O joanete é uma forma relativamente conhecida de alteração nos ossos. Ele faz com que haja uma deformidade ao lado do dedão, de um ou de ambos os pés, formando um calombo facilmente perceptível.
Para algumas pessoas a questão estética por si só pode ser um incômodo, mas pode haver ainda dor e outros tipos de queixa, principalmente diante da necessidade de ficar muito tempo de pé ou com calçados fechados.
Fatores que interferem na formação de um joanete
Chamado pelos especialistas de hálux valgo (expressão em latim que significa “dedão torto”), ele surge devido à pressão excessiva que empurra o osso dessa parte do pé para fora do seu local correto.
Com isso, há um desalinhamento que se torna proeminente na região onde o peito do pé se encontra com o dedo maior, área em que existe uma articulação. Todo esse deslocamento demora para aparecer, mas se torna bem visível depois que avança.
Entre os aspectos que podem favorecer o desenvolvimento de um joanete estão:
- presença de determinadas mudanças no formato do pé;
- uso regular de sapatos muito apertados, de bico fino ou com salto alto;
- ocupações que exigem permanecer períodos longos em pé;
- condições como a osteoartrite ou alterações autoimunes que causem danos articular.
Parte dos joanetes é congênita, o que significa que um bebê pode nascer com o calombo no pé. No entanto, a maioria dos casos atinge adultos.
As mulheres são as mais afetadas. Estima-se que a cada 15 indivíduos do sexo feminino com a malformação, há um único homem.
De acordo com um artigo do Journal of Foot and Ankle Research, cerca de 30% das mulheres terão o desvio ósseo em algum momento da vida. Parte disso é consequência de hábitos culturais, embora a predisposição genética e determinados aspectos anatômicos (do próprio corpo) também contribuam.
Dicas simples de prevenção
Determinados cuidados básicos com os pés são suficientes para evitar parte significativa dessas formações indesejadas; confira alguns deles:
- escolher sapatos que realmente acomodam os pés;
- experimentar tamanhos maiores que façam a diferença no ajuste;
- reduzir o uso de saltos muito altos ou exageradamente finos;
- alternar os calçados no dia a dia, diminuindo o acúmulo de pressão na mesma região dos dedos;
- controlar o tempo que se passa em pé;
- ficar descalço ou de chinelos sempre que possível;
- procurar orientação do ortopedista em caso de pisadas específicas.
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Sinais e sintomas mais comuns de um joanete
Ainda que comece pequeno e praticamente imperceptível, o desalinhamento da articulação se torna incômodo, principalmente quando o espaço entre as juntas fica inflamado. A partir disso, é comum perceber:
- desconforto intenso, que piora com a frequência de sapatos fechados ou com salto;
- inchaço;
- vermelhidão;
- dificuldade em mover ou dobrar o dedão do pé ou mesmo em andar;
- espessamento da pele da região ou aparecimento de calos;
- dormência local.
A pessoa com esses sintomas pode tentar redistribuir o peso da pisada. Com a caminhada irregular, podem surgir reclamações envolvendo outras regiões do pé, indo até lesões na sola da extremidade do membro inferior.
Em quadros mais graves, pode haver deslocamentos nos demais dedos do pé, deixando-os curvados (o que é conhecido como “dedo em martelo”).
Opções para lidar com a queixa
A avaliação visual do pé por parte de um ortopedista costuma ser suficiente no processo de diagnóstico. Um raio-X ajuda a determinar a extensão do defeito. Quanto mais fora do alinhamento considerado normal, mais grave a condição.
Na ocorrência de dor intensa e presença de sinais inflamatórios, o profissional de saúde pode considerar necessário descartar outras explicações para o quadro.
Nesse sentido, é importante avaliar a possibilidade de condições autoimunes ou desequilíbrios metabólicos (reações químicas inadequadas no organismo). Entram nessa consideração quadros como bursite, osteoartrite ou gota. Nesse momento, o apoio de um reumatologista tende a ser relevante.
Descartadas essas possibilidades, o tratamento combina medidas de combate à sensação dolorida e, dentro do viável, de correção da articulação.
Escolha de novos sapatos
As primeiras abordagens tendem a ser conservadoras, sobretudo quando a preocupação é apenas estética. Casos mais leves tendem a ter um restabelecimento satisfatório apenas com a mudança dos acessórios de proteção para os pés.
Deixar de lado aqueles sapatos com bico afunilado ou com saltos já ajuda bastante. O par escolhido precisa ter espaço suficiente para os dedos, sempre com a frente quadrada ou circular.
Materiais macios ajudam ainda a aliviar o desconforto, em especial ao estar em pé ou caminhar, e reduzem o risco de calos.
Auxílio no alívio da dor
O médico responsável pelo acompanhamento pode prescrever analgésicos e anti-inflamatórios. Outra iniciativa que pode contribuir é a aplicação de compressas de gelo, com uma bolsa com cubos ou preenchida com gel.
Tratamento com suportes ortopédicos (ou órteses)
O ortopedista pode indicar o uso de utensílios para estabilizar e separar os dedos do pé. Esse afastamento torna o apoio sobre ele mais confortável.
Alguns desses itens são encontrados em farmácias e lojas de material hospitalar. Em determinadas circunstâncias, opções feitas sob medida beneficiarão mais.
Sessões de fisioterapia
Os exercícios indicados pelo fisioterapeuta colaboram para o fortalecimento das articulações do pé, ajudando a retomar sua flexibilidade e funcionalidade.
Junto da prática, o profissional pode ainda fazer uso de recursos de ondas de ultrassom e a eletroterapia, em que pequenas ondas de choque são utilizadas para minimizar a sensação dolorosa e outros sinais inflamatórios.
Cirurgias de correção
A intervenção cirúrgica é considerada apenas quando as alternativas anteriores se tornam incapazes de fornecer o resultado esperado, sobretudo no controle do desconforto e na mobilidade do pé.
Existem inúmeras técnicas de correção cirúrgica da deformidade. A melhor para cada caso depende da avaliação especializada. O objetivo é sempre rearranjar os ligamentos e ossos para devolver o alinhamento adequado a essas estruturas.
A garantia de bons resultados exige a manutenção no pós-operatório. Para isso, a pessoa operada precisa manter a imobilização do pé por algumas semanas, sem apoiá-lo no chão até que a recuperação esteja completa.
Fontes: