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O que nossos médicos estão falando sobre esse momento de pandemia?

Portrait Of Female Doctor Wearing White Coat In Exam Room

Perguntamos à alguns de nossos médicos como está sendo atender em momento de pandemia de Coronavírus. Para a maioria, está sendo muito desafiador e a maior batalha de suas vidas como profissionais da saúde. O sentimento de medo, existe, mas a vontade de ajudar as pessoas é maior. Separamos alguns depoimentos de nossos especialistas para dividir com vocês como está sendo essa experiência. E queremos deixar aqui também nosso eterno agradecimento à todos os nossos profissionais que estão na linha de frente, atendendo nossos pacientes com tanto carinho, cuidado e atenção. É isso que todos nós precisamos nesse momento.

Dra. Fabricia Jung 

Nós vivemos em um país cujo o carisma e proximidade é reconhecido no mundo todo. Viver essa fase de pandemia não tem sido nada fácil. Como evitar os abraços, os apertos de mão, como manter a distância… É desconfortável. Mas nós sabemos que isso é o que mais importa nesse momento.

Por muito tempo a tecnologia foi vista como algo desumanizador, androide, algo que afasta as pessoas e as isola em um mundo paralelo mas hoje com a Telemedicina é justamente o inverso, estamos usando a tecnologia para nos aproximar dos pacientes, entrar em suas casas e porque não dizer estamos usando a tecnologia para salvar vidas. 

Nesse pouco tempo do nosso serviço de Telemedicina já entrei em diversas casas e mergulhei em várias realidades: casas simples na periferia de São Paulo até coberturas em Copacabana no Rio de Janeiro. Visitei o Nordeste. Atendi jovens com medo de levar o vírus para outras pessoas e também atendi idosos frágeis com dificuldade de locomoção, com doenças crônicas que precisam de manejo e não podem esperar essa pandemia passar. As outras doenças não deram licença para esse novo vírus. 

As dores continuam a existir, mas a alegrias também. Essa semana tive a felicidade de ver um paciente idoso, recém diagnosticado com Diabetes, que não conseguia ser atendido na UBS mais próximo da sua casa devido ao Coronavírus retornar comigo após 7 dias que eu havia introduzido medicações e de ter orientado novos hábitos de vida com metas glicêmicas alcançadas e satisfeito com a mudança, contando que toda família havia aderido aos novos hábitos alimentares. 

É nesse momento que ser médico faz sentido, nós estamos dizendo a eles: vocês não estão sozinhos, nós estamos aqui do outro lado.  Estamos fazendo o nosso melhor, para que não precisem sair de casa. Nós estamos diminuindo a fila dos Hospitais, nós estamos diminuindo a propagação do vírus. E criando algo novo  usando a tecnologia para aproximar pessoas e levando acesso à saúde onde quer que nós estivermos ou que eles estejam.

Copiando um famoso seriado médico: Que belo dia para salvar vidas. 

Dra. Marjorie Rapozo 

Atuar na linha de frente contra o novo coronavírus tem sido desafiador. Ao mesmo tempo em que somos, de alguma forma, provedores de confiança para os pacientes, temos que lidar com as nossas dúvidas e angústias. Será que eu tomei a decisão certa? Será que vai ficar tudo bem? O distanciamento físico aumentou, mas o emocional diminuiu, eu acredito. Quando as máscaras escondem um sorriso, ou a tela do computador impede um toque, precisamos nos reinventar e criar maneiras alternativas de garantir que as demandas dos pacientes sejam atendidas. Comunicação não-verbal, olho no olho, linguagem acessível e tudo o mais que estiver ao nosso alcance para garantir que o paciente não se sinta desamparado, para que ele saiba que pode contar com a nossa equipe sempre, em qualquer situação.

Dra. Mirela Ward

Desde o começo de março estamos nessa linha de frente. Tem sido um desafio para todos nós e estamos enfrentando isso em equipe. Há uma preocupação com todos, desde funcionários – recepção, enfermeiros, técnicos de laboratórios – com nós médicos e claro, como sempre, com nossos pacientes. Lutar contra algo que não é visível aos olhos acaba nos deixando com receio se estamos exagerando ou se estamos fazendo de menos. Cada semana estamos recebendo novas notícias, seja como medicar, como se proteger, como orientar a prevenção e isso tem sido um desafio enorme. As vezes bate um medo e um desespero. Medo de contaminar quem amamos, medo de a pessoa não responder direito ao tratamento, medo de como estamos agindo frente ao que está acontecendo. Mas o fato de estarmos em equipe faz com que esse medo diminua quando entramos no consultório, e assim conseguimos trabalhar bem. Sinto que tenho mais confiança quando eu sei que estou trabalhando em equipe, estamos falando a mesma língua e estamos todos em uma mesma missão: ajudar pessoas. Tem sido muito importante saber que não estamos sozinhos, que frente a essa pandemia a gente acaba conseguindo ter um suporte e apoio de outros médicos, funcionários e até mesmo de pacientes. Estamos aqui para enfrentar ela e não vamos desistir de conseguir alcançar o nosso objetivo como médicos. Quando nos formamos sabíamos que teríamos desafios, lógico que não esperava algo dessa proporção, mas sei que não conseguiria ficar em casa e não ajudar agora. 

 

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