Relação entre alimentação e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são consideradas uma das maiores dificuldades relacionadas à saúde do país, sendo responsáveis por 72% das mortes registradas.
Pesquisas mais recentes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicam que, em 2019, 54,7% dos óbitos ocorridos em território nacional foram decorrentes das DCNTs, o que contabiliza mais de 730 mil óbitos.
Os fatores que aumentam a incidência desses quadros incluem a genética e o ambiente externo. No entanto, grande parte dos casos são influenciados por atitudes cotidianas que podem ser revistas e modificadas.
Neste conteúdo, explicaremos o que são, quais as relações entre alimentação e Doenças Crônicas Não Transmissíveis, além de dicas práticas para incluir no seu dia a dia e evitar esses quadros.
O que são as DCNTs?
As DCNTs são enfermidades que se desenvolvem ao longo do tempo, geralmente de forma lenta e silenciosa, sem sintomas aparentes. Elas afetam diversos órgãos e estruturas do organismo, podendo desencadear complicações e interferindo na qualidade de vida.
Suas causas estão ligadas a presença de hábitos não saudáveis e a condições de saúde pré-existentes (como doenças congênitas ou obesidade). Apesar disso, a maioria delas podem ser controladas após diagnóstico correto e tratamento adequado.
Assim, manter o acompanhamento médico regular em especialidades como Cardiologia, Pneumologia e Nutrição, por exemplo — esse último para entender a ligação entre alimentação e Doenças Crônicas Não Transmissíveis — passa a ser recomendável.
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E quais são elas?
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis representam um grande desafio de Saúde Pública, tanto pela alta prevalência quanto pelo elevado número de mortes. As principais são:
- patologias relacionadas ao sistema cardiovascular (hipertensão arterial, principalmente);
- cânceres;
- enfermidades metabólicas (obesidade, diabetes e dislipidemia);
- doenças respiratórias crônicas (asma, bronquite e rinite).
Fatores de risco
Consumo exagerado de álcool
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o consumo excessivo de bebidas alcoólicas é responsável por 85 mil mortes nas Américas a cada ano.
Ao consumí-las de forma exagerada, a pessoa torna-se suscetível à manifestação de várias questões de saúde, como, por exemplo, o acidente vascular cerebral (AVC).
Por isso, sempre que possível, ofereça uma rede de apoio a indivíduos alcoólatras e incentive a busca por profissionais de saúde especializados.
Tabagismo
O tabagismo é caracterizado pelo uso desenfreado de produtos à base de tabaco. Está diretamente relacionado à dependência da nicotina, presente na composição dos mesmos.
Além de ser o principal motivo para o câncer de pulmão, o tabagismo também é responsável por desencadear patologias cardiovasculares, como pressão alta, aneurisma e trombose.
Nessas situações, a área de Clínica geral é a mais indicada para realizar uma avaliação e fazer o encaminhamento para profissionais específicos, dependendo da complexidade do quadro.
Sedentarismo
O sedentarismo é a ausência da prática de atividades físicas na rotina e é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de diversas Doenças Crônicas Não Transmissíveis.
Assim, a realização diária de exercícios, além de atuar como método de prevenção, promove o bem-estar físico e mental como um todo.
Estresse
O estresse pode ser desencadeado por vários motivos e afeta pessoas de todas as faixas etárias. Quando frequentes, essas crises tendem a ser uma porta de entrada para o desenvolvimento de outras enfermidades.
Por isso, atente-se aos sinais e cuide para serem tratados. Busque ajuda de psicólogos e psiquiatras.
Colesterol alto
Por causar um acúmulo de placas de gordura nas artérias, o colesterol alto pode ocasionar a angina e o infarto. As consultas com o cardiologista devem estar em dia para evitar que as taxas do LDL subam e, se necessário, iniciar o tratamento personalizado.
Alimentação inadequada
Pessoas que não se alimentam adequadamente estão mais propensas à manifestação das DCNTs. Assim, o consumo de produtos saudáveis é uma atitude primordial para a prevenção.
Alimentação e doenças crônicas não transmissíveis tem relação mesmo?
Sim. A relação entre alimentação e Doenças Crônicas Não Transmissíveis é direta, principalmente, porque o consumo de produtos com altas taxas de gorduras e açúcares contribui para a obesidade que, por sua vez, pode auxiliar no desenvolvimento desse grupo de enfermidades.
De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), inclusive, os índices de obesidade, em território nacional, aumentaram de 11,8% para 20,3% entre 2006 e 2019.
Principais aspectos
Além dessa enfermidade, a alimentação e as Doenças Crônicas Não Transmissíveis estão igualmente conectadas a outros indicativos:
Índice de gordura
Ao se alimentar bem e acompanhar frequentemente o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e a medição da circunferência abdominal, é possível entender a proporção de gordura no corpo. A ajuda médica profissional pode contribuir bastante nesta fase.
Carência de nutrientes
Mesmo acima do peso ou com sobrepeso, muitas pessoas apresentam carência parcial ou total de nutrientes. Isso se deve ao fato de que muitos produtos industrializados não têm valor nutritivo, o que faz com que o corpo fique fragilizado e ainda mais suscetível ao adoecimento.
Formas de prevenir
Fora a questão congênita ou hereditária, muitas condições de saúde podem ser evitadas com a adoção de hábitos mais saudáveis. A lista traz dicas simples que podem ser introduzidas pouco a pouco no dia a dia:
- fazer atividades físicas regularmente;
- não fumar e não consumir bebidas alcoólicas em excesso;
- prezar pelo cuidado da saúde mental;
- planejar as refeições;
- optar por alimentos com menos gordura, açúcar e sódio;
- ingerir grãos e demais comidas integrais e fontes de fibras;
- consumir mais frutas, legumes e verduras.
5 dicas para melhorar a alimentação
Se o foco é minimizar os riscos relacionados à alimentação e doenças crônicas não transmissíveis, adicione essas dicas:
1 – Diminua a ingestão de alimentos ultraprocessados
Prefira alimentos in natura ou preparados em casa. Essa é uma boa forma de evitar aditivos e saber exatamente o que você está consumindo.
2 – Reduza o consumo de sal
Evite ingerir muito sódio e, dessa forma, procure substituir embutidos e enlatados durante as refeições.
3 – Consuma menos açúcares
Troque os sucos e néctares de frutas prontos por sucos feitos em casa e opte, sempre que possível, por ingerir o próprio fruto em lugar do suco. Além disso, evite consumir grandes quantidades de doces e carboidratos.
4 – Invista em fibras e grãos integrais
eles proporcionam maior saciedade, ajudam no controle do peso e fornecem mais vitaminas e minerais. São exemplos: hortaliças, legumes, frutas e os próprios cereais integrais, como a aveia, o arroz integral e o trigo.
5 – Consuma gorduras boas
Nem toda gordura é ruim. Alimentos que contenham as gorduras insaturadas auxiliam na diminuição dos níveis de colesterol sanguíneo, integridade das membranas e até nos processos inflamatórios.
Azeite de oliva, sementes oleaginosas (nozes, castanhas e amendoim) e abacate são alguns dos exemplos para incluir na rotina.
Em casos de Hipertensão Arterial Sistêmica, há cuidados específicos?
Sim e são muito importantes! Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que os índices de adultos com hipertensão no Brasil saíram de 22,6% em 2006 para 26,3% em 2021, representando um aumento de 3,7%.
Então, pensando nessa enfermidade, é imprescindível apostar na(o):
- diminuição drástica do consumo de sódio;
- substituição do sal pelo uso de ervas aromáticas e temperos naturais;
- foco ao consumo de fibras.
Se você for uma pessoa hipertensa, deve fazer o acompanhamento médico com mais regularidade.
Fontes:
- Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil | Ministério da Saúde (MS);
- Ministério da Saúde apresenta cenário das doenças não transmissíveis no Brasil | Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
- Doenças e agravos não transmissíveis | Secretaria da Saúde do Paraná (SES-PR);
- Doenças Crônicas Não Transmissíveis | Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF);
- Cerca de 85 mil mortes a cada são 100% atribuídas ao consumo de álcool nas Américas, constata estudo da Opas/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS);
- Mapa da obesidade | Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso);
- Fatores de risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis | Secretaria da Saúde da cidade de Curitiba (PR);
- Relatório aponta que número de adultos com hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil | Ministério da Saúde (MS).
Excelente texto!
me esclareceu bastante.
Olá, Suzy! Ficamos felizes em saber que você gostou!
Muito obrigada pelo excelente material.
Olá! Regina, tudo bem? Que bom que gostou! Conte conosco!
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