Urinar é uma das funções essenciais do organismo. Os rins desempenham um papel contínuo no processo e, normalmente, só percebemos a importância disso quando ocorrem distúrbios relacionados a eles.
Estamos nos referindo às doenças renais, as quais se manifestam de forma aguda ou crônica. Independentemente do cenário, é necessário passar por tratamento médico e, felizmente, ambas podem ser prevenidas.
Mesmo assim, os dados acerca do assunto são preocupantes: conforme a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em 2019, 10 milhões de brasileiros possuíam disfunções renais.
Por isso, preparamos este conteúdo para te ajudar a identificar os principais sintomas e patologias que envolvem os rins, além de demonstrar os fatores de risco e as possibilidades de diagnóstico.
Antes de mais nada: o que são doenças renais?
Precisamos ter em mente, primeiro, que os rins têm funções que vão muito além de “fabricar o xixi”. Tecnicamente, eles são considerados parte do nosso sistema excretor e osmorregulador.
Listamos algumas das atribuições desses órgãos:
- Excreção: filtram o sangue para captar substâncias tóxicas que estão presentes no nosso organismo, como ureia, ácido úrico e amônia. Em seguida, eles excretam, ou seja, eliminam essas partículas por meio da urina;
- Produção hormonal: a aldosterona e a eritropoietina são dois dos hormônios produzidos pelos rins. O primeiro atua no equilíbrio eletrolítico do corpo (minerais e outras substâncias), enquanto o segundo auxilia na formação dos glóbulos vermelhos, algo fundamental para evitar a anemia;
- Controle da pressão arterial: ajudam no equilíbrio de potássio, sódio e fósforo, o que contribui para a estabilidade da pressão sanguínea;
- Ativação da vitamina D: os rins também trabalham para que esse nutriente entre em ação e passe a fortalecer os ossos, dentes e até mesmo melhorar a saúde cardiovascular.
Dito isso, as doenças renais são aquelas que podem causar, diretamente, uma desregulação de uma ou mais dessas funções e podem ser:
- Doenças renais agudas: surge de forma abrupta e é tratada em poucas semanas ou meses. Geralmente, envolve alguma intoxicação nos rins, trauma ou desidratação;
- Doenças renais crônicas: progridem de forma lenta, mas contínua. Em certos casos, o paciente não possui sintomas no início, mas a perda das habilidades renais pode ser irreversível.
Fatores de risco
Segundo o Ministério da Saúde (MS), existem alguns hábitos e condições que levam a maiores complicações nos rins. Podem ser citados:
- Diabetes (tipo 1 ou 2): o alto nível de glicose prejudica os vasos sanguíneos dos rins;
- Hipertensão: a pressão alta leva ao espessamento e rigidez nas paredes dos mesmos;
- Sobrepeso: sobrecarrega os rins devido a maior necessidade de filtragem do sangue;
- Tabagismo: quem é fumante aspira substâncias tóxicas que irão prejudicar todo o organismo e, na mesma medida, o sistema excretor.
Se você apresenta alguns dos fatores de risco, é válido manter consultas rotineiras para receber orientações adequadas.
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As 5 principais doenças renais
São várias as doenças renais que podem ser mencionadas. No entanto, devido a maior prevalência de determinadas delas na população, cinco ganham maior destaque:
- nefrite;
- infecção urinária;
- cálculo renal;
- Insuficiência renal;
- tumores renais.
1. Nefrite
A nefrite é uma infecção nos glomérulos (minúsculos filtros presentes nos rins que têm a função de filtrar as toxinas do sangue). Essa enfermidade manifesta-se de forma aguda, ocorrendo após uma infecção no corpo, causada por vírus ou bactérias.
Por outro lado, a forma crônica da nefrite agrava-se ao longo do tempo e é mais comum em:
- pessoas diabéticas;
- HIV positivas;
- com doença falciforme;
- e com lúpus.
Geralmente, essa patologia resulta em uma redução da produção, escurecimento e presença de sangue na urina. O paciente também pode apresentar aumento da pressão arterial, sudorese excessiva (especialmente nas mãos e pés) e edemas pelo corpo.
No tipo agudo, o tratamento envolve antibióticos. Na forma crônica, a função renal fica comprometida e há necessidade de hemodiálise, procedimento no qual o sangue é filtrado por uma máquina, uma vez que os rins não são mais capazes de desempenhar este papel.
2. Infecção urinária
Essa é uma doença renal aguda bastante comum. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cerca de 50% das mulheres entre 20 e 40 anos possuem o diagnóstico, mas os homens também podem desenvolvê-la.
Trata-se, basicamente, da infecção por vários tipos de microrganismos que afetam o trato urinário. As mulheres têm maior risco devido a uretra menor, que encurta o caminho para a passagem de bactérias.
Nesse quadro, nota-se uma ardência na hora de urinar, acompanhada de uma vontade constante de ir ao banheiro e urina com um cheiro forte.
Para evitá-la, é importante:
- beber muita água;
- fazer uma boa higienização íntima;
- não “segurar o xixi”;
- urinar depois das relações sexuais;
- não usar roupa íntima apertada;
- trocar o absorvente periodicamente.
Atenção: se a infecção urinária chegar, procure ajuda médica! Apesar de parecer algo menos prejudicial em comparação às demais doenças renais, se não for tratada, pode se agravar (como nos casos de pielonefrite).
3. Cálculo renal
O cálculo renal é a outra forma de nomear as “pedras nos rins” – condição que afeta cerca de 10% da população, conforme dados do Jornal da USP (Universidade de São Paulo).
É caracterizado pela formação de pequenos cristais a partir de uma série de fatores, como má alimentação, baixa hidratação e distúrbios metabólicos.
Trata-se de uma doença renal e pode manifestar-se por meio de:
- dores, principalmente na região inferior do abdômen e nas costas;
- vontade frequente de urinar;
- sangue na urina;
- náuseas;
- vômitos.
Quando a pedra é pequena, beber bastante água é uma das recomendações para eliminá-la. No entanto, se esse cálculo for maior, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica.
4. Insuficiência renal
A insuficiência renal é um diagnóstico grave em que os rins param de trabalhar corretamente. De acordo com a International Society of Nephrology (ISN), em 2020, 850 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentaram essa disfunção, com 2,4 milhões de óbitos anuais.
Portanto, atente-se aos seguintes sintomas:
- menor quantidade de urina;
- perda de apetite;
- inchaços;
- fadiga;
- coceiras na pele;
- dor de cabeça;
- cãimbras;
- náuseas e vômitos.
Para evitá-los, é preciso cuidar da saúde dos rins. Nesse sentido, manter uma alimentação balanceada e evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas pode ajudar, além do controle de doenças crônicas, como a hipertensão e a diabetes
5. Tumores renais
Os rins também podem ser acometidos por tumores, sejam eles benignos ou malignos, formados pela multiplicação desorganizada das células.
O câncer nesses órgãos, inclusive, tem uma incidência alta. Em 2020, foram cerca de 7 a 10 casos para cada 100 mil brasileiros, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Infelizmente, esse tipo de câncer costuma ser agressivo e nem sempre causa sintomas. Somente alguns pacientes apresentam inchaço abdominal, sangue na urina, dor lombar e muito cansaço. Os fatores de risco envolvem:
- hipertensão;
- obesidade;
- tabagismo;
- infecção por hepatites virais;
- uso excessivo de medicamentos anti-inflamatórios;
- síndromes genéticas, como a Von Hippel-Lindau.
Essa doença renal crônica mostra quanto manter uma rotina de consultas médicas é imprescindível, uma vez que, com o diagnóstico precoce, as chances de cura aumentam.
Diagnósticos e tratamentos
Atenção para esses sinais de alerta. As manifestações no corpo podem variar, mas atente-se à/ao:
- menor produção de urina;
- presença de sangue na urina;
- anemia;
- perda de apetite;
- inchaço no corpo;
- dor abdominal e nas costas.
Se você tem alguma suspeita procure um clínico geral para as avaliações iniciais.
Em seguida, esse profissional de saúde poderá te encaminhar para um nefrologista (especialista na saúde dos rins) ou urologista (que cuida do trato urinário).
Geralmente, determinados exames são solicitados. Entre eles:
- taxa de filtração glomerular;
- dosagem de ureia e creatinina;
- ultrassonografia;
- dosagem de proteínas na urina;
- urocultura;
- tomografia das vias urinárias.
Após o diagnóstico, você receberá orientações específicas sobre o tratamento mais adequado, que pode envolver o uso de medicamentos, cirurgias ou terapia renal substitutiva, como a hemodiálise.
Lembre-se: é fundamental não negligenciar os sintomas. Só assim será possível antever a gravidade de quadros renais, além de garantir uma melhor recuperação.
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- Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN);
- Ministério da Saúde (MS) | Doenças renais crônicas;
- Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-MS) | Hemodiálise;
- Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) | Infecção urinária;
- Jornal da USP | Cálculo renal;
- International Society of Nephrology (ISN) | Dia Mundial do Rim;
- Instituto Nacional de Câncer (Inca) | Dia Mundial do Câncer de Rim;
- Instituto Nacional de Câncer (Inca) | Síndrome de Von Hippel-Lindau.