Sem tabu: saiba como promover a saúde mental no trabalho
Campanhas de conscientização como as desenvolvidas no Janeiro branco e Setembro amarelo devem ser contínuas, ao longo do ano e incorporadas definitivamente no calendário e nas ações de promoção de bem-estar.
O tema saúde mental no trabalho precisa deixar de ser um tabu para virar pauta de prioridade máxima – em qualquer espaço de trabalho e independentemente do nível em uma hierarquia.
Essa nova cultura visa prevenir o adoecimento psíquico e garantir um ambiente mais sadio a todos. O desafio é grande e parece complexo, em um primeiro momento, mas pode ser facilitado e colocado em prática de maneira mais assertiva.
O que é efetivamente ter saúde mental
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde mental compreende a condição em que o indivíduo se torna capaz de contornar dificuldades, desenvolver suas habilidades e contribuir com a comunidade ao seu redor.
Os transtornos que afetam esse tipo de saúde são aqueles que, de algum modo, se associam a aflição significativa, mudanças de comportamento, redução da funcionalidade e risco de dano a si e aos demais.
Por outro lado, é de conhecimento que o bem-estar psicológico é o somatório de diversos fatores como relações interpessoais, condições socioeconômicas e componentes ambientais (em casa, na escola, no trabalho etc.). E, em harmonia, esse conjunto de fatores oferece mais segurança psicológica aos indivíduos.
Números do impacto da saúde mental no trabalho
Nessa equação complexa que influencia como uma pessoa se sente e consegue atuar em diferentes frentes, a atividade profissional certamente tem grande impacto.
Encontrar uma área de atuação recompensadora (seja financeiramente, seja socialmente) é benéfico para a saúde mental. Tal conquista não só garante uma fonte de renda, como fortalece a confiança e a inclusão social. Em contrapartida, o emprego pode colocar em xeque a saúde psíquica. Na raiz disso estão aqueles postos que causam situação de estresse ou a manutenção de contatos nocivos.
Também de acordo com a OMS, desde o ano de 2022 a estimativa era a de que cerca de 15% dos adultos em idade produtiva convivem com alguma condição psiquiátrica. Por isso, a entidade internacional calcula que todo ano cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos por conta do adoecimento, no mundo todo.
O dado é, sem dúvida, alarmante e assusta mais ainda pelos números crescentes no pós-pandemia – o que reforça o ponto de preocupação.
As empresas precisam se importar ainda mais com o tema
Ignorar a saúde mental no trabalho pode não somente gerar perda de oportunidades, mas uma série de consequências negativas.
É preciso sempre ter em mente que colaboradores saudáveis física e mentalmente são mais engajados, produtivos e satisfeitos. E o contrário também é uma verdade: quando os funcionários não estão bem, se tornam desmotivados, improdutivos e infelizes.
A falta de motivação aqui, é na maioria das vezes resultado do ambiente, do clima e da convivência no local de trabalho, portanto de toda uma conjuntura. No final o que vê normalmente são afastamentos, pedidos de demissões ou demissões voluntárias e a necessidade de substituições.
Dada a urgência, novas regulamentações vêm sendo impostas para preservar o bem-estar psíquico dos trabalhadores, do mesmo modo que existem normas para prevenir acidentes.
Principais riscos psicossociais no ambiente de trabalho
Para ficar mais fácil de entender: psicossocial vem da junção de psicológico com e social. Na Psicologia, essa é a área que se destina ao estudo e avaliação dos aspectos da Psicologia clínica e da vida social.
O que mudará: Norma Regulamentadora Nº1 (NR-1), que é um dos documentos mais importantes sobre saúde e segurança ocupacional, determina que TODAS as empresas avaliem os riscos psicossociais no espaço laboral e adotem medidas práticas para contorná-los.
Como era antes: a obrigatoriedade da avaliação psicossocial periódica era válida para empresas que mantinham funcionários desempenhando funções em espaços fechados ou isolados, por muito tempo.
Ou seja: se é indispensável saber como um agente químico ou físico pode gerar acidentes, a atualização orienta ações semelhantes ao considerar ameaças ao estado emocional, como:
- interferências ocupacionais na vida pessoal;
- carga e ritmo de trabalho;
- distribuição das tarefas no tempo, repensando a necessidade de turnos noturnos, a ausência de flexibilidade nos horários e a urgência frente a prazos apertados;
- falta de participação nas decisões pertinentes da rotina de trabalho;
- muito barulho, aperto ou luminosidade precária;
- disfunções na cultura organizacional do negócio, que atrapalham a comunicação;
- complicações associadas às relações entre os indivíduos (incluindo assédio e diferentes mecanismos de discriminação, como o bullying);
- incapacidade de resolução de conflitos;
- falta de estruturas para desenvolvimento da carreira (progressão de cargos, reconhecimento etc.);
O início da nova obrigação legal está previsto para maio de 2025. Até lá, as empresas devem se preparar para as adequações previstas na atualização da NR-1, respeitando as demandas compatíveis com o seu porte respectivamente.
Síndrome de burnout, um transtorno de saúde mental de natureza ocupacional
Outra novidade dos últimos anos diz respeito ao fato de que os diagnósticos de esgotamento profissional são agora categorizados como uma condição ocupacional (ou seja, associado ao exercício de uma atividade).
Em resumo, os sinais da síndrome de burnout incluem a percepção de exaustão extrema e estresse constante, associada a outros sintomas psicológicos, muitos deles capazes de tornar o indivíduo incapacitado para as obrigações.
O número de afastamentos pela condição vem crescendo bastante. No intervalo compreendendo 2014 e 2023, a quantidade de pessoas afastadas por esse motivo cresceu 1.000%. Além disso, de 2020 a 2023, as notificações oficiais quadruplicaram.
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Mudanças que podem fomentar locais de trabalho mais saudáveis
Uma vez que a condição psíquica e o bem-estar (que inclui a atenção para a saúde mental no trabalho) surgem da interação de inúmeros fatores não serão garantidos por uma única iniciativa isolada.
Se o objetivo é promover locais mais seguros (física e psicologicamente), mais produtivos e que gerem resultados, é necessário investir em ações de médio e longo prazo e:
- estabelecer jornadas com começo e fim, facilitando o equilíbrio com o descanso e a vida pessoal;
- garantir o direito à desconexão, possibilitando que o repouso não seja interrompido por mensagens e e-mails;
- incentivar a adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos e um sono suficiente todas as noites;
- adotar um planejamento adequado, que permita o estabelecimento de metas realistas e uma distribuição justa das demandas;
- fortalecer canais de comunicação e encorajar trocas a respeito do tema, que muitas vezes ainda é tratado como tabu;
- trabalhar ferramentas para o desenvolvimento de resiliência, da inteligência emocional e outras habilidades similares;
- contar com o suporte de profissionais qualificados, como médicos psiquiatras e psicólogos.
Assim, a lição que fica é que, para alcançar espaços aptos a promover a saúde mental e mais qualidade de vida para os colaboradores, é preciso um esforço contínuo, começando com pequenas ações, mas que são capazes de gerar grandes transformações.
Esse investimento no capital humano é promissor não só do ponto de vista individual e coletivo, quanto para a própria organização e da sociedade como um todo. Fale com um dos nossos consultores agora:
Fontes: