Diferenciando os sintomas de ansiedade e estresse

Embora ambos sejam respostas naturais do corpo muito semelhantes em situações de desafio ou perigo, suas origens, efeitos e tratamentos distintos.

Por isso, identificar corretamente os sintomas de ansiedade e estresse e reconhecer qual quadro está se manifestando é essencial para buscar ajuda adequada e melhorar a qualidade de vida.

O que é o estresse e a ansiedade?

Primeiro, é preciso entender no que consiste cada um desses estados clínicos. O estresse é uma resposta física e emocional do corpo diante de situações que percebemos como ameaçadoras ou desafiadoras – uma reunião importante, um novo emprego, dificuldades financeiras ou nos relacionamentos. 

Quando pressionada, a mente entra em estado de alerta, liberando hormônios como cortisol, adrenalina e noradrenalina, que a preparam para a posição de “luta e fuga”.

No curto prazo, pode ser útil para superar desafios e é visto de uma forma benéfica e protetora ao corpo, segundo estudo publicado no periódico Research, Society and Development.

Quando se torna crônico, no entant, pode causar problemas sérios à saúde, como aumento da pressão arterial, insônia, cansaço extremo e baixa imunidade.

Por outro lado, a ansiedade é caracterizada pela quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-5) como uma condição na qual os sentimentos de medo e de apreensão são intensos e constantes, muitas vezes acompanhados por alterações comportamentais.

Apenas profissionais como psicólogos e psiquiatras podem diagnosticar corretamente os transtornos ansiosos, que podem ser tratados com psicoterapia, medicação e práticas integrativas.

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Sintomas de ansiedade e estresse: diferenças

Embora compartilhem algumas das manifestações clínicas, existem distinções importantes entre os dois casos de saúde.

É possível que a ansiedade cause alguns desconfortos físicos, como tensão muscular ou inquietação motora, aumento do suor, batimentos cardíacos acelerados, dificuldade de concentração, irritabilidade e distúrbios do sono.

Porém, como citado, um quadro ansioso está mais associado a um estado mental  permanente de preocupação sobre o futuro (com saúde, dinheiro, família ou trabalho). Isso inclui algumas reações psíquicas, de acordo com o Ministério da Saúde, como:

• dificuldade para relaxar;
• sensação constante de que algo muito ruim vai acontecer;
• falta de controle sobre os próprios pensamentos.

O estresse, por sua vez, está mais relacionado às manifestações físicas do corpo diante de situações cotidianas. O Ministério da Saúde destaca algumas:

• mãos e/ou pés frios;
• boca seca;
• dor no estômago;
• sudorese;
• tensão e dor muscular;
• diarreia;
• cansaço excessivo;
• dificuldade para dormir;
• mudanças no apetite
• disfunção sexual (em alguns casos);
• gastrite prolongada;
• tontura;
• sensibilidade emotiva excessiva;
• batimentos cardíacos acelerados;
• respiração ofegante;
• aumento da pressão sanguínea;
• apatia;
• agitação.

Formas de aliviar o estresse e a ansiedade

Ambos os quadros podem ser controlados e prevenidos a partir de algumas técnicas de relaxamento e adoção de hábitos saudáveis. São eles:

Praticar algum exercício físico 

Realizar entre 150 e 300 minutos de atividade física por semana traz inúmeros benefícios para a saúde mental e física, indica a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Práticas como caminhada, corrida, natação ou yoga ajudam a liberar endorfina, um “hormônio da felicidade”, promovendo sensação de bem-estar e aliviando os sintomas de estresse e ansiedade.

Evitar a alimentação inadequada 

Produtos ultraprocessados (como salgadinhos, refrigerantes, hambúrgueres, entre outros) podem contribuir para o aumento de sintomas de ansiedade e prejudicar o equilíbrio emocional. 

Em contrapartida, manter uma dieta equilibrada em frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais pode ser uma grande aliada para o controle do estado ansioso e do estresse.

A recomendação é buscar orientação de um nutricionista, que poderá elaborar um plano alimentar personalizado para suas necessidades, promovendo bem-estar e saúde emocional.

Desenvolver a respiração controlada

Esses exercícios, quando bem aplicados, são eficazes no alívio geral dos sintomas físicos, pois ajudam a regular o sistema nervoso. 

Uma das técnicas mais recomendadas é a respiração diafragmática, que consiste em inspirar profundamente pelo nariz, expandindo o abdômen, e expirar lentamente pela boca.

Evitar álcool e outras substâncias

O consumo de bebidas alcoólicas, cafeína e algumas substâncias estimulantes podem intensificar sintomas de ansiedade e estresse, prejudicando a recuperação emocional. 

Isso porque, como alerta a OMS, esses elementos afetam negativamente o sistema nervoso, tornando mais difícil lidar com situações desafiadoras.

Meditar

A meditação diminui a atividade simpática, responsável pelo estado de alerta, e aumenta a parassimpática, que promove relaxamento e recuperação. Por isso, essa ferramenta é poderosa para regular o sistema nervoso.

Buscar ajuda profissional

Por fim, é importante lembrar que os tratamentos adequados a cada situação devem ser indicados e ministrados sempre por um especialista. 

Em alguns quadros de ansiedade, é necessário que o paciente realize psicoterapia ou faça uso de algum medicamento específico. Quando não conduzido da maneira correta, pode evoluir para a depressão, informa o Jornal da USP.

Já no caso do estresse, manter o acompanhamento profissional é importante principalmente na presença de crises constantes.

Fontes:

• Jornal da USP;
• Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-5);
• Ministério da Saúde;
• Research, Society and Development;
• Organização Mundial de Saúde.