Os sinais cerebrais que comandam as funções do corpo só funcionam se a conexão entre o cérebro e as demais partes estiverem conectadas pelo sistema nervoso. Uma das disfunções que fazem com que essa transmissão não ocorra de maneira correta é chamada de Síndrome de Guillain Barré, identificada também pela sigla SGB.
Essa neuropatia não é tão conhecida, mas pode levar à paralisia dos membros rapidamente. Embora não possa ser evitada, reconhecer seus sintomas iniciais ajuda no diagnóstico e tratamento precoces.
O que é a Síndrome de Guillain Barré (SGB)?
A Síndrome de Guillain Barré ou polirradiculoneurite aguda é uma doença rara grave onde o sistema imunológico afeta o próprio sistema nervoso e danifica as suas células.
Portadores da síndrome sentem uma fraqueza muscular característica que vai aumentando com o passar do tempo, sendo, portanto, progressiva. Essa manifestação se inicia nas pernas e pode atingir o tronco, braços e até mesmo a face.
Dados do Ministério da Saúde revelam a ocorrência de 1 a 4 casos por 100.000 habitantes e maior prevalência entre 20 e 40 anos.
Suas causas ainda são desconhecidas
Por ser considerada uma doença autoimune que surge como consequência de um processo infeccioso, a Síndrome de Guillain Barré tem sido associada a certas doenças e vírus:
- doenças: Campilobacteriose (infecção pela bactéria Campylobacter jejuni), dengue, Zika, Chikungunya, sarampo, hepatite A, B, C e HIV.
- vírus: Epstein-Barr e de influenza A.
Sintomas comuns
- diarreia;
- queimação, formigamento ou dormência inicial nos pés e nas pernas e que depois passa para as mãos e braços;
- alterações na sensibilidade dessas áreas;
- redução dos movimentos ou paralisia total;
- perda de reflexos;
- fraqueza facial.
Esses sintomas podem vir acompanhados ainda de: crise epilética, sonolência, visão dupla, confusão mental, tremores e perda da coordenação muscular.
Ao identificar qualquer sinal anormal em relação à saúde, especialmente se ocorrerem com mais frequência, a recomendação é agir preventivamente e buscar ajuda médica.
A avaliação inicial, pode feita por um clínico geral a partir de exames de sangue, exame de Líquido Cefalorraquidiano (Líquor ou LCR), eletromiografia, ressonância magnética e punção lombar.
Quando o diagnóstico da Síndrome de Guillain Barré é confirmado, o paciente é acompanhado por um neurologista que mobilizará uma equipe multidisciplinar:
Riscos
Como evolui em até quatro semanas (em média) e não há qualquer tipo de intervenção, a SGB pode gerar diversas complicações e afetar o sistema respiratório, fazendo com que o coração e o pulmão parem de funcionar, levando ao óbito.
Tratamento iniciado mais cedo reduz sequelas e a incapacidade total
Infelizmente, a SGB não tem cura. Os tratamentos são voltados para a rápida recuperação dos sintomas das doenças relacionadas, visando evitar as complicações e sequelas neurológicas, na fase aguda da doença. Quando mais crítico, o quadro exige hospitalização e ventilação para respiração artificial.
A reabilitação motora é realizada com fisioterapia, sendo a fisioterapia de calor uma das mais eficientes.
Estudos internacionais trazem a informação de que cerca de 50% dos pacientes se recuperam totalmente em até 6 meses após os primeiros sintomas e 30% têm sequelas mais leves, o que reforça a importância do diagnóstico e tratamentos rápidos.
Por outro lado, 20% das pessoas apresentam sequelas mais graves (como dificuldades motoras e fraqueza nas pernas) e, aproximamente 5%, paralisia dos músculos respiratórios.
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Dicas para prevenir doenças que não têm causas definidas
Fazer o acompanhamento médico regularmente, manter a vacinação em dia e realizar os check-ups anuais são formas práticas de monitorar os principais aspectos de saúde, pensando no hoje e no futuro, já que muitos exames podem ser realizados para prevenção.
É preciso lembrar que muitas doenças são silenciosas e assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas, enquanto outras avançam muito rápido, como é o caso da Guillain-Barré.
Na maioria dos casos, o diagnóstico tardio também eleva os custos de tratamento e gera internações que, muitas vezes, não são cobertos pelos planos de saúde.
Fontes