5 dúvidas respondidas sobre a cirurgia de vasectomia

A disponibilidade de métodos contraceptivos trouxe avanços importantes para a sociedade. Atualmente, existe uma variedade deles e para ambos os sexos, como as pílulas anticoncepcionais, camisinhas, DIU, diafragma, laqueadura e a cirurgia de vasectomia.

A última alternativa, porém, ainda é envolvida por mitos e medos, mas não precisa ser assim. A esterilização masculina pode ser feita de forma segura. Saiba mais.

Como funciona a cirurgia de vasectomia?

Se esse for mesmo o seu objetivo ou se ainda estiver buscando informações sobre esse método, primeiro, saiba que é preciso marcar uma consulta com um médico urologista que solicitará os exames que vão confirmar se você está apto para a cirurgia ou não.

O processo só poderá ser feito, de acordo com a Lei nº 9.263/96, 60 dias após a manifestação do interesse, no mínimo. 

O procedimento

Geralmente, a vasectomia, que é procedimento pouco invasivo, é realizada em um ambulatório e não em um hospital, pois não é necessária a internação.

O paciente precisa estar em jejum de oito horas, com exceção de água para ingerir os medicamentos. A anestesia é local e aplicada com uma agulha bem fina, semelhante às de insulina. 

Depois disso, o profissional realiza uma pequena incisão na bolsa escrotal, a fim de cortar os vasos deferentes (pequenos “tubos” que levam os espermatozoides dos testículos para o pênis). Em seguida, são dados pequenos pontos na região. 

A duração média é de 30 minutos e o paciente fica sob observação por duas horas. Geralmente, é possível voltar para casa no mesmo dia.

Quem pode se submeter à cirurgia de vasectomia?

A Lei nº 9.263/96 descreve alguns requisitos:

• ter acima de 25 anos ou, pelo menos, dois filhos vivos;
• estar em plena capacidade de escolher passar pela cirurgia;
• assinar um registro de expressa manifestação da vontade;
• esperar 60 dias depois da primeira manifestação da vontade.

Onde fazer?

Mesmo sendo um procedimento simples, a vasectomia deve ser feita somente por cirurgiões habilitados e em ambientes autorizados e que ofereçam o suporte médico necessário.

Se você deseja agendar uma cirurgia, o dr.consulta oferece uma experiência rápida e segura por meio de uma equipe dedicada a acompanhar sua jornada desde a consulta inicial até o acompanhamento no pós-operatório!

Existem complicações? São raras, mas alguns pacientes observam e relatam hematomas, inchaços e sensibilidade no local. Nesses casos, o ideal é conversar com o seu urologista para receber orientações e sanar dores ou esses desconfortos. 

As 5 dúvidas comuns sobre a vasectomia

Confira também essas outras dúvidas que selecionamos e foram respondidas pelos nossos especialistas:

1. A cirurgia interfere no desempenho sexual do homem? 

Um dos grandes medos dos pacientes é a perda da libido, a piora do desempenho sexual ou até mesmo a impotência, mas isso não acontece. Também não há diminuição do volume do líquido ejaculatório. 

Como o procedimento é realizado nos vasos deferentes e não nos testículos, responsáveis pela produção de testosterona (o hormônio que afeta a libido), não há riscos relacionados ao desempenho sexual.

Portanto, há a interrupção do fluxo de espermatozoides, mas a circulação sanguínea no pênis continua. Assim, a capacidade de ter ereção e ejacular permanece inalterada. 

O que pode afetar a libido são outras condições de saúde que não se relacionam à cirurgia, como alterações hormonais e transtornos psicológicos. Nessas situações, é muito importante procurar ajuda especializada. 

2. A cirurgia de vasectomia é dolorosa?

A cirurgia é realizada sob anestesia local e alguns pacientes podem sentir uma sensação de picada ou pressão durante a administração do anestésico. Pode haver também uma sensação de puxão leve à medida que o urologista trabalha na área.

A provável dor e o desconforto podem vir no pós-operatório, durante a recuperação, mas tende a ser algo suportável e passageiro. Se houver apreensão, é recomendado que o paciente converse com o urologista a fim de receber mais instruções. 

3. Como é a recuperação? 

Normalmente, a recuperação é mais tranquila, quando comparada a outras cirurgias e a rotina não é afetada diretamente. Após o procedimento cirúrgico, o paciente será direcionado para uma recuperação anestésica e, em poucas horas, terá alta hospitalar.

São feitos curativos em cada lado da bolsa escrotal e o uso de uma cueca especial chamada suspensório escrotal, que vai levantar a região operada para diminuir os riscos de inflamação. 

Muitos pacientes optam, até mesmo, por fazer o procedimento na sexta-feira e, na segunda, já estão de volta à “vida normal”.

Recomendações para o pós-operatório

Em casa, para uma recuperação mais rápida e efetiva, é importante seguir algumas recomendações: 

• higienizar a bolsa escrotal apenas com água e sabonete;
• certificar de que a região está seca após a higienização;
• fazer o uso de curativos somente se necessário e em caso de secreções;
• utilizar o suspensório escrotal ao longo do dia, com exceção dos momentos de banhos e para dormir;
• evitar atividades físicas.

Os testículos são órgãos sensíveis, então sentir um endurecimento no local ou hematomas é bastante comum. Basta continuar higienizando a região com cuidado.

Se estiver cansado ou sentindo dor, é preciso ter ao menos dois dias de repouso antes do retorno às atividades do cotidiano (trabalho, faculdade, etc).

Quanto à vida sexual, espere até os pontos caírem (costuma demorar cerca de uma semana). Utilizar preservativos nos primeiros dois meses pós-cirurgia será fundamental, pois podem restar espermatozoides no pênis e, por consequência, gerar uma gravidez indesejada.

Após esse período, é preciso passar por exames de contagem de espermatozoides, com o objetivo de verificar se os gametas não estão saindo na ejaculação. 

4. O efeito é imediato? 

Não. O que acontece é que, mesmo após o corte nos vasos deferentes, alguns espermatozoides sobrevivem na uretra e podem ser lançados pela ejaculação. Dessa maneira, há a necessidade de uma confirmação da eficácia do procedimento cirúrgico.

O recomendado é que o paciente espere cerca de 2 a 3 meses e algo em torno de 20 a 25 ejaculações para retornar ao urologista e realizar a contagem de esperma. Isso é importante, inclusive, para ter relações sexuais com mais segurança.

Para a comprovação, é importante realizar o espermograma, a contagem de esperma realizada em uma análise feita pelo urologista. O exame é feito por meio da masturbação em um laboratório, sempre respeitando o prazo solicitado pelo especialista. 

Os resultados da contagem podem ser:

• ausência total;
• baixa quantidade;
• alteração no formato;
• excesso.

Se o sêmen não apresentar espermatozoides, o processo foi um sucesso.

5. A vasectomia é reversível? 

Sim. Existem procedimentos cirúrgicos que “religam” as estruturas para que os gametas possam chegar ao pênis e saírem na ejaculação. No entanto, eles são mais eficazes quando realizados pouco tempo depois da cirurgia de vasectomia.

Segundo o professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, Augusto Reis, no podcast Saúde com Ciência em agosto de 2022, as chances de sucesso da reversão são maiores quando o procedimento é realizado em até três anos após a cirurgia.

Nesse contexto, há 90% de possibilidade de reversão, e as chances da parceira engravidar são de 70%. Em procedimentos realizados após 10 anos de vasectomia, as taxas de gravidez caem para 30%.

Por isso, a orientação é que a decisão seja tomada depois de uma profunda reflexão pessoal e entre o casal, sobre como ela irá impactar no futuro da relação e da família. 

A vida após a cirurgia

A maioria dos homens podem ficar com medo da vida depois da vasectomia, mas os riscos são muito baixos, exceto pelo desconforto nos primeiros dias. Após a recuperação completa, não há efeitos na função erétil, na libido e nem mesmo na intensidade do orgasmo.

Os espermatozoides continuam sendo produzidos nos testículos, mas por não serem liberados durante a ejaculação, eles são reabsorvidos ao longo do tempo, levando semanas ou meses até que todos sejam eliminados.

Embora a cirurgia possa gerar a tranquilidade de não ter uma gravidez indesejada, um ponto de atenção é que, mesmo com a possibilidade atrativa de uma relação sexual sem o uso de preservativos, os riscos de infecções sexualmente transmissíveis (IST) ainda existem. 

Portanto, os métodos contraceptivos não são dispensáveis, principalmente em casos na ausência de parceiros estáveis ou em situações de risco em relação a IST.

Caso a pessoa operada ainda tenha preocupações ou dúvidas sobre a vida após a vasectomia, retornar ao urologista é sempre uma possibilidade. Ele fornecerá orientações e esclarecimentos sobre quaisquer questões adicionais, inclusive sobre a saúde sexual.

Com a assinatura do Cartão dr.consulta, encontrar esses profissionais se torna simples e rápido. Com ele, até cinco pessoas podem receber atendimentos de várias especialidades médicas, além de realizar exames pagando preços especiais!

Fontes:

• Conselho Federal de Enfermagem (Cofen);
• Faculdade de Medicina da UFMG;
• Planalto – L9263.