Você sabia que a mononucleose também é conhecida como a doença do beijo? Isso porque sua principal forma de transmissão é pelo contato direto com a saliva ou fluidos corporais de outra pessoa.
Ainda que o vírus Epstein-Barr (VEB), causador da doença, possa atingir sujeitos de todas as idades, são os jovens de 15 a 25 anos que são grupo de risco da “mono” (como também é conhecida), já que estão na fase de maior atividade sexual.
Uma vez contaminado, o paciente pode permanecer com o vírus para sempre. Por esse motivo, entender a doença, os tratamentos e a forma de transmissão também são formas de buscar se prevenir.
O que é mononucleose?
A mononucleose é uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, um tipo de herpesvírus. A doença apresenta, normalmente, um aumento dos casos no Carnaval, reforçando a fama de doença do beijo.
Havendo infecção, o vírus se estabelece nas células produtoras de saliva da boca e, por não manifestar sintomas, pode ficar por muito tempo sem ser identificado. – Esse período é chamado de incubação e pode durar até 45 dias.
Quando a manifestação começa é comum que ela seja confundida com outras doenças respiratórias. Isso porque o vírus age inflamando as vias aéreas superiores como a boca, o nariz e a garganta.
Apesar de ser transmitida principalmente pela saliva, uma pessoa pode contrair a doença também por objetos (como talheres, copos, etc) compartilhados e contaminados e até mesmo por transfusão de sangue, ainda que esse tipo de transmissão seja muito raro.
Vale pontuar, entretanto, que o medo do contágio não é motivo para deixar de fazer uma doação de sangue ou não recebê-la.
Isso porque infectados por mononucleose podem realizar sua doação depois de 6 meses da recuperação completa, segundo o hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O sangue doado passa por uma série de exames antes de ir para a transfusão. E são esses exames que garantem a segurança de quem receberá a doação.
Veja agora o que a doença pode causar e saiba como prevenir sua transmissão.
O que a mononucleose pode causar?
A mononucleose é considerada uma doença benigna. Crianças de até 5 anos podem nem apresentar sintomas e jovens e adultos não têm todos eles, necessariamente.
Principais sintomas
Em épocas de festas como o Carnaval é muito comum a contaminação pelo vírus da mono. Por isso, é importante ficar de olho nos principais sinais da manifestação:
- inchaço dos gânglios linfáticos (essenciais para a imunização do organismo), sendo o sintoma mais comum;
- dores de garganta;
- fadiga;
- tosse;
- perda de apetite;
- febre;
- hipertrofia do baço.
Para entender se seus gânglios estão inchados busque apalpar os principais pontos destacados na imagem e procurar por possíveis caroços, as famosas ínguas. Ao identificar algum, agende uma consulta.
Casos graves
Além dos principais sintomas já listados, há a possibilidade de complicações em alguns casos, com mais chances de acontecer quando a pessoa não faz o tratamento corretamente.
Segundo o Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nessas situações podem ser observadas:
- anemia;
- convulsões; e
- diminuição do número de plaquetas.
Todas essas ocorrências têm grandes chances de evoluírem para quadros mais graves e exigem um acompanhamento adequado com profissionais da saúde.
Período de transmissão
O período mais ativo de transmissão é justamente enquanto o vírus está incubado e a pessoa não apresenta sintomas, ou seja, é assintomática. Assim, por ainda não saber que está portando a doença, é mais difícil controlar a propagação.
Mas vale lembrar que o vírus é contagioso durante todo o período em que está alojado no organismo, inclusive nos casos especiais que permanecem com ele para sempre.
Como é realizado o diagnóstico da infecção?
Os indícios podem surgir de 4 a 6 semanas após o contágio e, ao aparecerem, o mais recomendado é que se procure um clínico geral ou um infectologista para entender a gravidade do quadro e dos sintomas a partir de uma entrevista conhecida como anamnese.
Com essa entrevista e exame físico feitos fica mais fácil para o médico sinalizar quais exames devem ser realizados para fechar um diagnóstico.
Em caso de suspeita de mononucleose, o exame físico envolve apalpar os gânglios em busca de caroços e a barriga próximo ao baço, observar a inflamação da garganta e, então, indicar a realização do exame de sangue específico para confirmar a doença.
Qual o exame que detecta a mononucleose?
A mononucleose pode ser confundida com outras doenças virais. Por isso, é fundamental a realização do monoteste. Ele é um exame de sangue que identifica a presença dos linfócitos atípicos – aqueles indesejáveis para o organismo.
Ainda que o resultado seja de extrema confiança, ele tem uma janela de tempo para ser realizado: a pessoa precisa estar pelo menos na segunda semana de sintomas.
Outros exames de sangue podem ser pedidos, tendo em vista que um hemograma completo, por exemplo, pode indicar a presença de outros tipos de infecção.
Como se prevenir?
Atente-se aos sinais e sintomas para não colocar outras pessoas em risco. A principal forma de prevenção é evitar contato com saliva de pessoas portadoras do vírus durante o período de transmissão e fazer sempre a higiene pessoal (lavando as mãos, por exemplo).
Para a prevenção da doença em crianças a dificuldade também é grande, já que até certa idade há o costume de levar os objetos à boca. É preciso cuidado redobrado com a higiene dos objetos que as crianças têm acesso.
E lembre-se de estar sempre atento aos sinais do seu corpo: começou a sentir os sinais da doença do beijo? Então evite colocar outras pessoas em risco. Nesses casos a recomendação é que se evite o contato íntimo.
Quem já teve mononucleose pode beijar?
Tanto durante o período de incubação do vírus quanto de apresentação dos sintomas o contato oral é um grande risco de transmissão.
Portanto, pode sim! Mas é importante ir ao médico receber essas orientações de quando pode tornar a beijar com segurança.
Conheça também a herpes labial e a candidíase oral, outras doenças transmitidas pelo beijo.
A decisão por beijar outras pessoas que não sejam seu parceiro(a) fixo(a), é pessoal e individual.
No entanto, cabe o alerta de que, em festas maiores e com grande concentração de pessoas, esse simples ato, pode ser mais prejudicial à sua saúde.
A mesma dica vale para objetos compartilhados. Se possível, evite dividir copos de bebidas, especialmente com pessoas desconhecidas.
E, claro, a higienização das mãos é sempre essencial na prevenção de infecções virais.
Tem cura? E quais as formas de tratamento?
Sim, a mononucleose infecciosa tem cura e é geralmente uma doença autolimitada, isto é, ela geralmente se resolve sem tratamento próprio.
Ainda que não haja medicamentos específicos para o tratamento da doença, as principais precauções devem ser seguidas:
- faça repouso total;
- mantenha uma dieta leve e opte por uma alimentação saudável;
- beba muita água todos os dias. A indicação de consumir outros líquidos também é importante, mas priorize a água;
- mantenha suas mãos bem higienizadas para evitar a transmissão e se contagiar com alguma outra doença; e
- quando necessário, use os medicamentos prescritos pelo médico para alívio dos sintomas.
Identificar os sintomas da doença do beijo e conhecer o tratamento não isenta a necessidade de uma consulta com um clínico geral, ou infectologista (pediatra para crianças).
A avaliação médica é fundamental para encontrar a abordagem correta e impedir casos mais graves.
Por isso, agende seu horário com os especialistas do dr.consulta pelo site ou pelo aplicativo (disponível para Android e iOS) e cuide da sua saúde.
Fontes: