O mioma uterino é um assunto que causa muitas dúvidas em nossos consultórios. Afinal, 20 a 40% das mulheres vão desenvolvê-lo, o que torna essa alteração relativamente comum.
Embora as causas dos miomas ainda não sejam conhecidas em sua totalidade, sabe-se que seu aparecimento tem relação com o ciclo menstrual, ou seja, coincide com o período fértil das mulheres.
Seu diagnóstico é feito pelo exame físico, toque ginecológico — e complementado pela ultrassonografia endovaginal. O tratamento do mioma pode ser realizado de várias formas, dependendo do grau de sangramento, do desejo de preservar a fertilidade e de gestação futura.
Saiba como é feito o tratamento do mioma uterino no post!
O que é mioma uterino?
O mioma uterino é um tipo de tumoração benigna e pode acontecer por toda a extensão do órgão. Existem miomas pequenos, de poucos milímetros, assim como outros maiores, que podem chegar a um tamanho superior ao do útero. Além disso, eles podem ser únicos ou múltiplos.
No entanto, é preciso deixar claro que tumor não é sinônimo de câncer. Tumoração é o nome dado à massa formada no corpo, devido ao crescimento de estruturas, o que nem sempre tem a ver com malignidade. Sendo assim, os miomas uterinos raramente se transformam em câncer de útero.
Normalmente, ele atinge mulheres em idade fértil, entre 30 e 50 anos, não sendo comum na puberdade.
Quais são as causas?
Como dito, ainda não se sabe a causa exata da formação de um mioma. No entanto, as suspeitas estão relacionadas a:
Fatores genéticos
Grande parte dos miomas contém alteração no gene de suas células. Sendo assim, também é comum que mulheres da mesma família tenham a mesma propensão a desenvolver a doença;
Fatores hormonais
Mulheres em período fértil têm maior incidência de miomas, o que está intimamente relacionado aos níveis de progesterona e estrógeno. Dessa forma, é comum que mulheres no período de climatério (pós-menopausa) tenham regressão de miomas uterinos, visto que os níveis de hormônios diminuem.
E os sintomas?
Em alguns casos — principalmente quando o mioma é único e pequeno — a mulher não sente ou não apresenta nenhum sintoma. No entanto, ela pode ter:
- sangramento menstrual de grande volume;
- períodos menstruais prolongados (acima de sete dias, que configura o fluxo normal);
- sangramentos com coágulos;
- dor na região pélvica;
- dificuldade de esvaziar a bexiga ou micção frequente;
- dispareunia (dor na relação sexual);
- presença de tumorações na região abdominal ou pélvica.
Quais são os possíveis tratamentos?
Pílula anticoncepcional
O uso da pílula é indicado para o controle de sangramento.
Diu hormonal
O dispositivo intra uterino é eficaz no controle tanto do sangramento como das cólicas e crescimento do mioma. É um ótimo método para as pacientes que não desejam — ou não podem — usar a pílula, e quando o tratamento cirúrgico não é obrigatório;
Tratamento cirúrgico
Essa é a opção para os casos de miomas volumosos, múltiplos e que não se consegue controlar o sangramento e crescimento uterino com outros tratamentos. Pode-se optar pela cirurgia conservadora, miomectomia, em que é a retirado apenas o mioma, conservando o útero.
Essa é uma opção para pacientes que desejam engravidar futuramente — ou apenas manter a fertilidade. Porém, é possível ocorrer o aparecimento de outros miomas futuramente.
A cirurgia definitiva é a histerectomia, que é a retirada do útero. Nesses casos, a paciente não consegue mais engravidar.
Como é feita a prevenção?
Exercícios regulares
Sabe-se que mulheres que praticam atividade física tem um menor risco de desenvolver tumorações, o que inclui o mioma uterino.
Controle do peso
É recomendado que as mulheres mantenham o seu IMC (Índice de Massa Corporal) saudável, mesmo após a menopausa. Isso porque o aparecimento de miomas está diretamente relacionado à obesidade, sendo que o risco para quem possui peso acima do recomendado é de cerca de duas a três vezes maior.
Alimentos orgânicos
Os alimentos de origem orgânica não possuem hormônios ou substâncias que otimizam o seu crescimento. Dessa forma, não há excesso da formação de estrógeno e progesterona, hormônios que estão relacionados ao aparecimento de miomas uterinos.
Vitamina D
Níveis baixos de vitamina D foram encontrados em mulheres que possuem miomas. Sendo assim, garantir bons níveis dessa vitamina, por meio da exposição solar e do consumo de alimentos ricos nessa substância (como os vegetais verdes) auxilia na prevenção.
Qual é a relação de mioma e gravidez?
Geralmente, os miomas uterinos não atrapalham uma mulher a engravidar. No entanto, dependendo de sua localização, ele pode impedir a implantação do óvulo, impedir a fertilização ou até o crescimento do feto. Além disso, se localizados perto das tubas, podem impedir que os espermatozoides cheguem ao encontro do óvulo e ocorra a fecundação.
Se você está tendo dificuldade para engravidar, procure um médico ginecologista e veja se essa é a causa. Nesses casos, recomenda-se a ressecação cirúrgica antes de engravidar.
Lembre-se de que o acompanhamento com o médico ginecologista é o único modo de diagnosticar e tratar os miomas uterinos. Por isso, agende sua consulta regular com esse especialista!