Muitas mulheres demoram alguns meses para conseguir engravidar e acreditam que tem algum tipo de dificuldade. O que não se sabe é que pode ser normal demorar alguns meses e que existem alguns métodos que podem ajudar.
Por isso, conversamos com nosso ginecologista Dr. Thiago Ricci, que nos contou um pouco mais sobre a infertilidade, quando ela é realmente diagnosticada e também quais os métodos de fertilização mais usados.
O que é infertilidade?
Um casal é considerado infértil quando não consegue engravidar após um ano de relações sexuais frequentes sem qualquer tipo de contracepção neste período. Após um ano de tentativas, 85-90% dos casais conseguem engravidar.
Quando procurar um médico?
Após 1 ano de tentativa de gravidez o casal deve procurar um especialista para ser investigado. Porém, em algumas situações esse tempo pode ser abreviado. Mulheres acima de 35 anos devem procurar um médico 6 meses após relações sexuais frequentes sem proteção.
Causas
Divide-se as causas de infertilidade por fatores causais, sendo que o fator masculino representa 35% de causa de infertilidade, tuboperitoneal/endometriose 35%, ovariano 15%, sem causa aparentes 10% e outras causas 5%, sendo que a associação desses fatores é bastante comum, portanto, o casal deve ser investigado para o diagnóstico correto da infertilidade e sua causa.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se nas informações fornecidas pelo casal sendo complementado por exames que irão avaliar o casal, inclusive avaliação genética.
No homem é pesquisado seu sêmen, e pelo exame pode-se detectar alterações dos espermatozoides quanto ao número, concentração, mobilidade, vitalidade e forma, além de processos infecciosos.
Na mulher, a investigação exige uma variedade maior de exames, que avaliarão a função e a reserva dos ovários, alterações uterinas de forma e da cavidade e avaliar se as tubas uterinas se são pérvias ou obstruídas, além de outras a serem avaliados durante a investigação.
Tratamento
Divide-se o tratamento de infertilidade em baixa e alta complexidade, o que pode refletir inclusive no custo de tratamento a ser realizado.
Baixa complexidade: coito programado e inseminação intrauterina.
O coito programado nada mais é que ter relação na data mais certa de ovulação, e isso é sabido pelo acompanhamento com especialista que poderá ser feito com o ciclo natural ou com medicação que irá induzir a ovulação, sempre com monitorização ultrassonográfica.
A inseminação intrauterina, o sêmen é preparado para ser injetado diretamente dentro do útero na data da ovulação que é sabido pelo especialista pelo acompanhamento ultrassonográfico após indução de ovulação ou acompanhamento de um ciclo natural. Para poder fazer esses tipo de tratamento, não deve existir alterações importantes do sêmen ou tubas obstruídas, além de possuir reserva e resposta ovariana dentro do normal.
Alta complexidade: Fertilização in vitro (FIVc) e Injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
É o chamado bebê de proveta. Neste tipo de tratamento, os ovários são estimulados para produzirem óvulos que serão captados e fertilizados seja por FIVc ou ICSI. Após a fertilização, embriões formados serão transferidos diretamente ao útero.
Prognóstico
A taxa de gravidez depende de muitos fatores, como a causa e o tempo de infertilidade, o tratamento instituído, a idade dos pacientes, até o local onde o tratamento está sendo realizado.