O papel da glicemia de jejum no diagnóstico do diabetes

A avaliação da concentração de glicose no organismo pode ser feita por diferentes exames, cada um com objetivo de analisar momentos específicos do metabolismo dessa substância. A glicemia em jejum é um desses recursos.
Como o nome indica, é realizado após um período sem ingerir comida e bebida. Trata-se de um método relativamente simples para compor o diagnóstico do diabetes, assim como para acompanhar pessoas sob risco de desenvolvê-la – ou já em tratamento.
Como a glicemia em jejum é medida
A disponibilidade de açúcar circulante no corpo varia conforme diversas circunstâncias: alimentação, ação da insulina, esforço físico etc.
O objetivo da dosagem é fazer o cálculo do açúcar livre de outras influências, compreendendo como seu nível se comporta quando se espera que esteja no patamar mais baixo possível (devido à ausência de refeições recentes).
Não existem restrições de idade e de sexo para realizar a avaliação. Ela pode ser indicada também para gestantes, pois auxilia a identificar o diabetes gestacional.
A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) recomenda que todos acima dos 35 anos façam tal averiguação periodicamente para investigar a suspeita de pré-diabetes ou de diabetes tipo 2.
Essa orientação pode ser estendida a todos os adultos com sobrepeso ou obesidade, bem como outros fatores, incluindo histórico familiar e episódio prévio de hiperglicemia.
Tal indicação considera que tal distúrbio metabólico é frequentemente silencioso. Portanto, essa iniciativa possibilita que a alteração seja identificada antes que complicações apareçam.
O Cartão dr.consulta pode ser um grande aliado nesse processo, oferecendo acesso a uma variedade de exames e de especialidades médicas que facilitam o cuidado com a saúde como um todo.
Além disso, por meio do programa Viva Bem, há o suporte de uma equipe multidisciplinar via WhatsApp, que auxilia no esclarecimento de dúvidas relacionadas ao controle de enfermidades crônicas, incluindo o diabetes.

O que é preciso saber para o dia do exame
O processo para medir a glicemia em jejum é simples. Com o pedido médico (geralmente feito por um endocrinologista) basta comparecer ao local de atendimento tendo jejuado por ao menos oito horas, em média.
Em certos casos, é recomendado respeitar um período de até 12 horas, se assim for indicado pelo profissional responsável.
Para atravessar esse intervalo mais facilmente, a sugestão é se programar para que a coleta do material para análise aconteça bem cedo, logo após acordar.
A restrição a alimentos e bebidas é completa, com exceção da água. Além disso, é necessário evitar esforços intensos com o corpo.
Ao contrário dos testes para mensurar os níveis de açúcar no sangue realizado em casa ou na farmácia, nesse caso a amostra sanguínea é retirada com a agulha, inserida em uma veia do braço até reunir poucos mililitros do material. Terminada essa etapa, a pessoa deve se alimentar normalmente e seguir suas atividades cotidianas.
Outra diferença da glicemia em jejum em relação a análises feitas com material retirado da ponta do dedo é a necessidade de aguardar.
A maioria dos laboratórios consegue disponibilizar os dados em poucosalguns dias (no dr.consulta, o prazo é de três dias úteis).
No mais, os números obtidos a partir de equipamentos caseiros são apenas indicativos e não substituem o exame laboratorial, que oferece maior precisão e é essencial para o diagnóstico médico.
Os indicadores devem sempre ser interpretados pelo médico que fez a solicitação, mas a referência para isso leva em conta os seguintes parâmetros, segundo as diretrizes da SBD:
- abaixo de 100 mg/dl: normal;
- entre 100 e 125 mg/dl: pré-diabetes;
- acima de 125 mg/dl: suspeita de diabetes, a ser confirmada com exames complementares.
A pré-diabetes (ou hiperglicemia intermediária) sugere que o açúcar no sangue está mais alto que o normal, mas não a ponto de configurar a condição crônica.
Estudo de 2021 publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva indica que entre 7,5% e 18,5% da população se encontra justamente nessa situação.
Nesse estágio, mudanças no estilo de vida (com ajustes na dieta e prática de exercícios físicos) e, eventualmente, o uso de medicamentos podem reverter o quadro e impedir a evolução para a condição crônica.
Os outros recursos necessários para confirmar o diagnóstico
Isoladamente, os resultados obtidos a partir do teste em jejum não é suficiente para determinar com certeza a presença do diabetes. A confirmação exige a combinação de avaliações como:
- hemoglobina glicada (HbA1c);
- teste oral de tolerância à glicose (também chamado de curva glicêmica) em intervalos de uma ou duas horas;
- glicemia medida ao acaso diante de sintomas de hiperglicemia.
Tanto a glicemia em jejum quanto as demais avaliações são relevantes inclusive no acompanhamento e tratamento da condição. Os achados, cujos valores de referência mudam por aspectos individuais, ajudam a entender se as terapias prescritas estão funcionando.
Fontes:
[…] glicemia em jejum, que requer a retirada do sangue após um período de pelo menos oito horas sem alimentação; […]
[…] metabólicas ou hormonais (hipotireoidismo, diabetes não controlada, insuficiência […]
[…] Brasileira de Diabetes afirma que a suspeita deve ser levantada sempre que houver um teste de glicemia em jejum marcando entre 100 e 125 mg/dL, dependendo de confirmação posterior com apoio de outros […]