Como a saúde financeira impacta na sua saúde mental?
A pandemia do novo Coronavírus trouxe instabilidades e incertezas para o país. Dentre outras preocupações, veio a crise econômica, que pegou todos de surpresa e fez com que as pessoas tivessem que rever as contas de casa e os gastos do dia a dia. Mas, como isso pode afetar a cabeça das pessoas?
Trouxemos o Dr. Felipe Tapias, psiquiatra do dr.consulta, para falar sobre como manter o bem-estar na quarentena.
Como manter a saúde mental na quarentena?
O Brasil tem a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo. E é o quinto país em casos de depressão. Esses dados são da OMS e nos dão um sinal de alerta.
Um em cada dez brasileiros tem algum transtorno de ansiedade. Enquanto depressão afeta 6% da população. A preocupação é ainda maior quando observamos esses dados em um momento como a crise do Covid-19.
O período de quarentena e isolamento social pode contribuir para agravar ainda mais o cenário. E isso pode levar a um estado de estresse coletivo e ansiedade permanentes. Com isso, o sistema imunológico pode ficar fragilizado e o equilíbrio mental, debilitado.
Segundo o Dr. Felipe, os principais motivos para as preocupações durante a pandemia são os seguintes:
Medo do vírus
O próprio medo e a angústia de se contaminar com o Coronavírus (COVID-19) ou que familiares e familiares sejam contaminados.
Mesmo quem não é do grupo de risco tem parentes ou pessoas próximas que podem ter sintomas graves da doença. E, com isso, nos sentimos angustiados e preocupados o tempo todo.
Isolamento social
Todos nós temos a necessidade do contato social. Por isso, com a orientação de ficarmos em casa, isolados, nos afeta e sofremos como uma necessidade biológica. Se não comemos, temos fome. Se não bebemos água, temos sede. Se não temos contato social, sentimos:
- ansiedade;
- raiva;
- tédio;
- tristeza.
Então, mesmo que você tenha que ficar em casa, ligue, mande mensagem, converse com amigos e familiares.
Preocupações financeiras
Um outro fator que gera apreensão é o dinheiro. Ou a falta dele. Indústria, comércio e serviços suspenderam suas atividades. E os trabalhadores informais são os mais afetados com o isolamento social que causa a falta de dinheiro em circulação.
O nervosismo aumenta com a incerteza de quando as atividades econômicas voltarão ao normal. E pode chegar ao ponto de não conseguir pagar as contas no vencimento. Ou ainda a possibilidade de abrir mão de confortos ou itens que trazem segurança.
Excesso de estímulos da mídia
As informações correm rápido, a toda hora recebemos notícias pelo rádio, TV, redes sociais ou aplicativos de conversa. E costumamos acompanhar notícias negativas. Temos a necessidade de saber o que acontece e nos preparar para o pior cenário.
Por outro lado, ser bombardeado – o tempo todo – com notícias sobre o Coronavírus (COVID-19) também gera ansiedade e sofrimento. Principalmente com as incertezas em relação ao tempo que viveremos com as anormalidades do dia-a-dia que uma pandemia gera.
Convivência familiar
Algumas pessoas podem ter dificuldade em conviver por tanto tempo com filhos, companheiro e companheira em isolamento.
A rotina anterior fez com que muitos perdessem a capacidade de criar atividades para o grupo familiar. Outros têm dificuldade em lidar com o cônjuge ou filhos por questões de conflitos mal resolvidos. E agora estão confinados e são obrigados a conviver.
Saúde mental quando se tem dificuldades financeiras
A crise com certeza afeta toda a população. Mas os impactos chegam primeiro e afetam mais os que tem renda baixa. O baque é ainda maior para quem:
- tem inúmeros familiares dependendo de uma única fonte de renda;
- não tem condições de ter uma reserva de emergência.
Nesse contexto, é comum sentir tristeza, frustração, ter insônia entre outros sintomas depressivos e ansiosos.
E agora, o que fazer?
Se você está se sentindo preocupado, aflito ou ansioso nessa crise, saiba que não está sozinho. O profissional do Dr. Consulta nos deu uma lista de dicas para te ajudar a manter a saúde mental. Confira:
Aplicativos de meditação guiada
- aplicativos como Spotify® têm álbuns de meditação guiada;
- lojong® é específico para quem quer meditar.
Existem inúmeros estudos sobre os benefícios dessa atividade e a melhora dos sintomas de ansiedade e depressão.
Atividades físicas
Exercícios físicos também reduzem os níveis de ansiedade, e diminuem a sensação de preocupações excessivas.
Sono saudável
A rotina de sono também importa. Boas dicas são:
- evite tomar café ou outras bebidas estimulantes após meio-dia;
- mantenha um ambiente para dormir com temperatura agradável, silencioso e sem celulares ou qualquer outro aparelho eletrônico ligado.
Planejamento financeiro
- colocar na ponta do lápis todo o dinheiro que entra e sai faz toda a diferença.
- listar despesas fixas e variáveis é um passo essencial para ver o que pode faltar e o que você pode tirar do seu orçamento.
- organizar as finanças vai ajudar a diminuir sua preocupação porque você vai saber exatamente do quanto precisa para passar os próximos meses.
- compartilhar com a família a importância de economizar no dia a dia.
- outra alternativa é entrar em contato com seus credores e tentar melhorar o prazo ou as formas de pagamento. Isso vai te ajudar a se programar e assim diminuir os níveis de ansiedade.
O Dr. Felipe ressalta a importância de ficar atento aos sintomas. “Nos casos em que se sinta com acentuação ou a presença de alguns dos sintomas como tristeza, sem prazer em fazer as atividades do dia-a-dia, sensação de fadiga, dores musculares, insônia ou aumento do sono, irritabilidade, sensação de incompetência incapacidade ou culpa, preocupações excessivas antecipatórias ou catastróficas procure um profissional de saúde mental. Pode ser necessário iniciar um tratamento.”
Para saber mais dicas sobre como lidar com essas aflições em tempos de pandemia ou caso precise de ajuda para passar por esse momento, procure um de nossos especialistas.
Muito importante esta menssagem , dr.consulta. Realmente está muito difícil este isolamento, em todos os sentidos.
[…] Começaram a surgir pendências financeiras, sobretudo relativas às despesas básicas? […]