Nos últimos tempos, tem sido observado o aumento do número de casos de pressão alta no mundo todo. No Brasil, o cenário não é diferente.
De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos 26,3% dos brasileiros adultos convivem com a condição – índice que representa um aumento 3,7% entre 2006 e 2021.
Portanto, conhecer as principais causas da hipertensão é um passo importante para prevenir a enfermidade e preservar a qualidade de vida da população.
Por que a pressão alta ocorre?
Pelo menos 5 litros de sangue circulam pelo corpo humano, segundo o Ministério da Saúde. Enquanto percorre as artérias e outros vasos sanguíneos, o sangue exerce uma força sobre essas estruturas — por isso o nome pressão arterial (PA).
Para a aferição (medição), são consideradas tanto a pressão sistólica (quando o coração está contraído) quanto a diastólica (órgão relaxado). É a conferência dessa tensão sobre as artérias que resulta em 120/80 mmHg, por exemplo (ou o popular 12 por 8).
Lesões, perda de elasticidade ou estreitamento dos vasos, acúmulo de gordura e outros fatores fisiológicos podem elevar a PA.
Atualmente, é considerado um quadro hipertensivo aquele em que a PA está acima de 140/90 mmHg, conforme as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (DBHA).
Vale reforçar que o diagnóstico preciso e orientações de tratamento devem sempre ser feitos por um médico (como o cardiologista). O profissional saberá quais exames solicitar e como analisar as informações trazidas pelo paciente sobre a saúde.
Para ter acesso a um profissional de forma mais vantajosa, é possível assinar o Cartão dr.consulta. Além disso, a assinatura permite que a pessoa passe por exames com descontos e ainda seja encaminhada para o programa Viva Bem, que oferece orientações sobre controle da pressão alta, do diabetes e do colesterol alto (dislipidemia).
Abaixo, as principais causas da hipertensão:
1. Características fisiológicas
Fatores como a genética, a idade, o sexo biológico e características étnicas predispõem a condição. Alguns dados das DBHA ilustram essa relação:
- entre 30% e 50% dos casos são hereditários;
- aproximadamente 65% dos indivíduos com mais de 60 anos têm hipertensão?;
- homens representam a maioria dos casos entre os jovens, enquanto as mulheres predominam nas faixas etárias mais altas;
- sabe-se que a população negra é mais propensa a quadros hipertensivos. A ciência ainda não identificou o que motiva isso. Chama atenção, porém, que no Brasil não há diferença significativa da prevalência entre negros e brancos.
2. Estilo de vida
Manter hábitos saudáveis ajuda a manter a pressão sob controle e evita a elevação da PA (seja em crises hipertensivas ou em quadros crônicos).
Por isso, é importante estar atento a quais fatores comportamentais são considerados nocivos à saúde e favorecem a enfermidade, entre eles:
- alimentação inadequada e com excesso de sódio;
- falta de atividade física (sedentarismo);
- estresse;
- consumo em excesso de álcool;
- tabagismo.
3. Condições e síndromes
O grupo de enfermidades abaixo contribui para a ocorrência da hipertensão:
- sobrepeso e obesidade: sabe-se que há uma relação direta entre o excesso de peso e o aumento da PA;
- diabetes: a resistência à insulina e processos inflamatórios típicos do distúrbio metabólico desencadeiam o aumento da pressão arterial;
- distúrbio da tireoide: o hipotireoidismo geralmente causa aumento da PA diastólica, enquanto o hipertireoidismo pode elevar a sistólica;
- colesterol alto (dislipidemia): contribui para o desenvolvimento de aterosclerose (acúmulo de gordura nas artérias) e, consequentemente, aumenta a PA?;
- apneia obstrutiva do sono: causa a falta de oxigenação do sangue, o que resulta na elevação da PA;
- síndrome de Cushing: distúrbio endócrino caracterizado pelos altos níveis de cortisol no sangue, o que leva à retenção de sódio e água pelo organismo e favorece sua ocorrência.
4. Fatores socioeconômicos
Deve-se considerar a realidade de vida da pessoa na prevalência da hipertensão. Faltas de acesso à informação, a alimentos de qualidade, à assistência de saúde, ao lazer e à prática de atividade física são obstáculos que prejudicam a qualidade de vida.
Prevenção deve considerar os fatores de risco
Conhecendo as causas da condição, é possível estabelecer métodos preventivos. Mudança no estilo de vida são uma das principais estratégias para atingir esse objetivo, o que inclui:
- manter uma alimentação saudável (evitando ultraprocessados, gorduras e o excesso de sal, por exemplo);
- praticar exercícios físicos regularmente;
- abandonar o hábito de fumar;
- reduzir o consumo de álcool;
- controlar o peso, o diabetes e o estresse.
Com essas medidas, associadas ao acompanhamento médico regular, é possível ampliar significativamente as chances de prevenção ou controle da hipertensão e contribuir para a qualidade de vida e a longevidade da pessoa.
Fontes:
- Guia Alimentar para a População Brasileira;
- Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial;
- Ministério da Saúde;
- Universidade Federal de Minas Gerais.
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