Determinadas doenças são associadas a alguns animais (domésticos ou não), como no caso da leptospirose, que é ligada aos ratos. Outro exemplo é a esporotricose, bastante relacionada com os felinos, foco do conteúdo.
Os bichanos, apesar de serem os principais transmissores, são tão vítimas dessa enfermidade quanto os humanos. Além disso, o fungo responsável, o Sporothrix schenckii, habita a natureza, principalmente em países tropicais, como o Brasil.
É possível encontrar esse microrganismo em madeiras, vegetais, solo, palhas, espinhos e outras estruturas naturais. Por esse motivo, a esporotricose também é chamada de “doença do jardineiro”, pois costuma acometer mais as pessoas que trabalham com agricultura ou jardinagem.
Ao longo deste conteúdo abordaremos o que é esporotricose, seus sintomas, diagnóstico e opções de tratamento. Acompanhe.
O que é esporotricose?
A esporotricose humana é uma micose (fungo como microrganismo causador) que afeta a pele, mas que pode impactar outras partes do corpo.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), existem 4 tipos principais de manifestação da doença, sendo:
- esporotricose cutânea: presença de feridas na pele, principalmente, nas mãos e braços;
- linfocutânea: o fungo atinge o sistema linfático, que é uma rede de “canais” por onde circula a linfa, uma substância cheia de células de defesa. Nesses casos, surgem nódulos pelo corpo;
- extracutânea: afeta ossos e mucosas, mas sem lesões na pele;
- disseminada: um espalhamento ainda maior para os órgãos, como pulmões e fígado. Geralmente, isso ocorre em pessoas com sistema imunológico fragilizado.
Formas de transmissão
A infecção acontece quando o fungo entra em nosso corpo por algum machucado na pele ou pela mucosa, a partir da perfuração de espinhos de plantas contaminadas ou por arranhões gerados pela lasca de madeira que tenha o patógeno, por exemplo.
Todavia, o motivo da esporotricose ser conhecida como “doença do gato” é o fato de que os felinos também podem se contaminar e, por meio de mordidas e de saliva (que pode respingar na face, olhos, nariz e boca), transmitir o fungo para os seres humanos.
Os cachorros também podem adoecer. Porém, ainda não foram descobertos casos de transmissão deles para o homem.
Por fim, também é perigoso ter contato com vegetais em decomposição, pois os microrganismos podem estar presentes ali.
A esporotricose em gatos
Enquanto os humanos costumam ter as formas leves da doença, os gatos lidam com maiores riscos de desenvolver quadros graves com a chamada esporotricose zoonótica.
São os animais de rua que vivem em maior perigo, uma vez que ficam em contato com vários outros animais, possibilitando a propagação do fungo.
A esporotricose tem sintomas?
Depois de entender o que é esporotricose, é necessário compreender os sinais. De forma geral, os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção e dos órgãos acometidos.
Nos casos leves, pode aparecer um pequeno nódulo na pele, como uma picada de inseto, que logo some. Já em quadros graves, o paciente pode apresentar:
- tosse;
- falta de ar;
- dor ao respirar;
- febre;
- inchaços;
- feridas na pele;
- dores ósseas e ao tentar se movimentar.
É preciso estar sempre atento a esses sinais e procurar auxílio profissional logo que os perceber. Além disso, deve-se consultar o dermatologista, o pneumologista e o ortopedista, quando necessário — especialistas responsáveis pelas estruturas mais afetadas.
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Diagnóstico e tratamento
A análise das lesões na pele e outros sintomas é a primeira parte do diagnóstico, assim como a anamnese, para saber se existiu contato com materiais ou animais possivelmente contaminados.
Depois disso, o médico pode solicitar exames complementares, como a biópsia da ferida. Outra opção é a sorologia que, com amostras de sangue, consegue determinar rapidamente se há a presença do fungo no organismo.
Vale ressaltar que a sorologia é um exame que pode ser realizado com os descontos do Cartão dr.consulta.
Caso o resultado seja positivo, inicia-se o tratamento com medicamentos antifúngicos. Entretanto, é importante frisar que, mesmo com a melhora das feridas, o uso dos remédios deve ser mantido até que mais exames, solicitados pelo profissional, comprovem o fim da infecção.
A prevenção sempre como melhor aliada
Como em várias outras doenças, prevenir a esporotricose é a melhor escolha. Para isso, proteger-se com equipamentos adequados, como luvas e blusas de manga longa, ao mexer com plantas e outros materiais que podem conter o fungo é fundamental.
Evitar o contato com vegetais em decomposição e com gatos que possuem lesões suspeitas também é uma opção viável.
Orientações gerais e para donos de animais
A principal conduta para evitar a contaminação da esporotricose zoonótica é diminuir a população de animais de rua, por meio da castração, não abandono dos gatos e adoção daqueles que não têm tutores.
Porém, mesmo que o seu gato viva em casa, atente-se em quaisquer sintomas, como:
- feridas na face, especialmente, no focinho, orelhas e patas;
- áreas de alopecia (sem pelo).
Caso perceba algum deles, isole-o do contato com as pessoas e busque ajuda de um veterinário.
A esporotricose é uma doença que pode evoluir para quadros graves e desencadear sequelas sérias. Então, mesmo que a sua pele tenha uma lesão pequena, é importante procurar atendimento médico.
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Fontes:
- Esporotricose humana | Ministério da Saúde (MS);
- Esporotricose – perguntas frequentes | Ministério da Saúde (MS);
- Orientações para os donos dos animais | Ministério da Saúde (MS);
- Esporotricose | Biblioteca Virtual de Saúde (BVS/MS);
- Esporotricose | Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).