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Bula do Tecnocarb

Frequentemente, Tecnocarb é utilizado em combinação com outros agentes quimioterápicos em várias indicações, como com paclitaxel no tratamento do câncer avançado de ovário.

Como o Tecnocarb funciona?

Tecnocarb é um composto de platina que apresenta propriedades antitumorais. Tecnocarb apresenta propriedades bioquímicas que produzem ligações cruzadas no DNA.

A platina da carboplatina liga-se às proteínas do sangue e é lentamente eliminada, com uma meia-vida de 5 dias. A principal via de eliminação da carboplatina é a renal.

Contraindicação do Tecnocarb

Tecnocarb é contraindicado em pacientes com histórico de reações alérgicas graves a carboplatina ou a outros compostos que contenham platina ou manitol.

Tecnocarb não deve ser utilizado por pacientes portadores de insufciência grave dos rins, pacientes com depressão grave de medula óssea e por pacientes com tumores que apresentem hemorragia.

Como usar o Tecnocarb

Tecnocarb é um medicamento de uso restrito a hospitais e administrado unicamente por infusão intravenosa. O esquema posológico e o plano de tratamento deverão ser determinados pelo seu médico, de acordo com a necessidade do paciente. Para mais informações sobre a posologia deste medicamento, consulte seu médico ou a bula específca para profssional de saúde.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

Não use o medicamento com o prazo de validade vencido. Antes de usar observe o aspecto do medicamento.

Precauções do Tecnocarb

Tecnocarbdeve ser administrado sob a supervisão de um profssional de saúde qualifcado e experiente no uso de agentes quimioterápicos antineoplásicos.

O tratamento de Tecnocarb com antibióticos aminoglicosídeos pode provocar maior toxicidade renal e auditiva.

Em pacientes pediátricos, a combinação de Tecnocarb com outros medicamentos tóxicos ao aparelho auditivo pode provocar perda signifcativa da audição.

Doses muito elevadas de Tecnocarb poderão provocar anormalidades nas funções renal e hepática.

Você poderá apresentar náuseas e vômitos que poderão ser mais graves em pacientes previamente tratados com cisplatina.

Advertências

Seu médico pode solicitar regularmente exames para verifcação de contagens sanguíneas (hemograma), bem como testes funcionais dos rins e fígado. O tratamento poderá ser descontinuado caso ocorra depressão anormal da medula óssea ou funcionamento anormal dos rins e fígado.

Reações Alérgicas

Após a administração de Tecnocarb você poderá apresentar reações alérgicas, e estas podem ser controladas com terapia adequada. Há um maior risco de reações alérgicas, incluindo anaflaxia em pacientes anteriormente expostos à terapia com platina.

Toxicidade Sanguínea

Alterações dos componentes sanguíneos, tais como diminuição de células brancas, neutróflos e plaquetas são dependentes e limitantes da dose de Tecnocarb. De acordo com avaliação médica, poderá ser solicitado monitoramento constante do sangue periférico. Se você apresentar anemia poderá ser solicitado uma transfusão sanguínea durante o tratamento.

A gravidade da depressão da medula óssea é maior em pacientes que passaram por tratamento anterior (em particular com cisplatina) e/ou em pacientes com função renal alterada.

Toxicidade no Sistema Nervoso

Embora rara, a toxicidade no sistema nervoso é mais frequente em pacientes com mais de 65 anos de idade e/ou pacientes previamente tratados com cisplatina. Raramente pacientes com insufciência nos rins recebendo doses maiores, podem apresentar distúrbios visuais, como perda de visão, que se recuperam totalmente ou a um grau signifcativo dentro de semanas após a interrupção dessas altas doses.

Carcinogênese e Mutagênese

A carboplatina demonstrou ter potencial em provocar mutação, ou seja, uma variação brusca que ocorre em indivíduos aparentemente normais. O potencial da carboplatina em provocar câncer não foi determinado, porém compostos com mecanismos de ação e com potencial em provocar mutação estão relacionados com carcinogênicos.

Reações Adversas do Tecnocarb

Alterações sanguíneas

A depressão da medula óssea é a toxicidade dose-limitante de Tecnocarb.

Você poderá apresentar diminuição de plaquetas e células brancas do sangue e a toxicidade na medula óssea poderá ser mais grave em pacientes anteriormente tratados com cisplatina e em pacientes com a função renal prejudicada.

Durante o tratamento com Tecnocarb você poderá apresentar anemia com baixa taxa de hemoglobina.

Gastrointestinais

Após a administração de Tecnocarb você poderá apresentar vômitos e náuseas, que normalmente desaparecem dentro de 24 horas após o tratamento e geralmente respondem aos medicamentos antieméticos (que detém o vômito), podendo ser também prevenidos.

Outros efeitos colaterais gastrointestinais consistem em dor, diarréia, prisão de ventre e diminuição do apetite.

Neurológicos

Pacientes que receberam Tecnocarb, poderão apresentar doenças do sistema nervoso, toxicidade no aparelho auditivo e principalmente sensação anormal dos sentidos e sensibilidade.

A frequência total dos efeitos colaterais neurológicos pode ser maior em pacientes recebendo Tecnocarb em combinação, o que deve estar relacionado com a longa exposição cumulativa.

Renais

Com a administração de Tecnocarb, você poderá apresentar redução da função dos rins, entretanto a ocorrência desta redução é pouco comum.

Eletrólitos

Você poderá apresentar diminuição dos níveis sanguíneos de sódio, potássio, cálcio e magnésio.

Hepáticas

Pacientes recebendo doses elevadas de Tecnocarb para transplante de medula óssea podem apresentar alterações signifcativas da função do fígado, porém, pacientes com valores basais normais podem, também, apresentar estas alterações.

Reações Alérgicas

Pode ocorrer hipersensibilidade ao Tecnocarb sendo caracterizada por erupções cutâneas, urticária, eritema, prurido, broncoespasmos (raramente) e diminuição da pressão arterial.

Reações do tipo anafláticas podem ocorrer minutos após a administração da droga.

Reações no Local da Injeção

Você poderá apresentar reação no local da injeção, incluindo vermelhidão, inchaço, dor e necrose associada com o extravasamento.

Outros

Poderão ocorrer efeitos adversos sobre os sistemas: respiratório, cardiovascular e genituriná-rio, da mucosa, cutâneos e musculoesqueléticos. Em baixas porcentagens, poderão ocorrer óbitos por complicações cardiovasculares, e não está claro se estas mortes estão relacionadas à quimioterapia ou a doenças concomitantes.

Poderá ocorrer aumento da pressão arterial, fadiga muscular e queda de cabelo.

População Especial do Tecnocarb

Uso durante a gravidez

Quando administrado em mulheres grávidas, a carboplatina pode causar danos fetais. A carboplatina demonstrou ser tóxica ao embrião e com potencial em provocar anomalia fetal. Durante o tratamento com Tecnocarb, as pacientes devem evitar a gravidez devido ao risco potencial para o feto.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Uso durante a amamentação

Devido ao potencial da carboplatina em provocar reações adversas em bebês que estejam recebendo leite materno, deve-se decidir por interromper a amamentação ou descontinuar o uso da droga, de acordo com a orientação médica e levando-se em consideração a importância da droga para a mãe.

Uso em crianças 

A segurança e a efcácia em pacientes pediátricos não foi sistematicamente estudada.

Uso em idosos

Pacientes idosos são mais suscetíveis ao desenvolvimento de alterações de células sanguíneas e toxicidade no sistema nervoso central, como a depressão da medula óssea, que neste caso pode ser mais grave.

Composição do Tecnocarb

Cada frasco de Tecnocarb 150 mg contém:

Carboplatina150 mg
Manitol150 mg

Cada frasco de Tecnocarb 450 mg contém:

Carboplatina450 mg
Manitol450 mg

 

Superdosagem do Tecnocarb

Não há antídoto conhecido para a superdose de carboplatina. As complicações precoces de superdose podem estar relacionadas à depressão da medula óssea bem como a danos às funções dos rins e fígado.

Devido ao uso de Tecnocarb em doses maiores que as recomendadas, poderá ocorrer perda de visão.

Interação Medicamentosa do Tecnocarb

A carboplatina (substância ativa) é, na maioria das vezes, utilizada em combinação com fármacos antineoplásicos que possuem efeitos citotóxicos similares. Nessas circunstâncias, é provável a ocorrência de toxicidade aditiva. O uso concomitante de carboplatina (substância ativa) e outros agentes mielossupressores ou radioterapia pode potencializar a toxicidade hematológica.

Uma incidência aumentada de vômitos tem sido relatada quando a carboplatina (substância ativa) e outros fármacos emetogênicos são administrados concomitantemente ou quando a carboplatina (substância ativa) é administrada a pacientes recebendo terapia emetogênica prévia.

A administração concomitante de carboplatina (substância ativa) e aminoglicosídeos resulta em risco aumentado de nefrotoxicidade e/ou ototoxicidade, e os fármacos devem ser utilizados concomitantemente com cautela. O uso de outros fármacos nefrotóxicos resulta em potencialização dos efeitos renais pela carboplatina (substância ativa).

A carboplatina (substância ativa) interage com o alumínio levando à formação de um precipitado preto de platina e perda da potência. Kits de infusão intravenosa, agulhas, cateteres e seringas contendo alumínio não devem ser utilizados para administração.

Ação da Substância Tecnocarb

Resultados de eficácia

Oitenta e oito pacientes com câncer epitelial de ovário fase IIB -III foram randomizados para receber em primeira linha cisplatina como único agente (100 mg/m2) mensal ou carboplatina (substância ativa) (400 mg/m2) mensal de até 5 ciclos. Crossover para o análogo inverso ocorreu com a progressão ou a falta de resposta. O número mediano de episódios de vômitos por ciclo com cisplatina foi 16 e com carboplatina (substância ativa) 2 (p lt; 0,001). No braço cisplatina 27/40 (67,5 %) desenvolveram toxicidade renal leve, 9/ 40 (22,5%) neurotoxicidade OMS grau 1 e 18/ 40 (45%) evidência de ototoxicidade em audiometria. No braço carboplatina (substância ativa) não foi observada neuro ou ototoxicidade e 1/40 (2,5%) desenvolveram toxicidade renal OMS grau 1.

Mielossupressão e anemia foram mais comuns com carboplatina (substância ativa), mas apenas um episódio de trombocitopenia grau IV foi visto com a primeira linha de carboplatina (substância ativa). A taxa de resposta clínica (CR + PR) para a cisplatina foi de 19 /40 e para carboplatina (substância ativa) 27/40. A sobrevida atuarial para o grupo cisplatina em 24 meses foi de 50% e para o grupo de carboplatina (substância ativa) 58%, sem diferença significativa. Carboplatina (substância ativa) parece ser menos tóxica do que a cisplatina, com taxas de sobrevida e resposta semelhantes.

Meta-análise de 17 ensaios clínicos randomizados, compreendendo 4.920 pacientes, que comparam regimes à base de platina como tratamento de primeira linha para carcinoma de pequenas células de pulmão mostrou que regimes a base de platina foram associados com uma sobrevivência ligeiramente superior em um ano (RR = 1,08, IC de 95% 1,01-1,16, p = 0,03), melhor resposta parcial (RR = 1,11, 95% CI 1,02-1,21, p = 0,02) e com um maior risco de anemia, náuseas e neurotoxicidade. Regimes baseados em cisplatina melhoraram a sobrevida em 1 ano (RR = 1,16, 95% CI 1,06-1,27, p = 0,001), resposta completa (RR = 2,29, 95% CI 1,08-4,88, p = 0,03) e resposta parcial (RR = 1,19, IC de 95% 1,07-1,32, p = 0,002), com um aumento do risco de anemia, neutropenia, neurotoxicidade e náuseas.

Por outro lado, os regimes baseados em carboplatina (substância ativa) não aumentaram a taxa de sobrevivência em 1 ano (RR = 0,95, 95% CI 0,85-1,07, p = 0,43). Houve diferença estatisticamente significativa entre o efeito da cisplatina em comparação com carboplatina (substância ativa) (p = 0,05).

Quinze pacientes com carcinoma de cabeça e pescoço recorrente, previamente tratados com quimioterapia de indução (Cisplatina e 5-FU), seguido por quimio e radioterapia foram tratados com carboplatina (substância ativa) AUC 5 e paclitaxel 175 mg/m2 por via intravenosa a cada 3 semanas. Todos os pacientes foram avaliados quanto à resposta e toxicidade. Após três ciclos de quimioterapia, observou-se uma resposta completa (6,6%) e 7 respostas parciais (46,6%), com uma taxa de resposta geral de 53,2% (IC 95 % 26,6-78,7 %). Doença estável foi observada em 2 pacientes (13,3%) e doença progressiva foi observada em cinco pacientes (33,3 %). A toxicidade foi leve: foi registrado um caso de toxicidade G3 (neutropenia) e nenhum efeito colateral G4. Os autores concluem que a combinação de carboplatina (substância ativa) e paclitaxel foi bem tolerada e pode ser administrada com segurança a pacientes com carcinoma de cabeça e pescoço recorrente como tratamento de segunda linha.

Características farmacológicas

Propriedades Farmacodinâmicas

Grupo farmacodinâmico:

A carboplatina (substância ativa) é um agente antineoplásico composto de platina.

Mecanismo de ação:

A carboplatina (substância ativa) se liga ao DNA através de ligações cruzadas nas duas cadeias, alterando a configuração da hélice e inibindo sua síntese. O efeito é provavelmente independente do ciclo.

Propriedades farmacodinâmicas:

A carboplatina (substância ativa) é um composto de platina, cis-diamina (1,1-ciclobutanodicarboxil) platina, com efeito antineoplásico. As propriedades bioquímicas são similares às da cisplatina.

Propriedades Farmacocinéticas

Absorção:

Após dose única por via intravenosa, sob infusão por 60 minutos, a concentração plasmática de platina total e platina livre (ultra filtrada) apresenta redução bifásica conforme cinética de primeira ordem. A meia-vida inicial da platina livre é da ordem de magnitude de 1 a 2 horas e a meia-vida final é de 3 a 6 horas. A platina total tem a mesma meia-vida inicial, enquanto que a meia-vida final é mais baixa (aproximadamente 24 horas). Uma relação aproximadamente linear entre a dose (na área de 300 – 500 mg/m2) e a AUC plasmática de platina total e livre é atingida. Repetidas doses de carboplatina (substância ativa) durante 4 dias consecutivos não causam acúmulos de platina no plasma. Após 24 horas da administração da dose, 85% da platina plasmática está ligada a proteínas.

Distribuição:

O volume de distribuição para carboplatina (substância ativa) é de 16 litros.

Eliminação:

A carboplatina (substância ativa) é excretada principalmente através da urina, na qual 30% da dose é secretada inalterada. Em pacientes com clearance de creatinina de 60 mL/min ou mais, 65% e 70% da dose é recuperada após 12 e 24 horas respectivamente. O clearance total da carboplatina (substância ativa) é de 4,4 litros/hora.

Dados de segurança pré-clínicos

A DL50 da carboplatina (substância ativa) intravenosa é de 150 e 61 mg/kg para camundongos e ratos respectivamente e acima de 31,1 mg/kg para cães. Os principais órgãos atingidos após administração única foram sistema hematolinfopoiético, rins e trato gastrintestinal. Efeitos tóxicos após repetidas doses foram investigados em camundongos, ratos e cães. Os principais órgãos atingidos foram sistema hematolinfopoiético, trato gastrintestinal, rins, fígado e órgãos reprodutivos de ambos machos e fêmeas.

O tratamento de ratos, machos e fêmeas, com carboplatina (substância ativa) intravenosa antes do acasalamento e até a implantação, causou aumento da letalidade fetal e diminuição de fetos vivos. O tratamento de ratas grávidas com carboplatina (substância ativa) intravenosa durante a organogenese (dias 7 – 17) causou retardo no desenvolvimento e crescimento fetal e crescimento pós-natal lento. O tratamento sem interrupção de ratas a partir do 17o dia de gravidez, passando pelo período de amamentação, até o desmame, não causou qualquer efeito no nascimento, na viabilidade ou no desenvolvimento da prole.

Carboplatina (substância ativa) apresentou-se genotóxica na maioria dos testes in vitro e in vivo que foram conduzidos.

Estudos de toxicidade demonstraram que o extravasamento da injeção causa necrose tissular.

Cuidados de Armazenamento do Tecnocarb

O produto deve ser guardado ao abrigo da luz e umidade em temperatura ambiente (15º a 30ºC).

Quando reconstituídas ou diluídas em diluentes apropriados, as soluções são estáveis por 8 horas em temperatura ambiente a 25ºC. Caso a solução não seja usada neste período, deverá ser desprezada.

Características físicas

Tecnocarb é um produto lioflizado, estéril, apirogênico, com aparência de pó branco contido em frasco-âmbar.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Tecnocarb

Reg. MS –1.2214.0019

Resp. Téc .:
Alexandre Endringer Ribeiro
CRF-SP nº 43.987-SP

Fabricado por:
Eurofarma Laboratórios Ltda
Av. Vereador José Diniz, 3.465 – São Paulo – SP

Distribuído por:
Zodiac Produtos Farmacêuticos S/A.,
Sede: Rodovia Vereador Abel Fabrício Dias, 3.400
Pindamonhangaba – SP
C.N.P.J. 55.980.684/0001-27 – Indústria Brasileira
SAC: 0800-166575

Venda sob prescrição médica.

Uso restrito a hospotais.

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