Descubra como o cortisol realmente age no corpo

Embora o cortisol seja conhecido somente como o “hormônio do estresse”, seu papel vai além, desempenhando ações essenciais em diversos mecanismos, que vão desde o metabolismo até a ativação das defesas naturais do organismo.
No entanto, ainda que o sobe e desce da substância seja natural e parte do seu processo de ação, níveis muito altos ou excessivamente baixos do elemento podem indicar alterações fisiológicas que demandam orientação especializada.
As funções do cortisol dentro do organismo
De modo resumido, esse hormônio é produzido pelas glândulas que ficam acima dos rins, chamadas de adrenais.
Como descreve a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, são as mesmas que produzem a adrenalina e respondem a comandos do cérebro vindos de regiões específicas, que determinam se é hora de aumentar ou diminuir a secreção de cada componente.
A partir disso, o cortisol pode atuar em diferentes regiões corporais, contribuindo com:
- a construção da resposta a circunstâncias estressoras, aumentando a sensação de alerta e acelerando a liberação de energia obtida a partir da glicose (açúcar) disponível;
- o combate às inflamações, seja por lesões, infecções ou outro desarranjo no organismo;
- a regulação de inúmeros aspectos metabólicos, como a “queima” de estoques de gordura para prover energia, a pressão arterial e os índices glicêmicos devido a interação com a insulina.
Apesar de tudo, é esperado que a concentração do cortisol oscile de pessoa para pessoa. Mas não é só isso: naturalmente ele atinge um ápice nas primeiras horas da manhã, logo que o indivíduo sai da cama, e vai caindo ao longo do dia até atingir o mínimo antes de dormir.
Situações que podem fazer o hormônio subir e descer
Por uma série de fatores, todo o equilíbrio que regula o ciclo do cortisol eventualmente é afetado por alguma alteração, elevando ou reduzindo sua produção e disponibilidade.
Cortisol alto
Após o pico de toda a manhã ou em seguida aos alertas eventuais, é esperado que o patamar da substância volte ao normal. Porém, isso pode não acontecer por causa de motivações que englobam:
- um estresse crônico, seja do ponto de vista físico (causado por sono ruim ou alimentação inadequada) ou psicológico, colocando o corpo em permanente de excitação disparada pela expectativa de que algo ruim ocorrerá;
- determinados desequilíbrios metabólicos, como a chamada síndrome de Cushing, que acontece devido a uma exposição exagerada ao cortisol (geralmente se as glândulas adrenais trabalham além da conta);
- efeitos colaterais de medicamentos, especialmente se utilizados por muito tempo sem a devida supervisão (é o caso dos corticosteroides, conhecidos popularmente como corticoides);
- disfunções (incluindo eventuais tumores) nas glândulas responsáveis pelo hormônio.
Como não poderia deixar de ser, essa lista costuma estar acompanhada de sintomas que indicam que alguma coisa não vai bem. Cada manifestação varia bastante conforme a causa, mas inclui frequentemente:
- ganho de peso, com distribuição anormal da gordura (ela se concentra em volta do rosto e nas costas);
- presença de hematomas constantes e “afinamento” da pele;
- aumento da pressão arterial;
- cansaço persistente;
- fraqueza;
- irritabilidade;
- falta de foco e perda da capacidade de concentração;
- crescimento exagerado dos pelos (hirsutismo).
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Cortisol baixo
No sentido oposto, é possível desenvolver estados que fazem com que esse produto da glândula adrenal caia frequentemente para abaixo do adequado. Entre algumas das justificativas para esse fenômeno indesejado estão:
- condições autoimunes, que atingem as glândulas adrenais e impedem que elas façam seu trabalho adequadamente;
- infecções, que também prejudicam a ação do cortisol;
- mudanças fisiológicas nas estruturas neurológicas que regulam a atividade hormonal;
- uso de remédios ou interrupção nesses tratamentos.
Quando alguns dos quadros acima se tornam presentes, o indivíduo percebe mudanças que englobam perda de peso, apetite diminuído e fadiga que não desaparece. Adicionalmente, podem ocorrerepisódios de hipoglicemia (pouco açúcar no sangue), pressão baixa e oscilações no humor.
O passo a passo para a avaliação desse aspecto da saúde

É claro que nenhum sintoma isoladamente determina de imediato que existe uma queda ou subida indevida. Queixas do tipo devem ser cuidadosamente avaliadas por um médico. A especialidade responsável é a Endocrinologia, que cuida da funcionalidade de todas as glândulas do organismo.
A concentração do cortisol é medida através de exames de sangue. Há também a possibilidade de avaliar a saliva. Nesse caso, o líquido é coletado em uma mais de um momento específico do dia. Os valores são comparados com os patamares esperados de acordo com sexo e idade.
Diante de qualquer dúvida sobre a preparação do exame (talvez seja preciso suspender medicações específicas ou permanecer em jejum) é fundamental consultar o profissional que fez a indicação.
É ele ainda que vai analisar os resultados obtidos e determinar se existe ou não uma elevação ou redução do cortisol. Posteriormente, ele poderá orientar a respeito da conduta a ser adotada.
Pode ser necessário tratar a condição que explica a disparada ou a diminuição indesejada da substância por longos períodos.
Recomendações eficientes no controle do cortisol
Sugestões relativas ao estilo de vida são úteis, principalmente nos estágios em que o incremento do hormônio é explicado pela tensão no cotidiano. Desse modo, é interessante investir em:
- boas noites de sono, adotando cuidados para evitar prejuízos ao descanso noturno;
- prática regular de exercícios físicos, independente da modalidade;
- adoção de técnicas de relaxamento, como meditação, respiração controlada ou mesmo yoga;
- interações saudáveis com amigos e familiares, fortalecendo conexões sociais cognitivas;
- manutenção de uma dieta equilibrada, suficiente para fornecer os nutrientes mínimos;
- espaços para dar vazão às angústias (como sessões de psicoterapia, por exemplo);
- dedicação a atividades prazerosas no tempo livre.
Nem sempre o cortisol vai ser capaz de explicar um eventual efeito no bem-estar. Contudo, observar mais esse aspecto tende a ser relevante em contextos nos quais exista a a suspeita de tal desequilíbrio, inclusive quando se coloca na balança como o estresse é um fator preponderante na rotina de muitos.
Fontes:
[…] por exemplo, pode ser impactada pelo ato de beijar, uma vez que ele reduz os níveis de cortisol, hormônio relacionado ao estresse, promovendo uma sensação de calma e […]
[…] tensão persistente eleva o cortisol, hormônio que interfere na flutuação da glicemia. Portanto, é interessante investir em práticas […]