Causas e características da aterosclerose

Apesar de ser frequentemente relacionada ao sistema cardiovascular — e, como outras patologias desse grupo, estar entre as principais causas de morte no Brasil e no mundo – sua atuação não se restringe ao coração.
A aterosclerose é classificada como uma condição inflamatória crônica e sistêmica de origem multifatorial capaz de comprometer simultaneamente artérias coronárias, carótidas, renais, ilíacas e outras.
Na maioria das vezes, se desenvolve de forma lenta, silenciosa e assintomática, dificultando a detecção e podendo desencadear complicações mais graves.
O que é aterosclerose
Caracteriza-se pelo acúmulo progressivo de gordura (lipídios) dentro da parede arterial, ou seja, das estruturas em forma de tubo que levam o sangue rico em oxigênio proveniente dos pulmões e bombeado pelo coração para todos os tecidos do corpo.
Esse depósito, chamado de “placas”, aumenta de tamanho ao longo dos anos e gera uma obstrução, reduzindo a passagem do componente e a quantidade dele que chega às células. Isso prejudica o funcionamento adequado do órgão que deveria recebê-lo.
Somente quando o bloqueio ultrapassa aproximadamente 75% do diâmetro é que costumam surgir sinais perceptíveis, de acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).

Fatores de risco
O colesterol alto (dislipidemia) – níveis elevados de LDL (conhecido como “colesterol ruim”) e o triglicérides – estão entre os motivos mais frequentes para o entupimento desses vasos, destaca o Ministério da Saúde, e está muito relacionado à alimentação rica em ultraprocessados e gorduras saturadas.
Outros fatores que podem contribuir para o aumento da probabilidade são:
- histórico familiar;
- sedentarismo;
- sobrepeso e obesidade;
- tabagismo;
- hipertensão arterial e diabetes.
Além disso, a SBACV ressalta que a aterosclerose é predominante em pessoas a partir dos 50 anos, principalmente homens.
Sintomas e complicações associadas
Manifestações físicas tendem a surgir quando o quadro se agrava e tudo depende ainda de quais são as artérias afetadas, explica o Ministério da Saúde. Elas incluem:
- coronárias (coração): a doença arterial coronariana (DAC) é a mais comum. Na evolução crônica pode ocasionar dores fortes no peito durante o esforço (angina) e na aguda ser a origem de um infarto;
- carótidas (pescoço): perturbações visuais, paralisias transitórias e desmaios são sinais de alerta. Pode levar a acidente vascular cerebral (AVC);
- ilíacas e femorais (membros inferiores): relacionadas à doença arterial periférica (DAP). Provoca desde palidez e desconfortos ao caminhar até dificuldades mais sérias de locomoção. Queda de pelos, atrofia da pele, unhas e músculos, gangrena e até impotência também são possíveis em graus avançados, indica a SBACV.
Qualquer sintoma ou alteração deve ser analisado por um médico com urgência. Diagnósticos e intervenções podem ser feitos por um cardiologista, que cuida de todo o sistema cardiovascular, um angiologista ou cirurgião vascular, especialistas em vasos sanguíneos.
Como a aterosclerose é diagnosticada
Grande parte é identificada em check-ups de rotina. Durante a avaliação clínica, o profissional utiliza um estetoscópio para a ausculta do órgão cardíaco, que pode produzir um som de assovio ou chiado.
Ele também pode solicitar alguns procedimentos para a confirmação, aponta artigo do Instituto Nacional de Coração, Pulmões e Sangue, dos Estados Unidos, como:
- exames laboratoriais: confere taxas de colesterol e de glicose;
- eletrocardiograma: averigua a atividade elétrica;
- teste de esforço: monitora o funcionamento cardiovascular;
- ecocardiograma: avalia o tamanho e o formato das estruturas;
- ultrassonografia: verifica a velocidade do fluxo sanguíneo;
- tomografia de coronárias: mostra as placas nas paredes arteriais;
- angiografia: permite a visualização das obstruções.
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Tratamento e prevenção
Para muitas pessoas, a única abordagem recomendada é uma mudança no estilo de vida para evitar a progressão do quadro. Se os níveis de gordura no sangue são muito altos, medicamentos de controle também podem ser exigidos.
No entanto, quando a aterosclerose causa um bloqueio mais grave em uma artéria, outros métodos podem ser necessários.
A principal intervenção é a angioplastia, um procedimento minimamente invasivo que usa um balão (e, às vezes, a colocação de stent) para forçar sua abertura.
Cirurgias de remoção do acúmulo de gordura ou de revascularização (retirada de um vaso sanguíneo de outra parte do corpo para criar um caminho no local atingido) são alternativas para situações críticas.
Prevenir a condição passa pela adoção dos mesmos hábitos saudáveis orientados pelo Ministério da Saúde para os cuidados. Entre eles:
- ter uma alimentação saudável e equilibrada, com baixo teor de gorduras saturadas;
- praticar exercícios físicos regularmente;
- parar de fumar;
- manter um peso adequado;
- tratar corretamente a hipertensão e o diabetes.
Um acompanhamento médico também é essencial para orientações, diagnósticos precoces e o impedimento de complicações, garantindo, assim, a saúde e o bem-estar por toda a vida.
Fontes: