Como o Soro Antilonômico funciona?
No organismo humano o veneno de Lonomia causa uma lesão semelhante à queimadura, com inchaço e bolhas na região do contato. Após algumas horas, podem surgir a alteração na coagulação e a hemorragia nas gengivas, urina ou qualquer outra parte do corpo. O soro antilonômico purificado, quando injetado no paciente acidentado pelo contato com as cerdas das lagartas de Lonomia, age neutralizando o veneno em circulação. O resultado do tratamento com a aplicação das doses recomendadas do soro antilonômico é mais eficiente quanto mais precocemente essas doses forem administradas. O soro deve ser aplicado por via intravenosa.
Contraindicação do Soro Antilonômico
- As contraindicações praticamente não existem, porém a aplicação do soro antilonômico deve ser feita em condições de estrita observação médica, pelo risco de reações;
- O soro antilonômico não é contraindicado na gravidez, mas o médico deve ser informado sobre essa condição;
- Alimentação prévia e/ou ingestão de bebidas não contraindicam o emprego do soro antilonômico, mas é preciso cuidado maior devido ao risco de aspiração de vômitos.
Em caso de acidentes provocados por outros animais peçonhentos, o soro antilonômico não é indicado.
Como usar o Soro Antilonômico
O soro antilonômico deve ser aplicado por via intravenosa conforme as doses recomendadas, o mais rápido possível após o acidente. A dose depende da gravidade do envenenamento avaliada por um profissional de saúde de acordo com a intensidade dos sintomas e sinais clínicos.
Atenção:
O soro antilonômico é o único medicamento eficaz para o tratamento acidentes ocorridos pela lagarta Lonomia obliqua.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Não há contra indicação relativa à faixa etária.
O que devo fazer quando eu me esquecer de usar o Soro Antilonômico?
Não se aplica.
Em caso de dúvidas procure orientação do farmacêutico ou do seu médico ou cirurgião-dentista.
Precauções do Soro Antilonômico
Evitar intervenções do tipo venopunção ou procedimentos invasivos que podem acentuar o quadro hemorrágico.
Não fazer incisões no local da lesão.
Não aplicar amoníaco, cáusticos, substâncias irritantes ou contaminadas no local da lesão.
Não ingerir líquidos tóxicos ou bebidas alcoólicas. Manter-se em repouso.
Procurar o serviço de saúde mais próximo de onde ocorreu o acidente para avaliar a necessidade de uso de soro.
Reações Adversas do Soro Antilonômico
Reação muito comum (ocorre em 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
As reações imediatas e precoces podem ocorrer durante a infusão e nas duas horas subsequentes, e até 24 horas após a administração do soro. Na maioria das vezes, são leves. As proteínas heterólogas, além de liberar histamina, podem levar à formação de agregados de proteínas ou de imunocomplexos, ativando o sistema complemento. Este, por sua vez, pode levar à formação de anafilatoxinas e provocar a liberação de mediadores químicos de mastócitos e basófilos. Os sinais e sintomas mais frequentes são prurido, urticária, rubor facial, angioedema, exantema morbiliforme, taquicardia, rinorreia, espirros, tosse, náuseas, cólica abdominal e diarreia.
Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento)
A administração do soro, assim como a de qualquer outro medicamento, pode provocar reações locais precoces de caráter benigno como dor, edema, hiperemia e equimose. A reação tardia, também conhecida como Doença do Soro, e pode ocorrer 5 a 24 dias após a aplicação do soro de origem heteróloga. A reação é caracterizada inicialmente com febrícula, urticária, erupções cutâneas de diferentes tamanhos e distribuição irregular. Pode haver comprometimento articular, às vezes exuberante, e geralmente atinge grandes articulações onde aparecem edemas sem rubor, dor espontânea e à pressão, e dificuldade de movimentação. O enfartamento linfoganglionar produz adenopatias generalizadas de intensidade variável, resultando em gânglios palpáveis, móveis e dolorosos. Normalmente evoluem para a cura e sem sequelas. Raramente podem ocorrer vasculite e nefrite.
Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
A reação pirogênica, descrita com frequência cada vez menor, ocorre durante o uso do soro, podendo levar a febre alta (até 39ºC), acompanhada de calafrios e sudorese. Nesses casos, a infusão deve ser interrompida e administrado antitérmico. Após a remissão dos sintomas, a soroterapia deve ser reinstituída. Caso haja recorrência deste quadro, a solução que contém o soro deve ser desprezada e preparada nova solução.
Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento)
As reações imediatas podem raramente evoluir para quadros graves, nos quais se evidenciam palidez, dispneia, edema de glote, insuficiência respiratória com hipoxemia, taquicardia intensa, bradicardia, hipotensão arterial que podem evoluir para choque e síncope, perda da consciência e colapso circulatório persistente.
Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento)
Não descrita na literatura.
Prevenção das reações
Informe ao médico se você já foi tratado (a) com soros heterólogos (antiofídicos, antitetânico, antidiftérico ou antirrábico). Mesmo que não haja nenhum antecedente alérgico, a reação adversa pode ocorrer e o corpo clínico estará pronto para fazer o atendimento no caso de aparecimento.
Informe ao seu médico, cirurgião dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
Composição do Soro Antilonômico
Apresentação
Solução Injetável. Cada mL do soro neutraliza no mínimo 0,35 mg de veneno de Lonomia obliqua, no total de no mínimo 3,5 mg de veneno por frasco-ampola com 10 mL.
Cada cartucho contém 05 frascos-ampola com 10 mL de soro antilonômico.
O soro antilonômico é apresentado em frasco-ampola contendo 10 mL de solução injetável da fração F(ab`)2 de imunoglobulinas heterólogas específicas e purificadas, capazes de neutralizar no mínimo 3,5 mg de veneno-referência de Lonomia obliqua (soroneutralização em camundongos Balb-C) por mL de soro.
O soro antilonômico é obtido a partir do plasma de equinos hiperimunizados, com extrato de cerdas de Lonomia obliqua.
Via de administração: intravenosa.
Uso adulto e pediátrico.
Composição
Cada frasco-ampola com 10 mL contém:
Fenol | 35 mg (máximo) |
Solução fisiológica a 0,85% | 10 mL |
Fração F(ab´)2 de imunoglobulinas heterólogas que neutralizam, no mínimo, 3,5 mg de veneno de Lonomia obliqua (soroneutralização em camundongos Balb-C).
Superdosagem do Soro Antilonômico
Não existem informações de casos e/ou consequências da aplicação de superdoses de soro antilonômico.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Interação Medicamentosa do Soro Antilonômico
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Ação da Substância Soro Antilonômico
Resultados de Eficácia
Não há ensaios clínicos controlados para a avaliação de eficácia do Soro Antilonômico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Lonomia Obliqua (substância ativa), que é de origem equina (heteróloga), porém a sua capacidade em neutralizar as atividades tóxicas da toxina é comprovada através de modelos animais de laboratório e pelo uso sistemático em pacientes.
Características Farmacológicas
O Soro Antilonômico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Lonomia Obliqua (substância ativa) é uma solução isotônica de imunoglobulinas heterólogas específicas de origem equina (IgG), purificadas por digestão enzimática, não pirogênica. As imunoglobulinas derivam do plasma de cavalos sadios, hiperimunizados com o extrato de cerdas de lagartas da espécie Lonomia Obliqua. A atividade biológica neutralizante dos venenos, exercida pelo Soro Antilonômico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Lonomia Obliqua (substância ativa), é avaliada pela proteção conferida em camundongos Balb-C, após inoculação intraperitonial de misturas de volumes diferentes de soro com quantidade fixa de veneno-referência.
O poder neutralizante do Soro Antilonômico + Imunoglobulina Heteróloga Contra Veneno de Lonomia Obliqua (substância ativa) deverá ser, no mínimo de 0,35 mg de veneno-referência de Lonomia Oblíqua por mL de soro. O plasma equino digerido enzimaticamante pela ação da pepsina, reduz o peso molecular da IgG de 160 kDa para 90 kDa a 100 kDa, eliminando da molécula de IgG a fração Fc, responsável pela ativação do sistema complemento por via clássica.
Obtém-se desse modo uma molécula mais pura e menos reatogênica quanto a efeitos de natureza alérgica induzidos no paciente. A atividade neutralizante dos sítios combinatórios das moléculas de imunoglobulina, tratadas pela pepsina mantêm-se inalterada e, ainda, a possibilidade de formação espontânea de agregados proteicos, responsáveis também por reações alérgicas indesejáveis, é substancialmente reduzida. Apesar do elevado grau de purificação do soro continua existindo, em potencial baixo, a possibilidade de indução a reações alérgicas em indivíduos hipersensíveis.
Entre as reações indesejáveis o choque anafilático pode ocorrer pela degranulação de mastócitos ou ativação do sistema complemento, embora o choque anafilático letal seja muito raro.
Cuidados de Armazenamento do Soro Antilonômico
O soro antilonômico, somente é encontrado em serviços de saúde de referência para tratamento de pacientes acidentados. Deve ser armazenado e transportado à temperatura entre +2ºC a +8°C. Não deve ser colocado no congelador ou “freezer”; o congelamento é estritamente contraindicado. Uma vez aberto o frasco-ampola, o soro deve ser usado imediatamente.
Prazo de validade: o prazo de validade do soro antilonômico é de 36 meses a partir da data de fabricação. Esse prazo é indicado na embalagem e essa condição deve ser respeitada rigorosamente.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aspecto físico
O soro antilonômico é uma solução límpida a levemente opalescente e incolor a ligeiramente amarelada. Não deve ser usado se houver turvação ou presença de precipitado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utiliza-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Dizeres Legais do Soro Antilonômico
Número do Registro M.S.: 1.2234.0021
Farm. Resp.:
Dra. Silvia Regina Quintana Sperb
CRF-SP n° 32.679
Registrado e Fabricado por:
Instituto Butantan
Av. Vital Brasil, 1500 – Butantã
CEP: 05503-900 – São Paulo/SP
CNPJ.: 61.821.344/0001-56
Indústria Brasileira
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC):
0800 701 2850
sac@butantan.gov.br
Uso sob prescrição médica. Proibida venda ao Comércio.