A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) relativamente comum, que atinge homens e mulheres. Embora não seja capaz de provocar consequências graves na maioria dos casos, a evolução da condição pode gerar uma série de complicações e desconfortos.
Por isso, é fundamental compreender como é possível se proteger desse quadro e entender o que pode sugerir a presença de sinais de gravidade, inclusive entre gestantes, o que demanda um acompanhamento profissional mais próximo.
A causa da clamídia
Essa IST é desencadeada pela disseminação no organismo da bactéria Chlamydia trachomatis. Não existem dados precisos sobre a ocorrência no Brasil (já que não se trata de uma condição com notificação obrigatória às autoridades de saúde), mas em vários locais ela é a infecção disseminada pelo contato sexual mais frequente. Seu contágio pode ser dar através de:
- relações sexuais desprotegidas, seja via oral, vaginal ou anal;
- através do olho, por meio do toque com a mão ou objetos umedecidos com secreções infectadas (quando atinge essa área, a infecção recebe o nome de tracoma);
- de mãe para filho, durante o parto.
Ainda que qualquer pessoa sexualmente ativa possa ser infectada, os casos de clamídia tendem a ser mais comuns em:
- indivíduos com menos de 25 anos;
- pessoas com múltiplos parceiros sexuais;
- pessoas com histórico de outras ISTs.
As formas de prevenção mais eficientes
Uma vez que os principais meios de contágio da bactéria que causa a clamídia são as relações sexuais desprotegidas, o uso regular de preservativos é a melhor estratégia preventiva.
As camisinhas masculinas ou femininas devem ser utilizadas em todas as situações de contato íntimo. Além disso, é importante observar os cuidados necessários com o compartilhamento de utensílios durante a prática sexual.
É importante também manter um diálogo honesto com seu parceiro(a) sobre o risco dessa e de outras ISTs. Desse modo, a testagem regular pode ser uma ferramenta importante para prevenir a disseminação da infecção, em especial entre gestantes.
Para uma vida sexual plena e saudável, é fundamental manter o acompanhamento médico regular. Para isso, ao contar com o Cartão dr.consulta você tem à disposição descontos em consultas com especialistas e exames, entre outros benefícios.
Como se manifesta
Não é raro que essa infecção passe despercebida. De acordo com o Ministério da Saúde, em até 80% das vezes ela é assintomática (ou seja, não provoca sintomas).
Sintomas
Nos casos sintomáticos, as queixas mais comuns variam de acordo com o sexo do indivíduo. Assim sendo, as mulheres podem notar:
- presença de corrimento vaginal claro ou amarelado;
- sangramento durante as relações sexuais;
- dor ao urinar, junto da penetração ou no ventre inferior (parte baixa da barriga).
Os homens, por sua vez, podem desenvolver:
- ardência ao urinar.
- dor nos testículos;
- corrimento pela uretra, inclusive com a presença de pus.
Febre, coceira na região afetada e vontade constante de ir ao banheiro podem atingir ambos os gêneros.
Diagnóstico
A avaliação clínica feita por um médico costuma ser suficiente na maioria dos casos. Adicionalmente, um teste laboratorial pode ser exigido, sobretudo para aqueles indivíduos que tiveram contato com alguém infectado. Isso geralmente é feito por meio de um exame de urina.
Tratamento
Confirmado o diagnóstico de clamídia, o médico prescreve antibióticos específicos para combater a infecção. O medicamento escolhido pode variar caso a mulher infectada esteja grávida, mediante avaliação do obstetra responsável.
Além disso, os remédios podem ser também prescritos para os(as) parceiros (as) sexuais das pessoas diagnosticadas com clamídia. Isso ajuda a garantir que um não volte e infectar o outro no futuro, já que o contato prévio com a bactéria não previne futuras infecções.
De qualquer forma, com o uso correto dos medicamentos, é possível eliminar por completo o microrganismo, prevenindo também as possíveis complicações.
Embora o tratamento da clamídia seja relativamente simples e eficiente, isso não significa que essa condição não ofereça riscos, principalmente quando não há o controle adequado a curto prazo. Assim sendo, entre as consequências que mais chamam a atenção nesse quadro estão:
- doença inflamatória pélvica, que atinge mulheres, causando inflamação nos órgãos reprodutivos, esterilidade (ou seja, torna-se impossível engravidar) e dor crônica na região;
- infertilidade masculina, por conta de danos a estruturas dos testículos, e inflamação na próstata;
- infecções oculares, que causam conjuntivite e, mais raramente, perda de visão;
- artrite reativa, um tipo de inflamação nas articulações que surge como consequência da infecção.
Complicações na gestação
Quando atinge gestantes, a clamídia pode causar alterações potencialmente graves antes e depois do parto. Entre algumas delas estão:
- interrupção espontânea da gestação;
- gravidez ectópica ou tubária, quando o feto se forma nas trombas e não dentro do útero;
- endometrite (inflamação da parede do útero);
- partos antes das 37 semanas;
- conjuntivite neonatal, que pode causar cegueira no bebê.
Portanto, toda gestante deve ser orientada sobre a chance de infecção por clamídia, assim como sobre os testes necessários para identificar a presença da bactéria ao longo do pré-natal. Com o devido suporte, é possível prevenir as possíveis complicações associadas a tal condição, seja durante a gravidez, seja em outros momentos da vida.
Fontes: