A incidência de câncer de mama se relaciona diretamente com a idade da mulher, ou seja, quanto mais velha maior o seu risco de ter câncer de mama.
No geral, o risco aumenta muito após os 50 anos de idade, sendo que cerca de 80% dos casos são diagnosticados nessa faixa. No entanto, mulheres jovens também são acometidas, mas com uma incidência em torno de 7%. Os casos registrados em idade mais precoce giram em torno de 20 anos de idade, mas são de extrema raridade.
Quais são os fatores de risco?
O principal fator de risco para a mulher jovem é a presença de mutação genética , sendo os principais genes o brcA1, BRcA2, Tp53 e Check2.
Outro fator é o tratamento com radioterapia na região do tórax durante a infância e adolescência. Esta radioterapia afeta a mama e predispõe o surgimento de câncer de mama ao redor de 10 anos após o tratamento.
São também importantes: história familiar de câncer de mama e ovário em parentes de primeiro grau, história de câncer de mama bilateral e caso de câncer de mama em homem da família.
A obesidade também tem sua relação com o câncer de mama, já que com maior número de células de gordura no corpo há um volume maior do hormônio feminino que serve como ” alimento” para alguns tipos de tumor.
Qual o diagnóstico?
É bastante difícil e de grande desafio para o médico. Nesta faixa etária a mamografia apresenta limitações, pois a maioria das pacientes têm mamas densas, o que dificulta a avaliação destas e identificação de eventuais tumores, podendo ser necessária a complementação com outros exames como ultrassonografia ou Ressonância Magnética.
A maioria dos casos se manifesta como nódulos palpáveis ou por altercações na pele, o que se correlaciona com tumores em fases mais avançadas.
Os tumores em mulher jovem, em geral, são biologicamente mais agressivos. O auto exame associado ao exame físico realizado pelo médico a partir dos 20 anos está indicado para mulheres de alto risco.
A definição da idade de início de exames de imagem dependerá da presença de mutação genética e idade de acometimento do parente afetado mais jovem da família. Em geral, o acompanhamento médico deverá iniciar 10 anos antes desse caso mais jovem.
Pacientes com algum sintoma deverão procurar o especialista e o mesmo poderá solicitar exames em qualquer idade a depender da história da paciente e seus achados clínicos.
Para a maioria das mulheres de alto risco a triagem com ressonância magnética e mamografia deve começar aos 30 anos ou até antes dependendo da história. As evidências são limitadas quanto a melhor idade de início da triagem nessas pacientes. Essa decisão deve ser compartilhada entre a paciente e o seu médico, considerando a situação individual da paciente.
Tem tratamento?
Nos casos hereditários, que são em torno de 5 a 10%, se descoberta a mutação, a mulher pode decidir entre 3 possibilidades: acompanhar clinicamente, fazer a mastectomia e/ou retirada dos ovários, ou tomar medicamentos que diminuem em 50% o risco da doença.
O diagnóstico precoce nesse grupo de risco pode necessitar de uma cirurgia oncológica, quimioterapia, radioterapia e hormonoterapia o que pode ter efeitos negativos sobre a estética, autoimagem, fertilidade e também implicações psicológicas negativas na mulher.
Portanto, é muito importante o acompanhamento multidisciplinar, apoio psicológico e da família a essa paciente. Atualmente, mais estudos são necessários em relação ao rastreamento do câncer de mama nas mulheres jovens.
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