Saiba como o estresse vira uma armadilha para a saúde

Nem sempre é possível evitar situações que causam estresse. No entanto, é perfeitamente viável adotar estratégias para lidar com as consequências dessa manifestação, que tem impactos bastante negativos para a saúde no longo prazo.
Mesmo que ele não seja uma constante no momento, entender o tema ajuda a criar mecanismos de defesa para lidar com situações futuras.
O que realmente é o estresse
Em linhas gerais, o estresse é definido como uma reação natural do corpo e da mente a uma circunstância potencialmente perigosa ou desafiadora.
Ao perturbarem a tranquilidade, os chamados eventos estressores fazem com que o organismo apresente diversas alterações fisiológicas, incluindo a liberação de hormônios fundamentais para fugir, lutar ou promover uma ação específica diante da ameaça.
Além disso, ocorrem mudanças de comportamento e processos psicológicos que a mente julga necessários naquelas circunstâncias, como o estado de alerta que se instala ao ouvir um barulho suspeito.
Esse tipo de tensão, por si só, não é algo necessariamente prejudicial. Pelo contrário: no fundo, é um mecanismo de proteção valioso. Dependendo da causa, ele ajuda na motivação frente a desafios.
É o que acontece com quem se propõe a alcançar um novo objetivo no trabalho dentro de determinado prazo ou está organizando um grande evento em sua vida, como um casamento ou uma mudança de cidade.
Do mesmo modo, isoladamente, as respostas geradas pelo estresse às eventualidades do cotidiano estressantes não são consideradas uma doença ou transtorno mental.
Todavia, com vidas cada vez mais agitadas e uma sensação de insegurança crescente em vários contextos, não é de estranhar que as queixas de esgotamento se acumulem e passem a prejudicar o bem-estar, condicionando o aparecimento de diversas formas de adoecimento.
Diferenciando estresse e ansiedade
Muitas vezes, em uma dificuldade, o organismo pode reagir de maneiras que tornam difícil identificar exatamente o que está acontecendo.
Para diferenciar manifestações ansiosas de um momento estressante, são levados em conta aspectos como:
- o estresse é uma resposta a uma ameaça palpável, como ter muito trabalho para fazer ou se preparar para uma entrevista de emprego;
- ele tende a desaparecer logo após a resolução da questão responsável pelo alarme;
- já a ansiedade é a preocupação excessiva que nem sempre tem causa aparente e normalmente é desproporcional ao temor sentido;
- ainda assim, ambas as sensações podem provocar um incômodo similar, com flutuações no humor, empecilhos para relaxar e dores corporais, entre outros desconfortos.
O Cartão dr.consulta permite que você economize em consultas médicas e em uma lista bem grande de exames, garantindo atendimento de qualidade com profissionais especializados a preços mais acessíveis.
Junto de tudo isso, é possível também contar com o programa Viva Bem, que oferece suporte via WhatsApp para acompanhamento contínuo do seu tratamento de prevenção e de saúde mental e esclarecimento de dúvidas com uma equipe multidisciplinar:
Algumas das principais causas de estresse
Dados coletados pelo Instituto Ipsos mostraram que os brasileiros compunham a quarta população com maior número de estressados em um grupo de 31 países que participaram do levantamento, somando ao todo as respostas de mais de 23 mil indivíduos.
De acordo com a pesquisa feita em 2024, 42% dos habitantes relataram algum sentimento relacionado a essa queixa. O público mais atingido foi o de mulheres da geração Z (nascidas entre o final dos anos 1990 e começo dos anos 2000).
As causas para esse tipo de sobrecarga emocional muitas vezes são muito particulares do contexto de cada indivíduo, mas certas circunstâncias cotidianas aparecem com mais intensidade:
- exposição a situações de perigo, como violência, desastres naturais ou decorrentes da atividade profissional;
- conflitos familiares e em relacionamentos;
- desemprego e cenários financeiros adversos;
- sobrecarga de trabalho, inclusive no cuidado doméstico;
- uma rotina em que não há tempo para medidas básicas de autocuidado (comer bem e dormir adequadamente).
Os sinais mais comuns de um organismo estressado
Todo o mecanismo relacionado ao estresse engloba uma série de reações divididas em três etapas, que indicam mais ou menos as características percebidas diante dessas adversidades:
- fase de alerta;
- fase de resistência;
- fase de exaustão.
1 – Fase de alerta
Há o contato inicial com o evento estressor. Um exemplo é o instante em que acontece um acidente ou se recebe uma notícia ruim. A partir disso, aparecem desconfortos como:
- suor;
- dor e vazio na boca do estômago;
- sensação de frio nos pés e nas mãos;
- tensão nas costas e nos ombros;
- alterações gastrointestinais;
- aceleração do batimento cardíaco, elevação da pressão arterial e dificuldade para respirar;
- agitação motora;
- insônia.
Na prática, esse conjunto de desequilíbrios iniciais dura entre alguns minutos e várias horas e vai diminuindo à medida que o alarme que disparou fica para trás.
2 – Fase de resistência
O corpo segue tentando controlar os sinais de alerta, na busca de voltar ao estado natural de equilíbrio. São notadas queixas como:
- cansaço constante;
- mudanças no apetite;
- distúrbios estomacais prolongados, como agravamento de gastrites;
- sensibilidade demasiada, fazendo com que qualquer coisa seja motivo de irritação;
- foco na situação de estresse.
3 – Fase de exaustão
Se a condição avança até aqui, significa que houve falha em se adaptar ou resistir ao que provocava a pressão emocional.
Na prática, podem surgir questões que vão desde comprometimentos dermatológicos até desestabilização na função cardíaca ou transtornos mentais (a síndrome de burnout, por exemplo).
O desconforto pode avançar a ponto de tornar as atividades do dia a dia, antes feitas com tranquilidade, praticamente impossíveis de serem realizadas.
As características de cada tipo de estresse
Nem todo episódio estressante é igual. É possível classificar a maioria dessas aflições em determinadas categorias, considerando duração, fonte da tensão e resposta apresentada:
- estresse agudo, de curto prazo e resultado do contato imediato com uma ameaça;
- estresse crônico, que é persistente ao longo de um período e tem prejuízo cumulativo (em outras palavras, quanto maior o tempo, mais complicações de saúde);
- estresse agudo episódico, em que ocorrem com a repetição da exposição a situação estressante.
- estresse traumático, no qual a angústia é decorrente de um trauma, desenvolvido em razão de uma circunstância de violência ou um acidente. Dependendo, pode ser desencadeado o chamado transtorno do estresse pós-traumático;
- estresse ambiental, no qual o corpo precisa lidar com condições desagradáveis no espaço que o cerca, como barulho, poluição (sonora, do ar etc.) ou outros riscos relacionados ao local em que se vive;
- estresse psicológico, que anda lado a lado e se confunde com a ansiedade, por conta da preocupação excessiva;
- estresse fisiológico, resultado de desequilíbrios que atingem diversas funcionalidades do organismo, disparando respostas para conter esse dano. Cabem nessa lista a interação com elementos perigosos ou a privação de sono.
A reação do corpo a essa emoção indesejada
Toda a resposta inicial é coordenada por uma região do cérebro chamada de hipotálamo. Ele fica bem no centro da cabeça e, entre outros aspectos, controla a temperatura corporal, a sede, o sono e a fome. Adicionalmente, ela é responsável por enviar sinais para orientar a produção de alguns hormônios.
As principais substâncias produzidas são a adrenalina e o cortisol. Ambas têm origem nas glândulas adrenais, que ficam bem próximas aos rins.
Esses hormônios agem justamente para estimular as estruturas diante da necessidade de se defender ou fugir no momento de tensão. Por isso, é natural sentir a aceleração do coração ou aumento da pressão arterial.
A concentração elevada desses componentes altera a utilização da energia obtida a partir do consumo de alimentos, o que dá um “gás” extra quando necessário.
Isso se dá sobretudo pela ampliação da disponibilidade de glicose (açúcar no sangue) e a inibição da insulina capaz de metabolizá-la.
Se a enxurrada hormonal relacionada ao estresse é temporária, essa não é uma preocupação. Porém, o cenário muda quando se pensa na manutenção de um quadro crônico.
Os danos dessa alteração sobre a saúde física e mental
Muito mais do que uma piora localizada na funcionalidade de uma parte do organismo, no longo prazo, está associado a variadas condições de saúde. Muitas delas se tornam crônicas. Com isso, é necessário ficar alerta a possibilidades como:
- infecções repetidas pela queda da imunidade;
- ampliação da intensidade de enfermidades de pele (alguns tipos de dermatite e a psoríase, entre outras);
- desenvolvimento de pressão alta;
- repetição de dores de cabeça ou enxaquecas tensionais;
- complicações cardiovasculares, que vão exigir a atenção de um cardiologista;
- sobe e desce no peso;
- crescimento do risco de desarranjos hormonais e metabólicos, incluindo o desenvolvimento de diabetes ou mesmo doenças que atinjam as glândulas responsáveis pela produção do cortisol e da adrenalina;
- agravamento de úlceras, gastrites e da síndrome do intestino irritável;
- possibilidade de transtornos de saúde mental, como a depressão, o transtorno generalizado de ansiedade e o burnout.
A maioria das pessoas vai experimentar um ou mais episódios de estresse ao longo da vida, quase. Quase sempre eles vão embora com a resolução do gatilho que o disparou, e assim é esperado que nenhuma consequência ocorra.
Entretanto, é relevante considerar a busca por diferentes formas de apoio especializado quando tais eventos passarem a se repetir mais frequentemente, se tornando obstáculos para as tarefas do dia a dia.
Psiquiatras e psicólogos, cada um dentro do seu campo de atuação, fornecem alternativas para controlar parte dos reflexos do estresse, principalmente quando é crônico.
Recomendações para gerenciar o estresse
Qualquer orientação para atenuar situações estressantes jamais deve pressupor que elas são elimináveis por completo. Em alguns casos, como já mencionado, é importante buscar apoio profissional.
Todavia, uma vez que o estresse contínuo é uma fonte de piora da saúde, encontrar estratégias para amenizar seus impactos é fundamental. Portanto, entre as sugestões do que pode ser feito estão:
- identificar os gatilhos para o nervosismo, destacando se eles podem ou não ser evitados (manter alguma espécie de diário contribui na missão);
- praticar exercícios físicos regularmente, reduzindo o tempo parado;
- manter uma alimentação equilibrada, sem excessos e com refeições bem distribuídas ao longo do dia;
- organizar a rotina de modo a garantir o sono necessário. Adultos precisam, em média, de pelo menos sete horas de repouso noturno;
- reduzir o consumo de substâncias estimulantes (a cafeína é a mais comum), e limitar o uso de álcool;
- manter contatos sociais saudáveis, com vizinhos, amigos e familiares;
- ter espaço de desconexão da internet e das redes sociais;
- desenvolver atividades recreativas satisfatórias;
- adotar técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda ou qualquer uma capaz de acalmar corpo e mente.
Essas orientações têm mais chance de promover sucesso a quem as adota quando combinadas. É claro que é difícil aderir à lista completa de uma hora para outra, mas incluir lentamente as mudanças compatíveis com as possibilidades de cada um certamente gera um impacto positivo significativo sobre a qualidade de vida.
Fontes:
[…] A ansiedade tem um impacto significativo na qualidade do sono. Quando uma pessoa está ansiosa, seu corpo entra em um estado de alerta, conhecido como resposta de “luta ou fuga”. Isso ocorre devido à liberação de hormônios como o cortisol, que prepara o corpo para reagir a situações de estresse. […]
[…] de estresse e exposição a […]
[…] do organismo, apontando que algo não vai bem ou alertando para alterações de saúde. Sob estresse ou em situações de nervosismo, o corpo passa a apresentar reações intensas e […]
[…] do risco de infecções, gripes e resfriados, entre outras, já que o estresse enfraquece as defesas naturais do […]
[…] constante a situações estressantes, gerando aquela aflição de estar no […]
[…] estresse; […]
[…] exposição ao estresse, como os períodos anteriores a entrevistas de emprego ou provas na escola e na faculdade; […]
[…] cerca de 70% da população mundial passará por um evento com potencial de se transformar em um episódio estressor […]
[…] estresse crônico, seja do ponto de vista físico (causado por sono ruim ou alimentação inadequada) ou […]