Bula do Losartec
Contraindicação do Losartec
Losartec é contraindicado para pessoas com hipersensibilidade a losartana potássica ou a qualquer outro componente da fórmula.
Não deve ser utilizado durante a gravidez e a amamentação.
Avise seu médico se você tiver qualquer doença no fígado, rins ou insuficiência cardíaca.
Como usar o Losartec
A dose usual de início e de manutenção é de 50 mg (2 comprimidos de 25 mg), uma vez ao dia, para a maioria dos pacientes. O máximo efeito anti-hipertensivo é obtido 3-6 semanas após início da terapia.
Alguns pacientes podem obter benefício adicional se a dose for aumentada para 100mg, uma vez ao dia.
Para pacientes com depleção do volume intravascular, como exemplo, pacientes tratados com altas doses de diuréticos, deve-se considerar uma dose de 25mg, uma vez ao dia. Ver item ‘precauções’.
Não há necessidade de ajuste posológico inicial para pacientes idosos ou para pacientes com disfunção renal,incluindo pacientes sob diálise. Deve ser considerada a utilização de uma dose mais baixa para pacientes com história de disfunção hepática.
Losartec pode ser administrado com outros anti-hipertensivos e com ou sem alimentos.
Precauções do Losartec
Conduta na gravidez e lactação
Informe ao seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após o seu término, visto que o uso de Losartec está contraindicado durante a gravidez e/ou amamentação. Informar ao médico se está amamentando.
Quando houver confirmação de gravidez deve-se descontinuar imediatamente o tratamento. Em casos de lactantes é indicado descontinuar a amamentação ou o tratamento com Losartec®, levando-se em consideração a importância da medicação para a mãe.
Pacientes idosos
Losartec pode ser usado por pacientes acima de 65 anos de idade, desde que observadas as precauções e contraindicações comuns ao produto.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento de seu médico.
Reações Adversas do Losartec
Informar ao médico o aparecimento de reações desagradáveis, tais como: hipersensibilidade, inchaço da face, lábios e/ou língua, tontura, erupção cutânea, mal-estar, fraqueza, dor abdominal, inchaço, dor no peito, náusea, faringite, diarréia, dor de cabeça, insônia, cãibras, congestão nasal.
Estes efeitos, em geral, foram leves, não sendo necessário interromper o tratamento. Informe ao seu médico o aparecimento de reações desagradáveis.
Composição do Losartec
Cada comprimido contém:
Losartana potássica (equivalente a 25 mg de losartana base) – 27,25mg.
Excipientes:
amidoglicolato de sódio, lactose monoidratada, celulose microcristalina, dióxido de silício, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, dióxido de titânio, azul de indigotina, laca de alumínio,amarelo de quinolina e laca de alumínio.
Superdosagem do Losartec
Os dados disponíveis relativos à superdosagem em seres humanos são limitados. As manifestações mais prováveis de superdosagem seriam hipotensão e taquicardia; bradicardia poderá ocorrer por estimulação do parassimpático (vagal). Se houver hipotensão sintomática, deve ser corrigida com o tratamento de suporte.
Nem losartana potássica, nem o metabólito ativo podem ser removidos da circulação por hemodiálise.
Interação Medicamentosa do Losartec
Nos estudos clínicos de farmacocinética realizados com hidroclorotiazida, digoxina, varfarina, cimetidina, fenobarbital, cetoconazol e eritromicina, não foram identificadas interações medicamentosas de importância clínica. Houve relatos de redução dos níveis do metabólito ativo pela rifampicina e pelo fluconazol. Não foram avaliadas as consequências clínicas dessas interações.
A exemplo do que ocorre com outros fármacos que bloqueiam a angiotensina II ou os seus efeitos, o uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio (como espironolactona, triantereno e amilorida), suplementos de potássio, substitutos do sal que contenham potássio, ou outros medicamentos que possam aumentar o potássio sérico (por exemplo, produtos que contenham trimetoprima) pode resultar em aumento do potássio sérico.
A exemplo de outros fármacos que afetam a excreção de sódio, a excreção de lítio pode ser reduzida. Por isso, deve-se monitorar com cautela os níveis séricos do lítio, caso sais de lítio sejam administrados concomitantemente a antagonistas de receptores de angiotensina II.
Os fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), incluindo os inibidores seletivos da cicloxigenase-2 (inibidores da COX-2), podem reduzir o efeito de diuréticos e outros medicamentos anti-hipertensivos. Por isso, o efeito anti-hipertensivo de antagonistas de receptores da angiotensina II ou inibidores da ECA pode ser atenuado pelos AINEs, incluindo os inibidores seletivos da COX-2.
Para alguns pacientes com função renal comprometida (por exemplo, pacientes idosos ou hipovolêmicos, incluindo aqueles em terapia diurética) que estão em tratamento com fármacos anti-inflamatórios não esteroides, incluindo inibidores seletivos da COX-2, a administração concomitante de antagonistas de receptores da angiotensina II ou inibidores da ECA pode resultar em maior deterioração da função renal, incluindo possível insuficiência renal aguda.
Esses efeitos são usualmente reversíveis, portanto, a combinação deve ser administrada com cautela a pacientes com comprometimento da função renal.
Dado do estudo clínico demonstrou que o bloqueio duplo do sistema renina-angiotensina-aldosterona através do uso combinado de inibidores da ECA, antagonistas de receptor da angiotensina II ou alisquireno está associado com uma frequência maior de reações adversas tais como hipotensão, hipercalemia e diminuição da função renal (incluindo insuficiência renal aguda) comparado com o uso de apenas um agente que atua no sistema renina-angiotensina-aldosterona.
Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Cozaar®.
Ação da Substância Losartec
Resultados de Eficácia
Em estudos clínicos, a administração de Losartana Potássica (substância ativa) em dose única diária a pacientes com hipertensão essencial leve à moderada propiciou reduções estatisticamente significativas das pressões arteriais sistólica e diastólica; nos estudos clínicos, o efeito anti-hipertensivo foi mantido por até um ano. A medida da pressão arterial no vale (24 horas após a dose) em relação à pressão no pico (5 a 6 horas após a dose) demonstrou redução da pressão arterial relativamente uniforme nas 24 horas. O efeito anti-hipertensivo acompanhou os ritmos diurnos naturais. A redução da pressão arterial no final do intervalo posológico foi de aproximadamente 70% a 80% do efeito observado 5 a 6 horas após a dose. A descontinuação da Losartana Potássica (substância ativa) em pacientes hipertensos não resultou em rebote abrupto da pressão arterial.
Apesar da diminuição significativa da pressão arterial, a administração de Losartana Potássica (substância ativa) não exerceu efeito clinicamente significativo na frequência cardíaca.
A administração de 50 mg a 100 mg de Losartana Potássica (substância ativa) uma vez ao dia produz efeito anti-hipertensivo significativamente maior do que a administração de 50 mg a 100 mg de captopril uma vez ao dia. O efeito anti-hipertensivo de Losartana Potássica (substância ativa) 50 mg é semelhante ao da administração única diária de enalapril 20 mg. O efeito anti-hipertensivo da administração única diária de 50 mg a 100 mg de Losartana Potássica (substância ativa) é comparável ao da administração única diária de 50 mg a 100 mg de atenolol e equivalente ao da administração de 5 mg a 10 mg de felodipina de liberação prolongada em idosos hipertensos (? 65 anos) após 12 semanas de terapia.
Losartana Potássica (substância ativa) é igualmente eficaz em pacientes hipertensos de ambos os sexos e em pacientes hipertensos mais jovens (lt; 65 anos) e mais velhos (? 65 anos). A exemplo do que ocorre com outros medicamentos que afetam o sistema renina-angiotensina, a resposta média à monoterapia com Losartana Potássica (substância ativa) é menor em pacientes da raça negra, embora o efeito anti-hipertensivo de Losartana Potássica (substância ativa) se manifeste em todas as raças.
Os efeitos de Losartana Potássica (substância ativa) administrado concomitantemente com diuréticos tiazídicos na redução da pressão arterial são aproximadamente aditivos.
Estudo LIFE (Losartan Intervention For Endpoint reduction in hypertension)
Foi um estudo de grande porte, multicêntrico, multinacional, randômico e triplo-cego, controlado com medicação ativa, que envolveu 9.193 pacientes hipertensos com idades entre 55 e 80 anos (média de 67 anos) e hipertrofia ventricular esquerda documentada por ECG. No período basal, 1.195 (13%) pacientes apresentavam diabetes; 1.326 (14%), hipertensão sistólica isolada; 1.468 (17%), doença coronariana e 728 (8%), doença vascular cerebral. O objetivo do estudo foi demonstrar os efeitos protetores cardiovasculares de Losartana Potássica (substância ativa) versus atenolol, além dos benefícios do controle da pressão arterial (medida no vale). Para atingir esse objetivo, a meta da pressão arterial foi a mesma para os dois grupos de tratamento. Os pacientes foram distribuídos de modo randômico para receber 50 mg de Losartana Potássica (substância ativa) ou 50 mg de atenolol uma vez ao dia.
Quando a meta da pressão arterial (lt; 140/90 mmHg) não era atingida, adicionava-se, em primeiro lugar, a hidroclorotiazida (12,5 mg) e, se necessário, aumentava-se a dose de Losartana Potássica (substância ativa) ou de atenolol para 100 mg uma vez ao dia. Se para atingir a meta ainda houvesse a necessidade de outras modificações do esquema terapêutico (por exemplo, aumento da dose de hidroclorotiazida para 25 mg ou adição de outro tratamento diurético ou de bloqueadores dos canais de cálcio, alfabloqueadores ou agentes de ação central), estas eram feitas. A adição de inibidores da ECA, antagonistas da angiotensina II ou betabloqueadores não foi permitida.
Nos dois grupos de tratamento, a pressão arterial foi significativamente reduzida para níveis semelhantes, e uma proporção semelhante de pacientes atingiu a meta da pressão arterial. A duração média do período de acompanhamento foi de 4,8 anos.
O desfecho primário foi o composto de morbidade e mortalidade cardiovasculares, avaliado pela redução da incidência combinada de morte cardiovascular, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio. Os resultados mostraram que o tratamento com Losartana Potássica (substância ativa), em comparação ao com atenolol, resultou em 13,0% de redução do risco (P = 0,021) para os pacientes que atingiram o desfecho primário composto (veja a Figura 1).
Figura 1. Estimativas de Kaplan-Meier do desfecho primário composto de morte cardiovascular, acidente vascular cerebral ou infarto do miocárdio nos grupos que receberam Losartana Potássica (substância ativa) ou atenolol, ajustadas para o escore de risco de Framingham e o grau de hipertrofia ventricular esquerda (HVE) ao ECG no período basal.
O tratamento com Losartana Potássica (substância ativa), em comparação ao com atenolol, reduziu o risco de acidente vascular cerebral em 25% (P = 0,001). As taxas de morte cardiovascular e de infarto do miocárdio não foram significativamente diferentes entre os grupos de tratamento. O efeito de Losartana Potássica (substância ativa) no desfecho primário composto aparentemente foi superior e além dos efeitos benéficos do controle da pressão arterial isoladamente (veja a tabela a seguir).
Desfechos do estudo LIFE | ||||||
Resultado | Losartana Potássica (substância ativa) (N = 4.605) n (%) | Taxa* | Atenolol (N = 4.588) n (%) | Taxa* | Redução do risco** | Valor de P |
Desfecho primário composto | 508 (11%) | 23,8 | 588 (13%) | 27,9 | 13% | 0,021 |
Componentes do desfecho primário composto | ||||||
Mortalidade cardiovascular | 204 (4%) | 9,2 | 234 (5%) | 10,6 | 11% | 0,206 |
Acidente vascular cerebral | 232 (5%) | 10,8 | 309 (7%) | 14,5 | 25% | 0,001 |
Infarto do miocárdio | 198 (4%) | 9,2 | 188 (4%) | 8,7 | -7% | 0,491 |
*Por 1.000 pacientes-anos de acompanhamento.
**Ajustada para o escore de risco de Framingham e o grau de HVE ao ECG no período basal.
Os outros desfechos clínicos do estudo LIFE foram: mortalidade por todas as causas, hospitalização por insuficiência cardíaca ou angina pectoris, procedimentos de revascularização coronariana ou periférica e parada cardíaca com ressuscitação. Não ocorreram diferenças significativas entre os grupos de tratamento nas taxas desses desfechos.
Os pacientes que receberam Losartana Potássica (substância ativa) apresentaram redução significativamente maior dos índices de hipertrofia ventricular esquerda no ECG em comparação com os que receberam atenolol.
Os efeitos de Losartana Potássica (substância ativa) versus atenolol na morbimortalidade cardiovascular foram examinados em subgrupos de pacientes com histórico de diabetes mellitus (n = 1.195) ou hipertensão sistólica isolada (HSI) (n = 1.326) no período basal. Em relação ao desfecho primário composto, os resultados observados nesses subgrupos foram compatíveis com o benefício do tratamento com Losartana Potássica (substância ativa) observado na população global do estudo: observou-se redução de 24% do risco (P = 0,03) nos pacientes com diabetes e de 25% (P = 0,06) nos pacientes com hipertensão sistólica isolada. Compatível com os resultados observados na população global, a redução do risco de acidente vascular cerebral foi um importante fator contribuinte para o benefício observado nos pacientes com diabetes ou HSI.
Raça
Com base no estudo LIFE, os benefícios de Losartana Potássica (substância ativa) sobre a morbidade e a mortalidade cardiovasculares em comparação com os do atenolol não se aplicam a pacientes negros com hipertensão e hipertrofia ventricular esquerda, embora os dois esquemas de tratamento tenham reduzido de forma eficaz a pressão arterial nessa população de pacientes. No estudo LIFE, Losartana Potássica (substância ativa), em comparação ao atenolol, diminuiu o risco de morbidade e mortalidade cardiovasculares em pacientes hipertensos não negros com hipertrofia ventricular esquerda (n = 8.660), conforme medido pelo desfecho primário de incidência combinada de morte cardiovascular, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio (P = 0,003). Nesse estudo, entretanto, o risco de apresentar o desfecho primário composto foi menor em pacientes negros que receberam atenolol em comparação com os que receberam Losartana Potássica (substância ativa) (P = 0,03). No subgrupo de pacientes negros (n = 533; 6% dos pacientes do estudo LIFE), ocorreram 29 desfechos primários entre os 263 pacientes do grupo do atenolol (11%, 25,9/1.000 pacientes-anos) e 46 entre os 270 pacientes (17%, 41,8/1.000 pacientes-anos) do grupo de Losartana Potássica (substância ativa).
Nesse estudo, Losartana Potássica (substância ativa) em geral foi bem tolerado e seu perfil de tolerabilidade foi superior ao do atenolol, conforme evidenciado pela incidência significativamente mais baixa de descontinuações por efeitos adversos.
Estudo RENAAL (Reduction of Endpoints in NIDDM with the Angiotensin II Receptor Antagonist Losartana Potássica (substância ativa))
Foi um estudo mundial de grande porte, multicêntrico, com distribuição randômica, controlado com placebo e duplo-cego que envolveu 1.513 pacientes com diabetes tipo 2 e proteinúria (751 receberam Losartana Potássica (substância ativa)), com ou sem hipertensão. O objetivo do estudo foi demonstrar os efeitos protetores renais de Losartana Potássica (substância ativa) além dos benefícios do controle da pressão arterial isoladamente. Para atingir esse objetivo, a meta da pressão arterial foi a mesma para os dois grupos de tratamento. Os pacientes com proteinúria e creatinina sérica entre 1,3 e 3,0 mg/dL foram distribuídos de modo randômico para receber 50 mg de Losartana Potássica (substância ativa) uma vez ao dia, titulados de acordo com a resposta da pressão arterial, ou placebo e tratamento anti-hipertensivo convencional, excluindo-se inibidores da ECA e antagonistas da angiotensina II.
Os pesquisadores foram orientados a titular o medicamento do estudo para 100 mg uma vez ao dia, conforme apropriado; 72% dos pacientes tomaram a dose diária de 100 mg durante a maior parte do tempo em que receberam o medicamento de estudo. Em ambos os grupos, quando necessário, puderam ser adicionados outros agentes anti-hipertensivos (diuréticos, bloqueadores dos canais de cálcio, alfa ou betabloqueadores e agentes de ação central). Os pacientes foram acompanhados por até 4,6 anos (média de 3,4 anos).
O desfecho primário do estudo foi o desfecho composto de duplicação da creatinina sérica, insuficiência renal terminal (necessidade de diálise ou transplante) ou morte. Os resultados mostraram que o tratamento com Losartana Potássica (substância ativa) (327 eventos) em comparação com o placebo (359 eventos) resultou em redução do risco de 16,1% (P = 0,022) para os pacientes que atingiram o desfecho primário composto. Os resultados também demonstraram redução significativa do risco no grupo tratado com Losartana Potássica (substância ativa) em relação aos seguintes componentes individuais e combinados do desfecho primário: 25,3% de redução do risco de duplicação da creatinina sérica (P = 0,006), 28,6% de redução do risco de insuficiência renal terminal (P = 0,002), 19,9% de redução do risco de insuficiência renal terminal ou morte (P = 0,009) e 21% de redução do risco de duplicação da creatinina sérica ou de insuficiência renal terminal (P = 0,010). A taxa de morte por todas as causas não foi significativamente diferente entre os dois grupos de tratamento.
Os desfechos secundários do estudo foram
Alteração da proteinúria, taxa de progressão da nefropatia e o composto de morbimortalidade de causas cardiovasculares (hospitalização por insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, revascularização, acidente vascular cerebral, hospitalização por angina instável ou morte cardiovascular). Os resultados mostraram redução média de 34,3% do nível de proteinúria no grupo de Losartana Potássica (substância ativa) (P lt; 0,001). O tratamento com Losartana Potássica (substância ativa) reduziu a taxa de declínio da função renal durante a fase crônica do estudo em 13,9%, P = 0,003 (taxa média de declínio de 18,5%, P = 0,01), conforme medido pela recíproca da concentração sérica de creatinina. Não houve diferença significativa entre o grupo que recebeu Losartana Potássica (substância ativa) (247 eventos) e o grupo placebo (268 eventos) no desfecho composto de morbimortalidade cardiovascular, embora o estudo não tenha sido desenhado para detectar esse efeito.
Nesse estudo, Losartana Potássica (substância ativa) em geral foi bem tolerado, conforme evidenciado pela incidência semelhante de descontinuações por efeitos adversos na comparação com o placebo.
Estudos ELITE I e ELITE II
No estudo ELITE, de 48 semanas de duração, que envolveu 722 pacientes com insuficiência cardíaca (Classes II-IV da New York Heart Association [NYHA]), não foram observadas diferenças no desfecho primário de disfunção renal persistente entre os pacientes que receberam Losartana Potássica (substância ativa) e os que receberam captopril. A observação não esperada do benefício superior de Losartana Potássica (substância ativa) na redução do risco de morte em relação ao captopril no estudo ELITE não foi confirmada no estudo de sobrevida definitivo, o ELITE II, descrito a seguir.
No ELITE II, estudo que envolveu pacientes com insuficiência cardíaca, desenhado para avaliar prospectivamente a mortalidade, comparou-se um esquema de 50 mg de Losartana Potássica (substância ativa) em dose única diária (dose inicial de 12,5 mg titulada para 25 mg e 50 mg 1x/dia) a um esquema de 50 mg de captopril 3x/dia (dose inicial de 12,5 mg titulada para 25 mg e 50 mg 3x/dia). Nesse estudo (n = 3.152), pacientes com insuficiência cardíaca (Classes II-IV da NYHA) foram acompanhados durante dois anos aproximadamente (mediana de acompanhamento de 1,5 ano) para que se avaliasse se Losartana Potássica (substância ativa) era superior ao captopril na redução da mortalidade por todas as causas. O desfecho primário não mostrou diferença estatisticamente significativa entre Losartana Potássica (substância ativa) e captopril na redução da mortalidade por todas as causas (17,7% para Losartana Potássica (substância ativa) e 15,9% para o captopril, P = 0,16). O desfecho secundário não mostrou diferença estatisticamente significativa na redução de morte súbita de origem cardíaca e/ou parada cardíaca com ressuscitação (9,0% para Losartana Potássica (substância ativa) e 7,3% para captopril, P = 0,08). O desfecho terciário de mortalidade por todas as causas e/ou hospitalizações por todas as causas não mostrou diferença estatisticamente significativa entre Losartana Potássica (substância ativa) e captopril (47,7% para Losartana Potássica (substância ativa) e 44,9% para captopril, P = 0,18). Em geral, os outros desfechos de morbidade e de mortalidade, incluindo melhora da classe funcional de acordo com a classificação da NYHA, não foram diferentes entre os grupos de tratamento.
Nesses dois estudos clínicos controlados em pacientes com insuficiência cardíaca, Losartana Potássica (substância ativa) em geral foi bem tolerado e seu perfil de tolerabilidade foi superior ao do captopril, conforme avaliado pela incidência significativamente mais baixa de descontinuações por efeitos adversos e incidência significativamente mais baixa de tosse.
Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Cozaar®.
Características Farmacológicas
Farmacologia clínica
Losartana Potássica (substância ativa), o primeiro de uma nova classe de agentes para o tratamento da hipertensão e da insuficiência cardíaca, é um antagonista do receptor (tipo AT1) da angiotensina II. Losartana Potássica (substância ativa) também reduz o risco combinado de morte cardiovascular, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio em pacientes hipertensos com hipertrofia ventricular esquerda e oferece proteção renal para pacientes com diabetes tipo 2 e proteinúria.
Mecanismo de ação
A angiotensina II, um potente vasoconstritor, é o principal hormônio ativo do sistema renina-angiotensina e o maior determinante da fisiopatologia da hipertensão. A angiotensina II liga-se ao receptor AT1 encontrado em muitos tecidos (por exemplo, músculo liso vascular, glândulas adrenais, rins e coração) e desencadeia várias ações biológicas importantes, incluindo vasoconstrição e liberação de aldosterona. A angiotensina II também estimula a proliferação de células musculares lisas. Foi identificado um segundo receptor da angiotensina II (subtipo AT2), mas sua função na homeostase cardiovascular é desconhecida.
A Losartana Potássica (substância ativa) é um composto sintético potente, ativo por via oral. De acordo com bioensaios de ligação e farmacologia, a Losartana Potássica (substância ativa) liga-se seletivamente ao receptor AT1. In vitro e in vivo, tanto a Losartana Potássica (substância ativa) como o seu metabólito ácido carboxílico farmacologicamente ativo (E-3174) bloqueiam todas as ações fisiologicamente relevantes da angiotensina II, independentemente da fonte ou da via de síntese. Diferentemente de alguns antagonistas peptídicos da angiotensina II, a Losartana Potássica (substância ativa) não apresenta efeitos agonistas.
A Losartana Potássica (substância ativa) liga-se seletivamente ao receptor AT1 e não se liga ou bloqueia outros receptores de hormônios ou canais iônicos importantes na regulação cardiovascular. Além disso, a Losartana Potássica (substância ativa) não inibe a ECA (cininase II), a enzima que degrada a bradicinina.
Consequentemente, os efeitos não relacionados diretamente ao bloqueio do receptor AT1, como a potencialização dos efeitos mediados pela bradicinina ou o desenvolvimento de edema (Losartana Potássica (substância ativa): 1,7%; placebo: 1,9%), não estão associados à Losartana Potássica (substância ativa).
Absorção
Após a administração oral, a Losartana Potássica (substância ativa) é bem absorvida e sofre metabolismo de primeira passagem, formando um metabólito ácido carboxílico ativo e outros metabólitos inativos. A biodisponibilidade sistêmica dos comprimidos de Losartana Potássica (substância ativa) é de aproximadamente 33%. As concentrações máximas médias de Losartana Potássica (substância ativa) e de seu metabólito ativo são atingidas em 1 hora e em 3 a 4 horas, respectivamente. Não houve efeito clinicamente significativo no perfil da concentração plasmática de Losartana Potássica (substância ativa) quando o fármaco foi administrado com uma refeição padrão.
Distribuição
Tanto a Losartana Potássica (substância ativa) como o seu metabólito ativo apresentam taxa de ligação a proteínas plasmáticas ? 99%, principalmente com a albumina. O volume de distribuição da Losartana Potássica (substância ativa) é de 34 litros. Estudos em ratos indicam que a Losartana Potássica (substância ativa) praticamente não atravessa a barreira hematoencefálica.
Metabolismo
Aproximadamente 14% da dose de Losartana Potássica (substância ativa) administrada por via intravenosa ou oral é convertida em seu metabólito ativo. Após a administração intravenosa ou oral de Losartana Potássica (substância ativa) potássica marcada com 14C, a radioatividade plasmática circulante principal é atribuída à Losartana Potássica (substância ativa) e ao seu metabólito ativo. Observou-se conversão mínima de Losartana Potássica (substância ativa) ao seu metabólito ativo em aproximadamente 1% dos indivíduos estudados.
Além do metabólito ativo, são formados metabólitos inativos, incluindo dois principais, formados por hidroxilação da cadeia lateral butílica, e um secundário, um glucuronídeo N-2 tetrazol.
Eliminação
A depuração plasmática da Losartana Potássica (substância ativa) e a de seu metabólito ativo são de aproximadamente 600 mL/min e 50 mL/min, respectivamente. A depuração renal da Losartana Potássica (substância ativa) e a de seu metabólito ativo são de aproximadamente 74 mL/min e 26 mL/min, respectivamente. Quando a Losartana Potássica (substância ativa) é administrada por via oral, aproximadamente 4% da dose é excretada inalterada na urina e 6%, na forma de metabólito ativo. As farmacocinéticas da Losartana Potássica (substância ativa) e de seu metabólito ativo são lineares com doses de Losartana Potássica (substância ativa) potássica de até 200 mg, administradas por via oral.
Após a administração oral, as concentrações plasmáticas da Losartana Potássica (substância ativa) e de seu metabólito ativo diminuem poliexponencialmente, com meia-vida final de aproximadamente 2 horas e de 6 a 9 horas, respectivamente. Durante a administração da dose única diária de 100 mg, a Losartana Potássica (substância ativa) e o seu metabólito ativo não se acumulam significativamente no plasma.
Tanto a excreção biliar como a urinária contribuem para a eliminação de Losartana Potássica (substância ativa) e seus metabólitos. Após uma dose oral de Losartana Potássica (substância ativa) potássica marcada com 14C em humanos, aproximadamente 35% da radioatividade é recuperada na urina e 58%, nas fezes. Após uma dose intravenosa de Losartana Potássica (substância ativa) potássica marcada com 14C em humanos, aproximadamente 43% da radioatividade é recuperada na urina e 50%, nas fezes.
Farmacodinâmica
Losartana Potássica (substância ativa)
A Losartana Potássica (substância ativa) inibe as respostas pressoras sistólica e diastólica a infusões de angiotensina II. No pico, 100 mg de Losartana Potássica (substância ativa) potássica inibem essas respostas em aproximadamente 85%; 24 horas após a administração de doses únicas e múltiplas, a inibição é de cerca de 26%-39%.
Durante a administração de Losartana Potássica (substância ativa), a remoção do feedback negativo da angiotensina II sobre a secreção de renina aumenta a atividade da renina plasmática, o que resulta em aumento da angiotensina II no plasma. Durante o tratamento crônico (6 semanas) de pacientes hipertensos com 100 mg/dia de Losartana Potássica (substância ativa), foram observados aumentos nos níveis plasmáticos de angiotensina II de aproximadamente 2-3 vezes quando ocorreram concentrações plasmáticas máximas do fármaco. Em alguns pacientes, foram observados aumentos maiores, particularmente durante o tratamento de curto prazo (2 semanas). No entanto, a atividade anti-hipertensiva e a supressão da concentração plasmática da aldosterona foram aparentes em 2 e 6 semanas, indicando bloqueio efetivo do receptor de angiotensina II. Após a descontinuação da Losartana Potássica (substância ativa), os níveis de atividade da renina plasmática (ARP) e da angiotensina II declinaram aos níveis anteriores ao tratamento em 3 dias.
Uma vez que a Losartana Potássica (substância ativa) é um antagonista específico do receptor de angiotensina II tipo AT1, esse composto não inibe a ECA (cininase II), a enzima que degrada a bradicinina. Em um estudo que comparou os efeitos de 20 mg e de 100 mg de Losartana Potássica (substância ativa) potássica e de um inibidor da ECA nas respostas à angiotensina I, à angiotensina II e à bradicinina, a Losartana Potássica (substância ativa) demonstrou bloquear as respostas à angiotensina I e à angiotensina II sem afetar as respostas à bradicinina. Esse achado é compatível com o mecanismo de ação específico da Losartana Potássica (substância ativa).
Em contrapartida, o inibidor da ECA demonstrou bloquear as respostas à angiotensina I e aumentar as respostas à bradicinina sem alterar a resposta à angiotensina II, proporcionando assim uma diferenciação farmacodinâmica entre a Losartana Potássica (substância ativa) e os inibidores da ECA.
As concentrações plasmáticas de Losartana Potássica (substância ativa) e seu metabólito ativo e o efeito anti-hipertensivo da Losartana Potássica (substância ativa) crescem com o aumento da dose. Como a Losartana Potássica (substância ativa) e seu metabólito ativo são ambos antagonistas do receptor de angiotensina II, eles contribuem para o efeito anti-hipertensivo.
Em um estudo de dose única que incluiu indivíduos do sexo masculino sadios, a administração de 100 mg de Losartana Potássica (substância ativa) potássica, sob condições nutricionais com altos e baixos teores de sal, não alterou a taxa de filtração glomerular, o fluxo plasmático renal efetivo ou a fração de filtração. A Losartana Potássica (substância ativa) apresentou efeito natriurético que foi mais acentuado com uma dieta pobre em sal e que pareceu não estar relacionado à inibição da reabsorção inicial proximal de sódio. A Losartana Potássica (substância ativa) também aumentou de modo transitório a excreção urinária de ácido úrico.
Em pacientes hipertensos sem diabetes com proteinúria (? 2 g/24 horas) tratados durante 8 semanas, a administração de 50 mg de Losartana Potássica (substância ativa) potássica titulada para 100 mg reduziu significativamente a proteinúria em 42%. A excreção fracionária de albumina e de IgG também foi significativamente reduzida. Nesses pacientes, a Losartana Potássica (substância ativa) manteve a taxa de filtração glomerular e reduziu a fração de filtração.
Em hipertensas pós-menopáusicas tratadas durante 4 semanas, a Losartana Potássica (substância ativa) potássica na dose de 50 mg não apresentou efeito sobre os níveis renais ou sistêmicos de prostaglandina.
A Losartana Potássica (substância ativa) não teve efeito sobre os reflexos autonômicos e não teve efeitos sustentados sobre a norepinefrina plasmática.
A Losartana Potássica (substância ativa) potássica, administrada em doses únicas diárias de até 150 mg, não causou alterações clinicamente importantes nos níveis de triglicérides, colesterol total ou colesterol HDL de pacientes hipertensos em jejum. As mesmas doses de Losartana Potássica (substância ativa) não apresentaram efeito sobre os níveis de glicemia de jejum.
Em geral, a Losartana Potássica (substância ativa) reduziu os níveis séricos de ácido úrico (geralmente lt; 0,4 mg/dL), efeito que persistiu com a terapia crônica. Nos estudos clínicos controlados em pacientes hipertensos, não houve descontinuação de nenhum paciente em razão de elevações dos níveis séricos de creatinina ou de potássio.
Em um estudo de 12 semanas, de desenho paralelo, que incluiu pacientes com insuficiência ventricular esquerda (Classes Funcionais II-IV da NYHA), cuja maioria estava recebendo diuréticos e/ou digitálicos, a Losartana Potássica (substância ativa) potássica administrada em doses únicas diárias de 2,5 mg, 10 mg, 25 mg e 50 mg foi comparada ao placebo. As doses de 25 mg e 50 mg produziram efeitos hemodinâmicos e neuro-hormonais positivos, que foram mantidos durante todo o estudo. As respostas hemodinâmicas foram caracterizadas por aumento do índice cardíaco e reduções da pressão capilar pulmonar, resistência vascular sistêmica, pressão arterial sistêmica média e frequência cardíaca. A ocorrência de hipotensão nesses pacientes com insuficiência cardíaca foi relacionada à dose. Os resultados neuro-hormonais foram caracterizados por redução dos níveis circulantes de aldosterona e norepinefrina.
Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Cozaar®.
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