Como é feita a cirurgia de vasectomia e os principais mitos

Considerada um dos métodos mais eficazes e definitivos disponíveis para os homens, a cirurgia de vasectomia oferece autonomia para aqueles que não desejam mais ter filhos. 

Apesar da simplicidade do procedimento, muitos mitos ainda circulam sobre o tema, gerando dúvidas na população.

O que é a cirurgia de vasectomia

Consiste em uma operação para bloquear os dois canais deferentes, tubos responsáveis por transportar os espermatozoides até a uretra durante a ejaculação. 

Isso significa que o fluido continua sendo expelido normalmente, mas os gametas masculinos deixam de ter acesso ao sêmen. Portanto, a fecundação (e, consequentemente, uma gravidez) não ocorre.

Benefícios esperados

As principais vantagens incluem:

• alta eficácia contraceptiva, com índice superior a 99% quando confirmado pelo espermograma, conforme estudo publicado na Revista Eletrônica Acervo Saúde;
• menor risco em comparação com a laqueadura feminina, já que é menos invasiva;
• recuperação rápida, permitindo retorno às atividades leves em poucos dias;
• participação masculina mais ativa no planejamento familiar, aliviando a responsabilidade exclusiva da mulher em impedir a gestação;
• não interfere na produção hormonal, na libido ou na ereção.

Como é feita a cirurgia

O cirurgião faz uma pequena incisão na pele escrotal (que envolve os testículos) para retirar um fragmento de cada canal. Em técnicas mais modernas são usadas apenas pequenas pinças, sem bisturi, reduzindo sangramentos e acelerando a recuperação.

A intervenção é rápida, realizada com anestesia local (por isso, não há dor), e dura poucos minutos.

O Cartão dr.consulta apoia o cuidado com a saúde sexual e reprodutiva possibilitando atendimentos com urologistas, exames laboratoriais e outros serviços com condições especiais. 

O paciente também conta com programas de acompanhamento em saúde e consultas de enfermagem gratuitas e on-line.

Recuperação e cuidados

Recomenda-se repouso nas primeiras 48 horas (o indivíduo geralmente é liberado para atividades leves logo após) e evitar esforço físico por aproximadamente uma semana. 

Embora o procedimento não seja doloroso, pode haver desconfortos no pós-operatório, como aumento da sensibilidade e inchaço. No entanto, os sintomas costumam desaparecer em poucos dias com descanso adequado e analgésicos simples. 

É importante seguir as orientações médicas e comparecer ao retorno para avaliar a cicatrização e solicitar o espermograma.

Efeito da vasectomia é imediato?

Esse é um mito. O corpo precisa, em média, de oito a 12 semanas para eliminar completamente todos os espermatozoides que já estavam nos tubos, segundo estudo publicado na Revista Eletrônica Acervo Saúde. Esse tempo varia de acordo com o organismo e a frequência das ejaculações. 

Por isso, é essencial utilizar outro método contraceptivo até que a esterilidade seja confirmada por meio do teste laboratorial. Apenas nesse momento é que a vasectomia passa a ser considerada efetiva.

Casos de gravidez após a cirurgia são raros, sendo associados à relação desprotegida durante esse período intermediário ou à reversão espontânea do bloqueio em um dos canais – situação incomum, mas documentada em pesquisas.

Vasectomia permitida por lei

No Brasil, a lei nº 9.263/1996 garante o acesso à operação como parte do planejamento familiar e é permitida para homens maiores de 25 anos ou que já tenham pelo menos dois filhos vivos. 

O consentimento formal do paciente e a participação em sessões de aconselhamento em saúde reprodutiva são exigidos antes da cirurgia.

Esse processo tem como objetivo assegurar que a decisão seja consciente e definitiva, evitando arrependimentos futuros.

Reversão não é possível?

Esse é outro mito. A chamada vasovasostomia não é bem-sucedida em 100% dos casos, conforme apontam estudos revisados na Revista Eletrônica Acervo Saúde, pois tudo depende do tempo e das condições clínicas.  Ou seja, quanto mais recente for a vasectomia, maiores são as chances de a reversão dar certo.

Por se tratar de uma intervenção mais complexa e cara, especialistas reforçam que deve ser considerada cuidadosamente como opção excepcional.

Vasectomia e câncer de próstata

Apesar do receio sobre a associação do procedimento com o desenvolvimento de câncer de próstata, revisão publicada em 2022 na Revista Eletrônica Acervo Saúde destacou que a maioria dos trabalhos científicos não encontrou evidências conclusivas e significativas que a comprovem.

A recomendação para exames de rastreamento é a mesma para toda a população masculina – a partir da idade indicada pelo urologista. 

Portanto, a escolha por esse método contraceptivo é segura e ainda ajuda a reduzir os riscos de cirurgias mais invasivas em mulheres.

Por fim, vale ressaltar que os cuidados com a saúde sexual e reprodutiva deve ser uma prioridade, incluindo consultas e check-ups de rotina, medidas essenciais para o bem-estar geral.

Fontes:

• Lei nº 9.263/1996;
• Revista Eletrônica Acervo Saúde;
• Revista Eletrônica Acervo Saúde.