Os cuidados com a derme são fundamentais para mantê-la sempre saudável, hidratada e protegida, conforme as particularidades de cada pessoa. No caso da pele negra, isso não é diferente.
Ao longo deste conteúdo, você aprenderá mais sobre as etapas básicas de higienização, suas especificidades e, também, as doenças dermatológicas mais comuns à pele escura.
Principais características da pele negra
A maior concentração de melanina e a maior tendência a manchas são algumas delas. O uso do protetor solar, dessa forma, é também muito relevante em pessoas de pele negra – evitando o envelhecimento precoce e até mesmo cânceres.
É indispensável saber, além de tudo, que existem diferentes tonalidades no espectro, que vão desde a mais clara até a mais retinta. Cada uma dessas variações requer adaptações em relação aos cuidados.
A relação com a oleosidade
A pele escura apresenta um aspecto mais brilhante e espesso, uma vez que a produção de sebo acontece de forma mais frequente. Nesse sentido, tende a ser mais oleosa por conta de fatores genéticos e pela maior atividade das glândulas sebáceas.
A oleosidade dilata os poros e, por consequência, há maior predisposição a cravos e espinhas. O controle desses quadros pode ser feito pelo uso de sabonetes e produtos à base de ácido salicílico.
Porém, é válido salientar que cada indivíduo possui um tipo de pele predominante (seca, oleosa ou mista) e o profissional dermatologista deve ser sempre consultado para maior detalhamento em relação à limpeza e tratamentos.
Cuidados para a pele negra
É fundamental uma rotina básica de higienização que envolve: limpeza adequada, hidratação, proteção solar e, esporadicamente, esfoliação suave. Esses passos são válidos tanto para mulheres quanto para homens de qualquer faixa etária.
1. Limpeza facial
Na prática, a técnica de limpeza dupla é uma das mais utilizadas. Ela consiste, basicamente, no uso de um óleo de limpeza e de outro limpador. O primeiro tem o poder de remover as impurezas da pele, enquanto o segundo contribuirá para manter a cútis limpa.
A consulta com um profissional dermatologista é indispensável para entender a melhor forma de higienização. O recomendado, porém, é que pessoas de pele negra prefiram produtos mais suaves e livres de componentes agressivos.
2. Hidratação
Muitos estão inclinados a pensar que a pele preta não precisa de hidratação por ter uma maior quantidade de sebo e colágeno. No entanto, isso não é verdade.
Uma recomendação, inclusive, é optar pelo uso de hidratantes com uma textura mais espessa, a fim de evitar o surgimento de tons acinzentados e possíveis enfermidades dermatológicas.
3. Proteção solar
A maior quantidade de melanina oferece uma proteção relativa contra a radiação ultravioleta, mas isso não é suficiente para prevenir danos ocasionados pela exposição excessiva ao sol. O uso diário do protetor é imprescindível, além de aplicá-lo a cada 2 horas.
Saber como escolher aquele mais adequado é também fundamental. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), adultos negros, quando devidamente orientados por um profissional, podem usar, no mínimo, o FPS 30.
4. Bônus: esfoliação suave
Outra etapa importante na rotina com a pele escura é a esfoliação suave, que deve ser realizada cerca de duas vezes por semana apenas.
Esse processo remove as células mortas e as impurezas que contribuem para alguns tipos de inflamações, como a foliculite. Assim, é indispensável o uso de produtos para evitar a hiperpigmentação e promover a renovação celular saudável.
Existem também diferentes métodos de esfoliação, como os físicos e químicos. O melhor para cada padrão dermatológico deve ser indicado por um profissional dermatologista.
Enfermidades dermatológicas mais comuns
A pele negra pode estar mais suscetível a doenças dermatológicas específicas.
Confira a seguir, quais são elas, bem como suas possíveis causas, sintomas e tratamentos.
Hiperpigmentação
Segundo a SBD, como a pele preta apresenta uma maior concentração de melanina, ela tende à hiperpigmentação, ou seja, a um grau mais elevado de escurecimento. Isso pode acontecer diante de qualquer processo inflamatório.
Com a ação da inflamação e a consequente cicatrização, há uma pequena passagem de melanina para as camadas mais internas da pele, provocando o escurecimento.
Em linhas gerais, os diferentes tipos de hiperpigmentação são:
- manchas escuras;
- melasma;
- áreas escurecidas, como as axilas.
Algumas opções de tratamento podem ser o uso de despigmentantes, terapias a laser e procedimentos cosméticos (a depender da orientação médica).
Foliculite
A foliculite ocorre, com mais frequência, em indivíduos que se depilam com lâminas. Ela surge quando os pelos se curvam e penetram novamente na derme.
No caso das pessoas pretas o aparecimento dessa inflamação é mais frequente, uma vez que os pelos tendem a encravar com mais facilidade (por conta de suas características). Como uma das consequências desse quadro, também está o aparecimento de manchas escuras.
A melhor maneira de prevenir é optando por métodos de depilação duradouros, como a depilação a laser. Se não for possível, escolha métodos alternativos como o uso de ceras de depilação para machucar menos a pele.
Queloides
O queloide é caracterizado por ser um crescimento benigno anormal de tecido em uma cicatriz. Tende a ser comum em pessoas de pele negra e tem como possíveis causas lesões de diferentes tipos, até mesmo de piercings e tatuagens.
Além do crescimento anormal de tecido, os sintomas do queloide são, em alguns casos: dor, coceira leve ou uma sensação de queimação ao redor da cicatriz.
Para tratar, é possível recorrer a:
- corticosteróides;
- terapias a laser;
- procedimentos cirúrgicos (a depender da gravidade e da orientação médica).
Menos frequente, mas merece atenção: câncer de pele
Trata-se do tumor que mais atinge pessoas no Brasil e no mundo, porém, é menos frequente em pessoas negras. Tem como uma de suas principais causas a exposição excessiva ao sol e ocorre, frequentemente, em indivíduos acima dos 40 anos.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), pode aparecer nas áreas mais claras do corpo, como palmas das mãos e nas plantas dos pés e manifesta-se por:
- manchas que coçam, descamam ou sangram;
- sinais ou pintas que variam de tamanho, formato e cor;
- feridas com difícil cicatrização.
Notou alguma alteração?
Os cuidados com a pele valem para qualquer tipo de pessoa e em qualquer idade. No entanto, como você pode perceber, a pele negra pode exigir cuidados específicos. Mas não pense que isso está relacionado apenas à estética. Antes, é importante ter uma pele saudável.
Se você notar qualquer alteração, não deixe de procurar atendimento médico. É válido também consultar um dermatologista para entender que tipo de cosméticos, cremes ou maquiagens são mais adequados para sua cútis.
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Fontes:
- Sociedade Brasileira de Dermatologia/ RJ (SBD-RJ) | Qual é o seu fototipo de pele?
- Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) | Episódio de podcast “Cuidados com a pele negra”;
- Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) | Tipos de pele;
- Sociedade Brasileira de Dermatologia/ RJ (SBD-RJ) | Melasma: causas, como prevenir e disfarçar manchas e novos tratamentos;
- Sociedade Brasileira de Dermatologia/ RJ (SBD-RJ) | Por que a pele negra está mais suscetível a manchas?
- Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD-SP) | Foliculite: especialista explica inflamação do pelo encravado
- Ministério da Saúde (MS) | Queloide;
- Ministério da Saúde (MS) | Câncer de pele.