As possíveis causas para o sono excessivo fora de hora

É normal sentir certa sonolência em determinados momentos do dia, principalmente quando não se descansa bem à noite. No entanto, a hipersonia, que resulta na necessidade constante de dormir por longos períodos, pode indicar que algo merece atenção.
Por isso, vale a pena entender mais sobre algumas das explicações para essa alteração, que vão desde consequências de hábitos do dia a dia até condições de saúde que exigem o acompanhamento de diferentes especialistas.
Distúrbios do sono
Essa categoria inclui alterações que afetam a quantidade e a eficácia do repouso noturno. Quem experimenta tal tipo de disfunção tem mais chances de apresentar desejo excessivo de dormir durante o dia.
Narcolepsia
Esse é um quadro neurológico que afeta o controle do sono e vigília (ou seja, do período desperto). Portanto, se manifesta por lapsos repentinos em que a pessoa parece que “caiu dormindo”.
Além disso, o sono incontrolável é frequentemente acompanhado de mais episódios de paralisia do sono ou pesadelos.
Apneia obstrutiva
Mudança que causa a obstrução da passagem de ar enquanto se dorme. Essa interrupção na respiração provoca pequenos despertares no transcorrer da noite, afetando a qualidade do sono sem que se note.
Os atingidos pela apneia tendem a se perceber insistentemente sonolentos e cansados por conta da noite fragmentada.
Síndrome das pernas inquietas
Outro desequilíbrio neurológico que, como o nome indica, faz com que os membros inferiores se movimentem involuntariamente, sobretudo à noite.
Por consequência, a agitação das pernas atrapalha o sono, fazendo com que seja mais difícil descansar adequadamente.
Alterações relacionadas ao ritmo circadiano

Na média, o ser humano tem o chamado “relógio biológico” ajustado com o movimento do sol. Isso significa que a maioria dos indivíduos sente sono a partir do momento que o dia escurece e desperta ao amanhecer.
Contudo, certas pessoas têm um avanço (que faz com que se durma cedo e acorde bem antes) ou um atraso (em que o sono demora a madrugada toda para aparecer, fazendo com que exista uma troca do dia pela noite) nesse ajuste natural.
Pela dificuldade em alinhar os ponteiros internos com as demandas de rotina, é comum existir a sensação de que se está sempre com sono, bem como comprometimento no desempenho no trabalho e oscilações no humor.
Hipersonia idiopática
Nas circunstâncias em que nenhuma explicação biológica ou comportamental for encontrada, os especialistas consultados podem concluir que há uma sonolência crônica sem causa identificável.
A hipersonia idiopática persiste por semanas ou meses e gera diversos desdobramentos atrelados à necessidade de dormir constantemente.
Seja como for, todos esses distúrbios geralmente são da alçada de um neurologista. Por meio da análise de cada caso e exames específicos (testes de imagem ou mesmo uma polissonografia), o especialista pode investigar o sono excessivo e indicar o tratamento pertinente.
Condições médicas diversas
Indo além das situações em que uma condição associada diretamente ao sono explica a necessidade extrema desse tipo de descanso fora de hora, outras hipóteses podem ser incluídas na lista de sintomas de tal disfunção. Entre elas estão:
- quadros neurológicos (como lesões e traumas no cérebro) e aqueles de natureza neurodegenerativa (Parkinson e Alzheimer);
- transtornos psiquiátricos (como a depressão, embora também possa causar insônia);
- desordens metabólicas ou hormonais (hipotireoidismo, diabetes não controlada, insuficiência renal).
É claro que somente o sono excessivo não é suficiente para confirmar nenhum desses diagnósticos. Contudo, pode ser um sinal de que algo não vai bem e exige avaliação de um profissional capacitado.
A suspeita de que a vontade excessiva de dormir está relacionada a uma aflição de caráter psicológico, por exemplo, deve ser avaliada por um psicólogo ou médico psiquiatra.
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Fatores relacionados ao cotidiano
Muitas vezes a justificativa por trás do desejo de dormir fora de hora são hábitos que estão comprometendo esse aspecto tão importante. Os mais frequentes são:
- a privação de sono, em que o tempo dedicado ao repouso é insuficiente e faz com que o dia posterior seja marcado pela sonolência;
- a alternância de turnos, que acontece quando se tem que ficar acordado durante a noite e repousar com o sol no céu;
- mudanças de fuso horário, mais comuns após viagens de longas distâncias de um país a outro ou se há horário de verão;
- efeitos colaterais de medicamentos, o que deve ser avaliado junto com o responsável pela prescrição;
- consumo de álcool e outras substâncias entorpecentes, que precisa ser devidamente interrompido diante dos riscos que oferece.
O número oscila conforme a idade, mas adultos demandam um descanso que varia entre sete e nove horas. Números abaixo disso certamente vão afetar o bem-estar tanto no curto quanto no longo prazo.
As evidências disponíveis sobre o tema mostram que a recuperação insuficiente aumenta o risco de uma série de complicações de saúde envolvendo disfunções cardiovasculares, neurológicas, respiratórias, endócrinas (ou seja, nos hormônios) e imunes.
Dessa forma, investir na chamada higiene do sono pode ser o caminho para dormir bem (em quantidade e qualidade) e aliviar as queixas associadas às noites muito curtas.
Em resumo, esse termo compreende as medidas necessárias para privilegiar um ambiente tranquilo e sinalizar ao corpo a hora de adormecer, garantindo assim uma noite tranquila e um dia seguinte mais produtivo.
Fontes:
[…] mudanças no sono (com pesadelos ou maior sonolência diurna); […]