Bula do Parkinsol
Contraindicação do Parkinsol
Cloridrato de biperideno (substância ativa) é contra-indicado a pacientes com hipersensibilidade ao biperideno ou a qualquer um dos excipientes da fórmula.
Cloridrato de biperideno (substância ativa) é contraindicado para pacientes portadores de glaucoma de ângulo estreito, estenose ou obstrução mecânica do trato gastrintestinal e megacólon.
Como usar o Parkinsol
O tratamento com Cloridrato de biperideno (substância ativa) deve ser iniciado com aumento gradativo das doses em função do efeito terapêutico e dos efeitos secundários.
Os comprimidos devem ser administrados com líquidos, preferencialmente durante ou após uma refeição, para minimizar os efeitos indesejáveis no sistema gastrointestinal.
Síndromes parkinsonianas
Adultos
A dose inicial usual é de 1 mg (1/2 comprimido) de Cloridrato de biperideno (substância ativa) duas vezes ao dia. A dose pode ser aumentada para 2 mg (um comprimido) por dia. A dose de manutenção é de 3 a 16 mg/dia (meio a 2 comprimidos, de 3 a 4 vezes por dia). A dose máxima diária recomendada é de 16 mg (8 comprimidos) que deverá ser distribuída uniformemente ao longo do dia.
Transtornos extrapiramidais medicamentosos
Adultos
A dose usual é de 1 a 4 mg (meio a 2 comprimidos) uma a 4 vezes ao dia, como tratamento oral, associado à terapia neuroléptica, dependendo da intensidade dos sintomas.
Uso pediátrico
Disfunções medicamentosas do movimento
A dose recomendada para crianças de 3 a 15 anos é de meio a 1 comprimido, 1 a 3 vezes ao dia (correspondendo 1 a 2 mg de cloridrato de biperideno por dia).
Precauções do Parkinsol
Biperideno deve ser administrado com cautela em pacientes com prostatismo, epilepsia ou arritmia cardíaca.
Habilidade de dirigir e operar máquinas
Durante o tratamento com Cloridrato de biperideno (substância ativa) combinado com outro medicamento de ação central, anticolinérgicos ou álcool, o paciente não deve executar tarefas que exijam atenção ou dirigir veículos e operar máquinas, pois a sua habilidade e atenção poderão estar prejudicadas
Uso em crianças
Estudos sobre o uso de Cloridrato de biperideno (substância ativa) em crianças são limitados e restringem-se, basicamente, a tratamentos de duração limitada de distonias de causa iatrogênica (ex. neurolépticos, metoclopramida ou compostos análogos), que podem se manifestar como reações adversas ou sintomas de intoxicação.
Uso em idosos
Maior atenção deve ser dispensada aos pacientes com idade avançada, sobretudo, se apresentam sintomas de doenças orgânicas cerebrais e com aumento na susceptibilidade a convulsão cerebral. Pacientes idosos são mais suscetíveis a medicação anticolinérgica.
Gravidez
Não se sabe se o biperideno pode causar danos fetais quando administrado a mulheres grávidas ou se pode afetar a capacidade de reprodução. Cloridrato de biperideno (substância ativa) deve ser administrado quando estritamente necessário.
Lactação
Não se sabe se o biperideno é excretado no leite materno. Pelo fato de muitas drogas serem excretadas no leite materno, deve-se ter cautela ao administrar Cloridrato de biperideno (substância ativa) a lactantes.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Cloridrato de biperideno (substância ativa) é um medicamento classificado na categoria C de risco na gravidez.
Este medicamento contém lactose.
Reações Adversas do Parkinsol
A resposta frequente foi utilizada baseando-se na evolução dos eventos adversos.
- Muito Comum (gt;1/10);
- Comum (gt; 1/100 para lt;1/10);
- Incomum (? 1/1000 para lt; 1/100);
- Raro (? 1/10.000 para lt; 1/1000);
- Muito raro (lt;1/10.000);
- Frequência desconhecida ( não pode ser determinada pelos dados disponíveis).
Efeitos secundários podem ocorrer particularmente no início do tratamento, ou quando as doses são aumentadas rapidamente. Devido ao número desconhecido de usuários, não há possibilidade de saber a frequencia / porcentagem espontânea dos efeitos secundários registrados.
Os efeitos adversos clinicamente significantes são
Infecções e Infestações
Frequência desconhecida:
Parotite
Disfunções do sistema imune
Muito raro:
Hipersensibilidade.
Alterações psiquiátricas
Raro:
Em altas doses, excitabilidade, agitação, medo, confusão, delírios, alucinações, insônia. Os efeitos centrais de excitação são frequentemente relatados em pacientes com sintomas de deficiência cerebral e que podem precisar de uma redução da dose. Foram relatados casos de redução da fase do sono de movimento rápido dos olhos (REM), caracterizada por um aumento no tempo necessário para atingir esse estágio e redução na porcentagem de duração desta fase no sono total.
Muito raro:
Nervosismo, euforia.
Disfunções do sistema nervoso central
Raro:
Fadiga, tontura, distúrbios de memória;
Muito raro:
Dor de cabeça, movimentos repetitivos involuntários, ataxia, dificuldades de falar, aumento dos distúrbios cerebrais e confusões.
Disfunções oculares
Muito Raro:
Distúrbios de acomodação, midríase, fotossensibilidade, glaucoma de ângulo fechado pode ocorrer.
Disfunções cardíacas
Raro:
Taquicardia;
Muito Raro:
Bradicardia.
Disfunções gastrointestinais
Raro:
Boca seca, nauseas, desordem gástrica;
Muito raro:
Constipação.
Disfunçõesda pele e de tecidos subcutâneos
Muito Raro:
Redução de perspiração, erupção alérgica.
Disfunções do sistema muscoesquelético e dos tecidos conectivos
Raro:
Espasmos musculares.
Disfunções renal e urinária
Muito raro:
Distúrbios de micção, especialmente em pacientes com adenoma prostático, retenção urinária.
Disfunções gerais e condições do local de administração
Muito raro:
Sonolência excessiva.
Notificação de suspeita de reações adversas
A notificação de suspeita de reações adversas após a aprovação do medicamento é importante. Deve-se continuar o monitoramento do risco/benefício do medicamento. Os profissionais de saúde devem reportar as suspeitas de reações adversas à vigilância sanitária.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Interação Medicamentosa do Parkinsol
Interação medicamento-medicamento
A administração simultânea de Cloridrato de biperideno (substância ativa) com outras drogas de efeito anticolinérgico (ex. triexifenidil e amantadina) pode potencializar os efeitos colaterais ao nível do sistema nervoso central e periférico. A síndrome anticolinérgica central pode ocorrer quando agentes anticolinérgicos, como cloridrato de biperideno, são administrados concomitantemente com drogas que tem ação anticolinérgica secundária, como por exemplo certos analgésicos narcóticos, como a meperidina, as fenotiazinas e outros antipsicóticos, antidepressivos tricíclicos, certos antiarrítmicos, como os sais de quinidina e antihistamínicos.
Foram relatados movimentos coreicos na doença de Parkinson quando o biperideno foi associado à carbidopa/levodopa. A administração concomitante de quinidina pode aumentar o efeito anticolinérgico cardiocirculatório (especialmente na condução AV).
Interação Alimentícia do Parkinsol
A ingestão de bebidas alcoólicas deve ser evitada durante o tratamento com Cloridrato de biperideno (substância ativa).
Ação da Substância Parkinsol
Resultados da eficácia
Quarenta e dois pacientes diagnosticados com esquizofrenia (sete abandonaram o estudo) de três centros de pesquisa foram incluídos no estudo para tratamento da síndrome extrapiramidal (EPS) em uma avaliação duplo cega: 18 pacientes (11 homens e 7 mulheres) com amantadina e 17 pacientes (8 homens e 9 mulheres) com Cloridrato de biperideno (substância ativa) foram usados no tratamento da EPS induzida pelo uso de haloperidol.
Eficácia do tratamento e os possíveis efeitos adversos foram avaliados de acordo com as escalas clínicas: EPS para intensidade, BPRS (Brief Psychiatric Rating Scale) para quantificar sintomas psicóticos, FSUCL (Fischers Somatische Symptome oder Unerwünschte Effekte Check List) para avaliar sintomas adversos e KUSTA para avaliar o humor dos pacientes. Todos os pacientes estavam em tratamento com haloperidol e levomepromazina e o respectivo medicamento antiparkinsoniano por 14 dias.
Os estudos não apresentaram diferença significativa entre os grupos de tratamento, portanto o efeito do Cloridrato de biperideno (substância ativa) e da amantadina no tratamento da EPS apresentou similaridade.
Os efeitos do Cloridrato de biperideno (substância ativa) e da amantadina foram comparados na síndrome extrapiramidal (EPS) e na discinesia tardia (TD) induzidas pelo uso de neuroléptico. Trinta e dois pacientes com o diagnóstico de esquizofrenia foram incluídos, no entanto vinte e seis pacientes concluíram o estudo. A amantadina e o Cloridrato de biperideno (substância ativa) mostraram ter eficácia similar no manejo de EPS e TD induzidas por uso de neuroléptico.
Características Farmacológicas
O Cloridrato de biperideno (substância ativa) é um agente anticolinérgico predominantemente central. O Cloridrato de biperideno (substância ativa) é indicado para tratamento do Parkinsonismo e das reações adversas extrapiramidais induzidas pelos neurolépticos e outras drogas que bloqueiam os receptores de dopamina nos gânglios da base e também criam uma deficiência funcional de dopamina.
Mudanças bioquímicas degenerativas do Parkinsonismo causam um déficit de dopamina no núcleo estriado, o que resulta num desequilíbrio funcional entre a transmissão colinérgica e dopaminérgica. O Cloridrato de biperideno (substância ativa) bloqueia principalmente a transmissão dos impulsos colinérgicos centrais pela reversão da ligação aos receptores de acetilcolina.
Sintomas como hipersalivação ou aumento da sudorese podem ser minimizados com Cloridrato de biperideno (substância ativa). É recomendado, também, como adjuvante na terapia com levodopa ou medicamentos similares, aumentando o efeito sobre a acinesia dos pacientes portadores de Parkinson.
Farmacodinâmica
O Cloridrato de biperideno (substância ativa) é um agente anticolinérgico com efeito marcante no sistema nervoso central.
Seus efeitos anticolinérgicos são relativamente pequenos quando comparados aos da atropina. O Cloridrato de biperideno (substância ativa) se une de maneira competitiva aos receptores muscarínicos (preferencialmente M1, o principal tipo de receptor muscarínico no cérebro) periféricos e centrais.
Nos estudos experimentais em animais, o Cloridrato de biperideno (substância ativa) modificou os estados parkinsonianos (tremores, rigidez) provocados por colinérgicos de ação central.
Farmacocinética
Após a administração oral, o cloridrato de Cloridrato de biperideno (substância ativa) (4 mg correspondente a 3,59 mg de Cloridrato de biperideno (substância ativa)) é rapidamente absorvido depois de um período de latência de 30 minutos e meia vida de 20 min. O pico de concentração plasmática máxima de 4 ng/mL é atingido 1,5 h mais tarde. O volume aparente de distribuição é de 24 +- 4,1 L/kg. A depuração plasmática oral é por volta de 146 L/ h. A biodisponibilidade é em torno de 33% e a meia-vida de eliminação é de 21 horas.
O tempo médio estimado para o início da ação terapêutica ocorre após um intervalo de tempo de uma hora e meia e o pico das concentrações plasmáticas é alcançado após cerca de 1,5 hora.
A meia-vida terminal de eliminação plasmática, após a administração oral de dose única de 4 mg de cloridrato de Cloridrato de biperideno (substância ativa), é de cerca de 11 a 21 horas em pacientes jovens saudáveis e de 24 a 37 horas em pacientes idosos. Em estado de equilíbrio (2 mg de cloridrato de Cloridrato de biperideno (substância ativa) duas vezes ao dia durante 6 dias) as meias-vidas foram de 16 a 33 horas entre o jovens testados e de 26 a 41 horas entre os idosos.
Pacientes idosos apresentaram uma maior biodisponibilidade (área sob a curva – ASC) do que pacientes jovens. A depuração plasmática foi de 11,6 +- 0,8 mL/min/kg.
A meia vida terminal dura por volta de 24 horas após a administração do Cloridrato de biperideno (substância ativa). A biodisponibilidade é a mesma para ambas as formas orais. O Cloridrato de biperideno (substância ativa) se liga amplamente às proteínas plasmáticas. Além da albumina, a glicoproteína ácida ?-1 também é um ligante em potencial. A extensão da ligação, que é independente da concentração para alcançar níveis terapêuticos, é de aproximadamente 95% nos caucasianos e de aproximadamente 90% nos japoneses.
Não se sabe o fator que causa essa diferença. O Cloridrato de biperideno (substância ativa) se liga às proteínas plasmáticas em 94% nas mulheres e em 93% nos homens. O Cloridrato de biperideno (substância ativa) sofre metabolização quase completa; não se detecta Cloridrato de biperideno (substância ativa) inalterado na urina. O metabólito principal do Cloridrato de biperideno (substância ativa) é originado da hidroxilação pelo anel biciclo-heptano (60%); além disso, ocorre uma hidroxilação pelo anel de piperidina (40%). Os numerosos metabólitos (produtos de hidroxilação e conjugados) são excretados, em partes iguais, pela urina e pelas fezes.
Não se dispõe de dados sobre a farmacocinética entre pacientes com alterações das funções hepática ou renal.