5 tipos de candidíase oral (sapinho) e formas de prevenção

Também chamada de monilíase, a condição é ocasionada pelo fungo Candida. Embora possa ocorrer em pessoas de diferentes faixas etárias, a infecção é mais comum em bebês, idosos e imunocomprometidos.
Conhecer as manifestações clínicas e as formas de contaminação é essencial para a prevenção da enfermidade, que pode provocar alguns incômodos.
Por que a infecção por Candida acontece na boca
A Candida albicans é um microrganismo presente naturalmente na flora gastrointestinal, boca e vagina, além de ser a principal causadora de diferentes tipos de candidíase – incluindo a oral, segundo o Ministério da Saúde.
Entretanto, diferentes fatores podem desequilibrar a microbiota humana, possibilitando sua proliferação. Entre eles:
- diabetes descontrolado;
- imunossupressão (como ocorre em pacientes com HIV/AIDS);
- tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia;
- xerostomia (boca seca);
- uso de medicamentos (como antibióticos e corticosteróides)
- próteses mal ajustadas;
- deficiências nutricionais.
Segundo estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o tabagismo também altera a resposta imune da mucosa bucal e reduz a produção de saliva, criando um ambiente favorável à infecção.
Além disso, dietas ricas em açúcares e carboidratos refinados podem estimular a multiplicação desse fungo, agravando o quadro clínico.

Principais variações e sintomas da candidíase oral
Conforme aponta o mesmo artigo da UFRGS, existem variações da condição que se desenvolvem na cavidade oral. São elas:
- pseudomembranosa;
- eritematosa;
- romboidal mediana;
- atrófica crônica (estomatite protética);
- queilite angular
Em cada tipo, as manifestações e causas variam:
1. Candidíase pseudomembranosa
Popularmente conhecida como sapinho, é caracterizada pelo aparecimento de placas esbranquiçadas (semelhantes a leite coalhado) na parte interna da boca (como a língua, o palato e as gengivas).
Podem ser removidas com raspagem, revelando uma mucosa vermelha – em alguns casos, com episódios de sangramentos.
É mais frequente em bebês e imunossuprimidos, de acordo com a UFRGS. O uso de antibióticos de amplo espectro e a imunidade debilitada (ou em formação) do indivíduo favorecem o quadro.
2. Candidíase eritematosa
Mais comum que o tipo anterior, é marcada pela ausência de lesões brancas e pela presença das avermelhadas e dolorosas na mucosa oral. Normalmente, está associada ao uso prolongado de antibióticos.
3. Glossite romboidal mediana (atrofia papilar central)
Manifesta-se pela formação de uma linha vermelha bem definida e lisa no dorso posterior da língua. Muitas vezes não apresenta sintomas, mas pode gerar desconforto ao ingerir alimentos ácidos ou condimentados.
Pessoas fumantes, com deficiência de ferro (ou vitamina B12 e zinco) ou outras condições que comprometem o sistema imunológico são as mais propensas.
4. Candidíase atrófica crônica (estomatite protética)
Afeta usuários de próteses dentárias, principalmente aqueles que não realizam a higienização adequada ou as utilizam durante o sono. Embora a maioria dos casos seja assintomática, ela pode causar dor, halitose, coceira e queimação.
5. Queilite angular
Pode ocorrer por diferentes motivos, incluindo o fungo Candida, e provoca rachaduras e fissuras dolorosas nos cantos da boca, que se tornam mais acentuadas, semelhantes a úlceras, quando a origem não é tratada.
Candidíase é uma IST?
Não. Embora seja uma condição muito associada à região genital, ela não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), de acordo com a Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Ainda assim, ela pode ser transmitida em relações sexuais ou pelo beijo.
Como deve ser o tratamento e prevenção
O diagnóstico da candidíase oral é essencialmente clínico, baseado na observação das lesões características e nos relatos do paciente. Porém, a realização de exames complementares pode ser necessária.
Por isso, caso algum dos sintomas seja notado, é importante buscar o atendimento do dentista. O profissional saberá analisar as lesões e indicar a melhor intervenção para o quadro.
Normalmente, utiliza-se antifúngicos tópicos (pomadas ou cremes para serem aplicados diretamente na boca) ou em comprimidos.
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Outras condutas essenciais para o tratamento e, principalmente, prevenção são:
- cuidar da higiene oral;
- manter uma alimentação saudável, com baixo consumo de alimentos ricos em açúcar;
- não compartilhar talheres, chupetas e outros objetos que o bebê/criança coloca na boca;
- esterilizar os bicos de mamadeiras e chupetas;
- usar preservativos;
- evitar beijar quando estiver com sintomas;
- realizar a desinfecção de próteses dentárias e removê-las ao dormir;
- aumentar a ingestão hídrica, especialmente por pacientes com boca seca.
Por fim, é importante destacar que um diagnóstico precoce reduz as chances de complicações e recorrências, garantindo uma boa saúde bucal.
Fontes: