Como o Ocrevus funciona?
Não se sabe exatamente como Ocrevus exerce seu efeito terapêutico na esclerose múltipla, porém, presume-se que sua ligação ao receptor CD20, que é um receptor de superfície do linfócito B, modulando então a ação do sistema imunológico do paciente com esclerose múltipla.
Contraindicação do Ocrevus
Você não pode receber Ocrevus se tiver infecção ativa por HBV, histórico de reação à infusão de risco à vida ao ocrelizumabe e alergia conhecida a ocrelizumabe ou qualquer das substâncias contidas no produto.
Como usar o Ocrevus
Após diluição, Ocrevus é administrado em infusão intravenosa através de um acesso exclusivo e sob estreita supervisão de um profissional de saúde experiente e com acesso a suporte médico adequado para tratar reações severas. Infusões de Ocrevus não devem ser administradas em injeção ou em bolus intravenoso. Deve-se diluir o medicamento em cloreto de sódio 0,9%.
Antes da aplicação do Ocrevus, poderá ser feita uma pré-medicação para evitar reações relacionadas à infusão, que poderá incluir corticoides, antialérgicos e também medicação para febre.
O profissional da saúde saberá como preparar o medicamento.
Posologia do Ocrevus
Dose Inicial
A dose inicial de 600 mg é administrada na forma de duas infusões intravenosas separadas:
A primeira como uma infusão de 300 mg seguida 2 semanas depois por uma segunda infusão de 300 mg.
Doses subsequentes
As doses subsequentes de Ocrevus após dose inicial, são administradas em uma infusão única intravenosa de 600mg a cada 6 meses.
Doses Postergadas ou Omitidas
Em caso de perda ou adiamento da dose de Ocrevus a dose deverá ser administrada assim que possível e não deverá aguardar até a próxima dose planejada.
Um intervalo mínimo de 5 meses deve ser mantido entre cada dose de Ocrevus.
Em caso de reações relacionadas à infusão, o profissional de saúde responsável pela administração da medicação tomará as providências necessárias para preservar a sua saúde e a sua segurança de acordo com as orientações.
Ajustes de Infusão durante o Tratamento
Não se recomendam reduções da dose de Ocrevus.
Ajustes de dose para populações especiais
Crianças e adolescentes
A segurança e a eficácia de Ocrevus em crianças e adolescentes com menos de 18 anos não foram estudadas.
Pacientes idosos
A segurança e a eficácia de Ocrevus em pacientes com idade igual ou maior que 65 anos não foram estudadas.
Insuficiência Renal
A segurança e a eficácia de Ocrevus em pacientes com insuficiência renal não foram estudadas formalmente. Não se espera que seja necessária alteração da dose para pacientes com insuficiência renal.
Insuficiência Hepática
A segurança e a eficácia de Ocrevus em pacientes com insuficiência hepática não foram estudadas formalmente. Não se espera que seja necessária alteração da dose para pacientes com insuficiência hepática.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o Ocrevus?
Caso uma infusão programada de Ocrevus seja perdida, a mesma deve ser aplicada assim que possível. Não se deve esperar até a próxima dose planejada. O intervalo de tratamento para Ocrevus deve ser mantido entre as doses.
Seu médico saberá quando deverá ser aplicada a próxima dose de Ocrevus.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Precauções do Ocrevus
A substituição de Ocrevus por qualquer outro medicamento biológico exige o consentimento do médico prescritor.
Gerais
Reação à infusão
Ocrevus está associado com reações à infusão. Essas reações podem ocorrer em qualquer infusão, mas são mais comuns na primeira e no período de 24 horas depois do término da infusão. Elas se apresentam com prurido (coceira), erupção cutânea, urticária, eritema (vermelhidão na pele), broncoespasmo (contração da musculatura dos brônquios), irritação na garganta, dor orofaríngea (dor na garganta), dispneia (falta de ar), edema de faringe ou laringe (inchaço dentro da garganta), rubor (vermelhidão na pele do rosto), hipotensão (pressão baixa), febre, fadiga (cansaço), cefaleia (dor de cabeça), tontura, náuseas (enjoo) e taquicardia (palpitação).
Também pode aparecer alergia, que pode ser muito parecida com a reação à infusão.
Pode ser necessário interromper a infusão e, em casos mais graves, até abandonar o tratamento definitivamente.
Você será acompanhado na clínica durante uma hora depois da infusão terminar, mas deve estar atento durante mais 23 horas para o aparecimento desses sintomas.
Para diminuir as reações, seu médico pode prescrever alguns medicamentos a serem aplicados antese/ou durante a administração do Ocrevus.
Pré-medicar com 100 mg de metilprednisolona (ou um corticosteroide equivalente) administrado por via intravenosa aproximadamente 30 minutos antes de cada infusão de Ocrevus para reduzir a frequência e gravidade das reações de infusão.
Pré-medicar com um anti-histamínico (por exemplo, difenidramina) aproximadamente 30-60 minutos antes de cada infusão Ocrevus para reduzir ainda mais a freqüência e gravidade das reações de infusão. A adição de um antipirético (por exemplo, acetaminofeno) também pode ser considerada.
Infecções
Se você estiver com uma infecção ativa, vai precisar adiar a administração até que a infeção seja solucionada.
Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP)
Não foram identificados casos de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP) (doença neurológica causada por um vírus chamado John Cunningham) em pacientes que receberam Ocrevus. No entanto, como essa doença já apareceu em pacientes que receberam outros anticorpos anti-CD20 e outros tratamentos para esclerose múltipla, você e seu médico precisam estar sempre atentos ao aparecimento ou piora de alguns sintomas neurológicos, que podem ser às vezes parecidos com os de uma recaída da esclerose múltipla. Se houver suspeita, a medicação precisa ser suspensa. Se for confirmada, você não poderá mais receber Ocrevus.
Reativação de hepatite B
Não houve relatos de casos de reativação da hepatite B com Ocrevus. No entanto, com o uso de outros anticorpos anti-CD20 já houve casos em que o vírus B da hepatite foi reativado e provocou hepatite, algumas vezes até fulminante ou com aparecimento de insuficiência do fígado e óbito. Por isso você vai ter que fazer sorologia para o vírus B da hepatite antes de se tratar com Ocrevus. Se houver sinais da presença do vírus na sorologia, você não poderá receber esse tratamento. Na presença apenas de anticorpo contra o vírus, você vai precisar consultar um especialista em doenças do fígado para liberar o tratamento ou não.
Imunossupressores
Você precisa relatar ao seu médico todos os medicamentos que já tomou para a esclerose múltipla e também outros imunossupressores, porque pode haver a possibilidade de uma sobreposição de efeitos. Ocrevus não foi estudado em combinação com outras terapias modificadoras da doença EM.
Vacinação
Tome todas as vacinas de acordo com as diretrizes de imunização pelo menos 6 meses antes do início do tratamento com o Ocrevus. A segurança de imunização com vacinas após a terapia com Ocrevus não foi estudada. Não é recomendada a vacinação durante o tratamento com Ocrevus.
Malignidades
Pode existir um risco maior de malignidade (ex.: câncer de mama) em pacientes tratados com o Ocrevus.
Gravidez
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Se você estiver grávida, não poderá receber Ocrevus a não ser que seu médico avalie que o benefício para você é maior do que o risco para seu filho(a). Não há estudos em seres humanos, mas como Ocrevus é um anticorpo do tipo IgG e esse tipo de anticorpo atravessa a placenta, ele provavelmente pode atingir o feto. Em filhos de mães que receberam outros anticorpos anti-CD20 durante a gravidez foi notada diminuição de glóbulos brancos no sangue da criança, que foi passageira.
Contracepção
Mulheres com possibilidade de engravidar devem utilizar métodos contraceptivos enquanto estiverem recebendo Ocrevus e durante 6 meses depois da última infusão do medicamento.
Lactação
Não se sabe se Ocrevus é eliminado no leite materno e se há algum efeito sobre a criança que está sendo amamentada ou sobre a produção do leite. Estudos em animais mostraram presença de Ocrevus no leite materno. Por isso, se você precisar utilizar Ocrevus e estiver amamentando, seu médico vai pedir que a amamentação seja interrompida durante o tratamento. Os benefícios para o desenvolvimento e a saúde da amamentação devem ser considerados juntamente com a necessidade clínica de Ocrevus da mãe e quaisquer efeitos adversos potenciais sobre o bebê amamentado de Ocrevus ou da condição materna subjacente
Uso Pediátrico e em Idosos
A segurança e a eficácia deste medicamento não foram estudadas em crianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade nem em idosos com idade igual ou maior que 65 anos
Insuficiência Renal
Não foi realizado estudo formal, mas como o Ocrevus não é excretado por via renal, não é esperado que seja necessária alteração da dose em caso de funcionamento inadequado dos rins.
Insuficiência Hepática
Não foi realizado estudo formal, mas como o Ocrevus não é eliminado por metabolismo no fígado, não é esperado que seja necessária alteração da dose em caso de funcionamento inadequado do fígado.
Capacidade de dirigir veículos e operar máquinas
Não foram feitos estudos neste sentido, mas a atividade farmacológica e os efeitos colaterais do Ocrevus até hoje não indicam que possa provocar alterações na capacidade de dirigir veículos e operar máquinas.
Até o momento, não há informações de que ocrelizumabe possa causar doping. Em caso de dúvida, consulte o seu médico.
Informações ao paciente
Solicitamos a gentileza de ler cuidadosamente as informações a seguir. Caso não esteja seguro a respeito de determinado item, por favor, informe ao seu médico. As informações disponíveis nessa bula aplicam-se exclusivamente ao Ocrevus.
Reações Adversas do Ocrevus
Formas Recorrentes da Esclerose Múltipla (EMR)
As seguintes reações adversas foram observadas em pacientes com formas recorrentes da esclerose múltipla submetidos ao tratamento com Ocrevus:
Infecções do trato respiratório superior, reações à infusão, depressão, infecções do trato respiratório inferior, dor nas costas, infecções associadas ao vírus do herpes e dor nas extremidades.
Esclerose Múltipla Primária Progressiva
As seguintes reações adversas foram observadas em pacientes com esclerose múltipla primária progressiva submetidos ao tratamento com Ocrevus:
Infecções do trato respiratório superior, reações à infusão, infecções cutâneas, infecções do trato respiratório inferior, tosse, diarreia, edema periférico, infecções associadas ao vírus do herpes.
Alterações Laboratoriais
Imunoglobulinas
O tratamento com Ocrevus resultou em redução dos anticorpos durante o período controlado dos estudos, sem nenhuma associação aparente com infecções graves.
Neutrófilos
Foi relatado número diminuído de neutrófilos em pacientes utilizando Ocrevus. Na maior parte dos casos, a redução de neutrófilos foi transitória.
Reações relacionadas à infusão Em estudos de EMR e EMPP, os sintomas associados com reações infusionais incluíram, sem estarem limitados a prurido (coceira), erupção cutânea, urticária (lesões sobre elevadas avermelhadas ou não que geralmente estão associadas com coceira), eritema (sintoma na pele caracterizado por vermelhidão), rubor (vermelhidão na pele), hipotensão (queda da pressão arterial sistêmica), febre, fadiga (cansaço), cefaleia (dor de cabeça), tontura, irritação na garganta, dor orofaríngea (dor em garganta), dispneia (falta de ar), edema de faringe ou laringe (sensação de inchaço na garganta), rouquidão, náuseas (enjoos) e taquicardia (palpitação). Nos estudos clínicos controlados, não houve nenhuma reação infusional fatal.
As reações relacionadas à infusão ocorreram com maior frequência na dose inicial.
Atenção:
este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista.
Composição do Ocrevus
Apresentações
Solução para diluição para infusão. Caixa com 1 frasco-ampola de 10 mL (300 mg/10 mL).
Via intravenosa.
Uso adulto.
Composição
Cada frasco de 10 mL contém:
300 mg (30 mg/mL) de Ocrelizumabe.
Excipientes:
acetato de sódio trihidratado, ácido acético glacial, alfa-alfa trealose dihidratada, polissorbato 20 e água para injetáveis.
Superdosagem do Ocrevus
A experiência com dose acima da recomendada é pequena. Não existe um nenhum antídoto específico para o caso se superdose. A infusão deve ser interrompida imediatamente e o paciente deve ser observado para ver se aparecem sintomas de reação relacionada à infusão, que devem ser tratados.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação Medicamentosa do Ocrevus
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Ação da Substância Ocrevus
Resultados de Eficácia
Formas Recorrentes da Esclerose Múltipla (EMR)
A eficácia de Ocrelizumabe (substância ativa) foi demonstrada em dois estudos clínicos randomizados, duplo-cegos, duplo-mascarados, controlados por comparador ativo de desenho idêntico, em pacientes com EMR tratados por 96 semanas (Estudo 1 e Estudo 2). A dose de Ocrelizumabe (substância ativa) foi de 600 mg a cada 24 semanas (o tratamento inicial foi administrado com duas infusões intravenosas de 300 mg com um intervalo de 2 semanas, e as doses subsequentes foram administradas como uma infusão intravenosa única de 600 mg) e as injeções subcutâneas de placebo foram administradas 3 vezes por semana. A dose de REBIF, o comparador ativo, era de 44 mcg administrado como injeções subcutâneas 3 vezes por semana e as infusões intravenosas de placebo foram administradas a cada 24 semanas. Ambos os estudos incluíam pacientes que tinham apresentado pelo menos uma recidiva no ano anterior, ou duas recidivas em dois anos anteriores, e apresentavam uma pontuação na Escala Expandida do Estado de Incapacidade (Expanded Disability Status Scale – EDSS) de 0 a 5,5. Pacientes com formas primárias progressivas da esclerose múltipla (EM) foram excluídos. Avaliações neurológicas foram realizadas a cada 12 semanas e no momento de uma suspeita de recidiva. RMNs (Ressonância Magnética Nuclear) do cérebro foram realizadas na linha de base e nas semanas 24, 48 e 96.
O resultado primário tanto do Estudo 1 quanto do Estudo 2 foi a taxa de recidiva anual (TRA). Medidas de resultados adicionais incluíam a proporção de pacientes com progressão de incapacidade confirmada, o número médio de lesões realçadas por gadolínio (Gd) em RMN T1 nas semanas 24, 48 e 96, e lesões hiperintensas novas ou em aumento em RMN T2. A progressão de incapacidade foi definida como um aumento de 1 ponto ou mais desde a pontuação de EDSS basal atribuível à EM quando a pontuação de EDSS basal era de 5,5 ou menos, ou 0,5 pontos ou mais quando a pontuação de EDSS basal estava acima de 5,5. A progressão de incapacidade foi considerada confirmada quando o aumento na EDSS foi confirmado em uma visita regularmente programada 12 semanas após a documentação inicial de piora neurológica. A população primária para análise de progressão de incapacidade confirmada foi a população agrupada dos Estudos 1 e 2. No Estudo 1, 410 pacientes foram randomizados para Ocrelizumabe (substância ativa) e 411 para REBIF. 11% dos pacientes tratados com Ocrelizumabe (substância ativa) e 17% dos pacientes tratados com REBIF não concluíram o período de tratamento duplo-cego de 96 semanas. Os dados demográficos e características da doença na linha de base foram equilibrados entre os dois grupos de tratamento. Na linha de base, a idade média dos pacientes era de 37 anos; 66% eram mulheres. O tempo médio desde o diagnóstico da EM até a randomização foi de 3,8 anos, o número médio de recidivas no ano anterior foi de 1,3, e a pontuação média de EDSS foi de 2,8; 74% dos pacientes não tinham sido tratados com uma terapia não-esteroide para EM nos 2 anos anteriores ao estudo. Na visita basal, 40% dos pacientes apresentavam uma ou mais lesões realçadas por Gd em T1 (média 1,8).
No Estudo 2, 417 pacientes foram randomizados para Ocrelizumabe (substância ativa) e 418 para REBIF; 14% dos pacientes tratados com Ocrelizumabe (substância ativa) e 23% dos pacientes tratados com REBIF não concluíram o período de tratamento duplo-cego de 96 semanas. Os dados demográficos e as características da doença na visita basal foram equilibrados entre os dois grupos de tratamento. Na linha de base, a idade média dos pacientes era de 37 anos; 66% eram mulheres. O tempo médio desde o diagnóstico de EM até a randomização foi de 4,1 anos, o número médio de recidivas no ano anterior foi de 1,3, e a pontuação média na EDSS foi de 2,8; 74% dos pacientes não tinham sido tratados com uma terapia não-esteroide para EM nos 2 anos anteriores ao estudo. Na linha de base, 40% dos pacientes tratados com Ocrevus apresentavam uma ou mais lesões realçadas por Gd em T1 (média 1,9).
No Estudo 1 e no Estudo 2, Ocrelizumabe (substância ativa) reduziu significativamente a taxa de recidiva anual e a proporção de pacientes com progressão de incapacidade confirmada em 12 semanas após o início em comparação com REBIF. Os resultados do Estudo 1 e do Estudo 2 são apresentados na Tabela 1 e na Figura 1.
Tabela 1: Principais Desfechos Clínicos e de RMN em Pacientes com EMR do Estudo 1 e do Estudo 2
1 Definida como um aumento de 1,0 ponto ou mais da pontuação basal da Escala Expandida do Estado de Incapacidade (Expanded Disability Status Scale – EDSS) para pacientes com pontuação basal de 5,5 ou menos, ou 0,5 ou mais quando a pontuação basal é maior que 5,5, Estimativas de Kaplan-Meier na Semana 96.
2 Dados agrupados prospectivamente a partir do Estudo 1 e do Estudo 2.
Figura 1: Gráfico de Kaplan-Meier* do Tempo até o Início da Progressão de Incapacidade Confirmada Mantida por pelo menos 12 Semanas com o Evento Inicial de Agravamento Neurológico tendo ocorrido durante o Período de Tratamento Duplo-cego nos Estudos Agrupados 1 e 2 em Pacientes com EMR (População ITT Agrupada)
*Análise agrupada pré-especificada dos Estudos 1 e 2.
Em análises do subgrupo exploratório do Estudo 1 e do Estudo 2, o efeito de Ocrelizumabe (substância ativa) na taxa de recidiva anual e na progressão de incapacidade foi semelhante em pacientes homens e mulheres.
Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP)
O Estudo 3 foi um estudo clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo em pacientes com EMPP. Os pacientes foram randomizados a 2:1 para receber Ocrelizumabe (substância ativa) 600 mg ou placebo como duas infusões intravenosas de 300 mg com um intervalo de 2 semanas a cada 24 semanas por pelo menos 120 semanas. Os critérios de seleção exigiam uma EDSS basal de 3 a 6,5 e uma pontuação de 2 ou mais para o sistema funcional piramidal da EDSS em razão de achados na extremidade inferior. Avaliações neurológicas foram conduzidas a cada 12 semanas. Uma RMN foi realizada na visita basal e nas Semanas 24, 48 e 120.
No Estudo 3, o resultado primário foi o tempo até o início da progressão de incapacidade atribuível à EM confirmada como presente na próxima avaliação neurológica pelo menos 12 semanas depois. A progressão de incapacidade ocorria quando a pontuação da EDSS aumentava 1 ponto ou mais a partir da EDSS basal se a EDSS basal fosse de 5,5 pontos ou menos, ou por 0,5 pontos ou mais se a EDSS basal fosse maior que 5,5 pontos. No Estudo 3, também foi considerado que a progressão de incapacidade confirmada tinha ocorrido se os pacientes que apresentassem progressão de incapacidade descontinuassem a participação no estudo antes da próxima avaliação. Medidas de resultado adicionais incluíam caminhada cronometrada por uma distância de 25 pés, e alteração percentual no volume da lesão hiperintensa em T2.
O Estudo 3 randomizou 488 pacientes para Ocrelizumabe (substância ativa) e 244 para placebo; 21% dos pacientes tratados com Ocrelizumabe (substância ativa) e 34% dos pacientes tratados com placebo não concluíram o estudo. Os dados demográficos e as características da doença na linha de base foram equilibrados entre os dois grupos de tratamento. Na linha de base, a idade média dos pacientes era de 45; 49% eram mulheres. O tempo médio desde o aparecimento do sintoma foi de 6,7 anos, a pontuação média na EDSS foi de 4,7, e 26% apresentaram uma ou mais lesões realçadas por Gd em T1 na visita basal; 88% dos pacientes não tinham sido tratados anteriormente com um tratamento não-esteroide para EM. O tempo até o início da progressão de incapacidade confirmada em 12 semanas após o início foi significativamente mais longo para pacientes tratados com Ocrelizumabe (substância ativa) do que para pacientes tratados com placebo (vide Figura 2). Os resultados do Estudo 3 são apresentados na Tabela 2 e na Figura 2.
Tabela 2: Principais Desfechos Clínicos e de RMN em pacientes com EMPP no Estudo 3
Desfechos | Estudo 3 | |
Ocrelizumabe (substância ativa) 600 mg (duas infusões de 300 mg com um intervalo de duas semanas a cada 24 semanas) N=488 | Placebo N=244 | |
Resultados Clínicos | ||
Proporção de Pacientes com Progressão de Incapacidade Confirmada em 12 Semanas1 Redução de risco
| 32,9% | 39,3% |
24%; p=0,0321 | ||
Desfechos de RMN | ||
Alteração média no volume das lesões T2, desde a visita basal até a Semana 120 (cm3) | -0,39 | 0,79 |
plt;0,0001 |
1 Definida como um aumento de 1,0 ponto ou mais a partir da pontuação de EDSS basal para pacientes com pontuação basal de 5,5 ou menos, ou um aumento de 0,5 ou mais quando a pontuação basal é maior que 5,5.
Figura 2: Gráfico de Kaplan-Meier do tempo até o início da progressão de incapacidade confirmada mantida por pelo menos 12 semanas com o evento inicial de agravamento neurológico tendo ocorrido durante o período de tratamento duplo-cego no Estudo 3*
*Todos os pacientes nesta análise tinham no mínimo 120 semanas de acompanhamento. A análise primária baseia-se em todos os eventos de progressão de incapacidade acumulados, incluindo 21 sem EDSS confirmatória em 12 semanas.
Na população geral do Estudo 3, a proporção de pacientes com agravamento de 20 por cento na caminhada cronometrada de 25 pés confirmada em 12 semanas foi de 49% nos pacientes tratados com Ocrelizumabe (substância ativa) em comparação com 59% nos pacientes tratados com placebo (redução de risco de 25%).
Nas análises do subgrupo exploratório do Estudo 3, a proporção de pacientes do sexo feminino com progressão de incapacidade confirmada em 12 semanas após o início foi semelhante nos pacientes tratados com Ocrelizumabe (substância ativa) e nos pacientes tratados com placebo (aproximadamente 36% em cada grupo). Em pacientes do sexo masculino, a proporção de pacientes com progressão de incapacidade confirmada em 12 semanas após o início foi de aproximadamente 30% nos pacientes tratados com Ocrelizumabe (substância ativa) e 43% nos pacientes tratados com placebo. Os desfechos clínicos e de RMN que geralmente favoreciam Ocrelizumabe (substância ativa) numericamente na população geral, e que mostravam tendências semelhantes tanto em pacientes do sexo masculino quanto feminino, incluíam taxa de recidiva anual, alteração no volume da lesão em T2, e número de lesões novas ou em aumento em T2.
Características Farmacológicas
Farmacodinâmica Mecanismos de ação
O mecanismo preciso pelo qual ocrelizumabe exerce seus efeitos terapêuticos na esclerose múltipla é desconhecido, mas supõe-se que envolva a ligação ao CD20, um antígeno da superfície celular presente em linfócitos pré-B e linfócitos B maduros. Após a ligação da superfície celular aos linfócitos B, ocrelizumabe causa citólise celular dependente de anticorpo e lise mediada por complemento.
Propriedades farmacodinâmicas
Para contagens de células B, são usados ensaios de células B CD19+ pois a presença de Ocrelizumabe (substância ativa) interfere no ensaio de CD20. O tratamento com Ocrelizumabe (substância ativa) reduz as contagens de células B CD19+ no sangue 14 dias após a infusão. Em estudos clínicos, as contagens de células B aumentaram acima do limite inferior do normal (LIN) ou acima das contagens basais entre as infusões de Ocrelizumabe (substância ativa) pelo menos uma vez em 0,3% a 4,1% dos pacientes. Em um estudo clínico de 51 pacientes, o tempo mediano para as contagens de células B voltarem ao valor basal ou LIN foi de 72 semanas (intervalo de 27-175 semanas) após a última infusão de Ocrelizumabe (substância ativa). Em 2,5 anos após a última infusão, as contagens de células B aumentaram até o valor basal ou LIN em 90% dos pacientes.
Propriedades farmacocinéticas
A farmacocinética (PK) de Ocrelizumabe (substância ativa) em estudos clínicos de EM se enquadra em um modelo bicompartimental com a depuração dependente do tempo. A exposição geral no estado de equilíbrio (AUC durante os intervalos de dosagem de 24 semanas) de Ocrelizumabe (substância ativa) foi de 3.510 mcg/mL por dia. Em estudos clínicos com pacientes com EM, as doses de manutenção de ocrelizumabe foram de 600 mg a cada 6 meses (pacientes com EMR) ou duas infusões de 300 mg separadas por um intervalo de 14 dias a cada 6 meses (pacientes com EMPP). A concentração máxima média foi de 212 mcg/mL para pacientes com EMR (infusão de 600 mg) e 141 mcg/mL para pacientes com EMPP (duas infusões de 300 mg administradas em duas semanas). A farmacocinética de ocrelizumabe foi essencialmente linear e proporcional à dose entre 400 mg e 2000 mg.
Absorção
Ocrelizumabe (substância ativa) é administrado em infusão endovenosa. Não foram realizados estudos com outras formas de administração.
Distribuição
A estimativa de PK da população do volume de distribuição central foi de 2,78 L. O volume periférico e a depuração intercompartimental foram estimados em 2,68 L e 0,29 L/dia, respectivamente.
Metabolismo
O metabolismo de Ocrelizumabe (substância ativa) não foi estudado diretamente, pois a depuração de anticorpos ocorre principalmente por catabolismo.
Eliminação
A depuração constante foi estimada em 0,17 L/dia, e a depuração inicial dependente do tempo em 0,05 L/dia, que diminuiu com uma meia-vida de 33 semanas. A meia-vida de eliminação terminal foi de 26 dias.
Farmacocinética em populações especiais
Pediatria
Não foram conduzidos estudos para investigar a farmacocinética de Ocrelizumabe (substância ativa) em crianças e adolescentes (menos de 18 anos de idade).
Idosos
Não foram conduzidos estudos para investigar a farmacocinética de Ocrelizumabe (substância ativa) em pacientes com 65 anos ou mais.
Insuficiência renal
Pacientes com comprometimento renal leve foram incluídos nos estudos clínicos. Nenhuma alteração significativa na farmacocinética de Ocrelizumabe (substância ativa) foi observada nesses pacientes.
Insuficiência hepática
Pacientes com comprometimento hepático leve foram incluídos em estudos clínicos. Nenhuma alteração significativa na farmacocinética de Ocrelizumabe (substância ativa) foi observada nesses pacientes.
Segurança pré-clínica
Carcinogênese, Mutagênese, Comprometimento da Fertilidade
Nenhum estudo de carcinogenicidade foi realizado para avaliar o potencial carcinogênico de Ocrelizumabe (substância ativa).
Nenhum estudo foi realizado para avaliar o potencial mutagênico de Ocrelizumabe (substância ativa). Como um anticorpo, não se espera que Ocrelizumabe (substância ativa) interaja diretamente com o DNA.
Não foi observado nenhum efeito nos órgãos reprodutores em macacos machos que receberam ocrelizumabe por injeção intravenosa (três doses iniciais de 15 ou 75 mg/kg, seguidas por doses semanais de 20 ou 100 mg/kg) durante 8 semanas. Também não foi observado efeito no ciclo estral em macacas que receberam ocrelizumabe durante três ciclos menstruais usando o mesmo regime de dosagem. As doses testadas em macacos são 2 e 10 vezes a dose humana recomendada de 600 mg, baseado em mg/kg.
Teratogenicidade
Após a administração intravenosa de Ocrelizumabe (substância ativa) a macacas durante a organogênese (doses iniciais de 15 ou 75 mg/kg nos dias de gestação 20, 21 e 22, seguidas por doses semanais de 20 ou 100 mg/kg), observou-se depleção de linfócitos B no tecido linfoide (baço e linfonodos) nos fetos em ambas as doses.
A administração intravenosa de Ocrelizumabe (substância ativa) (três doses iniciais diárias de 15 ou 75 mg/kg, seguidas por doses semanais de 20 ou 100 mg/kg) a macacas prenhas durante todo o período de organogênese e continuando até o período neonatal resultou em mortes perinatais (algumas associadas a infecções bacterianas), toxicidade renal (glomerulopatia e inflamação), formação de folículo linfoide na medula óssea, e diminuições severas nos linfócitos B circulantes em recém-nascidos. A causa das mortes neonatais é incerta, porém, constatou-se que ambos os neonatos afetados apresentavam infecções bacterianas. Peso testicular reduzido foi observado nos recém-nascidos sob a dosagem alta.
Não foi identificada dose sem efeito quanto a efeitos adversos no desenvolvimento, as doses testadas em macacos são 2 e 10 vezes a dose recomendada em humanos de 600 mg, baseado em mg/kg.
Cuidados de Armazenamento do Ocrevus
Ocrevus deve ser conservado sob refrigeração (entre 2 – 8ºC). Manter o frasco-ampola dentro do cartucho para proteger da luz. Não congelar. Não agitar.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Depois que a solução de Ocrevus for preparada, deve ser usada imediatamente. Se isso não ocorrer, pode ser guardada durante até 24 horas em temperaturas de 2 a 8º C ou durante 8 horas em temperatura ambiente (abaixo de 30ºC) incluindo nesse período o tempo de infusão. Mas se a infusão não for completada no mesmo dia, toda a solução restante precisará ser desprezada.
Características do medicamento
Ocrevus é um líquido límpido a levemente opalescente, incolor a castanho claro.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Dizeres Legais do Ocrevus
MS – 1.0100.0666
Farm. Resp.:
Tatiana Tsiomis Díaz
CRF-RJ nº 6942
Fabricado por:
Roche Diagnostics GmbH, Mannheim, Alemanha
Embalado por:
F. Hoffmann-La Roche Ltd., Kaiseraugst, Suíça
Importado por:
Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.
Est. dos Bandeirantes, 2.020 CEP 22775-109 – Rio de Janeiro – RJ
CNPJ: 33.009.945/0023-39
Serviço Gratuito de Informações:
0800 7720 289
www.roche.com.br
Uso restrito a hospitais.
Venda sob prescrição médica.