Angina de peito é sintoma de isquemia no coração

Quando o músculo cardíaco passa a receber menos sangue do que precisa, surgem sinais que indicam esse desequilíbrio.
A angina de peito é uma dessas manifestações e, embora não represente um evento cardíaco agudo por si só, exige atenção imediata e acompanhamento com especialistas.
O quadro é um tipo de dor provocada pela chamada isquemia miocárdica, condição em que o fluxo sanguíneo para o coração é insuficiente para atender às suas demandas, principalmente em momentos de esforço físico ou estresse.
Como a angina de peito se manifesta?
A dor costuma surgir no centro do tórax e pode irradiar para a mandíbula, pescoço, ombros, costas ou braço esquerdo.
A sensação é geralmente descrita como um aperto, queimação ou pressão intensa, mas também pode vir acompanhada de falta de ar, sudorese, náusea ou sensação de desmaio.
A intensidade, frequência e forma como esses sinais se apresentam ajudam a classificar os diferentes tipos – uma informação importante para o direcionamento clínico – bem como a escolha do tratamento mais adequado.
Nesse contexto, o Cartão dr.consulta conecta o paciente a um cuidado completo e contínuo, com acesso facilitado a especialistas, exames e programas personalizados. Ele representa um compromisso com a saúde preventiva, colocando o cuidado no centro da saúde.

Tipos de angina de peito
Estável
É a mais comum e tende a seguir um padrão previsível: ocorre após esforço físico, frio extremo ou tensão emocional. Costuma durar poucos minutos e melhora com o repouso ou com medicamentos prescritos, como a nitroglicerina, por exemplo.
Instável
Representa uma condição mais delicada. Isso porque pode surgir mesmo em momento de relaxamento, durar mais tempo e ser mais intensa. Esse estado exige atendimento emergencial, pois pode evoluir para um infarto.
Microvascular
Envolve disfunções nos vasos menores do coração, podendo ocorrer mesmo quando eles estão aparentemente normais, e é mais frequente em mulheres.
Vasoespástica (ou variante)
Ocorre devido a espasmos das artérias coronárias, principalmente em descanso, durante a noite ou nas primeiras horas da manhã.
Refratária
Mantém-se por longos períodos, mesmo com uso de remédios e procedimentos convencionais. Identificar corretamente cada um é essencial para direcionar o acompanhamento mais indicado.
Nesses casos, um profissional pode avaliar os sintomas, indicar os exames apropriados e, a partir disso, montar um plano de intervenção sob medida.
8 fatores que contribuem para o perfil clínico
A aterosclerose, caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura, é a principal origem da angina, segundo o Ministério da Saúde. Isso porque esse estreitamento dificulta o fluxo sanguíneo e compromete o fornecimento de oxigênio.
No entanto, outras condições também aumentam o risco desse processo, como:
- hipertensão arterial;
- diabetes tipo 2;
- sedentarismo;
- tabagismo;
- obesidade;
- histórico familiar de alterações cardiovasculares;
- colesterol alto;
- idade acima dos 55 anos (mulheres) ou 45 anos (homens).
Além disso, situações pontuais como febre, distúrbios na tireoide, consumo excessivo de álcool, refeições muito volumosas ou exposição ao frio podem funcionar como gatilhos para o aparecimento da dor torácica.

Diagnóstico e exames recomendados
Identificar a angina de peito de forma precisa envolve uma avaliação clínica cuidadosa, baseada na descrição dos episódios, antecedentes pessoais, bem como testes complementares.
Entre os principais recursos utilizados por cardiologistas estão:
- eletrocardiograma (ECG): útil para detectar alterações associadas à isquemia;
- teste ergométrico (teste de esforço): reproduz os sintomas sob monitoramento clínico, revelando a tolerância ao exercício;
- ecocardiograma: usa imagens por ultrassom para observar o funcionamento do sistema cardiovascular;
- cateterismo cardíaco: indicado em casos de maior vulnerabilidade, pois permite identificar obstruções nas artérias com mais precisão;
- ressonância magnética ou tomografia coronariana: oferecem imagens detalhadas do coração e vasos.
Essas opções têm indicações específicas e são essenciais para definir a gravidade do quadro, bem como orientar o melhor manejo.

Abordagem terapêutica
A condução clínica inclui mudanças de estilo de vida, tratamentos medicamentosos e, quando necessário, procedimentos específicos.
Remédios como betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio, nitratos e antiplaquetários são frequentemente indicados para reduzir a demanda cardíaca, prevenir crises, bem como evitar complicações.
Quando não há resposta, pode-se optar por angioplastia com stent ou cirurgia de revascularização (ponte de safena), principalmente em casos de obstruções múltiplas ou chance aumentada de eventos cardiovasculares.
Práticas recomendadas para prevenção e controle
Reduzir a possibilidade de episódios de angina de peito envolve um conjunto de práticas que favorecem a saúde cardiovascular como um todo:
- manter acompanhamento com cardiologistas e realizar os exames solicitados periodicamente;
- adotar uma alimentação equilibrada, com baixo teor de gordura saturada e de sódio;
- fazer refeições menores e mais frequentes e descansar por 30 ou 40 minutos depois de comer;
- incluir atividade física regular, de forma orientada, considerando os limites clínicos;
- suspender o uso de tabaco e de álcool;
- garantir a supervisão adequada da pressão arterial, colesterol e glicemia;
- implementar rotinas que ajudem a lidar com o estresse emocional, como ioga, caminhadas, terapia ou meditação;
- respeitar as orientações médicas quanto ao uso contínuo de medicamentos.
Essas medidas, quando aplicadas de forma orientada, não apenas auxiliam no monitoramento, mas promovem mais qualidade de vida a longo prazo. Afinal, ao seguir com rotinas de cuidado bem definidas, é possível evitar a progressão da condição.
Quando procurar atendimento imediato
É importante reforçar que alguns sinais indicam a necessidade de socorro médico urgente, como:
- dor que não passa com repouso nem com remédio;
- dor que se irradia para braço, mandíbula ou costas;
- sintomas associados como suor frio, falta de ar, tontura ou náuseas.
Nessas circunstâncias, o ideal é acionar o serviço de emergência e evitar deslocamentos por conta própria.
A angina de peito é um alerta do corpo sobre o desequilíbrio entre o que o coração precisa e o que está recebendo. Com diagnóstico precoce, orientações médicas precisas e cuidados contínuos, é possível ter controle sobre o quadro e preservar a qualidade de vida.
Fontes:
[…] de angina instável ou isquemia em repouso (redução súbita ou interrupção da passagem do […]
[…] é a mais comum. Na evolução crônica pode ocasionar dores fortes no peito durante o esforço (angina) e na aguda ser a origem de um […]