Como é feita a cirurgia de pterígio e quando é indicada
Essa alteração ocular se caracteriza pelo crescimento anormal de um tecido fibrovascular sobre a parte branca do olho (conjuntiva), que avança em direção à córnea, a camada transparente responsável por focar a luz.
É mais comum em regiões de clima quente e com alta exposição solar, segundo publicação na Revista Brasileira de Oftalmologia.
Além de causar desconfortos, como vermelhidão e irritação, pode também afetar a aparência do órgão e, em quadros mais avançados, prejudicar a vista.
Assim, a cirurgia de pterígio é uma alternativa segura e eficaz para o tratamento da lesão, especialmente quando os sintomas comprometem o bem-estar.
Quando é feita a cirurgia de pterígio
A remoção dessa carnosidade é indicada em situações específicas, como:
- comprometimento da visão, geralmente provocado por astigmatismo induzido ou obstrução do eixo visual;
- sinais físicos persistentes, que não melhoram com o uso de colírios lubrificantes ou anti-inflamatórios;
- incômodos estéticos, sobretudo quando o paciente não está se sentindo confortável;
- casos de inflamação crônica que não respondem ao tratamento clínico.
Uma avaliação do oftalmologista é essencial para definir se a operação é exigida. O especialista também pode solicitar testes complementares, como topografia corneana, para analisar o estado geral e escolher a técnica mais adequada para cada um.
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Como a cirurgia é realizada
Atualmente, existem diversos métodos. Os mais modernos buscam encurtar o período de recuperação e diminuir as taxas de recidiva (reaparecimento da lesão), bem como aprimorar o aspecto estético.
Entre os principais está a técnica de Moscovici, descrita em estudo da Revista Brasileira de Oftalmologia. Ela utiliza a injeção de pequenas bolhas de ar para facilitar a separação entre a conjuntiva e as partes mais profundas do olho, permitindo a retirada de uma camada mais fina e com melhor adaptação à superfície ocular.
Adicionalmente, a cola de fibrina tem se tornado cada vez mais comum para fixar o enxerto conjuntival no local, reduzindo a necessidade de pontos e o tempo da cirurgia.
Outras abordagens incluem o transplante autólogo de conjuntiva, em que uma parte saudável da própria estrutura é usada para cobrir a área afetada, e a aplicação de membrana amniótica, geralmente reservada para quadros mais extensos ou complexos.
Cuidados pré e pós-operatórios
Antes do procedimento, o paciente passa por uma avaliação completa com o oftalmologista e deve informá-lo sobre medicamentos que já fazem parte de sua rotina, sobretudo os anticoagulantes.
Também precisa seguir corretamente as orientações de preparação, como suspensão de fármacos oculares ou uso de lentes de contato (se cabível), manter a região sempre higienizada e não ficar em contato com claridade solar intensa nas semanas prévias.
No pós-operatório, as recomendações visam garantir uma boa reabilitação e controlar os riscos de complicações:
- administração de colírios antibióticos e anti-inflamatórios, conforme prescrição médica;
- evitar a exposição ao sol e ao vento nos primeiros dias;
- não coçar os olhos (pois pode provocar deslocamento do enxerto);
- comparecer às consultas para monitorar os resultados.
Normalmente, a visão passa por alterações depois da cirurgia de pterígio, ou seja, o grau dos óculos pode oscilar até a cicatrização completa da córnea.
Por isso, é preciso aguardar de 30 a 45 dias (fase chamada de ‘instabilidade refracional’) para que ele se torne mais estável e novos acessórios possam ser regulados adequadamente, de acordo com estudo publicado na Revista Eletrônica Acervo Saúde.
O pterígio pode voltar?
Apesar dos avanços nas operações, que proporcionam melhora significativa na vista e na qualidade de vida, a lesão pode retornar ao local tratado anteriormente. As taxas de recidiva variam de 0% a 39%, dependendo da técnica aplicada e dos cuidados adotados pelo indivíduo, segundo artigo da Revista Brasileira de Oftalmologia. E ainda há a chance de:
- inflamação ocular persistente;
- infecção (mais rara);
- formação de cicatriz com impacto estético.
Dessa forma, um alinhamento de expectativas entre paciente e oftalmologista para a escolha do melhor método cirúrgico e esclarecimento de dúvidas é fundamental para minimizar os riscos.
Adotar os manejos indicados após o procedimento e hábitos preventivos, como o uso contínuo de óculos escuros com proteção UV, também contribuem para um bom prognóstico e são formas eficazes de proteger a saúde visual.
Fontes: