Por que os riscos do sobrepeso não devem ser ignorados

Embora, muitas vezes, seja encarado como uma questão menor de saúde, o sobrepeso é uma condição que afeta milhões de brasileiros, com impacto significativo sobre o bem-estar, sobretudo no longo prazo.
Os quilos a mais estão relacionados a uma série de alterações em diferentes partes do corpo. Logo, compreender o que costuma estar por trás disso é o passo inicial para adotar mudanças de hábitos em busca de uma vida mais saudável.
O que define a presença do sobrepeso
De modo geral, esse é o termo que define a marcação na balança acima do considerado apropriado para determinados parâmetros.
Na prática, a principal ferramenta utilizada para identificar essa condição é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é obtido pelo resultado de uma fórmula matemática.
O cálculo é feito dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em centímetros) elevada ao quadrado. Portanto, uma pessoa com 75 kg e 1,70 m teria um IMC de 26,0.
Como referência, uma pessoa idealmente deve ter esse indicador variando entre 18,5 e 24,9. Na sequência, qualquer valor superior a isso, indo até 29,9, coloca o indivíduo no patamar classificado como sobrepeso, o que é o caso do exemplo acima.
Quem tem dificuldade com o cálculo pode utilizar a calculadora on-line disponibilizada pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, a Abeso.
De todo modo, normalmente o dado obtido por essa fórmula não é o único instrumento utilizado para dimensionar com precisão o estado de saúde de alguém.
Também podem ser considerados na avaliação a composição do corpo (músculos, água etc.) e distribuição da gordura, entre outros elementos.
Por isso, a avaliação médica completa é fundamental para uma conclusão precisa. No consultório, o profissional pode lançar mão de exames como a bioimpedância para entender melhor como cada elemento compõe o biotipo.
A diferença entre sobrepeso e obesidade
Ambos os termos muitas vezes são utilizados como sinônimos em conversas do dia a dia.
No entanto, é como se eles representassem níveis de progressão da massa corporal. Em resumo, o sobrepeso é um estágio anterior, funcionando como um sinal de alerta.
A principal diferença está justamente nos valores do IMC. A obesidade se estabelece a partir de 30,0. Assim, a Organização Mundial de Saúde toma como referência:
- obesidade grau I: IMC entre 30,0 e 34,9;
- obesidade grau II: IMC entre 35,0 e 39,9;
- obesidade grau III (mórbida): IMC igual ou superior a 40,0.
De acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, coletados pelo Ministério da Saúde, cerca de 35% dos brasileiros adultos apresentam algum nível de quilos extras.
Outro grupo, também cerca de 35% dessa população, já convive com algum grau de obesidade. Isso faz com que quase 70% dos brasileiros estejam vivendo com peso que ultrapassa o recomendado.

Os fatores que interferem no desenvolvimento do sobrepeso
Quase sempre é impossível explicar a razão do acúmulo de peso por apenas um aspecto. Geralmente, diversos elementos podem contribuir para o ganho excessivo de gordura. Saiba mais sobre eles.
Componentes hereditários e genéticos
Filhos de pais com sobrepeso ou obesidade têm maior probabilidade de apresentar essa situação.
Isso acontece pelo fato de que, em alguma medida, os genes herdados influenciam a maneira como o organismo processa a energia dos alimentos e a distribuição de gordura corporal.
Além disso, é provável que determinados comportamentos alimentares sejam compartilhados dentro do grupo familiar, elevando o risco de que isso cause um incremento no peso no longo prazo.
Aspectos comportamentais e estilo de vida
Por falar em hábitos, esse é outro tópico com papel preponderante. Entram na lista sobretudo as escolhas alimentares no cotidiano e o nível de sedentarismo de cada indivíduo.
O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras saturadas, combinado com a falta de atividade física, cria um ambiente propício para o ganho de peso.
Ao mesmo tempo, movimentar pouco o corpo (seja nos deslocamentos diários, seja em exercícios) faz com que menos calorias sejam queimadas, fazendo com que o adicional seja acumulado.
Fatores hormonais
Uma série de disfunções na ação dos hormônios favorece o acúmulo de peso. Algumas das mais conhecidas delas são o hipotireoidismo, síndrome dos ovários policísticos e desequilíbrios no cortisol.
Cada uma a seu modo, essas situações interferem no metabolismo e aumentam a chance de reflexos sobre o ponteiro da balança. Dessa forma, o acompanhamento de um endocrinologista se torna bastante relevante.
Elementos psicológicos e sociais
Uma série de componentes emocionais tem o potencial de influenciar a relação de cada um com a comida, levando muitas vezes a uma alimentação desregrada. Em alguns cenários, isso pode desencadear, inclusive, transtornos alimentares.
Elementos sociais como renda, educação e acesso mais difícil a preparações adequadamente nutritivas também impactam no desenvolvimento do excesso de peso.
Em uma hipótese simples, é mais provável que alguém com menos dinheiro tenha disponibilidade de alimentos ultraprocessados, que são mais baratos e não exigem o tempo de preparo de uma refeição balanceada.
De que forma o sobrepeso pode afetar a saúde
À medida que o tempo passa, a alteração interfere em diferentes componentes do organismo. Ainda que de maneira menos intensa do que acontece em graus avançados de obesidade, essas disfunções merecem atenção:
- riscos metabólicos, que ampliam a resistência à insulina aumentando a chance do diabetes tipo 2;
- alteração nos níveis de colesterol e triglicerídeos, contribuindo para o surgimento de dislipidemias;
- aumento na sobrecarga sobre o coração, que precisa trabalhar mais para bombear sangue, elevando a pressão arterial e a possibilidade de doenças cardiovasculares, entre outras complicações crônicas;
- maior impacto sobre as articulações, especialmente joelhos, quadris e tornozelos, favorecendo queixas de dores articulares e osteoartrites;
- ampliação da chance de comprometimento respiratório, fazendo com que o fôlego fique mais curto;
- aparecimento de diversos distúrbios do sono, como a apneia que interrompe a respiração durante o repouso noturno;
- elevação na predisposição a alguns tipos de câncer (como nas mamas, no pâncreas, no fígado e no intestino);
- prejuízos à autoestima e à autoimagem, que estão associados a transtornos mentais como a ansiedade e a depressão.
O Cartão dr.consulta pode ser um aliado importante nesse processo, oferecendo acesso a várias especialidades médicas e exames sempre com preços diferenciados, possibilitando o cuidado integral com a saúde.
Quem assina também é incluído em programas de saúde e recebe suporte multidisciplinar, podendo tirar dúvidas com equipes de enfermagem por meio de consultas online e gratuitas.

As principais recomendações para lidar com essa situação
Por não se tratar de uma enfermidade, esse excesso de peso não tem um tratamento específico. No entanto, correções no estilo de vida com o devido suporte fazem toda a diferença para encontrar um ponto de equilíbrio.
Ajustes na rotina alimentar
De modo geral, isso significa adotar uma dieta que forneça as energias e os nutrientes (proteínas, vitaminas etc.) compatíveis com a necessidade de cada um, o que varia conforme altura, idade, nível de atividade física, entre outros pontos.
Tal orientação pode envolver priorizar itens como frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras, reduzindo as fontes de açúcar, gordura e outros itens que possam contribuir com calorias extras desnecessárias.
Seja como for, as orientações personalizadas de um nutricionista costumam ser a melhor saída para solucionar questões sobre o que colocar no prato a cada refeição.
Prática regular de atividade física
Qualquer jeito de reduzir o tempo parado é melhor do que nenhum, então mesmo uma caminhada já pode ser importante.
De qualquer maneira, a OMS recomenda que se acumule pelo menos 150 minutos de movimentação por semana com intensidade moderada (o que equivale a 30 minutos por dia, mais ou menos).
Combinar exercícios aeróbicos (caminhar, correr, andar de bicicleta etc.) com rotinas de fortalecimento muscular pode oferecer benefícios adicionais.
Para quem está começando, o ideal é ir sempre aos poucos e, de preferência, seguir as orientações especializadas para não ter nenhum contratempo.
Mudanças comportamentais
Reforçar hábitos capazes de aprimorar a qualidade do sono, gerenciar o estresse e desenvolver estratégias para lidar com variações de humor também são sugestões pertinentes.
Em casos específicos, a assistência com um psicólogo ou psiquiatra pode ser valiosa, especialmente quando existem questões emocionais relacionadas ao peso ou quando há obstáculos para manter as adaptações.
Evitar o álcool, parar de fumar e beber bastante água são outras recomendações com o potencial de promover uma melhora significativa no bem-estar como um todo.
Acompanhamento profissional
Com o suporte de profissionais especializados de diversas áreas é possível criar um plano individualizado e monitorar os resultados.
Adicionalmente, esses especialistas podem identificar alterações físicas ainda em estágios iniciais, antes que elas gerem danos maiores.
Junto de endocrinologistas e nutricionistas, podem entrar na lista os cardiologistas (que cuidam do sistema cardiovascular) e os gastroenterologistas (responsáveis pela atenção ao sistema digestivo).
No mais, a mensagem que deve sempre ser reforçada é que o sobrepeso não deve ser negligenciado. Ele representa um fator de risco para diversas situações, mas pode ser revertido, melhorando significativamente a qualidade de vida.
Fontes:
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