Câncer de cabeça e pescoço e a importância do diagnóstico precoce
Assim como outros tipos de tumor, o câncer de cabeça e pescoço pode ser diagnosticado precocemente, aumentando as chances de cura em até 95%.
Apesar disso, muitas pessoas descobrem a patologia já em estado avançado, reduzindo a possibilidade de sucesso do tratamento.
Para reverter esse cenário, é importante saber mais sobre a condição, quais são os fatores de risco e sintomas, além de medidas de prevenção.
Câncer de cabeça e pescoço é o quinto mais comum entre os homens
Essa condição engloba uma série de tumores que afetam diferentes regiões, incluindo boca, garganta, laringe, faringe, nariz, seios paranasais e tireoide.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), esse tipo de câncer é o quinto mais comum entre os homens no Brasil, com casos significativos também entre as mulheres, embora menos frequente.
Estima-se que a cada ano sejam diagnosticados mais de 35 mil novos casos no país, com 10 mil mortes em média.
No mundo todo, ele é o sexto tipo de câncer mais comum, com mais de 700 mil casos anualmente.
Foi para conscientizar a população sobre esses números e mais do que isso, sobre a importância da detecção precoce e do tratamento adequado, que a Federação Internacional de Sociedades de Oncologia de Cabeça e Pescoço criou o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado todos os anos em 27 de julho.
Lembre-se, porém, que apesar da data anual, o cuidado com a saúde deve ser diário.
Fatores de risco
Ainda segundo o MS, o câncer de cabeça e pescoço é mais frequente em homens acima de 40 anos. No entanto, além da idade, existem outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de tumores na região:
- tabagismo: o hábito de fumar, incluindo narguilés e cigarros eletrônicos, traz diversos malefícios para a saúde, entre eles um risco maior para desenvolver câncer de boca ou faringe;
- consumo de bebidas alcoólicas: o álcool pode desencadear diversas reações no organismo que colaboram para o surgimento de tumores. É importante ressaltar que segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), não há níveis seguros de ingestão dessa substância;
- exposição ao sol sem proteção: além do câncer de pele, esse hábito também pode ser responsável pelo surgimento de tumores nos lábios;
- gordura corporal elevada: taxas altas de gordura no organismo podem causar inflamação do corpo e elevar a quantidade de certos hormônios que podem estimular o crescimento de células cancerígenas;
- infecção pelo vírus HPV: transmitida por meio de relações sexuais, a infecção pode contribuir com o desenvolvimento do câncer de orofaringe;
- contato com substâncias tóxicas: óleo de corte, poeira de várias origens, amianto, formaldeído, sílica e solventes, além do uso de agrotóxicos, pode aumentar o risco de câncer de boca. Profissionais de áreas como agricultura, indústria têxtil, metalurgia, bem como cabeleireiros e carpinteiros, estão entre os mais expostos a esses riscos.
Quando procurar ajuda?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) 90% dos casos, podem ser resolvidos se diagnosticados precocemente. Para isso, é necessário buscar ajuda especializada quando surgirem os primeiros sintomas.
Os mais comuns no câncer de cabeça e pescoço são:
- feridas na boca que não cicatrizam por mais de 15 dias;
- manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengiva, bochechas ou céu da boca;
- dor persistente na garganta que não melhora mesmo após o uso de medicamentos;
- dificuldade para engolir ou sensação de algo preso na garganta
- rouquidão ou mudanças na voz que persistem por mais de duas semanas
- inchaço ou caroços no pescoço;
- dor no ouvido ou dificuldade auditiva sem causa aparente;
- sangramento pela boca ou nariz;
- perda de peso inexplicada;
- dores de cabeça e tosse persistente.
Como alguns sintomas são genéricos, o clínico geral pode ser o especialista acionado para fazer a primeira avaliação e, se necessário, encaminhar para outras especialidades.
No entanto, um dentista, dependendo dos sintomas, também pode ser o profissional a identificar sinais precoces de câncer de cabeça e pescoço durante um exame de rotina, como alterações na mucosa da boca.
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O diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço começa com uma avaliação clínica detalhada e um histórico médico completo.
Durante o exame físico, o profissional da saúde pode realizar uma inspeção minuciosa da boca, garganta e pescoço, buscando sinais visíveis de anormalidades. Além disso, exames complementares são essenciais para confirmar a presença de um tumor. Entre os mais comuns estão:
- ressonância magnética e tomografia computadorizada: esses testes de imagem ajudam a determinar a extensão do tumor e se ele se espalhou para outras áreas;
- biópsia: o procedimento, que consiste na coleta de uma pequena amostra de tecido suspeito para análise laboratorial, é necessário para confirmar a presença de células cancerígenas.
Quais as opções para tratamento?
Com o resultado dos exames, é possível saber o estágio da doença, a localização do tumor e a saúde geral do paciente. Esses três pilares são essenciais para definir o melhor tratamento, que pode ser:
- cirurgia: este é o método comum para tirar o tumor inicial. Se o câncer estiver mais avançado, pode ser necessário retirar também os tecidos ao redor e os gânglios linfáticos;
- radioterapia: tratamento que usa radiação de alta energia para destruir células cancerígenas. Pode ser usada sozinha ou em combinação com cirurgia e quimioterapia;
- quimioterapia: esse método envolve o uso de medicamentos que destroem as células cancerígenas. Muitas vezes é combinado com radioterapia para aumentar sua eficácia.
Vale ressaltar que o tratamento do câncer de cabeça e pescoço é frequentemente multidisciplinar, envolvendo oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas, fonoaudiólogos e nutricionistas para fornecer um cuidado abrangente ao paciente.
Esses profissionais devem manter o acompanhamento, inclusive, na reabilitação. Seguir os cuidados e orientações passadas é essencial para recuperação.
Bons hábitos podem ajudar na prevenção
A prevenção do câncer de cabeça e pescoço está fortemente ligada à adoção de hábitos de vida saudáveis.
Nesse sentido, reduzir ou parar de fumar e consumir álcool é uma das medidas mais eficazes.
Além disso, a adoção de uma dieta rica em frutas e vegetais frescos pode contribuir diminuir as chances de desenvolvimento dos tumores.
Para seguir essa recomendação, vale apostar em alimentos ricos em vitaminas A, C e E, que têm propriedades antioxidantes que ajudam a proteger as células contra danos que podem levar ao câncer, como cenoura, couve, repolho, pimentões coloridos e ovos.
Como o HPV é um fator de risco para desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço, a vacina contra o vírus também é uma medida preventiva, assim como o uso de preservativo feminino ou masculino durante as relações sexuais.
Passar protetor solar e usar chapéus e óculos ao se expor ao sol é outra forma de prevenir não somente o aparecimento de tumores nessa região, bem como outras condições como queimaduras e melasmas.
Por fim, manter uma boa higiene oral e visitar o dentista regularmente para check-ups pode ajudar na detecção precoce de alterações na boca e, consequentemente, do câncer de cabeça e pescoço, permitindo uma intervenção mais rápida e eficaz.
Fontes