinogênio (substância ativa) é um componente normal do plasma humano e atua como o Fibrinogênio (substância ativa) endógeno. No plasma, a meia vida do Fibrinogênio (substância ativa) é de 3 a 4 dias. Em relação à degradação, Fibrinogênio (substância ativa) comporta-se como o Fibrinogênio (substância ativa) endógeno.
Fibrinogênio (substância ativa) é administrado por via intravenosa e está disponível imediatamente em concentração plasmática correspondente à dose administrada.
Dados de segurança Pré-Clínicos
Nenhum dado não clínico revela toxicidade especial para humanos, baseado em estudos convencionais de toxicidade em dose única e segurança farmacológica.
Estudos pré-clínicos com aplicações de doses repetidas (toxicidade crônica, carcinogenicidade, mutagenicidade) não podem ser realizados em modelos convencionais de animais devido ao desenvolvimento de anticorpos após a aplicação de proteína humana heteróloga.